Breve análise dos casos
bíblicos de mulheres que se destacaram de forma incomum na obra de Deus.
O assunto, como é hoje
ventilado, originou-se nas igrejas neopentecostais (algum as delas chamadas de
"renovadas"), e em certas ramificações e apêndices da Assembleia de
Deus, sem identidade doutrinariamente conservadora, e mesmo de práticas
liberalistas, e que confundem, na igreja, modernismo com modernidade.
O contingente de
mulheres na igreja é evidentemente muito maior que o dos homens, mas isso não
justifica a pretensão que se propala.
Nos trabalhos da igreja, é,
graças a Deus, grande o número de irmãs em atividade, dedicadas à santa causa
do Senhor, número esse que deveria ser muito maior. São atividades as mais
distintas.
A PASSAGEM DE GÁLATAS
A passagem de Gálatas
3.15-28 tem a ver com a unidade espiritual da Igreja, em Cristo. E, destaque-se,
"em Cristo", no sentido desta expressão bíblica. A salvação em Cristo
une todos os salvos igualmente num só Corpo - a Igreja dos redimidos. O texto
acima precisa ser visto no seu respectivo contexto, como 1 Coríntios 12.12 e
Efésios 2.11.
O texto de Gálatas não
confere hegemonia à mulher. Basta que se considere esse texto com total isenção
de ânimo, juntamente com passagens como Gênesis 5.2: "Macho e fêmea os
criou, e os abençoou, e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram cria
dos".
Deus, ao criar (não formar)
Adão e Eva, os chamou pelo seu nome genérico: "Adão", e não
"Adão e Eva", ou apenas "Eva". Por que afirmar um a coisa
em nome da Bíblia sem a sua sanção?
Em Gênesis 3.15,
"semente da mulher" tem a ver com a encarnação de Cristo, pela virtude
do Espírito Santo, através da mulher. Fala dela como instrumento de Deus para
trazer ao mundo o Salvador. Mulher alguma tem semente em si, no sentido de
genitora, sem o concurso do homem. Se a partenogênese ocorresse no gênero
humano, o nascido seria sempre mulher, jamais homem, como foi o caso do Senhor
Jesus.
Outrossim, na
queda ocorrida no Éden, Eva pecou primeiro, mas na hora de Deus julgar os
culpados, Ele chamou Adão primeiro, mostrando que este era o cabeça. De fato,
Eva foi formada de parte de Adão.
Num assunto deste, nunca se
deve partir de enunciado, arrazoados e teses humanos, como os articulistas estão
fazendo, como se a causa do Senhor dependesse de juízo humano.
Jesus, Paulo e as Mulheres
Jesus
teve, no seu ministério terreno, auxiliares mulheres. Eram santas mulheres, que
o serviram de várias maneiras, e isso até a cruz. Ele nasceu de um a mulher.
Ele sempre as recebeu e as considerou, permitindo que seus nomes se
imortalizassem no registro bíblico. Mas Ele nunca nomeou
"apóstolas"; Ele sempre soube o que fazia e o que deveria ser feito,
como é bem patente nos Evangelhos.
Apóstolo Paulo, constituído
por Deus, pregador, apóstolo e doutor dos gentios, o maior expoente como obreiro
de Deus neotestamentário, nunca separou, e sequer mencionou
"apóstalas" e " pastoras", apesar de carinhosamente
destacar nomes de obreiras e o seu desempenho na obra, como em Romanos 16.
O CASO DE FEBE
Vejamos o caso de Febe, em
Romanos 16.1. Ao pé da letra, a expressão alusiva a Febe "a qual serve à
igreja" - é "a qual exerce o
diaconato na igreja". Mas a construção frasal
no original está no masculino. É que talvez não havia em Cencréia
diáconos, porque o trabalho estaria sendo iniciado, ou porque não havia diáconos
suficientes, e então Febe exercia o dia conato.
Quanto à expressão "a mulher moderna", aplicada às irmãs da igreja,
diga-se que o mesmo que ocorre aos homens da igreja hoje, ocorre igualmente às
mulheres. No passado, na igreja, tínhamos homens de menos conhecimento e de
menos preparo acadêmico (tanto secular com o teológico), mas eram mais sábios e
mais poderosos espiritualmente. O mesmo vem acontecendo às mulheres.
O desejável é que tenhamos
tanto eles com o elas cada vez mais preparados, mas ao mesmo tempo poderosos em
Deus e na Palavra. Em certos aspectos, precisamos voltar "a Betel",
"ao Cenáculo", e não avançar para tão longe que não divisem os mais
esses santos lugares de encontro com Deus.
Outros casos
Casos bíblicos como os de
Débora, Hulda, Ana - a profetisa, as filhas de Filipe, Priscila, Evódia e
Síntique devem ser considerados em seus respectivos contextos bíblicos. Por
exemplo, Debóra e Hulda. O seu contexto espiritual era de apostasia. Os homens
em condição de servir a Deus bandeavam para a perversa idolatria dos países
vizinhos de Israel.
Ora, a obra de Deus não pode
parar só porque o homem fracassa. Em tais situações, Deus suscita a quem Ele
quiser, mas isso não é regra bíblica; é exceção. Tais mulheres em ação no
ministério releva a soberania de Deus, mas saiba-se que não é regra geral da
parte do Senhor.
Pessoalmente, fui, sou, e
serei favorável ao ministério da mu lhe r na igreja, como vem os na Bíblia,
máxime em o Novo Testamento, como já mostramos, bem como a História da Igreja
do passado e do presente, mas não vejo suporte nas dou trinas bíblicas (bíblicas
mesmo) do ministério evangélico, para a ordenação da mulher cristã ao
exercício do ministério pastoral.
Portanto, meu particular
ponto de vista é que a Assembleia de Deus no Brasil decline de tal propósito:
ordenar mulheres para o ministério pastoral. As igrejas da nossa fé e ordem, de
outros países, que ordenaram mulheres de maneira regular e constante, como
ocorre aos homens chamados por Deus para o santo ministério, hoje, veladamente,
desestimulam tal prática, e o número de irmãs ministras nesses países é regressivo.