Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo
Lição 3 O Milagre nas Bodas de Caná
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Classe: Jovens – 3°Trimestre
de 2018
TEXTO DO DIA
“Jesus principiou assim os seus sinais
em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram
nele.” (Jo 2.11)
SÍNTESE
O primeiro milagre
realizado por Jesus evidencia todo o
programa de seu ministério.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
– Jo 2.1,2 :Jesus tinha vida social
TERÇA
– Lc 7.33,34: Jesus é acusado por ter vida social
QUARTA
– Lc 7.36-39: Jesus ia à casa dos seus acusadores
QUINTA
– Lc 19.1-10: Jesus foi à casa de um famoso publicano
SEXTA
– Mc 2.1,2: Jesus recebia as pessoas em casa
SÁBADO
– Mc 5.21-43: Jesus vai à casa de Jairo
OBJETIVOS
• ANALISAR os objetivos dos milagres
no Evangelho de João;
• DESTACAR o fato de Jesus ter
uma vida social ativa;
• DETALHAR o significado do
milagre nas bodas de Caná.
INTERAÇÃO
Apesar de estar lecionando a pessoas que, em sua maioria, ainda são
solteiras, sabemos que a família tem sido alvo constante de ataque. Muitos
alunos podem até mesmo ser provenientes de famílias que estão vivendo conflitos
terríveis. Interceda por eles e, se julgar oportuno e estiver preparado,
aproxime-se e ofereça auxílio. Traumas vividos no âmbito da família de origem
podem bloquear a pessoa na formação de um novo lar. Outro problema bastante
comum é a reprodução daquilo que antes foi traumático. Interromper tal ciclo
destrutivo é um grande desafio. Aproveite a temática transversal da lição —
casamento, família — para destacar a importância de um lar harmonioso e com a
presença constante de Jesus. Quem sabe você mesmo esteja enfrentando dificuldades
no lar. Assim como Jesus interveio nas bodas de Caná, Ele pode entrar com
providência hoje mesmo em sua casa e realizar um grande milagre.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
A lição de hoje inicia os onze milagres
que serão estudados neste trimestre. A peculiaridade desta é que o milagre
objeto de estudo, bem como os próximos seis, são todos do Evangelho de João. Esta
seção do quarto Evangelho é conhecida como “livro dos sete sinais” (2.1-11;
4.46-54; 5.2-18; 6.1-15; 6.16-21; 9.1-41; 11.1-46). Além desses sete sinais, há
outros números “sete” no Evangelho joanino. Ele contém, por exemplo, sete
sermões do Mestre (3.1-21; 4.4-42; 5.19-47; 6.22-59; 7.37-44; 8.12-30; 10.1-21),
e a importantíssima pronúncia e/ou declaração “Eu sou” também figura sete vezes
no texto (6.35; 8.12; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1). Uma vez que quanto mais
familiaridade com o material, mais lições e conteúdo dele é possível extrair.
Que tal incentivar os alunos a ler o Evangelho de João e assim descobrir outras
curiosidades que, conforme será visto ao longo do estudo da revista, longe de
serem acidentais, possuem um propósito muito bem delineado?
TEXTO BÍBLICO
João
2.1-11
1
E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe
de Jesus.
2
E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas.
3
E, faltando o vinho, a mãe
de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
4
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
hora.
5
Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6
E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e
em cada uma cabiam duas ou três metretas.
7
Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
8
E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre sala. E levaram.
9
E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera,
se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o
mestre-sala ao esposo.
10
E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então,
o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11
Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua
glória, e os seus discípulos creram nele.
INTRODUÇÃO
Os
Evangelhos, tanto os sinóticos — Mateus, Marcos e Lucas — quanto o de João, são
textos basilares para a fé cristã, pois apresentam o Senhor Jesus Cristo, sua
concepção miraculosa, seu nascimento, sua mensagem, seu ministério, sua paixão e
ressurreição (Mc 1.1; Lc 1.1-4 cf. At 1.1-3). Mesmo assim, conforme João deixa
bem claro, tais textos não são exaustivos, visto que o Mestre “fez muitas outras
coisas” e, continua o apóstolo do amor, “se cada uma das quais fosse escrita,
cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem”
(Jo 21.25). Portanto, a série de sete milagres do Evangelho de João que se inicia
hoje não significa que o Filho de Deus tenha realizado “apenas” estes, pois
como o escritor sagrado afirma, “Jesus, pois, operou também, em presença de
seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro” (Jo
20.30).
I – O OBJETIVO DOS
MILAGRES NO EVANGELHO DE JOÃO
1. Um Evangelho
singular.
Cada
um dos Evangelhos possui suas peculiaridades. Tal se dá pelo fato de que eles foram
dirigidos a diferentes destinatários e públicos, além de terem sido escritos por
pessoas distintas. O de João é um tratado universal e tem um caráter mais abrangente
e teológico que os demais. Isso pode ser percebido pelo seu prólogo (Jo 1.1-14).
Enquanto Mateus e Lucas, por exemplo, relatam lances acerca do nascimento e
infância de Jesus (Mt 1―2; Lc 1.26―2.52), o quarto Evangelho, em seu prólogo, trata da preexistência do Filho de Deus. As divisões deste Evangelho também
demonstram sua singularidade. Uma dessas divisões refere-se aos milagres que o apóstolo do amor relatara.
2. Os sete sinais.
A
expressão “sinais” é utilizada por João com o claro significado de “milagres” (Jo
20.30). É emblemático que o apóstolo do amor relate “apenas” sete (2.1―4.54;
5.1―11.54), formando uma seção em seu Evangelho que é comumente denominada
pelos estudiosos como “Livro dos Sinais”. Na tipologia bíblica, e para os judeus,
o número sete transmite a ideia de completude e totalidade.
3. O objetivo dos
sinais no Evangelho de João.
Conforme
já foi mencionado em lições anteriores, os milagres, ou sinais, possuem
objetivos que perpassam, e satisfazem, o socorro do aflito, glorificam a Deus e
chegam ao cerne do seu propósito, que é levar as pessoas a crerem “que Jesus é
o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo
20.31). Este é justamente o objetivo de o apóstolo do amor ter relatado os sete
milagres em seu Evangelho: ― demonstrar a messianidade de Jesus e com isto
levar as pessoas à fé e, finalmente, à vida eterna.
II – JESUS E A VIDA
SOCIAL
1. Jesus e a vida
social.
É
sabido que entre outras coisas, cabia ao discípulo seguir o modelo de vida do
seu mestre (Lc 6.40). Neste sentido, Jesus é a referência absoluta de todos que
se propuseram a segui-Lo (Mt 16.24, cf. Ef 4.13). E como Ele viveu? Em termos
sociais, por exemplo, a postura do Mestre é inequívoca, Ele não se comportou
como um eremita, pois comia com pessoas discriminadas e frequentava a casa de
todo o tipo de gente (Mc 2.1,2; Lc 7.33,34,36-39; 19.1-10). Não obstante ir a
tais lugares, o Senhor não se contaminava com nada e nem praticava o que tais
pessoas faziam, pois sua visita tinha objetivo (Hb 4.15 cf. Lc 19.9,10).
2. O casamento
valorizado pelo Mestre.
A
prova de que Jesus tinha “vida social” é que João registra o importante fato de
que o seu primeiro milagre se deu justamente em uma festa de casamento (Jo
2.1-11). É no mínimo curioso que o Mestre tenha escolhido um momento tão
corriqueiro para principiar seu ministério, pois tal poderia ter se dado em uma
das muitas sinagogas ou mesmo no Templo em Jerusalém. No entanto, ao assim
fazê-lo, Jesus demonstra igualmente o quanto Deus valoriza a instituição do
casamento e a formação de uma nova família (Mc 10.6-9).
3. A diferença
ministerial entre Jesus e João Batista.
A
diferença na dinâmica de interação social entre Jesus e João Batista é marcante
― enquanto o primeiro imiscuía-se nas relações interpessoais, o segundo vivia
no deserto (Mt 3.1; 11.7,18,19). Contudo, tal diferença aponta para uma
distinção bem mais profunda entre ambos os ministérios. Enquanto João Batista
marcava o fim do Antigo Concerto, sendo o seu último profeta (Mt 11.13), Jesus Cristo,
como Filho de Deus, inaugurava um novo tempo, iniciando um Novo Concerto (Mt
26.26-29; Hb 8.13; 9.15). Assim, a vida social de ambos dizia respeito ao
chamado e ao ministério que cabia a cada um.
III – O SIGNIFICADO
DO MILAGRE DA TRANSFORMAÇÃO DA ÁGUA EM VINHO
1. “Fazei tudo quanto
ele vos disser”.
João
registra que estando o Mestre acompanhado de sua mãe e dos seus discípulos, realizaram-se
umas bodas em Caná da Galileia e eles foram convidados. Entretanto, algo embaraçoso
ocorreu: o vinho que era servido na festa acabou. Uma vez que a festa de casamento
podia se prolongar por até uma semana (Gn 29.27,28), essa questão não era um
problema simples, pois violava uma das regras da hospitalidade. O fato foi comunicado
a Jesus por sua mãe e devido à resposta do Mestre, muitos pensam tratar-se de rispidez,
mas na verdade, quando se analisa o versículo quatro à luz de outros textos do
Evangelho joanino (5.25; 7.30; 8.20; 12.23,27; 13.1; 17.1), fica claro que a
palavra do Filho de Deus tem um sentido mais profundo. Ao dizer “Fazei tudo
quanto ele vos disser”, Maria tinha certeza que o Mestre interviria mudando aquela
situação, bastava apenas que os empregados, por mais que não compreendessem,
obedecerem ao que Ele dissesse (v.5). De fato, Jesus orientou os empregados que
enchessem de água as seis talhas de pedra que havia na casa e que tirassem em
seguida uma porção e levassem do conteúdo para o mestre-sala provar (vv.6-8).
2. O milagre.
A
narrativa diz que tão logo o mestre-sala provou da “água” trazida pelos
empregados, chamou o esposo e, em tom de surpresa, disse a ele: “Todo homem põe
primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu
guardaste até agora o bom vinho” (v.10). O mestre-sala desconhecia o que
realmente ocorrera, mas os empregados que encheram as seis talhas com água,
sabiam perfeitamente de onde viera a enorme quantidade de vinho da mais alta qualidade
para a festa (v.9). De forma discreta, sem nenhum alarde, Jesus realizara um
grande milagre.
3. O significado do
milagre.
O
apóstolo do amor revela que dessa forma Jesus iniciou os seus “sinais” e
“manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (v.11). Uma leitura
ligeira do texto deixa escapar importantes detalhes que lançam luz em seu
significado. O versículo seis diz que no local havia “seis talhas de pedra,
para as purificações dos judeus”. A
religião oficial de Israel possuía muitos ritos que se fundamentavam não na Lei,
mas na “tradição dos anciãos”, sendo um deles o hábito de lavar-se com
finalidades ritualísticas e não simplesmente higiênicas (Mc 7.1-4). Ao utilizar
para algo social os recipientes cujo objetivo era religioso, Jesus declara que
no âmbito do Reino de Deus nada é sem importância, e que a verdadeira purificação
não é exterior, mas interior, posto que a água servia para lavar “por fora” e o
vinho deveria ser ingerido pelos convidados. Com este ato de transformar a água
em vinho, o Mestre demonstra que o seu ministério envolve o cotidiano e que a
transformação se dá em todos os âmbitos e dimensões, sendo a intervenção do
Senhor a melhor parte, ainda que mude costumes religiosos e sociais, como as
talhas religiosas usadas para a festa e o vinho bom distribuído por último
(vv.6-10).
SUBSÍDIO
Jesus transforma a água em
vinho (2.1-11)
O
fato de que as grandes talhas que João menciona fossem de pedra (2.6) é significativo
e indica que a água que eles continham era provavelmente usada para a purificação
ritual, pois recipientes de pedra, ao contrário dos de barro ou metal, não
contraem ‘impurezas’. Assim, a transformação desta água em vinho tem
significado simbólico: a água que representava a religião do Antigo Testamento
foi transmutada por Jesus em um vinho que representava a abundante bênção de
Deus. A validade deste símbolo está estabelecida nas Escrituras, que frequentemente
retratam o reino escatológico de Deus como um banquete (Mt 5.6; 8.11,12; Mc
2.19; Lc 22.15-18), do qual uma característica básica era a profusão de vinho
(cf. Is 25.6). Simbolismo semelhante é encontrado nos comentários que Filo, o filósofo
judeu do século I, faz sobre Melquisedeque. Em Leg. Alleg. 3.79, Filo escreve
que Melquisedeque ‘trará vinho em lugar de água e dará às nossas almas uma
bebida pura, para que elas possam tornar- se possuídas por aquela divina intoxicação
que é mais sóbria que a própria sobriedade’.
Ao
transformar a água que representa a antiga economia em vinho que representa a
vinda do reino de Deus, Jesus ‘manifestou sua glória, e os seus discípulos
creram nele (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 204).
CONCLUSÃO
O
primeiro milagre de Jesus é um resumo de todo o seu ministério, pois denota seu
propósito — a transformação da realidade, seja ela pessoal ou ambiental — resultando
na glória de Deus (Mc 7.37; Jo 9.1-4). Foi exatamente isto que ocorreu com a
realização deste primeiro milagre do Senhor, ou seja, através dele o Mestre “manifestou
a sua glória” e, como resultado, “os seus discípulos creram nele” (v.11).
HORA DA REVISÃO
1. Na tipologia
bíblica, e para os judeus, qual ideia o número sete transmite?
Na
tipologia bíblica, e para os judeus, o número sete transmite a ideia de
completude e totalidade.
2. Apesar de Jesus
Cristo andar com pessoas discriminadas e frequentar suas casas, qual era sua
postura?
Não
obstante, ir a tais lugares, o Senhor não se contaminava com nada e nem
praticava o que tais pessoas faziam, pois sua visita tinha objetivo (Hb 4.15
cf. Lc 19.9,10).
3. O que denotam as
palavras da mãe de Jesus: “Fazei tudo quanto ele vos disser”?
Ao
dizer “Fazei tudo quanto ele vos disser”, Maria tinha certeza que o Mestre interviria
mudando aquela situação, bastava apenas os empregados, por mais que não
compreendessem, obedecerem ao que Ele dissesse (v.5).
4. O que Jesus
declara ao utilizar para algo social os recipientes cujo objetivo era
religioso?
Jesus
declara que no âmbito do Reino de
Deus nada é sem importância, e que a verdadeira purificação não é exterior, mas
interior, posto que a água servia para lavar “por fora” e o vinho deveria ser
ingerido pelos convidados.
5. Qual o significado
do milagre de transformação da água em vinho?
Com
este ato de transformar a água em vinho, o Mestre demonstra que o seu ministério
envolve o cotidiano e que a transformação se dá em todos os âmbitos e
dimensões, sendo a intervenção do Senhor a melhor parte, ainda que mude costumes
religiosos e sociais, como as talhas religiosas usadas para a festa e o vinho
bom distribuído por último (vv.6-10).