TEXTO ÁUREO
"Eis
que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão."
(SI 127.3)
VERDADE PRÁTICA
Gerar
filhos, ou não, não é só uma questão de planejamento familiar, mas um encargo
que abrange a obediência aos desígnios divinos para a família.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Gn 1.28; 2.23, 24;
9.1: Deus ordenou o ser humano a
procriar
Ter. Sl 127.3-5: Gerar
filhos era sinal de benevolência do Altíssimo
Qua. 1Sm 1.6,7: A esterilidade era
motivo de preconceito e de discriminação
Qui. Lc 14.28 – 32: O
planejamento é enaltecido por Jesus Cristo
Sex. Tg 4.13 – 15: Nossos
projetos precisam da aprovação divina
Sab. 1Tm 5.8: A Palavra de Deus ensina a responsabilidade
com a nossa família
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 1.24 - 31
24 E disse Deus: Produza a terra alma
vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua
espécie; e assim foi.
25 E fez Deus as feras da terra conforme
a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra
conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil
que se move sobre a terra.
27 E criou Deus o homem à sua imagem; à
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou, e Deus lhes
disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai
sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se
move sobre a terra.
29 E disse Deus: Eis que vos tenho dado
toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a
árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.
30 E a todo o animal da terra, e a toda
a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva
verde será para mantimento; e assim foi.
31 E viu Deus tudo quanto tinha feito, e
eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
HINOS SUGERIDOS: 149,151,
175 DA HARPA CRISTÃ
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-
Apresentar o conceito geral de
planejamento familiar;
-
Compreender o que as Escrituras
Sagradas dizem a respeito do planejamento familiar;
-
Discutir a ética cristã e o limite
do número de filhos.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Sabemos que os filhos são
dádivas de Deus, contudo a decisão de tê-los ou não, ou a decisão quanto ao
número de filhos é uma resolução que o casal deve tomar em conjunto. O crente
não precisa temer o planejamento familiar, pois desde que não seja feito por
meios abortivos, tal atitude não é pecaminosa e não trará prejuízos ao casal.
Criar e educar filhos nos dias atuais é uma tarefa nada fácil, por isso é
preciso pensar e orar antes de tomar a decisão de colocar uma criança no mundo.
O planejamento familiar
permite aos cônjuges analisarem algumas questões bem relevantes para uma
família funcional, tais como a saúde física e mental do marido e da mulher, a
idade cronológica e as condições financeiras. Os filhos são para toda a vida,
por isso é preciso que o casal busque a orientação divina por meio da oração e
se submeta a ela.
INTRODUÇÃO
O
casamento, no plano divino, pressupõe o nascimento de filhos. Nele, estão
inseridos a criação dos filhos, o sustento deles e todo o cuidado indispensável
para o desenvolvimento humano. Por conseguinte, dentre outros deveres do casal,
o planejamento familiar é importantíssimo.
PONTO CENTRAL
O planejamento familiar é imprescindível
para uma família funcional.
I – O CONCEITO GERAL
DE PLANEJAMENTO FAMILIAR
1.
Controle de natalidade.
Não é planejamento familiar, mas
procedimentos de políticas demográficas com o objetivo de diminuir ou até mesmo
impedir o nascimento de crianças. Tais medidas são adotadas petos governos
totalitários para refrear o aumento da população de um país. Nesse caso,
regular o número dos filhos é visto como solução para erradicar os níveis de
pobreza, bem como alternativa para a preservação do meio ambiente e o melhor
uso dos recursos naturais. Por ordem do Estado o número de filhos é limitado à
revelia da vontade dos pais.
Para esse fim são utilizados métodos
contraceptivos e até a esterilização permanente. Em países totalitários ocorrem
denúncias do uso do aborto, e até do infanticídio, como soluções para o
controle de natalidade.
2.
Planejamento familiar.
Diferente do "controle de
natalidade", que consiste em evitar o nascimento dos filhos por meio do
controle estatal, a proposta do "planejamento familiar" é a de
instituir a paternidade-maternidade responsável. Trata-se de uma decisão
voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam
ter com dignidade. No planejamento familiar fatores diversos são analisados,
tais como: a saúde dos pais, as condições da família (renda, moradia,
alimentação), o espaçamento de tempo entre uma e outra gestação. No contexto
cristão, quanto ao número de filhos, o casal deve buscar orientação divina por
meio da oração, submeter-se à direção do Espírito Santo e levar em conta o bom
senso (Rm 14.21-23).
SÍNTESE DO TÓPICO l
Planejamento familiar não é controle de natalidade,
mas é a paternidade-maternidade responsável.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
[...] Neste século, em que a
maternidade já é vista como algo sem tanto valor por parte de certos segmentos
da sociedade; quando, por outro lado, há quem deseje ardentemente ter um filho,
em função da infertilidade; quando a reprodução in vitro já é uma realidade; o problema do chamado 'controle da
natalidade' ou do planejamento familiar é sempre atual.
Esse é um tema preocupante em
termos da ética cristã, isso porque para o cristão, ter ou não ter filhos não é
apenas uma questão biológica, mas uma decisão que envolve fé, amor e obediência
aos princípios de Deus para a família. Para os não-cristãos, a questão é
respondida de modo pragmático. Há pessoas que, em função de sua vida
individualista e hedonista, ter filhos é um empecilho à liberdade de cada um.
De acordo com a ONU, o
planejamento familiar 'é o exercício da paternidade responsável, e a utilização
voluntária e consciente por parte do casai, do instrumento necessário à
planificação do número de filhos e espaçamentos entre uma gestação e outra. Pressupõe
o uso de métodos anticoncepcionais produzidos pela ciência'. Notemos que há uma
diferença fundamental entre 'o controle da natalidade' e o planejamento
familiar, na visão sociológica. O primeiro pressupõe medidas rígidas
(controles) impostas por determinado governo, interferindo na uberdade de um
casal ter ou não determinado número de filhos. O segundo utiliza métodos
persuasivos, buscando a adesão dos casais à limitação do número de filhos, bem
como o espaçamento entre gestações, com o concurso de meios científicos à
disposição das famílias (LIMA, Binaldo Renovato de. Ética Crista: Confrontando
as questões morais do nosso tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp,
55-57).
II- O QUE AS
ESCRITURAS DIZEM SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR
O planejamento familiar, desde que não
seja feito por meio de aborto e meios abortivos, não contraria a Palavra de
Deus.
1.
A família e a procriação da espécie.
Após criar o primeiro casal. Deus o
abençoou e disse: "Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra"
(Gn 1.28). Nesse primeiro mandamento, o Senhor requereu a reprodução do gênero
humano. Após o dilúvio, Noé e seus filhos também receberam o mesmo mandamento
acerca da procriação: "Frutificai, e muItiplicai-vos, e enchei a
terra" (Gn 9.1).
Note que essa é uma ordem
universal direcionada às gerações pré e pós-diluviana. Repare que Deus não
especificou qual seria o fator multiplicador nem quantos filhos deveriam ser
gerados por cada família. Além disso, o propósito do mandamento é único: homens
e mulheres devem se reproduzir para "encher a terra".
2.
O planejamento familiar no Antigo Testamento.
Na Antiga Aliança a fertilidade era
vista como uma dádiva: "Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto
do ventre, o seu galardão." (SI 127.3). Neste contexto, ter muitos filhos
era sinal de benevolência do Altíssimo e sinónimo de felicidade (SI 127.5). A
esterilidade era motivo de discriminação (1Sm 1.6,7), provocava desavenças (Gn
30.1,2) e era vista como vergonha (Gn 30.23). Em contraste a essa cultura, as
esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram muito até que Deus Lhes abriu
a madre: Sara concebeu na velhice e gerou apenas um filho: Isaque (Gn 21.2); ao
casar-se, durante vinte anos, Isaque orou pelo ventre de Rebeca e ela gerou
dois filhos: Jacó e Esaú (Gn 25.21); Raquel, a esposa amada de Jacó, após anos
de espera, também concebeu apenas dois filhos: José e Benjamim (Gn 35.24).
Aqui, principalmente no caso dos patriarcas, podemos perceber a intervenção
divina, bem como o fator de multiplicação, de família para família.
3.
O planejamento familiar no Novo Testamento.
Na Nova Aliança a fertilidade também é
exaltada. Ao visitar Maria e anunciar a sua gravidez, o anjo lhe disse:
"Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as
mulheres" (Lc 1.28). Na mesma ocasião, ao contar para Maria acerca da
gravidez de Isabel, o anjo enfatizou: "tua prima, concebeu um filho em sua
velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril" (Lc
1.36).
Isabel gerou um único filho, João- o
batista (Lc 1.59-60), e Maria, após o nascimento de Jesus, gerou ao menos
quatro filhos e duas filhas (Mt 13.55,56). Repare, em ambos os casos, a
intervenção divina, bem como a diferença no fator de multiplicação de uma casa
para outra.
SÍNTESE DO TÓPICO II
O planejamento familiar não contraria as
Escrituras Sagradas.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Procriar, uma determinação divina (Gn 1,28)
Após
criar os céus e a terra, com a luz cósmica, a terra (porção seca), os mares, os
animais, e a vegetação. Deus criou o homem, de modo especial, dizendo: 'Façamos
o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança [...]' (Gn 1.26). 'E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E
Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a' (Gn 1.27,28). Este foi o primeiro mandamento dado ao homem
pelo Criador após criar o ser humano, masculino e feminino. Note-se que este
mandamento foi dado antes da Queda. Assim, já estava implícita a sexualidade,
tendo o homem os órgãos e o instinto sexual, com plena capacidade reprodutiva,
isso põe em terra a falsa ideia de que o pecado de Adão foi o ato sexual Deus
criou os órgãos sexuais com propósito definido.
Os que se opõem a qualquer
tipo de limitação de filhos, ou planejamento familiar, argumentam que, se Deus
disse 'crescei e multiplicai-vos', não é correto limitar filhos. Mas, conforme
podemos depreender da Bíblia, Deus não exige do homem o tamanho de sua família
ou prole. O número de filhos nunca foi especificado na Bíblia, como condição
especial para o cumprimento da vontade divina. Deus não estabeleceu, de modo rígido,
taxativo, o multiplicador (LIMA, Elinaldo Renovato de. Ética Cristã:
Confrontando as questões morais do nosso tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2002, pp. 57-58).
CONHEÇA MAIS
Um encargo entregue pelo Senhor
"FRUTIFICAI E
MULTIPLICAI-VOS. O homem e a mulher receberam o encargo de serem frutíferos e
de dominarem sobre a terra e o reino animal.
Foram criados para constituírem lares para a família. Esse propósito de
Deus, declarado na criação, indica que Ele volta-se para a família que o serve
e que a criação de filhos é algo de máxima prioridade no mundo [...]."
Para conhecer mais leia "Bíblia de Estudo Pentecostal", CPAD, p,34.
III - ÉTICA CRISTÃ E
O LIMITE DO NÚMERO DE FILHOS
1.
A questão do fator de multiplicação.
Quem se opõe ao planejamento familiar
considera a limitação do número dos filhos uma desobediência ao mandamento de
procriação (Gn 1.28). Por isso ensinam que a mulher deve gerar filhos indefinidamente.
Contrariando essa ideia, a mulher não é fértil todos os dias. O Criador
agraciou a mulher com apenas três dias férteis a cada mês, indicando que ela
não tem o dever de gerar filhos a vida toda. Deus não estipulou qual deveria
ser o número de filhos. Portanto, o mandamento de multiplicação é cumprido
quando o casal gera um filho, pois eram duas pessoas e agora passaram a ser
três. Deve-se também entender que a ordem de procriação é "geral" e
não "específica"; ou seja, Deus ordenou a reprodução da raça humana,
não a reprodução de cada pessoa. Do contrário, os solteiros e os viúvos (1Co
7.8), os eunucos (Mt 19.12) e os casados estéreis (Lc 23.29) estariam em
pecado. E se fosse pecado não procriar, até a privação sexual voluntária,
autorizada nas Escrituras, estaria em contradição (1Co 7-5). Desse modo, o
fator de multiplicação depende da vontade do Senhor para cada família.
2. A questão ética no planejamento
familiar.
Planejar não é pecado. Cristo falou positivamente do planejamento do
construtor e do rei guerreiro (Lc 14.28-32). O pecado está na presunção em não
pedir a aprovação divina para o projeto (Tg 4.13-15). O cristão deve
aconselhar-se com Deus para tomar qualquer decisão (Tg 1.5; 1Jo 5.14). Nossas
motivações devem ser apresentadas ao Senhor em oração e devem ser desprovidas
de vaidade e de egoísmo (Tg 4.2,3). É vaidade a mulher não querer procriar para
não alterar a beleza do corpo, bem como é egoísmo do homem não gerar filhos
para fugir da responsabilidade. No entanto, postergar o nascimento dos filhos
até que se possa cuidar melhor da família; limitar o número dos filhos para que
se possa criá-los com dignidade e, espaçar o tempo de nascimento entre um e
outro filho para melhor acolher mais uma criança, não são pecados, pois as
Escrituras ensinam que o homem deve cuidar bem de sua família (1Tm 5.8). Para
tanto, sempre se faz necessário consultar à vontade soberana do Senhor em tudo
(Mt 6.10).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O planejamento familiar é uma questão ética
que precisa ser analisada a luz da Palavra de Deus e discutida pela Igreja.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O controle da natalidade é
medida de caráter coercitivo, determinada por governos, com o intuito de
diminuir o crescimento populacional. Como o cristão deve posicionar-se ante
essa atitude impositiva, por parte dos governos em diversos países do mundo?
Entendemos que o cristão
não deve concordar com o 'controle da natalidade', visto que, visando fins
utilitaristas e econômico-sociais, configura uma intervenção direta na vontade
de um casal, quanto a ter ou não ter filhos.
O planejamento familiar
não interfere na decisão do casal. Apenas orienta quanto à natalidade (LIMA,
Elinaldo Renovato de. Ética Cristã: Confrontando as questões morais do nosso
tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 61-62).
CONCLUSÃO
O homem não peca pela simples limitação
ou espaçamento do nascimento de seus filhos. Ele comete pecado quando suas
motivações são presunçosas e utilitaristas. O cristão que consulta ao Senhor, e
aceita a vontade divina na limitação do número de seus filhos, é abençoado em
toda a esfera de sua família (Sl 128.1-6). Todavia, ele rejeita por completo o
aborto e os meios abortivos no planejamento familiar.
PARA REFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã e Planejamento
Familiar", responda:
•
O que é controle de natalidade?
Procedimentos de políticas demográficas
com o objetivo de diminuir ou até mesmo impedir o nascimento de crianças. Tais
medidas são adotadas pelos governos totalitários para refrear o aumento da
população de um país.
•
Em que consiste o planejamento familiar?
Consiste em instituir a
paternidade-maternidade responsável. Trata-se de uma decisão voluntária e
sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam ter com
dignidade.
•
O que Deus disse após criar o primeiro casal?
Após criar o primeiro casal, Deus o
abençoou e disse: "Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra"
(Gn 1.28).
•
Em relação à fertilidade, o que vemos tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento?
Vemos que a fertilidade era vista como
uma dádiva divina: "Eis que os filhos são herança do SENHOR e o fruto do
ventre, o seu galardão." (SI 127.3).
•
Segundo a lição, a ordem de Deus para "procriar" é geral ou
específica? Explique.
A ordem de procriação é
"geral" e não "específica"; ou seja, Deus ordenou a
reprodução da raça humana, não a reprodução de cada pessoa.
Fonte:
Lições Bíblicas 2° trimestre de 2018, Adultos – CPAD| Divulgação: Subsídios
EBD