TEXTO ÁUREO
“E
[Jesus] ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao
sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que
lhes sirva de testemunho.” (Lc 5.14)
VERDADE PRÁTICA
As
funções do sacerdote iam além da liturgia; sua principal obrigação era zelar
pela santidade e pureza do povo de Deus.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda – Lv 13.3: A função
clínica do sacerdote
Terça – Lv 13.53: A função
sanitarista do sacerdote
Quarta – Lv 14.36: A função
urbanista do sacerdote
Quinta – Lv 27.18-23: A função
civil do sacerdote
Sexta – Nm 18.21-28: A função
administrativa do sacerdote
Sábado – Nm 5.11-22: A função
judicial do sacerdote
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Levítico
13.1-6
1
- Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo:
2
- O homem, quando na pele da sua carne houver inchação, ou pústula, ou empola
branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será
levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes.
3
- E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pelo na praga se
tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne,
praga da lepra é; o sacerdote, vendo-o, o declarará imundo.
4
- Mas, se a empola na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda
do que a pele, e o pelo não se tornou branco, então, o sacerdote encerrará o
que tem a praga por sete dias.
5
- E, ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu
parecer, parou, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o
encerrará por outros sete dias.
6
- E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se
recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará
limpo: apostema é; e lavará as suas vestes e será limpo.
OBJETIVO GERAL
Refletir
a respeito das funções sociais do sacerdote.
HINOS
SUGERIDOS: 75, 434, 440 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
I. Apresentar as
funções clínicas dos sacerdotes;
II. Explicar a função sanitarista
do sacerdote;
III. Elencar as funções jurídicas
do sacerdote.
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Prezado
professor(a), na lição deste domingo estudaremos as funções dos sacerdotes.
Homens escolhidos e separados pelo Senhor para o serviço no Tabernáculo. Ser
sacerdote era ser honrado pelo Senhor mediante uma nobre missão, pois servir a
Deus é um grande privilégio. Mas além da honra e do privilégio, havia as responsabilidades
e as muitas exigências. O sacerdócio exigia sacrifícios, pois a função mais
importante era conduzir o povo segundo a Lei, em santidade e justiça. Essa era
uma tarefa das mais difíceis, pois por diversas vezes os hebreus apostataram da
fé. Contudo, os sacerdotes também exerciam outras funções, que exigia
discernimento e muita sabedoria. Ele tinha que ter consciência do que era puro
e impuro, certo ou errado, santo e profano, pois deveriam ser o mais alto
referencial da nação no que tange a Palavra de Deus, à instrução e à
administração da justiça (Ml 2.4-7). Na nova aliança, não é diferente, pois o
Senhor continua a exigir de nós, sacerdotes seus, que tenhamos um padrão de
santidade e justiça. No Sermão do Monte, o código de ética do Reino de Deus,
Jesus nos adverte quanto a sermos “sal” e “luz” desse mundo (Mt 5.13,14).
INTRODUÇÃO
Além
de zelar pelo culto do Senhor, os sacerdotes tinham ainda como função
inspecionar a saúde de Israel, fiscalizar-lhe as moradias e regular-lhe a vida
social e jurídica. Nesse sentido, eles podem ser vistos também como médicos,
sanitaristas e juízes. Todavia, a sua função mais importante era conduzir o
povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um
de seus filhos, santidade, pureza e distinção.
Vejamos,
pois, como os sacerdotes levaram os israelitas a ser o povo mais ordeiro,
distinto e saudável de seu tempo.
PONTO CENTRAL
As funções do
sacerdote iam além da liturgia.
I – FUNÇÕES CLÍNICAS
Libertos
do Egito, os israelitas corriam o risco de transmitir à próxima geração
enfermidades como a lepra (Dt 7.15), a doença mais temida da antiguidade. Por
isso, Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar clinicamente o seu
povo.
1. A inspeção da lepra.
Nos
tempos bíblicos, a lepra era a doença que causava mais repulsa devido ao seu
aspecto e contágio (Lv 13.2). Se Deus não a curasse, médico algum poderia
fazê-lo, haja vista o caso do general sírio Naamã (2 Rs 5.1-14). O Senhor
Jesus, durante o seu ministério terreno, curou diversos leprosos e ordenou a
seus discípulos a que os purificassem em seu nome (Mt 10.8; 11.5).
2. A inspeção clínica.
Em
sua peregrinação à Terra Prometida, os israelitas não contavam com médicos e sanitaristas.
Era um luxo restrito aos egípcios (Gn 50.2). Por isso, Deus encarrega os
sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel.
Sempre
que alguém apresentava algum dos sintomas da lepra deveria encaminhar-se ao
sumo sacerdote para ser examinado (Lv 13.1-37). De acordo com o diagnóstico, o
paciente era declarado limpo ou impuro. Se constatada a doença, o enfermo era
imediatamente separado da comunidade para evitar uma epidemia (Lv 13.46).
3. A limitação do sacerdote.
Cabia
aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais
preventiva que curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do
sacerdote no diagnóstico da doença (Lc 5.14). Quanto à sua cura, só um milagre
divino poderia limpar completamente um leproso (2 Rs 5.9-14; Mt 8.1-3).
Hoje,
apesar dos avanços da medicina, a lepra, modernamente conhecida como
Hanseníase, ainda é uma enfermidade assustadora. Entretanto, já não há mais a
necessidade de isolar os indivíduos, pois há tratamentos efetivos que curam os
portadores da doença.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Deus encarregou os sacerdotes de
inspecionar a saúde pública de Israel.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Levítico 9 — 10 identifica vários ministérios
sacerdotais. Os sacerdotes deviam oficiar em sacrifícios e ofertas, e assim
conduzir em adoração. Eles deviam ‘distinguir entre o santo e o profano’ (Lv
10.10). Deviam também ensinar aos israelitas os decretos de Deus. E tem mais:
Os sacerdotes deviam diagnosticar males que tornavam adoradores cerimonialmente
impuros (Lv 13 — 14). Ofereciam ritual de purificação para aqueles que fossem
recuperados. Examinavam todos os animais sacrificiais para verificar se eram
saudáveis e sem defeitos (Lv 22.17-21). Os sacerdotes estabeleciam o valor de
todas as mercadorias que eram dedicadas a Deus (Lv 27). Eles supervisionavam o
cuidado do Tabernáculo e, mais tarde, do Templo (Nm 3;4). Os sacerdotes
anunciavam o início de todas as festas religiosas (Lv 25.9). Atuavam como um
tipo de suprema corte, reunida para ouvir os casos difíceis (Dt 17.11). Usavam
o Urim e Tumim para transmitir a resposta de Deus a questões expostas pelos
líderes da nação (Nm 27.21). E, ainda, acompanhavam o exército, para exortar a
confiança em Deus (Dt 20.1-4). Em resumo, eles serviam como guardiões da fé de
Israel. Suas obrigações não eram somente rituais, mas chamados para o
envolvimento com israelitas comuns em todos os aspectos das suas vidas e
relacionamento com o Senhor. Nós que estamos em Cristo somos chamados para o
seu real sacerdócio e podemos encontrar direção para o moderno ministério ao
meditar na chamada dos sacerdotes do Antigo Testamento” (RICHARDS, Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 81).
II – FUNÇÕES SANITARISTAS
Devido
aos povos que a habitavam, Canaã tornou-se doentia e contagiosa (Lv 14.34). Até
suas casas e vestes eram tomadas por uma espécie de lepra. Para preservar a
saúde dos hebreus, Deus instruiu os sacerdotes a atuarem também como
sanitaristas.
1. A função sanitarista do
sacerdote.
O
sanitarista é um especialista em saúde pública; sua função é basicamente
preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu
trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas
e roupas em Israel (Lv 14.34-57).
2. A lepra na casa.
A
lepra numa casa tinha início com o aparecimento de manchas verdes e
avermelhadas, que, via de regra, pareciam mais fundas que a superfície das
paredes (Lv 14.37). Sempre que isso ocorria, o proprietário era instruído a
recorrer ao sacerdote, que, após examinar o imóvel, ordenava o seu despejo para
que a praga não se espalhasse por toda a propriedade (Lv 14.36).
Em
seguida, a casa era interditada por sete dias (Lv 14.38). Caso a praga não cedesse,
as pedras contaminadas eram retiradas e as paredes todas eram raspadas. Em
último caso, o sacerdote tinha autoridade para ordenar a demolição do imóvel
(Lv 14.45). Para evitar que a lepra contaminasse outras propriedades, todo o
entulho era jogado fora da cidade.
3. A lepra nas vestes.
As
vestes também estavam sujeitas à lepra. Nesse caso específico, tratavam-se de
mofos e fungos igualmente nocivos à saúde (Lv 13.47-50). De imediato, a roupa
deveria ser levada ao sacerdote (Lv 13.51). Se a praga se mostrasse resistente,
o vestuário deveria ser queimado, a fim de se evitar a propagação de doenças
(Lv 13.52).
Deus
advertiu solenemente aos israelitas a se guardarem da praga da lepra, pois a
doença abria a porta para outras enfermidades e moléstias (Dt 24.8). Por isso,
a lepra tornou-se um dos símbolos mais fortes do pecado (Is 1.6).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Os sacerdotes exerciam funções
sanitaristas, examinando casas e pessoas a fim de evitar que doenças, como a
lepra, se propagassem.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Isolamento (Lv 13.45,46)
O isolamento das pessoas com males infecciosos na pele tinha
benefícios públicos saudáveis. Pela quarentena de tais pessoas ‘fora do
acampamento’, a comunidade estava protegida de males como sarampo, escarlatina,
varíola, os quais provavelmente causariam epidemias. Outras regras têm
benefícios semelhantes, como aquelas que exigiam lavar qualquer coisa tocada
por uma pessoa acometida de mal que cause fluxo da carne (Lv 15.1-12). Enquanto
que o primeiro propósito das regras relativas à impureza é espiritual, não nos
surpreende que elas tivessem benefícios adicionais. Deus está profundamente
interessado em nosso total bem-estar. Qualquer um que seguir as normas bíblicas
para o bem-estar espiritual também gozará melhor saúde física” (RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gęnesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 83)
III – FUNÇÕES
JURÍDICAS
O
livro de Levítico apresenta várias disposições jurídicas, a fim de proteger a família,
a propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o
sacerdote atuava também como juiz.
1. Proteção da família.
Com
o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento familiar, o
Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil
(Lv 20.2); relações incestuosas (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico (Lv
18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); a homossexualidade e
a bestialidade (Lv 18.22,23).
Os
filhos de Israel, como adoradores do Deus Único e Verdadeiro, eram obrigados a
honrar seus pais e a preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9). Nesse
sentido, os sacerdotes atuavam como reguladores da família israelita.
2. Proteção da propriedade
privada.
A
propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx
3.7,8; 1 Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e
campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser
feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22).
Sendo,
pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira
irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado,
depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso
sustentável da terra.
3. Proteção da vida.
Também
cabia ao sacerdote inspecionar a edificação das casas (Dt 22.8); a criação de
animais (Êx 21.36); a preservação da mulher grávida e do filho que ela trazia
no ventre (Êx 21.22). Enfim, a vida nas Escrituras é sagrada; um dom do Criador
de todas as coisas (Nm 16.22). Por isso, o Senhor determina no Sexto
Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio,
que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o querer,
matava o seu próximo (Nm 35.10-15).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Os sacerdotes atuavam
também como juízes.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
Os sacerdotes também tinham de atuar como
mestres da lei (Lv 10.10,11), uma tarefa que nem sempre desempenhavam
corretamente (Ml 3.11). Como pedagogos, eles representavam um limitado meio de
revelação em certas áreas da saúde da jurisprudência, incluindo o diagnóstico e
a limpeza de certos tipos de lepra (Lv 13,14), a purificação de homens e
mulheres e de artigos de mobiliário tocados por quaisquer fluxos dos corpos de
homens e mulheres (Lv 15), a prova do ciúme (Nm 5.11-21), as controvérsias e os
castigos por um assassinato duvidoso (Dt 21.5) e outros assuntos de natureza
civil (2 Cr 19.8-11; Ez 44.24).
O sacerdócio hebreu incluía três classes básicas: o sumo
sacerdote, os sacerdotes, e os levitas. Os levitas, como uma classe subsidiária
que servia aos sacerdotes, não podem ser facilmente distinguidos porque Arão e
seus filhos não constavam entre as tribos de Israel como uma tribo, mas foram
nomeados para o serviço do Tabernáculo no deserto, especialmente no tocante à
sua movimentação. Havia originalmente uma cuidadosa distinção entre os levitas
e os sacerdotes, e isso está claramente ilustrado na rebelião de Corá, Datã e
Abirão, cujas vidas e as de suas famílias foram perdidas porque como levitas
procuraram usurpar o ofício do sacerdote (Nm 16.1-33)” (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 1717)
CONCLUSÃO
A
aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de todo o
Israel. Eis por que seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da
nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça
(Ml 2.4-7).
Se
o Senhor exigiu excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como
devemos nós agir no âmbito do Testamento Novo? Que o nosso culto seja marcado
pelo amor a Deus e ao próximo. Sejamos, pois, uma fiel referência em todas as
coisas.
PARA REFLETIR
A
respeito de “A Função Social dos Sacerdotes”, responda:
1) Quais as atribuições dos
sacerdotes quanto ao relacionamento social dos israelitas?
Conduzir
o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada
um de seus filhos, santidade, pureza e distinção.
2) Qual a função clínica dos
sacerdotes?
Cabia
aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais
preventiva que curativa.
3) Descreva a função
sanitarista dos sacerdotes.
Sua
função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e
infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes
inspecionar as casas e roupas em Israel.
4) Como os israelitas
deveriam tratar a propriedade privada?
A
propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx
3.7,8; 1 Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e
campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser
feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22). Sendo, pois,
a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira
irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado,
depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso
sustentável da terra.
5) Que qualidades deveriam
ter os sacerdotes de acordo com o profeta Malaquias?
Os
seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à
Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7).
Fonte:
Lições Bíblicas 3° trimestre de 2018, Adultos – CPAD| Divulgação: Subsídios
EBD