TEXTO
DO DIA
“Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de
nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que andar
desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebeu.” (2 Ts 3.6)
SÍNTESE
Numa sociedade carente de exemplos, o
Cristianismo deve apresentar-se como a resposta de Deus para o relativismo moral
e a decadência espiritual deste tempo.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – Hb 7.28: Cristo, o homem
perfeito
TERÇA – Jo 17.14: Não somos como o
mundo
QUARTA – Mt 10.16: Vivemos como ovelhas
entre lobos
QUINTA – 2 Ts 3.13: Somos convocados
para fazer sempre o bem
SEXTA – 2 Co 13.11: O Deus da paz
SÁBADO – 2 Co 3.5: O que temos de bom
não procede de nós
OBJETIVOS
1.
APRESENTAR os modelos bíblicos de comportamento
e espiritualidade para o cristão;
2.
REFLETIR a respeito da necessidade de sermos modelos
para esta sociedade;
3.
DISCUTIR o modelo de vida a ser adotado por cada
cristão.
INTERAÇÃO
Com a aproximação do fim de
mais um trimestre é sempre importante realizarmos um momento de autoavaliação, tanto
de nós como educadores como de cada educando também. Aproveite que esta é a
penúltima aula do trimestre e promova, ou por meio de um questionário escrito a
ser respondido ou por meio de um bate-papo, uma atividade de reflexão sobre o
desenvolvimento das aulas durante o período. Indague a respeito dos pontos positivos
os quais precisam ser reforçados, mas também os negativos que precisam ser
superados. Conscientize seus educandos que as críticas também têm seu caráter
positivo, e que por isso ouvi-las, muitas vezes, nos trazem grandes benefícios.
Lembre-se, as pessoas terão
mais confiança de nos ajudar em nossas limitações quando perceberem que nós
temos maturidade para assimilar as críticas como instrumentos de crescimento e
desenvolvimento pessoal.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Juntamente com seus
alunos, construa uma tabela com duas colunas de informações: na primeira,
caracterizem e definam o que seria uma profissão, sua finalidade e objetivos;
em seguida, façam o mesmo com o conceito de ministério. O objetivo desta
atividade é debater em sua sala as peculiaridades de cada um destes aspectos
de nossas vidas,
destacando a importância de jamais profissionalizar nosso ministério, e sim, de
reconhecer nossa profissão como um ministério que Deus nos deu para servirmos a
sociedade e o Reino dos Céus através de nossos dons e talentos. Ao final, ore
por seus alunos, pedindo que portas de emprego possam ser abertas àqueles que
já estão entrando no mercado de trabalho, e que também a compreensão dos
ministérios pessoais possa ser algo naturalmente assimilado por cada um deles.
TEXTO
BÍBLICO
2
Tessalonicenses 3.6-15
6 Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome
de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente
e não segundo a tradição que de nós recebeu.
7 Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos,
pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,
8 nem, de graça, comemos o pão de homem
algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados
a nenhum de vós;
9 não porque não tivéssemos autoridade,
mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.
10 Porque, quando ainda estávamos
convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma
também.
11 Porquanto ouvimos que alguns entre vós
andam desordenadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs.
12 A esses tais, porém, mandamos e
exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o
seu próprio pão.
13 E vós, irmãos, não vos canseis de
fazer o bem.
14 Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra
por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele, para que se
envergonhe.
15 Todavia, não o tenhais como inimigo,
mas admoestai-o como irmão.
INTRODUÇÃO
Ao final de sua Segunda Epístola aos
Tessalonicenses, assim como
fez na Primeira Carta, no capítulo 4, Paulo
faz uma série de orientações práticas àqueles irmãos, centradas especialmente
na questão da conduta pública do cristão: sua postura diante da sociedade
decadente em que estavam inseridos.
I-
EXISTE UM MODELO A SER IMITADO
1.
Cristo é nosso supremo exemplo.
Antes mesmo de falar do ministério de
Paulo e sua influência entre os Tessalonicenses, é necessário deixar bem claro:
nosso modelo é Cristo! Ele é o homem perfeito em quem somos aperfeiçoados até a
medida completa de nossa espiritualidade (Hb 7.28; Ef 4.13). Qualquer decepção
com instituições, líderes, ou mesmo pessoas próximas a nós deve ser deixada de
lado pela compreensão de que Ele é o nosso modelo vivificador. O mais
sobrenatural nesse esforço de seguir a Cristo é que, quanto mais parecidos com
Cristo tornamo-nos, mais plenos nos acharemos. O Senhor não rouba nossa
identidade, não usurpa o que nós somos; pelo contrário, a plenitude de Deus em
nosso ser aperfeiçoa o que Deus nos tem feito ser.
2.
Os heróis da fé devem ser nosso modelo.
Há um conjunto de cristãos exemplares
que palmilharam essa terra,
os quais são dignos de nosso respeito e
consideração (Hb 11.1-40). Nenhum deles salva, nenhum será capaz de transformar
nossas vidas, entretanto, eles viveram como salvos e demonstraram que é
possível permitir-se ser tocado por
Deus de tal maneira que se possa testemunhar verdadeiras revoluções pessoais de
vida. Certamente há um grupo de pessoas que ainda hoje, refletem a glória de
Cristo nesta geração. Escândalos e desastres morais acontecem na humanidade
desde o princípio, contudo, devemos nos espelhar na vida daqueles que, em meio
a tanta corrupção, optaram por viver a beleza da pureza do Evangelho. A
vantagem de
olhar para vida destes santos é
perceber que o Reino de Deus já está entre nós. Que o mal nunca nos inspire.
3.
Ainda existem líderes inspiradores (v.7).
Paulo é um desses homens tão íntegros que
não teme afirmar: “Vocês em Tessalônica querem um modelo? Olhem para mim!”. Em
tempos de escândalos, em dias de discursos demagógicos e hipócritas, carecemos
de líderes assim; entretanto, louvado seja Deus, porque ainda existem muitos.
Certamente cada um de nós pode nomear, homens e mulheres, que foram
responsáveis por nosso crescimento espiritual; pessoas de testemunho e caráter,
verdadeiros líderes espirituais, que muitas vezes, sequer são reconhecidos institucionalmente.
Aproximemo-nos dessas pessoas, e sejamos, num futuro bem próximo, estes líderes
inspiradores para nossas igrejas. Lembre-se: não se torne, amanhã, um tipo de
cristão/líder que você reprova hoje. Que nossa trajetória seja como a da luz da
aurora (Pv 4.18).
II-
COMO SE PORTAR NUMA SOCIEDADE DESORDENADA?
1.
Um distanciamento precisa ser notório (v.6).
É impossível que os princípios de um
cristão genuíno o aproximem, sem qualquer tipo de conflito, com o padrão do mundo.
Jesus deixou bastante claro que o modelo de sociedade vigente nos rejeitaria (Jo
15.18; 17.14). Na verdade não é uma questão pessoal, mas a respeito do Deus a
quem amamos. Por isso, a existência de um distanciamento (moral e espiritual) é
inevitável. O que nos surpreende é perceber que existem cristãos que, de
maneira hipócrita e anticristã, criam muros para separarem-se das demais
pessoas. Como estas serão evangelizadas e impactadas pelo testemunho? Nosso
distanciamento não é social (somos ovelhas enviadas para viver entre lobos Mt
10.16), deve ser com relação a nossos valores, princípios e modelos. A igreja
não pode tornar-se uma “Sodoma e Gomorra Gospel”. Nós não apenas fazemos, mas
somos a diferença neste mundo.
2.
Não é possível íntima comunhão (v.14).
A exortação de Paulo é clara: “[...] não
vos mistureis com ele [...]”. É inevitável estar entre pessoas que não são cristãs
– no ônibus, na faculdade, no trabalho. Logo a exortação de Paulo é para evitar
aqueles que se dizem crentes e querem andar segundo o mundo, os desobedientes.
A ilusão de um bairro só de cristãos, uma empresa só de salvos, um colégio
exclusivamente de santos, não deve ser alimentada pelo crente. A mistura aqui é
interior, de alma, posturas, opiniões. Cristãos defendendo liberação de aborto,
legalização de drogas pesadas, sexo antes do casamento, isso é a mistura que
temos que evitar e condenar. Mais preocupante do que viver entre os ímpios é
viver entre ímpios pensamentos (Pv 17.20). Não há acordo entre o Senhor e
Belial, não há mistura que seja benéfica ao coração daquele que é inconstante
(Tg 1.8).
3.
O amor deve ser o tema de qualquer relacionamento.
Paulo afirma no versículo 15: “Todavia,
não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão.” Viver como um irmão é
viver perto, junto, próximo. Dos inimigos é que as pessoas tendem a se afastar,
mas nós somos dos que se aproximam, pois a finalidade última de todas as nossas
ações, até mesmo quando somos duros com os outros, deve ser o amor. O
desobediente precisa viver com o obediente para testemunhar o milagre de uma
vida transformada e
crer que para ele isso também é
possível.
Já o salvo em Cristo não deve ter medo de
conviver com quem ainda não está liberto, ou será que este na verdade é um hipócrita,
travestido de cristão, que sabe da fragilidade de seu caráter, e por isso teme
o tempo todo que sua máscara caia?
III-
SOMOS CHAMADOS PARA VIVER DE QUE MANEIRA?
1.
Como filhos de Deus, não como fardos para a sociedade (v.8).
Nós como cristãos não somos chamados
para ser motivo de enfado para ninguém. Por isso sejamos sempre proativos, lutemos
por nossos sonhos, acreditemos que o Senhor nos capacitará, inclusive para o mercado
de trabalho. Tenhamos Paulo, e não os “preguiçosos na fé”, como exemplo.
2.
Sossegadamente.
Não existe fórmula mágica para ser
bem-sucedido; tudo passa por muito trabalho e dedicação. Fortunas que aparecem
repentinamente, de um modo geral, também somem de modo súbito. Os ideais que a
mídia constrói, de jovens famosos e ricos, na maioria dos casos escondem profundas
tristezas, relacionamentos opressores e uma escravidão no pecado. Acreditemos
que o contentar-se é muito melhor do que o desesperadamente desejar mais.
3.
Em paz (v.16).
É claro que existem múltiplas maneiras
de se ter paz; para alguns é no silêncio; para outros na harmoniosa melodia do
céu. Há aqueles que experimentam a paz enquanto caminham em uma jornada,
entretanto alguns vivem a experiência da satisfação ao ficar onde estão. Mas de
onde procede a concórdia que enche os nossos corações? É claro que somente do
Pai. Numa igreja repleta de dúvidas, incertezas, e conflitos pessoais, somente
Deus poderia juntar os pedaços dessa comunidade e fazer com que aqueles irmãos
experimentassem a verdadeira paz que deriva de um relacionamento genuíno com o
Senhor. Aquilo que o Pai faz por nós, transcende a nossa vida, influencia até
mesmo aqueles que estão à nossa volta (Pv 16.7). Confiemos então naquEle que é
apresentado nas Escrituras como o que governa firmado sobre o fundamento da paz
(Is 9.6; 2 Co 13.11; Fp 4.9).
SUBSÍDIO 1
Os missionários tinham o
cuidado de evitar a acusação de serem
parasitas ou
aproveitadores. Mas, sobre este assunto, Paulo sempre salvaguardava o direito
apostólico de sustento, embora, para o bem do evangelho, ele renunciasse o
direito conscienciosamente. Não porque não tivéssemos autoridade (‘não porque não
tivéssemos esse direito’, AEC, RA; cf. BJ, BV, CH, NTLH, NVI), mas para vos dar
em nós mesmos exemplo, para nos imitardes (‘mas para que nos tornássemos um
modelo para ser imitado por vocês’ - NVI; quanto a exemplo [typos], ver
comentários em 1 Tessalonicenses 1.7; quanto à questão do trabalho do apóstolo
em Tessalônica e os motivos envolvidos a esse respeito, ver comentários em 1
Tessalonicenses 2.6,9. A força do argumento é que Paulo, o Apóstolo, tinha o
direito de receber sustento. Mesmo assim, enquanto esteve entre eles, ele vivia
à custa do fruto do seu trabalho. Muito mais deveriam os irmãos desordeiros
trabalhar para
ganhar a vida, já que
eles não tinham o direito de receber sustento!” (Comentário Bíblico Beacon.
1.ed. Vol. 9. Gálatas a Filemom. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p.429).
SUBSÍDIO 2
Aquilo que estava errado
no meio dos Tessalonicenses, que é expresso:
1. De maneira mais geral. Havia
alguns que andavam desordenadamente e não segundo a tradição que receberam do apóstolo
(2 Ts 3.6). Alguns irmãos eram culpados desse caminhar desordenado. Eles não
viviam da maneira certa, nem dirigiam sua vida de acordo com as regras do
cristianismo, nem estavam em conformidade com sua profissão de fé; não andavam
de acordo com os preceitos passados pelo apóstolo, nem davam a devida atenção.
Observe: As pessoas que receberam o evangelho e que professam sujeitar-se a ele
devem viver de acordo com esse evangelho. Se não o fizerem, são consideradas
pessoas desregradas.
2. Em particular.
Havia entre eles algumas pessoas
ociosas e que faziam coisas vãs (2 Ts 3.11). O apóstolo foi informado a esse
respeito de fontes tão seguras que tinha razão suficiente para dar ordens e
orientações com relação a essas pessoas, como deveriam se comportar, e como a
igreja deveria agir em relação a eles.
(1) Havia algumas pessoas
no meio deles que eram ociosas, não trabalhando, ou fazendo coisa alguma. Não
parece que eram glutões ou beberrões, mas ociosos, e, portanto, pessoas
desregradas” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento. 2.ed. Atos a
Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p.680).
CONCLUSÃO
O Cristianismo não é um conjunto de
teorias a respeito da realidade as quais declaramos simplesmente nossa adesão
intelectual. Servir a Cristo é uma experiência radical de mudança de vida, uma
corajosa escolha de viver profundamente diferente do mundo, segundo princípios
que evidenciam o caráter de Deus em nós.
HORA
DA REVISÃO
1. Por que devemos tomar Cristo como nosso maior exemplo a ser seguido?
Por que Ele é o homem perfeito em quem somos
aperfeiçoados até a medida completa de nossa espiritualidade (Hb 7.28; Ef 4.13;
Cl 2.10).
2. Qual a diferença entre respeitar o exemplo dos heróis da fé e idolatrar
os santos que vieram antes de nós?
Os santos do AT e do NT foram pessoas como nós,
sujeitos às mesmas tentações, por isso não devem ser adorados, entretanto, seu
exemplo é extremamente positivo e inspirador para cada cristão nos dias de
hoje.
3. O que Paulo deseja ensinar aos tessalonicenses quando os orienta a
não se misturarem com o mundo?
Paulo deseja que os valores e princípios dos
cristãos sejam guiados pela Bíblia Sagrada e nunca por conceitos do mundo.
4. Qual a sugestão de Paulo para que os cristãos em Tessalônica vivam
sossegadamente?
Que eles trabalhassem com dedicação e entusiasmo.
5. De que maneira, numa igreja local como Tessalônica, cheia de conflitos
e dúvidas, os cristãos poderiam viver em paz?
Por meio da ação de Deus, que pode unir as
diferenças, aperfeiçoar as fragilidades e conduzir tudo para o bem do Reino de
Deus.