Observação. Este é um subsídio para
ajudar os professores na ministração da lição 6 – Classe de Jovens | 2° Trimestre de 2018.
Busquemos, nas
instruções de Paulo a Tessalônica, fundamentos que nos possam ajudar a
experimentar o verdadeiro amor de Deus em meio a uma geração ímpia e corrupta.
1. O Amor como Alicerce da Comunidade Tessalonicense
Não existe outra
maneira de experienciar o amor senão por meio de uma relação íntima e profunda
com Deus. Ele é a fonte primária do amor; por isso, toda vivência comunitária
de amor também passa por uma ação direta do Criador.
No texto em 1 Ts 4.9,
ao tratar sobre a excelência da fraternidade dos tessalonicenses entre si e,
também, destes para com todas as comunidades no entorno daquela cidade, Paulo
esclarece que não há qualquer necessidade de orientação externa, uma vez que o
testemunho de Timóteo e das igrejas circunvizinhas apontava para a maturidade
do amor daqueles novos irmãos.
Há um detalhe
bastante importante nesse mesmo versículo: no início da frase, Paulo elogia o
“amor fraternal” dos tessalonicenses. A vida em fraternidade testemunhada em
Tessalônica era fruto direto do amor pleno que emana exclusivamente de Deus
para os homens e da humanidade redimida para aqueles que ainda estão em
obscuridade.
O amor, como
demonstra o apóstolo nesse texto, é a mais intuitiva das virtudes cristãs; em
outras palavras, se a compreensão daquilo que seja domínio próprio, perdão ou
mesmo paciência é algo que demanda um conjunto de conhecimentos prévios, a
experiência do amor, no entanto, é algo absolutamente natural para aquele que vivenciou
a graça da salvação em Cristo.
Não é possível
aprender a amar em um curso de cinco passos, muito menos por meio de um
best-seller de autoajuda. O entendimento do amor advém da obra da salvação
presente em cada um daqueles alcançados pelo evangelho de Cristo. Ao invés de
um investimento pessoal ou coletivo numa compreensão exclusivamente teorética
do amor, precisamos vivenciar uma existência cotidiana do amor sob a orientação
do Pai.
Os tessalonicenses
eram perseguidos, novos conversos e uma comunidade sem um pastor; todavia, eles
eram abundantes no amor uns para com os outros e também para com aqueles que
não eram de seu círculo comunitário. De fato, não há qualquer absurdo aqui; na
verdade, foi o amor que vinculou cada um daqueles irmãos à causa de Cristo. Sem
a conectividade produzida pelo amor que vem de Deus, aquela jovem igreja
certamente não se manteria una em meio a tantas oposições e perseguições.
Esse parece ser o
melhor caminho para a prosperidade de qualquer comunidade local hoje. Em um
tempo de crise institucional-religiosa como o nosso, líderes e igrejas estão,
de maneira desesperada, em busca de fórmulas mágicas para a superação de seus
dilemas particulares. Fundamentar todas as suas ações no alicerce do amor,
assim como fizeram os cristãos tessalonicenses, é, sem dúvida, a melhor atitude
a ser adotada por cada um de nós.
2. O Caráter Contagiante do Amor
O amor é, com muita
naturalidade, a instância existencial mais desacreditada pela sociedade
contemporânea; é claro, porém, que tal rejeição possui uma justificativa
lógica. Vivemos num modelo social anticomunitário; somos um amontoado de
pessoas, mas cada um está preso as suas ambições e desejos individualistas.
A Internet — e, de
maneira mais específica, as redes sociais — torna-se cada vez mais num ambiente
de isolamento dos indivíduos e seus discursos. Ora, num esforço para dar a cada
indivíduo a tão prometida visibilidade universal — objeto de desejo incessante
da maioria das pessoas hoje — a Internet fez com que todos pudessem falar o que
quisessem, o quanto desejassem e da maneira como melhor acreditassem.
Em tempos de culto à
imagem de si mesmo, cada um agora tem sua própria tela de projeção pessoal (Youtube), por meio da qual pode criar as
histórias de si e para si o quanto quiser. Numa sociedade onde as grandes obras
da literatura mundial estão sendo relegadas ao esquecimento, qualquer indivíduo
pode escrever um livro contando sua história particular (Facebook), a qual, sob seu controle, sempre enaltece seu personagem
principal. Em última análise, as pessoas nem se comunicam mais; elas apenas, de
modo animalesco, emitem seus grunhidos (Twitter)
umas às outras.
Todos querem ser
vistos e ouvidos, mas quem deseja acolher e compreender o outro? Pouquíssimas
pessoas. Instalou-se, assim, um culto ao individualismo. O suposto amor que se
encerra em si é, na verdade, narcisismo ou, até mesmo, idolatria. Essa é a
maior sofisticação da operação do erro na contemporaneidade: “Por que preciso
da imagem de outro ser se posso cultuar a minha?”, “Por que devo ajoelhar-me
diante do altar de outro personagem se posso prostrar-me diante de mim mesmo?”,
“A quem oferecer glórias se a vanglória a mim direcionada satisfaz meu ego?”.
É por isso que o amor
não tem espaço nessa sociedade, pois, enquanto categoria constitutiva do ser
divino, o amor implica doação. Ora, não se doa nada a si mesmo; para algo ser
oferecido, é necessária a existência de um alguém a quem se dedique aquilo que
se está a oferecer.
O amor não cabe em si
mesmo; não pode conter-se num único ser. Por isso, o universo foi criado em
amor, como que pelo transbordamento de Deus no cosmos. A constatação de que se
vive em amor é alcançada a partir do momento em que se compreende que não se deve
viver apenas em si ou para si, pois se precisa, de modo concreto, do outro.
Os surpreendentes
acontecimentos em Tessalônica só podem ser explicados mediante o amor
contagiante que aqueles novos irmãos experimentaram. A pequena semente que foi
espalhada por Paulo converteu-se numa frondosa árvore cujos frutos não apenas o
apóstolo colhia, mas também a própria comunidade de novos cristãos e, de
maneira surpreendente, toda a região ao redor.
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Fonte:
A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses
para estes últimos Dias, CPAD
Autor: Thiago Brazil