Classe:
Jovens – 3°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 22/07/2018
TEXTO DO DIA
“Então, Jesus lhe disse: Se não virdes
sinais e milagres, não crereis.” (Jo 4.48)
SÍNTESE
Jesus socorre o oficial e cura o seu filho,
gerando fé salvadora não apenas para o pai, mas para toda a família.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
– Mt 15.21-28: Jesus socorre a filha da mulher cananeia
TERÇA
– Mc 9.14-27: Jesus atende o filho de um homem desesperado
QUARTA
– Mc 5.21-43: Jesus traz à vida a filha de Jairo
QUINTA
– Lc 7.11-17: Jesus devolve a vida ao filho da viúva de Naim
SEXTA
– Mt 24.43: Jesus fala sobre o cuidado do pai de família
SÁBADO
– Lc 18.15-17: Jesus abençoa as crianças
OBJETIVOS
• SUBLINHAR a mobilidade
ministerial de Jesus entre a Judeia e a Galileia;
• ALERTAR quanto aos perigos
da fé baseada em sinais;
• REAFIRMAR o importante resultado
do milagre da cura do filho do oficial.
INTERAÇÃO
O costume de se fazer algo por muito tempo tem a rara capacidade de
nos dar habilidade para realizá-la melhor ou, paradoxalmente, comodismo para
fazer sempre da mesma maneira o que certamente poderíamos executar de forma
mais excelente. Sua experiência docente pode ser uma grande aliada ou um enorme
empecilho no desempenho de sua atividade como educador, tudo dependerá de como
você a encara. Muito embora o campo da educação sofra com os modismos, rejeitar
novidades que são práticas sem fundamento não pode afetar a capacidade de o
educador adaptar-se a novas situações e conhecer diferentes técnicas que
contribuirão com o seu trabalho docente. Esteja pronto a aprender e aperfeiçoar
seu ministério de ensino. Deus quer fazer coisas grandiosas através de seu
trabalho, mas para isso você deve colocar-se à disposição a fim de realizar o melhor
na obra dEle.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Apesar de desenvolvido num curto período de tempo, foi intenso o
ministério terreno do Senhor Jesus, tal como podemos ver pelas sucessivas
viagens e incursões do Mestre nas regiões da Judeia e da Galileia. A fim de
melhor exemplificar tal fato, com a ajuda do Pequeno Atlas Bíblico (CPAD),
reproduza o mapa ao lado, conforme suas possibilidades, e para se ter uma ideia
da intensa movimentação ministerial do Senhor verifique com os alunos a
configuração da Palestina do primeiro século.
TEXTO BÍBLICO
João 4.46-54
46
Segunda vez foi Jesus a Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. E havia
ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum.
47
Ouvindo este que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi ter com ele e rogou-lhe
que descesse e curasse o seu filho, porque já estava à morte.
48
Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.
49
Disse-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra.
50
Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe
disse e foi-se.
51
E, descendo ele logo, saíram-lhe ao encontro os seus servos e lhe anunciaram,
dizendo: O teu filho vive.
52
Perguntou-lhes, pois, a que hora se achara melhor; e disseram-lhe: Ontem, às
sete horas, a febre o deixou.
53
Entendeu, pois, o pai que era aquela hora a mesma em que Jesus lhe disse: O teu
filho vive; e creu ele, e toda a sua casa.
54
Jesus fez este segundo milagre quando ia da Judeia para a Galileia.
INTRODUÇÃO
Após
o milagre nas bodas de Caná, Jesus, juntamente com sua mãe, irmãos e discípulos,
se estabeleceram por alguns dias em Cafarnaum, importante cidade da Galileia
(Jo 2.12). Na sequência, devido à proximidade da Páscoa, uma das três mais
importantes festas judaicas, o Mestre parte para Jerusalém (Jo 2.13) e,
conforme registra João, “durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia,
creram no seu nome” (Jo 2.23). Contudo, o apóstolo do amor observa que, mesmo
assim, “Jesus não confiava neles, por que a todos conhecia e não necessitava de
que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” (Jo
2.24,25). A missão do Senhor não estava baseada na aceitação popular, e sim no
fazer a vontade do Pai (Jo 6.38-40).
I – A MOBILIDADE MINISTERIAL DE JESUS
ENTRE A JUDEIA E A GALILEIA
1. O ministério do
Senhor na Galileia.
Apesar
de Jesus ter nascido em Belém da Judeia, para cumprir a profecia (Lc 2.4 cf. Mt
2.4-6), fora criado em Nazaré, na Galileia, onde seus pais foram morar, também
em cumprimento de uma profecia (Mt 2.22,23; Jo 1.45,46). Nesta próspera e populosa
região, o Mestre desenvolveu grande parte de seu ministério, até para cumprir a
Palavra de Deus (Mt 4.12-25). Ainda no início do quarto Evangelho, é possível
ver várias incursões do Mestre por essa região (Jo 1.43; 2.1,12; 4.3,43; 6.1).
2. O ministério de Jesus
na Judeia
espeito
de ser judeu, por ter sido criado na Galileia, Jesus era discriminado, e sua messianidade
fora colocada em dúvida por conta disso (Jo 7.41,52). Mesmo assim, em cumprimento
de sua missão, o Mestre também desenvolveu grande parte de seu ministério na
região da Judeia (Jo 2.13,23; 3.22; 4.47; 5.1).
3. A receptividade do
Senhor na “Galileia dos gentios”.
Apesar
dessa mobilidade do Mestre entre as duas regiões, foi mesmo na “Galileia dos
gentios” (Mt 4.15, ARA) que o Senhor Jesus realizou grandes sinais e onde muito
pregou e ensinou (Mt 4.12-25; 8.28-34; 9.9-13; 14.13-36; Lc 4.31-44; 5.1-26).
Tal se deu para que igualmente se cumprisse o que Isaías profetizou acerca do
Messias (Mt 4.13-16). Não obstante, é preciso observar que, em Nazaré, especificamente,
o Mestre enfrentou forte oposição dos seus conterrâneos, pois se revoltaram com
seus ensinos e quiseram até mesmo matá-lo (Lc 4.14-30).
Pense!
Seria
uma regra inflexível a ideia de que não somos bem aceitos no
local onde nascemos e fomos criados?
Ponto Importante
Até
mesmo Jesus Cristo sofreu preconceito por conta do local onde
fora criado.
II – O PERIGO DA “FÉ” BASEADA EM
SINAIS
1. A fé que surge da
Palavra.
João
relata que após o Mestre deixar a Judeia em direção a Galileia, passou por
Samaria e ali ficou dois dias na cidade de Sicar (Jo 4.3-5,40,43). Apesar de o
texto não relatar a ocorrência de absolutamente milagre algum realizado por
Jesus em Samaria naquela ocasião, a narrativa joanina revela que após a conversa
com o Mestre, a mulher samaritana anunciou aos habitantes daquela cidade que
conhecera um homem que relatara tudo quanto ela havia feito e seria
interessante verificar se porventura não era Ele o Cristo (Jo 4.28-30). O
apóstolo do amor diz que somente pelo testemunho da mulher “muitos dos samaritanos
daquela cidade creram nele” (Jo 4.39). O autor do quarto Evangelho complementa
tal informação dizendo que depois de os homens da cidade ter ido falar
com Jesus e pedido a Ele que ficasse na cidade, “muitos mais creram nele, por causa
da sua palavra” (Jo 4.40,41). Os que ouviram o Senhor “diziam à mulher: Já não
é pelo que disseste que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos
que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4.42). A fé
dos samaritanos não brotou por causa de algum sinal, mas exclusivamente pela Palavra
do Evangelho.
2. A abrangência do
Evangelho de João.
Esse
episódio e outro como o dos gregos que queriam ver Jesus (Jo 12.20-22), por
exemplo, explica o porquê de o quarto Evangelho ter um propósito mais
abrangente e de também colocar em seu prólogo que Cristo “Veio para o que era seu,
e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Assim, para o leitor joanino fica evidente,
de início, que os que recebem a Cristo e nEle creem, são agraciados e aceitos
como filhos de Deus, independentemente de serem ou não judeus, pois “não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de
Deus” (Jo 1.12,13).
3. O contraste da fé
baseada em sinais.
Após
deixar Samaria (Jo 4.43), o Mestre seguiu viagem rumo a Galileia e, mesmo não
contando o episódio da perseguição enfrentada por Cristo em Nazaré (Lc
4.14-30), João cita a referência que
Jesus faz acerca do fato de que “um profeta não tem honra na sua própria pátria”
(Jo 4.44). Para o propósito do evangelista, o importante é destacar que, mesmo
em outras partes da Galileia, os galileus
receberam Jesus “porque viram todas as coisas que fizera em Jerusalém no dia da
festa; porque também eles tinham ido à festa” (Jo 4.45). Em termos diretos, sua
ampla aceitação não se dava por conta da Palavra, mas por causa dos sinais. Os
principais comentaristas afirmam que é justamente em relação a estes que o
apóstolo do amor observa que, mesmo tendo crido no Filho de Deus (Jo 2.23),
“Jesus não confiava neles, por que a todos conhecia e não necessitava de que
alguém testificasse do homem, porque
ele bem sabia o que havia no homem” (Jo 2.24,25). A não confiança se dava pelo
fato de a “fé” dessas pessoas estar baseada nos sinais e não na Palavra, como a
dos samaritanos.
Pense!
Você
sabe diferençar a “fé” que se baseia em sinais da fé que se fundamenta na
Palavra?
Ponto Importante
O
problema de se ter uma “fé” baseada em sinais é que acabamos
valorizando
mais os milagres do que o Deus dos milagres.
III – O MILAGRE QUE GEROU SALVAÇÃO
1. O desespero de um
pai.
O
evangelista oportunamente observa que Jesus viera pela segunda vez em Caná da
Galileia, justamente onde realizara o milagre da transformação da água em vinho
(v.46). Desta feita, um oficial, provavelmente da corte de Herodes, ouvindo falar
que o Mestre chegou de viagem da Judeia, recorreu a Jesus e suplicou que Ele
curasse o seu filho, que estava à beira da morte (vv.46,47). Apesar de os limites
geográficos da Galileia serem grandes, o fato de o oficial saber de Jesus
significa que sua fama, como detalha Mateus (4.24), já havia ultrapassado até
mesmo a região da Galileia, chegando a atingir a Síria. É oportuno, todavia,
pontuar que Jesus mesmo não buscava tal fama, pois até fugia das multidões
quando estas queriam fazer dEle rei (Jo 6.14,15), sendo extremamente discreto
(Jo 7.3-9).
2. Um homem de fé.
João
informa que Jesus responde negativamente ao pedido do oficial, pois o Mestre já
está farto de pessoas ávidas por sinais e que precisam “ver para crer” (v.48).
Contudo, o funcionário do rei parece não se importar com a resposta do Senhor
e, mesmo sendo uma pessoa importante, diante de sua extrema necessidade, humilha-se
e insiste para que Jesus desça a Cafarnaum e cure o seu filho (v.49). Como Jesus
não necessitava que alguém dissesse o que as pessoas pensavam, pois Ele bem
sabia (Jo 2.24,25 cf. Mt 9.4), atendeu então ao oficial dizendo que este fosse
embora, pois o seu filho estaria vivo. João é enfático ao dizer que “o homem
creu na palavra que Jesus lhe disse e foi-se” (v.50). O Mestre tinha plena
consciência de estar diante de um homem que, embora necessitado, era diferente
dos galileus buscadores de sinais. O oficial creu sem precisar ver e obedeceu à
ordem do Senhor, revelando-se um homem de fé.
3. Um milagre que
salvou uma família.
O
texto joanino diz que tão logo recebeu esta palavra do Senhor, o oficial
retirou-se e assim que encontrou seus empregados recebeu a notícia de que seu
filho estava bem (v.51). Por curiosidade e, certamente para confirmar o
milagre, o funcionário do rei perguntou o horário exato em que o seu filho
apresentou-se melhor (v.52). Após receber a informação, o oficial certificou-se
de que havia sido justamente o momento em que o Mestre disse-lhe que o seu
filho estava bem. Diante disso, João afirma que “creu ele, e toda a sua casa” (v.53).
O texto lembra o versículo onze de João 2, que diz que “os seus discípulos creram
nele”. Não apenas o oficial do rei, mas toda a sua família passou a crer em
Jesus, pois o milagre fora notório e somente Deus poderia operá-lo. Uma vez mais
o milagre cumpriu seu propósito principal: ― socorrer ao aflito e manifestar a
glória de Deus trazendo salvação.
Pense!
Os
que possuem uma fé genuína podem passar por dificuldades semelhantes aos que
possuem uma fé equivocada?
Ponto Importante
O
oficial do rei revelou-se um homem de fé e não apenas alguém que buscava um
sinal para crer.
SUBSÍDIO
“E
havia ali um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum (46) Segundo
Arndt e Gingrich, a palavra traduzida como oficial poderia se referir a ‘um
parente da família real (de Herodes)’, mas provavelmente se refere a ‘um
oficial real’. As narrativas dos milagres de Jesus em Jerusalém (2.23) tinham
evidentemente chegado antes dele à Galileia, e o primeiro milagre em Caná sem dúvida
fora o assunto de muitas conversas em Cafarnaum, que ficava a somente 24
quilômetros ([...]). Assim, este oficial, ouvindo... que Jesus vinha da Judeia
para a Galileia, foi ter com ele e rogou-lhe que descesse e curasse o seu
filho, porque já estava à morte (47). A palavra traduzida como foi significa
literalmente ‘ele se foi’, indicando que o pai deixou o filho, doente como
estava, para ir fazer o seu pedido a Jesus. O verbo rogou está no imperfeito no
texto grego, indicando um pedido repetido e continuado. A resposta de Jesus, embora
aparentemente uma recusa, na realidade era um teste para a fé do oficial. Se
não virdes sinais e milagres, não crereis (48). Esta é uma questão inquisitiva.
Os sinais e milagres são o motivo ou o resultado da fé? Este acontecimento
espetacular, o milagre, é a experiência estática de uma coisa a ser buscada por
si mesma? É o produto de uma fé dinâmica e devidamente embasada, ou é a porta
aberta para ela?” (Comentário Bíblico Beacon. João a Atos. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2014, pp. 61,62).
CONCLUSÃO
O
apóstolo do amor encerra a seção objeto da presente lição dizendo que “Jesus fez
este segundo milagre quando ia da Judeia para a Galileia” (v.54), ou seja, no “caminho”.
Acostumados à ideia de “esperar”, muitas vezes a confundimos com comodismo. O
oficial do rei, como pai responsável não esperou acomodado, mas correu em
direção a Jesus para que o Mestre atendesse ao seu filho. O resultado de tal
busca não poderia ser melhor — além da cura, toda a sua casa foi salva. Que
possamos ser igualmente dispostos e termos a mesma fé do oficial.
HORA DA REVISÃO
1. Por que, apesar de
judeu, Jesus também desenvolveu seu ministério na Galileia?
Para
cumprir a Palavra de Deus (Mt 4.12-25).
2. A fé dos
samaritanos da cidade de Sicar manifestou-se por causa de algum milagre
realizado por Jesus?
Apesar
de o texto não relatar a ocorrência de absolutamente milagre algum realizado
por Jesus em Samaria naquela ocasião, a narrativa joanina revela que após a
conversa com o Mestre, a mulher samaritana anunciou aos habitantes daquela
cidade que conhecera um homem que relatara tudo quanto ela havia feito e seria
interessante verificar se porventura não era Ele o Cristo (Jo 4.28-30). O
apóstolo do amor diz que somente pelo testemunho da mulher “muitos dos samaritanos
daquela cidade creram nele” (Jo 4.39).
3. Por que os
galileus foram receptivos com Jesus?
Os
galileus receberam Jesus “porque viram todas as coisas que fizera em Jerusalém no
dia da festa; porque também eles tinham ido à festa” (Jo 4.45). Em termos
diretos, sua ampla aceitação não se dava por conta da Palavra, mas por causa
dos sinais.
4. Qual a diferença
dos galileus em relação ao oficial do rei?
O
Mestre tinha plena consciência de estar diante de um homem que, embora necessitado,
era diferente dos galileus buscadores de sinais. O oficial creu sem precisar
ver e obedeceu à ordem do Senhor, revelando-se um homem de fé.
5. O que o milagre da
cura do filho do oficial gerou?
Não
apenas o oficial do rei, mas toda a sua família passou a crer em Jesus, pois o
milagre fora notório e somente Deus poderia operá-lo. Uma vez mais o milagre
cumpriu seu propósito principal: socorrer ao aflito e manifestar a glória de
Deus trazendo salvação.