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POR: Ev. Jair Alves
Introdução
A Bíblia diz:
"Como a perdiz que ajunta ovos que não choca, assim é aquele que ajunta
riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará e no seu fim se
fará um insensato", Jr 17. 11. O cristão não deve envolver-se com loterias,
bingos, rifas e outras formas “fáceis” de enriquecer. Além dos jogos, os vícios
são inimigos corriqueiros que atacam lares em todo o mundo, destruindo vidas e
famílias. Meditemos nesse tema, buscando o entendimento com base na Palavra de
Deus (Pr. Elinaldo Renovato).
I – A BEBIDA
ALCOÓLICA NA BÍBLIA
No
Antigo Testamento, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus,
e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse bebida
embriagante (Lv 10.9).
1. No Antigo
Testamento
De
acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, no Antigo Testamento, há diversas
palavras para "vinho". Uma delas é yayn, termo usado cerca de 141 vezes, indicando "vários tipos
de vinhos fermentado ou não fermentado (Gn 9.20,21; 19.32,33)". Por outro
lado, yayn também se aplica ao
"suco doce, não fermentado, da uva".
Pode
referir-se ao suco fresco da uva espremida. O uso do vinho fermentado sempre
foi motivação para práticas ilícitas (Gn 19.31-38). Por isso, o sacerdote
deveria afastar-se da bebida alcoólica (Lv 10.9-11). O yayn fermentado é sempre ligado à embriaguez, "é
escarnecedor" (Pv 20.1; 23.31).
Outra
palavra, traduzida por vinho, é tirosh,
com o significado de "vinho novo", referindo-se à bebida extraída da
vide, não fermentada, ou o suco doce da uva (Dt 11.14; Pv 3-10 e Jl 2.24).
Ocorre 38 vezes no Antigo Testamento, sempre referindo-se ao vinho não
fermentado.
O tirosh "tem bênção
nele" (Is 65.8). Há ainda a palavra shekar, que ocorre 23 vezes no
Antigo Testamento. Também se traduz por "bebida forte" (1Sm 1.15 e Nm
6.3), sempre associada à embriaguez (Pv 20.1).
Solene
e grave constatação está registrada nas páginas da Bíblia, quanto ao uso do
vinho pelos sacerdotes: "O sacerdote e o profeta erram por causa da bebida
forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo. Por que todas as suas mesas
estão cheias de vómitos e imundícia; não há nenhum lugar limpo", Is
28.7-8.
2. No Novo
Testamento
No
Novo Testamento, há ensino sobre a questão do uso da bebida alcoólica. Há um
questionamento sobre o vinho que Jesus tomou na Santa Ceia. Uns, querendo
justificar o uso da bebida alcoólica; afirmam que o Senhor fez uso do vinho
fermentado.
Segue-se
um exame da palavra bíblica mais comumente usada para vinho. A palavra grega
para “vinho”, em Lc 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem
diferentes de suco de uva:
(a)
suco não fermentado, e (b) vinho fermentado ou embriagante. Esta definição
apoia-se nos dados abaixo.
a) O uso do termo
oinos
A
palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da
era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco da
uva (ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-13).
(a)
Anacreontes (c. de 500 a.C.) escreve:
“Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]” (Ode 5).
(b)
Nicandro (século II a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco daí produzido
(Georgica, fragmento 86).
(c)
Papias (60-130 d.C.), um dos pais da igreja primitiva, menciona que quando as
uvas são espremidas produzem “jarros de vinho [oinos]” (citado por Ireneu,
Contra as Heresias, 5.33.3 - 4).
(d)
Uma carta em grego escrita em papiro (P. Oxy. 729; 137 d.C.), fala de “vinho
[oinos] fresco, do tanque de espremer” (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary
of the Greek Testament, p. 10).
(e)
Ateneu (200 d.C.) fala de um “vinho [oinos] doce”, que “não deixa pesada a
cabeça” (Ateneu, Banquete, 1.54). Noutro lugar, escreve a respeito de um homem
que colhia uvas “acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no campo” (1.54). Para
considerações mais pormenorizadas sobre o uso de oinos pelos escritores
antigos, ver Robert P. Teachout: “O Emprego da Palavra ‘Vinho’ no Antigo
Testamento”. (Dissertação de Th.D. no Seminário Teológico de Dallas, 1979).
Os
eruditos judeus que traduziram o Antigo Testamento do hebraico para o grego c.
de 200 a.C. empregaram a palavra oinos para
traduzir várias palavras hebraicas que significam vinho. Noutras
palavras, os escritores do Novo Testamento entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem fermentação.
b) O termo oinos na
literatura
Quanto
à literatura grega secular e religiosa, um exame de trechos do Novo Testamento
também revela que oinos pode significar vinho fermentado, ou não fermentado. Em
Ef 5.18, o mandamento: “não vos embriagueis com vinho [oinos]” refere-se ao
vinho alcoólico. Por outro lado, em Ap 19.15 Cristo é descrito pisando o lagar.
O texto grego diz: “Ele pisa o lagar do vinho [oinos]”; o oinos que sai do lagar é suco de uva.
Em
Ap 6.6, oinos refere-se às uvas da videira
como uma safra que não deve ser destruída. Logo, para os crentes dos tempos do
Novo Testamento, “vinho” (oinos) era
uma palavra genérica que podia ser usada para duas bebidas distintivamente
diferentes, extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.
Os
escritores romanos antigos explicam com detalhes vários processos usados para
tratar o suco de uva recém-espremido, especialmente as maneiras de evitar sua
fermentação.
(1)
Columela (Da Agricultura, 12.29), sabendo que o suco de uva não fermenta quando
mantido frio (abaixo de 10 graus C.) e livre de oxigênio, escreve da seguinte
maneira:
“Para
que o suco de uva sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas
instruções: Depois de aplicar a prensa às uvas, separe o mosto mais novo [i.e.,
suco fresco], coloque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o bem e revista-o
muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água entrar; em
seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não deixe nenhuma
parte da ânfora ficar acima da superfície. Tire a ânfora depois de quarenta
dias. O suco permanecerá doce durante um ano”.
O
escritor romano Plínio (século I d.C.) escreve: “Tão logo tiram o mosto [suco
de uva] do lagar, colocam-no em tonéis, deixam estes submersos na água até
passar a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala” (Plínio,
História Natural, 14.11.83). Este método deve ter funcionado bem na terra de
Israel (ver Dt 8.7; 11.11,12; Sl 65.9-13).
(2)
Outro método de impedir a fermentação das uvas é fervê-las e fazer um xarope.
Historiadores antigos chamavam esse produto de “vinho” (oinos). O Cônego Farrar
(Smith’s Bible Dictionary, p. 747) declara que “os vinhos assemelhavam-se mais
a xarope; muitos deles não eram embriagantes”. Ainda, O Novo Dicionário da Bíblia,
observa que “sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o ano
inteiro”.
II - O USO DO VINHO
NA CEIA DO SENHOR
1. Jesus usou uma
bebida fermentada ou não fermentada de uvas, ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.26-29; Mc
14.22-25; Lc 22.17-20; 1Co 11.23-26)?
Os
dados abaixo levam à conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam no dito
ato suco de uva não fermentado.
Nem
Lucas nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra “vinho” (gr. oinos) no tocante à Ceia do Senhor. Os
escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão “fruto da vide”
(Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18).
O
vinho não fermentado é o único “fruto da vide” verdadeiramente natural,
contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói
boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado
não é produzido pela videira.
2. A proibição para
fermentos ou agente fermentador na Páscoa
Jesus
instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a
Páscoa. A lei da Páscoa em Êx 12.14-20 proibia, durante a semana daquele
evento, a presença de seor (Êx
12.15), palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador. Seor, no mundo antigo, era
frequentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em
fermentação. Além disso, todo o hametz (i.e.,
qualquer coisa fermentada) era proibido (Êx 12.19; 13.7).
Deus
dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (Mt
16.6,12; 1Co 5.7,8). Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas
exigências (Mt 5.17). Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa, e não
teria usado vinho fermentado.
Um
intenso debate perpassa os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre
a proibição ou não dos derivados fermentados da videira durante a Páscoa.
Aqueles que sustentam uma interpretação mais rigorosa e literal das Escrituras
hebraicas, especialmente Êx 13.7, declaram que nenhum vinho fermentado devia
ser usado nessa ocasião.
Certos
documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era
comum nos tempos do Novo Testamento. Por exemplo: “Segundo os Evangelhos
Sinóticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida
aqui, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a
Páscoa na cidade santa; neste caso, o pão e o vinho do culto de Santa Ceia
instituído naquela ocasião por Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho
não fermentado do culto Seder” (ver “Jesus”. The Jewish Encyclopaedia, edição
de 1904. V.165).
2. O suco da vide
sim, vinho fermentado não
O
valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade
espiritual. Logo, assim como o pão representava o corpo puro de Cristo e tinha
que ser pão asmo (i.e., sem a
corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue
incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco de uva não
fermentado (cf. 1Pe 1.18,19).
Uma
vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e sangue de Cristo
não experimentaram corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos
são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido nem fermentado.
Paulo
determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, isto é,
o agente fermentador “da maldade e da malícia”, porque Cristo é a nossa Páscoa
(1Co 5.6-8). Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade,
isto é, algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa
ordenança do Senhor, bem como as exigências bíblicas para dela participarmos.
III – POSICIONAMENTO
ÉTICO CRISTÃO SOBRE O ALCOLISMO
A Bíblia não
faz concessão à bebedice. O Senhor condenou os que se dão à bebida (Is 5.11 -l
2). O alcoólatra é um miserável, levado à morte pelo vício (Pv 29.29-30,33-35).
O uso da bebida alcoólica nas festas, nos banquetes, nos encontros sociais, é o
que tem sido a porta de entrada para o tenebroso caminho do vício do
alcoolismo. Assim, entendemos que o posicionamento do cristão deve ser o de
total condenação ao vício.
O cristão não deve
fazer qualquer concessão à bebida alcoólica. À luz da Bíblia, o alcoolismo não
é uma doença, como entende a Organização Mundial de Saúde (OMS), mas um pecado grave
contra Deus e contra o corpo, que deve ser templo do Espírito Santo (1Co
6.19-20). O vício é consequência.
Não há respaldo para
justificar o hábito de beber ou de fazer-se uso da bebida embriagante pelos
cristãos.
IV – O CRISTÃO E O FUMO
O fumo é uma droga. Mais de
300 pessoas morrem por dia no Brasil em consequência ao hábito de fumar,
superando assim o número de mortes por Aids, acidentes de trânsito e crimes, em
conjunto.
1.
Consequências do fumo
a) Consequência no homem.
Maior tendência à impotência
sexual, principalmente em associação a outros fatores de riscos como stress,
hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, etc. Diminuição da mobilidade
dos espermatozoides, aumentando a possibilidade de infertilidade masculina.
b) Para a mulher.
Na mulher, maior índice de
abortos e menor peso do recém-nascido em grávidas fumantes (menor aporte de
oxigênio ao feto); recém-nascidos com dependência física da nicotina.
c)
Outras consequências causadas pelo fumo
1) Dependência física e
psíquica de uma substância, que nem sempre encontra-se à mão, além do número
cada vez menor de locais públicos onde é permitido fumar.
2) Dificuldade de
convivência com outras pessoas ou parceiros que não fumam, além da
transformação de seus filhos em fumantes passivos indefesos, sem considerar o
mau exemplo.
3) Má aceitação social por
parte do número cada vez crescente de amigos que não fumam ou que deixaram de
fumar e o consideram uma pessoa displicente com sua própria saúde, sem força de
vontade e pior ainda, egoísta por impor-lhes sua poluição particular.
4) Mau hálito e impregnação
de roupas, cabelo, objetos e ambiente doméstico pelo cheiro do cigarro.
5) Maior dificuldade de
emprego, visto a tendência atual de preferência a não fumantes.
6) Aumento dos gastos mensais
com pacotes de cigarro, medicamentos para tratar as doenças relacionadas ao
tabagismo e custos mais altos das apólices de seguro de vida e de saúde para
fumantes.
7) Agravamento de doenças
como hipertensão, diabetes, colesterol alto, cardiopatias, doenças vasculares –
derrames (principalmente em associação à pílula anticoncepcional-AVC) e doenças
pulmonares.
8) Envelhecimento precoce
de todas as células do organismo pela diminuição do aporte de oxigênio no
sangue e consequente aumento de radicais livres, bem como diminuição do tempo
de vida.
9) O alcatrão, assim como
algumas das centenas de substâncias catalogadas contidas na fumaça do cigarro,
são consideradas de grande potencial cancerígeno, sendo responsável pela maior
incidência de câncer de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, próstata,
bexiga, cólon e outros órgãos.
10) Maiores riscos e maior
dificuldade na recuperação após intervenções cirúrgicas.
2.
Posicionamento cristão sobre o fumo.
O vício é pecado, e fumar é
um vício. Logo o fumante não tem como escapar: está pecando. O fumo destrói o
corpo, que é templo do Espírito Santo (1Co 3.17). Graças a Deus, são inúmeros
os casos de pessoas que aceitam a Cristo e ficam libertas do vício do fumo. Na
conversão do pecador, efetuada por Jesus, os vícios, como coisas da velha vida,
ficam para trás (2 Co 5.17).
O Diabo é enganador e,
através da propaganda falsa, passa para os jovens a ideia de que fumar é algo
fascinante, é "chique". A Bíblia, como sempre, tem razão, quando
afirma: "Mas os homens maus e enganadores
irão de mal para pior, enganando e sendo enganados", 2Tm 3.13. Diante
de tal tragédia, qual deve ser o posicionamento do cristão? Além de não fumar,
deve contribuir para que o tabagismo seja erradicado. O fumo destrói o corpo,
que, voltamos a frisar, é templo do Espírito Santo (ICo 3.17).
V – O CRISTÃO E AS DROGAS
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VI – O CRISTÃO E OS JOGOS DE AZAR
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