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Introdução
As Escrituras ainda
revelam que Deus equipou a Igreja com os dons de curar visando ao bem-estar
espiritual e físico do seu povo (1 Co 12.9). O Novo Testamento ensina a oração
em favor dos enfermos como uma prática e dever cristão (Tg 5.14,15). Em face
dos avanços médicos e científicos, a igreja posiciona-se favoravelmente à
medicina, e isso não significa falta de fé (Mt 9.12). Portanto, a oração pelos
enfermos não entra em divergência com o tratamento médico Nesse sentido, não há
conflito entre a soberania de Deus e a liberdade humana em fazer a doação de
órgãos, pois a última palavra sempre será do Senhor que tem poder sobre a vida
e a morte (Jo 10.17,18).
I – CONCEITOS RELATIVOS À DOAÇÃO DE
ÓRGÃOS
CONCEITO
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INFORMAÇÕES
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Transplante
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O termo é o termo empregado no sentido
de retirada ou remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo de um ser, vivo
ou morto, para aproveitamento com finalidade terapêutica, ou seja, o
tratamento de doenças com a finalidade de conseguir curar, tratar ou
minimizar os sintomas.
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Tipos de transplantes
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1) Coração,
2) o fígado,
3) o pâncreas,
4) os rins,
5) os pulmões,
6) medula óssea,
7) tecidos e outros.
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Tipo mais comum de transplante
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É a transfusão de sangue.
A transfusão de sangue é um dos
cinco procedimentos médicos mais realizados em todo o mundo.
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Células-tronco
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O corpo humano possui dois tipos de
células-tronco: as embrionárias e as adultas. O transplante de células-tronco
em órgãos lesados seria capaz de dar origem a células saudáveis, regenerar
tecidos e curar as lesões.
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Tipo de transplante reprovado pela
ética cristã
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A Bíblia ensina que a vida tem
início na fecundação (Jr 1.5), portanto a ética cristã desaprova o uso das
células-tronco embrionárias, pois este procedimento interrompe a vida do
embrião.
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Pensamentos Cristãos sobre a doação
de órgãos
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1 – A doação de órgãos, bem como a
de tecidos humanos, expressa o verdadeiro amor cristão (1Jo 3.16). Doar
órgãos para salvar outras vidas é um sublime ato de amor.
2- A doação de órgãos é um ato
voluntário de prover o bem-estar ao próximo.
3- A doação de órgãos em vida, ou
depois de morto, é um elevado gesto de amor. Entretanto, ninguém deve ser
forçado à prática de tão nobre gesto. O ser humano não pode ser
"coisificado" e nem sua vontade pode ser desrespeitada.
4- Doar ao necessitado é uma forma
de colocar a fé em prática (Tg 2.14-17).
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I - O QUE É DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
A doação de órgãos é a
concordância expressa, ou presumida, por parte de uma pessoa, consentindo que
seus órgãos sejam retirados após sua morte para serem aproveitados por pessoas
portadoras de doenças crônicas, visando aumentar-lhes sua sobrevida.
1. Transplantes de órgãos.
a) Transplantes comuns.
As pessoas, evangélicas ou não,
já se acostumaram a ouvir falar em transplante de rins. Não há grande questionamento
a respeito dessa prática médica quando um doente renal crônico tem sua vida
normalizada, ao receber o transplante de um rim, de uma pessoa viva, às vezes
um parente, ou de pessoa amiga. O rim é um órgão par que permite ao doador
viver bem mesmo tendo cedido um deles. Outra doação que também não causa
controvérsia é a de sangue, elemento de importância vital para o funcionamento
do corpo.
b) Argumentação contrária à
doação de sangue.
Há quem pense que a transfusão de
sangue é uma forma de “comer” sangue, o que é proibido pela Palavra de Deus.
Este tipo de argumentação contrária à doação não tem consistência, visto que o
processo de absorção do sangue, diretamente nas veias do receptor, não é o
mesmo que ocorre quando da ingestão de algo através do aparelho digestivo. É
ignorância de quem pensa diferente.
O transplante de parte do fígado,
de igual modo, tem sido realizado com relativo sucesso, pois é um órgão que se
regenera completamente. Quanto ao transplante de órgãos, por doação, entre pessoas
vivas, não vemos qualquer implicação ética, à luz da Bíblia, caso a consciência
de ambos, doador e recebedor, esteja em paz e sem dúvidas. Ler Rm 14.1-23; 1 Co
8.7-13; 10.23-33. A nossa consciência para atuar corretamente precisa estar
alinhada e sintonizada com a Palavra de Deus. A consciência em si mesma não é
juiz. Muitos servos de Deus têm sido salvos de morte certa, beneficiados por um
transplante bem sucedido.
2. Doação após a morte.
Há uma lei brasileira que torna
disponíveis órgãos para transplantes extraídos de pessoas mortas.
Em 04 de fevereiro de 1997, após
muitas discussões, com argumentos pró e contra, foi publicada a Lei 9.434,
referente à “doação presumida” de órgãos humanos. De acordo com essa norma,
todo brasileiro que não registre em sua carteira de identidade ou de motorista,
a observação não doador, é considerado doador presumido. Com ou sem a
autorização da família, o médico pode declarar a “morte cerebral” do paciente,
e, nesse caso, os órgãos deste são retirados para serem implantados no corpo de
algum doente crônico, visando restituir-lhe a saúde.
II - POSICIONAMENTO CRISTÃO
1. Fazer aos outros o que se quer
para si mesmo.
Se um pai tem um filho que sofre
de problema cardíaco crônico, irreversível, a quem os médicos dão poucas
chances de sobrevida, certamente deseja ansiosamente que os médicos encontrem
um coração de alguém, que dê esperanças de sobrevida ao doente. Isto se
enquadra no que a Bíblia diz: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens
vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12).
2. A doação de órgãos como
expressão de amor.
Salvar a vida de alguém é, sem
dúvida, uma demonstração de elevado sentido espiritual e moral. Nosso Senhor
Jesus Cristo não apenas doou algum órgão por nós, mas deu toda sua vida em
nosso lugar, na cruz do Calvário. Ele se doou, de corpo e alma, para que não
morrêssemos. O apóstolo João nos exorta: “Conhecemos a caridade nisto: que ele
deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois,
tiver bens do mundo e, vendo seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração,
como estará nele a caridade de Deus?” (1 Jo 3.16,17). Nesse texto, vemos o
apóstolo do amor ensinar que devemos “dar a vida pelos irmãos” e que os
proprietários de “bens” no mundo que fecham o coração para o irmão necessitado
não têm a caridade de Deus. Podemos entender que um órgão a ser doado é um
“bem” do mais alto valor para a salvação da vida orgânica de um doente.
III - TREANSPLETES COM CÉLULAS-TRONCOS
1. O que são células-tronco?
"São células
mestras quê têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células,
incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e peles". São também
chamadas de células-mães ou stem cells.
a) De onde procedem
as células-tronco?
Elas podem ser
encontradas em vários tecidos humanos, ainda que em quantidades muito pequenas;
no sangue do cordão umbilical, na placenta, na medula e em outros órgãos; e nos
embriões, nos seus primeiros dias de vida (parte interna do blastócito) são as
células embrionárias. "Os cientistas geralmente obtêm essas células de embriões
descartados em clínicas de fertilidade. Os embriões criados pelo espermatozóide
e óvulo de um casal - e que não são implantados no útero nem destruídos pela
clínica - podem servir como fontes de células-tronco". Esses embriões,
descartados e mantidos congelados, são objeto da lei brasileira que aprovou seu
uso em pesquisas.
2. Classificando as células-tronco
a) Células-tronco
adultas.
São aquelas que se
encontram nos tecidos maduros, tanto no corpo de adulto, quanto no corpo de
crianças. São encontradas na medula, e também no coração umbilical.
b) Células-tronco
embrionárias.
"São aquelas
encontradas em embriões. Essas têm capacidade de se transformar em praticamente
qualquer célula do corpo". São as totipotentes. É objeto de pesquisas,
visto que têm a capacidade de transformar-se em quaisquer tecidos do corpo, e
são consideradas mais eficientes no tratamento de doenças ainda sem cura pela
Medicina.
Essa questão diz
respeito aos possíveis usos médicos das células-tronco. De acordo com a
Medicina, as células-tronco podem ser usadas para o tratamento de doenças
incuráveis. "Por exemplo, uma injeção de células-tronco no cérebro de um
portador de Mal de Parkinson pode regenerar as funções dos neurônios do
paciente e levar à cura. Outras terapias podem incluir diabetes, mal de
Alzheimer, enfartes, doenças sanguíneas ou na espinha e câncer".
A visão ética sobre
Células-tronco embrionárias
a) A vida começa na
concepção.
A Ciência confirma.
"Quando a vida começa e o feto é uma pessoa? Essa é uma questão intrigante
e desafiadora... Seria no momento em que a criança nasce ou recebe o fôlego da
vida”?
Ou seria no momento
já da concepção, quando do encontro entre o espermatozóide a o óvulo, formando
o zigoto? [“...] Cientificamente falando, um ovo fecundado tem a vida completa
de um homem, as únicas coisas que lhe faltam são o tempo e a nutrição”
(D'Araújo, pág. 17).
b) O embrião já é uma
pessoa.
Davi teve a revelação
profunda sobre a concepção, quando escreveu uma das mais belas páginas da
Bíblia, ao afirmar, em sua oração a Deus: "Os teus olhos viram o meu corpo
ainda informe", SI 139.16.
Quando o
espermatozóide penetra no óvulo, o seu núcleo se funde com o núcleo do óvulo.
Nasce a primeira célula de um novo ser humano! Chegando ao útero, o ovo se liga
à mucosa uterina. Nela penetra, fazendo um verdadeiro "ninho", onde
se desenvolverá durante nove meses, alimentando-se e crescendo. A vida e a estrutura
de um homem ou de uma mulher estão definidas no lugar sagrado do útero materno:
"No oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra".
Segundo o doutor Jerôme
Lejeune, Doutor em Ciências e Medicina, responsável pela Clínica e pelo Laboratório
de Genética, e professor de Genética Fundamental na Universidade René
Descartes, o ser humano começa com a fecundação, “pois é da fertilização da
célula feminina (óvulo) pela célula masculina (espermatozóide) que emerge um
novo indivíduo da espécie humana”.
A vida tem uma longa
história, mas cada indivíduo tem o seu início muito preciso, o momento de sua
conceição (...) desde que os 23 cromossomos do pai se juntam aos 23 cromossomos
da mãe, está coletada toda a informação genética necessária e suficiente para
exprimir todas as características inatas do novo indivíduo.
Aceitar o fato de
que, após a fecundação, um novo indivíduo começou a existir, já não é questão
de gosto ou de opinião. A natureza humana do ser humano, desde a conceição até
à velhice, não é uma hipótese metafísica, mas sim uma evidência experimental
(Pergunta e responderemos, pág. 89).
Cientistas
respeitados entendem que se pode buscar a cura de doenças a partir da pesquisa
e uso das células-tronco adultas (não das embrionárias), obtidas no cordão
umbilical, na medula e em outros órgãos, sem que se cometa o ato médico ilícito
de assassinar seres que, à luz da Bíblia, são consideradas pessoas em
potencial, com todas as características de um indivíduo único, cuja vida é só
sua, e não do pai nem da mãe, e que deve ser respeitado como ser humano em
formação.
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