TEXTO
DO DIA
“Pelo que também rogamos sempre por
vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo desejo
da sua bondade e a obra da fé com poder.” (2 Ts 1.11)
SÍNTESE
Não existem contrariedades que sejam
capazes de destruir o projeto de Deus para nós.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – 1 Co 11.19: Em meio às crises
os fiéis se revelam
TERÇA – Sl 11.5: O justo passa por
provas
QUARTA – Rm 8.38,39: As aflições não
podem nos separar do amor de Deus
QUINTA – Hb 4.1-11: Há um lugar de
descanso para nós
SEXTA – Cl 1.12: Somos chamados para
uma vida digna
SÁBADO – 1 Co 10.31: Devemos viver para
a glória de Deus
OBJETIVOS
1.
DISCUTIR a respeito do comportamento dos irmãos tessalonicenses
diante da perseguição;
2.
COMPREENDER que mesmo em meio às tribulações
o Senhor está conosco;
3.
ANALISAR a postura de Paulo como líder diante da perseguição
aos tessalonicenses.
INTERAÇÃO
Estimado professor, você
já parou para pensar a honra que é servir a Deus por meio do ministério do
ensino? Se não houvesse a Escola Dominical como seria o processo de discipulado
e formação bíblica continuada em nossas igrejas? O quanto de seu ministério
seria diminuído se você não atuasse como ensinador? Ao refletir essas questões
é necessário reconhecermos o quanto somos agraciados por militarmos no
ministério do ensino, pois no processo de preparo de cada aula, no esmero
semanal de fazer o melhor para Cristo, não apenas nossos alunos são abençoados,
mas nós individualmente, somos também ricamente edificados por intermédio da
Palavra de Deus. Por isso, faça de seu ministério um motivo de gratidão
contínua em suas orações, compreendendo que servir à Igreja de Cristo como
educador é um privilégio para alguns poucos filhos de Deus, e você caro
professor, é um desses bem-aventurados.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Por vivermos em um país
pacífico e receptivo aos princípios do Evangelho temos, muitas vezes, dificuldade
de compreender com clareza o que de fato é ser perseguido por amor a Cristo.
Uma estratégia para utilizar-se nesta lição é pesquisar em sites especializados
informações sobre como é a vida de cristãos em países fechados para a pregação
do Evangelho. Existe inclusive uma mobilização nacional por igrejas que vivem
em contextos de perseguição que é o DIP (Domingo da Igreja Perseguida). Este
sempre ocorre no domingo após a comemoração do Pentecostes –em alusão ao
contexto de Atos 4.
Promova entre seus alunos
um momento de conscientização missionária, com o foco voltado para nações onde
declarar-se cristão é assumir para si uma sentença de morte. Ore em sala por
nossos irmãos perseguidos, e demonstre que os desafios enfrentados pelos
tessalonicenses são compartilhados por muitos ainda hoje.
TEXTO
BÍBLICO
2
Tessalonicenses 1.3-12
3 Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus
por vós, como é de razão, porque a vossa fé cresce muitíssimo, e o amor de cada
um de vós aumenta de uns para com os outros,
4 de maneira que nós mesmos nos gloriamos
de vós nas igrejas de Deus, por causa da vossa paciência e fé, e em todas as
vossas perseguições e aflições que suportais,
5 prova clara do justo juízo de Deus,
para que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis;
6 se, de fato, é justo diante de Deus
que dê em paga tribulação aos que vos atribulam,
7 e a vós, que sois atribulados,
descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos
do seu poder,
8 como labareda de fogo, tomando
vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de
nosso Senhor Jesus Cristo;
9 os quais, por castigo, padecerão
eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder,
10 quando vier para ser glorificado nos
seus santos e para se fazer admirável, naquele Dia, em todos os que creem (porquanto
o nosso testemunho foi crido entre vós).
11 Pelo que também rogamos sempre por vós,
para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo o desejo da
sua bondade e a obra da fé com poder;
12 Para que o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do
Senhor Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
Provavelmente, alguns meses depois da
escrita de 1 Tessalonicenses, a persistência de três problemas leva Paulo a
escrever uma nova carta à Igreja em Tessalônica com o objetivo de novamente
denunciar tais situações. As dificuldades enfrentadas pelos tessalonicenses englobam três grandes
áreas: política-cultural, teológica e social; são estes: uma ferrenha perseguição
promovida por judeus e pelo império, uma interpretação completamente errônea
com relação a parousia (a vinda do
Senhor), e o desagradável testemunho pessoal de alguns irmãos que simplesmente não
queriam mais trabalhar.
Neste primeiro capítulo o apóstolo dedica-se
a uma palavra de ânimo e fortalecimento àqueles irmãos que, desde a saída de
Paulo daquela cidade, passavam por severas situações de intolerância, mas mesmo
assim continuavam firmes no propósito de servir a Deus. Sobre esta situação, Paulo
os conforta afirmando que o Senhor fará justiça.
I-
COMO SE PORTAR DIANTE DAS TRIBULAÇÕES?
1.
Com uma fé amadurecida.
A fé dos tessalonicenses não estagnou
(2 Ts 1.3). Apesar das severas tribulações, das heresias que se infiltravam
naquela comunidade, eles cresceram em confiança diante do Senhor. A máxima de
Paulo direcionada à Igreja em Corinto em 1 Coríntios 11.19 parece fazer todo
sentido em Tessalônica: é na crise que os verdadeiros e fiéis se manifestam, assim
como os fraudulentos e hipócritas também (1 Tm 5.24,25). Um contexto de adversidades
não deve nos intimidar, antes, devemos encará-lo como uma possibilidade de
aprofundarmo-nos na fé em Jesus Cristo. A vivência de oposições deve colaborar para
nosso amadurecimento, isto é, quando vivemos em tempos difíceis passamos a valorizar
as coisas certas, assim como a desconsiderar como relevante aquilo que não
edifica. As muitas dificuldades que os tessalonicenses enfrentavam serviram de combustível
para o desenvolvimento da fé
daqueles irmãos.
2.
Com um amor que se multiplica.
Um dos erros mais comuns, mas ao mesmo tempo
mais perigosos que cometemos em tempos difíceis, é permitir que o ódio ganhe
espaço em nosso ser. Os sentimentos de injustiça, desrespeito e medo que se
levantam contra nós, não podem ser alimentados, senão, enraízam em nossos corações
impedindo-nos de compreender com clareza a vontade de Deus (Hb 12.15).
Lembremo-nos: nossos
inimigos não são terrenos ou humanos, mas espirituais e diabólicos (Ef 6.12).
Ao contrário disso, diante da crise, o amor entre os tessalonicenses se
multiplicou, e não apenas, como alguém poderia pensar, de maneira egoísta, internamente,
mas também para com a comunidade que estava à volta deles. Por meio do amor
aquela comunidade se fortalecia e conseguia superar suas limitações e
oposições. Não se vence o mal com mal, mas por meio do bem, do amor, da justiça
e da misericórdia.
3.
Com uma paciência inspiradora.
A reação daquela jovem igreja perante
tantas tribulações era exemplar; o próprio apóstolo testemunha que durante sua
estadia em outras igrejas daquela região, a postura dos irmãos em Tessalônica
servia de inspiração. De modo especial, Paulo fala sobre a paciência daquela
comunidade, que mesmo em meio a “perseguições e aflições” (2 Ts 1.4) persiste
pacientemente confiando em Cristo. Este é o segredo de uma vida vitoriosa: nunca
agir precipitadamente em momentos de tensão, mas ao contrário, orientar-se por
uma postura paciente. Nossa paz não se deriva de posses, poderes ou palavras. Temos
a capacidade de parcimoniosamente enfrentar os percalços da vida porque temos
um supremo alívio vindo do Senhor (Jo 16.33). A paciência dos tessalonicenses, que
se fundamentava numa fé inabalável no amor de Deus, deve inspirar-nos a crer que
nenhum problema é capaz de mudar o que o Senhor sente por nós.
Pense!
Não somos chamados para sermos cristãos
infantis.
Ponto
Importante
Em tempos de ódios culturais aflorados,
precisamos, mais do que nunca, ser multiplicadores do amor.
II-
O QUE ESPERAR EM TEMPOS DE TRIBULAÇÃO?
1. Que a tribulação converta-se em instrumento
de testemunho de nossa fé.
Levando em consideração tudo o que
aquela igreja enfrentava, mui especialmente a intolerância por parte da população
local, o que poderia garantir que eles estavam no caminho certo? Esse é um
sério questionamento com o qual comumente nos deparamos em tempos de
adversidade: será que estou fazendo as escolhas corretas? Que garantias tenho
que Cristo está comigo se estou enfrentando tudo isso? A resposta para estas
questões, segundo o próprio Paulo afirma (2 Ts 1.5; Sl 11.5), são as
tribulações. Isto é, as lutas que enfrentamos, e superamos com paciência e fé
(v.4), é o testemunho que fala mais alto acerca de nossa espiritualidade e
dignidade em Cristo. Não devemos procurar problemas. Todavia, não devemos
temê-los quando esses chegam, pois Cristo está conosco.
2.
Que a devida justiça seja exercida sobre os perseguidores.
Em um contexto ostensivo e de ferrenha
oposição, devemos ter a certeza de que o Senhor está ao lado do justo, e que
por isso o ímpio jamais prosperará (2 Ts 1.6,8,9). O aparente bem-estar do
injusto não deve angustiar nossos corações, pois a estabilidade de tal
felicidade é frágil e de rápida desestruturação. A alegria e descanso que o Pai
tem programado para nós, todavia, são eternos, estáveis e abençoadores. Não nos
cabe a execução de nenhum juízo, e sim a prática cotidiana da justiça. A ação
de julgar é exclusiva do Pai (Hb 10.30), quanto a nós, basta-nos acreditar que
nenhum culpado será tomado como inocente, e nenhum puro será condenado pelo
Senhor como perverso (Na 1.3). No dia do juízo, justos e ímpios, serão
separados pelo Senhor, os primeiros para descanso eterno, já esses últimos,
infelizmente para desprezo e castigo eternos (Mt 25.33-45).
3.
Que o dia do descanso virá.
As tribulações um dia terão um fim! (2
Ts 1.7,10) Nossa jornada, por mais cheia de percalços que possa ser, terá um
ponto final, pois o plano eterno de Deus desenrola- se desta forma. Não é para
o caos e o descontrole que tendem todas as coisas, o Senhor ainda coordena o universo, Ele
está assentado no trono (Sl 11.4; 96.10). Para os seus santos, o Altíssimo tem
preparado lugar de descanso e paz (Hb 4.1-11). É para essa esperança que
devemos direcionar nossos corações, isto é, não é aqui que acaba nossa
história. As muitas lutas e tribulações que enfrentamos não serão capazes de
impedir o estabelecimento da eterna vontade do Pai. Nossa trajetória tem um
rumo, nossos passos possuem uma direção certa; não demorará muito, e nós
ouviremos do Senhor o chamado eterno para morarmos para sempre ao lado daquele
que infinitamente nos ama.
Pense!
Não é necessário desejar o mal de ninguém.
Cada um colherá aquilo que pessoalmente plantou.
Ponto
Importante
Não devemos fazer uma apologia ao
sofrimento, como se devêssemos desejá-lo, contudo, é preciso ter consciência de
que enfrentaremos problemas.
III-
A ORAÇÃO DE PAULO PELOS TESSALONICENSES
1.
Tenham sua vocação confirmada.
Não vem dos tessalonicenses o direito à
salvação; esta é uma obra exclusivamente realizada por Deus (Ef 2.8). Contudo,
o Eterno exige de seus filhos um padrão ético elevado; a vida digna para qual
somos chamados também é uma realização de Deus em nosso ser. Sendo o Altíssimo
o protagonista de todos os atos referentes à salvação, a oração de Paulo é para
que os tessalonicenses aguardassem, de modo ativo (com testemunho, obediência e
fervor), a ação salvadora do Senhor (2 Ts 1.11). Grandes coisas o Salvador tem
a realizar na vida de todos os seus filhos. Nosso esforço, desta maneira, deve
estar em crer naquilo que o Senhor é poderoso para fazer. Sabendo que é Ele
quem continuamente restaurará nosso ser à imagem do Pai enquanto aguardarmos a
salvação.
2.
Vivam a vontade de Deus.
Paulo esclarece aos tessalonicenses que
a vocação daqueles irmãos tem como finalidade cumprir a vontade do Pai. Esta é
uma importante intercessão que o apóstolo faz por aquela jovem igreja, pois
cotidianamente somos confrontados com essa situação a ser resolvida: obedecemos
a voz do Mestre ou fazemos tudo do nosso jeito? É claro que qualquer pessoa
responderá que é melhor fazer a vontade do Senhor. Contudo, muitas vezes o
plano de Deus nem sempre é o mais fácil ou conveniente a nós. Que nos inspiremos
no clamor de Paulo pelos tessalonicenses para crer que a mais excelente escolha
é cumprir cada plano do Senhor (Sl 143.10). Sempre viveremos tribulações e adversidades,
mas isso não quer dizer que estamos sozinhos. Na maioria das vezes, continuar
de pé em tempos de calamidade é a prova mais contundente de que Deus está
conosco (Sl 118.6,7).
3.
Glorifiquem ao Senhor com suas vidas.
Aquela era uma Igreja que enfrentava fortes
dificuldades. A possibilidade de haver algum tipo de repercussão negativa na espiritualidade
daqueles novos irmãos era algo real. Todavia, a intercessão de Paulo pelos
tessalonicenses direcionava-se no sentido de que estes reconhecessem que suas
vidas tinham como finalidade a glória de Deus, e por isso, não deveriam
permitir que nada lhes separassem do amor do Pai (Rm 8.35-39). Tal como os
irmãos de Tessalônica, devemos viver de maneira que tudo que façamos seja para
o louvor do Senhor. Muito mais importante que glorificar a Deus apenas com
palavras ou discursos é viver inteiramente para a honra do Senhor.
Pense!
A salvação não vem de nós, é uma dádiva
de Deus.
Ponto
Importante
Somos comissionados para uma vida de
doação ao Reino e ao seu Rei.
SUBSÍDIO
A
Completa Recompensa Virá (1.6-10)
Saber que qualquer tipo
de injustiça cometida um dia terá seu julgamento é um grande incentivo que gera
um sentimento de bem-estar. Deus deseja que a justiça corra como um ribeiro impetuoso
(Am 5.24). Seus filhos podem ter certeza de que a impiedade não escapará do
julgamento, nem a justiça deixará de ser recompensada. Paulo reafirma os dois
lados da justiça de Deus. Primeiramente fala do lado negativo — aqueles que
perturbarem os tessalonicenses não escaparão impunes (v. 6). Esse ato de Deus
não deveria ser visto como um ‘embrulho de brutalidade cruel’ que proporcionará
alegria, embora a simplicidade da expressão no versículo 6 possa levar a tal
pensamento (também os vv. 8 e 9; 2 Pe 2.12- 17; Jd 10-13). Talvez estas
expressões bíblicas sejam como os salmos imprecatórios, que exigem dolorosos
julgamentos sobre os opressores (por exemplo, Sl 3; 58; 59), não porque alguém
esteja sedento de sangue, mas por se esperar tão ansiosamente que a justiça de
Deus resgate o seu povo do mal. O salário do pecado será pago pelos
perseguidores – a não ser, é claro, que lhes aconteça o mesmo que aconteceu a
Saulo, ou seja, que se arrependam durante a sua jornada” (ARRINGTON, French L.
e STRONSTAD, Roger (Ed). Comentário Bíblico Pentecostal. 4 ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2006. p. 1414).
CONCLUSÃO
Os desafios que aquela jovem igreja
enfrentava eram enormes. Se fizéssemos uma avaliação meramente humana da
situação, o prognóstico seria dos piores. Todavia, aquela comunidade não andava
por critérios humanos, mas por obra de Deus. Inspiremo-nos no exemplo de
Tessalônica para enfrentar nossas lutas particulares, sempre crendo que o
Senhor é nosso bondoso Pai, que jamais nos abandona.
HORA DA REVISÃO
1. Quais os três problemas que
levaram Paulo a escrever uma segunda carta aos irmãos tessalonicenses?
Uma
ferrenha perseguição promovida por judeus e pelo império, uma interpretação completamente
errônea com relação a parusia (a vinda do Senhor), e o desagradável testemunho
pessoal de alguns irmãos que simplesmente não queriam mais trabalhar.
2. Que atitudes a comunidade em
Tessalônica tomou diante da contínua tribulação que ali se levantou?
Demonstrou
uma fé amadurecida, multiplicou a prática do amor e pacientemente esperou a
ação de Deus.
3. De que modo as lutas e tribulações
que enfrentamos podem se tornar em testemunho de nossa fé?
Através
de um comportamento que espelhe confiança no cuidado e amor do Pai.
4. De que modo devemos nos portar
ante a prosperidade do ímpio nos tempos em que somos angustiados?
Com
serenidade, sabendo que o prazer deles é fútil e logo passa, mas nossa alegria
é/será eterna.
5. É possível glorificar a Deus com
nossas vidas? Justifique sua resposta.
Sim,
por meio do entendimento que a finalidade de nossas vidas é glorificar ao
Senhor Jesus.