TEXTO
DO DIA
“Que não vos movais facilmente do vosso
entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por
epístola, como de nós, como se o Dia de Cristo estivesse já perto.” (2 Ts 2.2)
SÍNTESE
Pensar a respeito do futuro leva-nos a
uma reflexão profunda sobre o presente, na certeza de que os sinais da vinda do
Senhor estão estabelecidos.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – Mt 24.36: Ninguém sabe quando
ocorrerá o Dia do Senhor
TERÇA – Sf 1.14: O Dia do Senhor no AT
QUARTA – 2 Pe 2.1: O antigo perigo das
heresias
QUINTA – 2 Ts 2.10: O Anticristo vem
com a operação do engano
SEXTA – 1 Jo 4.3: O perigo do espírito
do Anticristo
SÁBADO – 2 Ts 2.12: O fim dos
desobedientes
OBJETIVOS
1.
REFLETIR a respeito das Últimas Coisas;
2.
CARACTERIZAR o Dia do Senhor;
3.
APRESENTAR as principais informações a respeito do
Anticristo.
INTERAÇÃO
Caro educador cristão, o
seu ministério é muito importante para sua igreja; prova disso é reconhecermos
que a maior parte dos conteúdos bíblicos que seus educandos têm acesso passa
diretamente por você. Apesar da grande quantidade de informações de várias
fontes (internet, televisão, mídia escrita) que os jovens recebem, suas palavras
semanalmente ministradas a eles durante as aulas da Escola Dominical têm muita
credibilidade.
É por isso que eles têm
tantas perguntas (não é que eles queiram testar seus conhecimentos, e sim veem
em você uma grande fonte de conhecimento, e conhecimento com credibilidade). Em
tempos onde as facknew se proliferam, sinta-se extremamente honrado em ter a
confiança de seus educandos. Por isso, siga em frente, estudando sempre a
Palavra de Deus, e fazendo o melhor possível
para a Reino do Pai.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Como a discussão a respeito
do Anticristo será uma das questões centrais desta lição você pode propor aos seus
educandos a montagem de um quadro contendo as principais informações e
características do Anticristo. Faça deste momento uma oportunidade para que seus
alunos interajam entre si e possam aprender uns com os outros. Após a
construção do quadro que tanto pode ser confeccionado de modo coletivo,
individual ou em grupos específicos, conduza uma discussão sobre os perigos da operação
do espírito do Anticristo em nossa sociedade. Destaque a perniciosidade da
sutil, mas constante operação da maldade que, neste caso, de modo dissimulado procura
confundir tanto a sociedade de um modo geral como também a comunidade dos
santos.
Finalize conscientizando seus
alunos que mais importante que identificar uma pessoa específica no curso da
história é melhor combater uma série de práticas.
TEXTO
BÍBLICO
2
Tessalonicenses 2.1-12
1 Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo e pela nossa reunião com ele,
2 que não vos movais facilmente do
vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra,
quer por epístola, como de nós, como se o Dia de Cristo estivesse já perto.
3 Ninguém, de maneira alguma, vos engane,
porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do
pecado, o filho da perdição,
4 o qual se opõe e se levanta contra
tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no
templo de Deus, querendo parecer Deus.
5 Não vos lembrais de que estas coisas vos
dizia quando ainda estava convosco?
6 E, agora, vós sabeis o que o detém, para
que a seu próprio tempo seja manifestado.
7 Porque já o mistério da injustiça
opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado;
8 e então, será revelado o iníquo, a
quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua
vinda;
9 a esse cuja vinda é segundo a
eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira,
10 e com todo o engano da injustiça
para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.
11 E, por isso, Deus lhes enviará a
operação do erro, para que creiam a mentira,
12 para que sejam julgados todos os que
não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade.
INTRODUÇÃO
O capítulo dois de 2 Tessalonicenses é
dedicado à escatologia. Duas questões sobressaem-se: o Dia do Senhor e a figura
do Anticristo. A abordagem que Paulo dá a esta temática é diferente daquilo que
ele faz em 1 Tessalonicenses. As novas explicações dadas por Paulo manifestam, mais
uma vez, o imenso cuidado que o apóstolo tinha para com aquela comunidade, pois
ao invés de desistir de esclarecer o tema, ou simplesmente repeti-lo, o coração
pastoral de Paulo leva-o a procurar outros argumentos para elucidar as dúvidas,
a respeito das últimas coisas, daqueles irmãos.
I-
POR QUE FALAR NOVAMENTE A RESPEITO DOS ÚLTIMOS DIAS?
1.
Porque esta é uma questão que nunca envelhece.
Paulo demonstra em 2 Tessaloninces 2.1,
que a Igreja Primitiva tinha em seu interior uma oração constante, a qual
centrava-se no desejo pela volta do Senhor Jesus. Qualquer igreja que não dedica
tempo adequado à reflexão sobre a doutrina das últimas coisas será facilmente envolvida
por um discurso imediatista, que defende o resultado a qualquer custo. Nós, contudo,
devemos ser guiados pelos princípios da Palavra, os quais apontam para um
minucioso processo desenvolvido por Deus ao longo da história. Devemos viver assim
como Paulo e seus contemporâneos, pensando e esperando pela vinda do Senhor em
nossa geração, mas se assim não acontecer, certamente usufruiremos do
maravilhoso privilégio de estarmos preparados para a ressurreição dos santos.
2.
Porque alguns falsos ensinos estavam confundindo os irmãos.
Pode-se inferir por aquilo que é dito
no versículo dois que havia uma série de informações distorcidas, oriundas de
fontes duvidáveis, que estavam confundindo o coração dos irmãos em Tessalônica.
As palavras de Paulo tinham como intenção reforçar os fundamentos doutrinários
que já haviam sido postos. O apóstolo contrapunha-se ao princípio estratégico
de toda heresia: tomar uma parte da verdade, distorcê-la, e transformá-la em
uma perniciosa mentira (2 Pe 2.1). Os crentes em Tessalônica já tinham ouvido
Paulo ensinar-lhes sobre as coisas futuras. Todavia, falsos pregadores, movidos
por um maligno sentimento de aproveitar-se da generosidade e cordialidade daqueles
novos convertidos, como se verá em outras lições, anunciavam o retorno
iminente de Cristo como pressuposto para não trabalharem e viverem às custas de
outros.
3.
Porque é um tema complexo.
Debater a respeito dos últimos
acontecimentos da história da humanidade é um enorme desafio, pois é uma
questão sempre apresentada a partir de um olhar profético, envolto por
revelações, visões, e por isso, muitas interpretações. Paulo já havia falado
muito sobre essas questões com os irmãos em Tessalônica (v.5), mesmo assim era
necessário aprofundar ainda mais os debates. A complexidade das questões escatológicas
tende a levar as pessoas a dois extremos: ou a um afastamento completo, por
meio do qual alguns evitam todo e qualquer debate alegando ser um tema profundo
e de difícil tratamento. Outros, por sua vez, vivem fascinados por tais
problemas e mensalmente elegem um anticristo. Esses, em todo acontecimento de
repercussão mundial, veem um cumprimento profético, etc. Devemos procurar uma
postura moderada, especialmente, centrada na Palavra de Deus.
Pense!
O imediatismo de nossos dias tenta nos
roubar o direito de fazer uma reflexão profunda a respeito do futuro. Superemos
o perigo de uma vida instantânea e lancemo-nos na busca constante e incansável
por tudo aquilo que o Senhor generosamente tem nos preparado desde antes da
fundação do mundo.
Ponto
Importante
Se a igreja contemporânea calar-se a
respeito do debate acerca das questões futuras, os ensinamentos heréticos
oriundos de grupos heréticos se multiplicarão. Por mais desafiador que seja,
nosso compromisso deve ser com o Deus da Palavra.
II-
O DIA DO SENHOR
1.
Não será previsto por indicações humanas.
Não são predições humanas que indicarão
a chegada do Dia do Senhor. Tal evento certamente acontecerá, mas como o
próprio Cristo já anunciou, será algo impossível de ser previsto por meio de
uma data específica, apesar de falsos profetas tentarem adivinhar o dia (Lc
21.8). Será algo repentino e surpreendente (Mt 24.44). Ao longo da história
humana foram várias as tentativas frustradas de indicação do Dia do Senhor. Ao
invés de dedicarmos um precioso tempo a supostos cálculos, teorias sobre Israel
e outras questões desnecessárias, devemos nos concentrar em manter uma vida
piedosa e centrada na vontade de Deus, tal como Paulo orientava os crentes de
Tessalônica. Mais importante do que saber o dia e a hora do retorno do Rei é estar
preparado para tal momento.
2. O que acontecerá
antes.
Paulo esclarece aos tessalonicenses a
respeito de alguns acontecimentos que precederão o grande Dia do Senhor, dentre
eles os dois principais: aumento exponencial da apostasia e a manifestação
plena do Anticristo (v.3). A Palavra de Deus, em vários momentos específicos,
aponta para esse processo de retrocesso em diferentes áreas: na espiritualidade
de nossa sociedade, aumento de conflitos armados (Mt 24.6); desestruturação familiar
(Mc 13.12); processo de dessensibilização dos indivíduos (Mt 24.12). Esses
acontecimentos caracterizam a sociedade que presenciará o Dia do Senhor. Todo e
qualquer prognóstico otimista é contrário ao que é anunciado pelas Escrituras.
Não sabemos o dia nem a hora, mas podemos discernir o tempo: aproxima-se cada
vez mais a vinda do Senhor.
3.
Será um tempo de juízo para os que não creram na verdade.
O Dia do Senhor aqui é descrito por
Paulo numa linguagem muito próxima a do profetismo do Antigo Testamento, tanto
com relação à vinda dos povos opressores para o estabelecimento do cativeiro,
como num anúncio escatológico (Is 13.6; Jr 46.10; Jl 2.1; Sf 1.14). Ao ser
compreendido como momento de estabelecimento da justiça de Deus, o Dia do Senhor tem como inevitável
característica da aplicação a sentença do Pai sobre aqueles que, conscientemente,
negaram a eficácia da verdade e preferiram o erro. Não se trata de uma
destinação prévia à condenação, mas antes, como o emprego da punição requerida por aqueles que arbitrariamente
optaram por uma vida sem Deus e sem salvação. O Dia do Senhor certamente virá!
Pense!
A ilusão que grande parte dos movimentos
heréticos cria é que, promovendo o anúncio de uma data para o retorno de
Cristo, certamente as pessoas preocupar-se-ão em serem mais piedosas. O fato é que
se não vivermos como se Cristo voltasse hoje, de nada importa saber que Ele
virá amanhã.
Ponto
Importante
A decadência moral e espiritual de nossa
sociedade é um indício do
que? Na verdade, desde a Queda do homem,
a natureza sofre ansiando a redenção e a humanidade luta para manter os
resquícios da vida edênica. Não devemos temer o futuro, uma vez que é para a
eternidade de alegria que nós caminhamos.
III-
O ANTICRISTO
1.
Aquele que ousa ser o que não é.
Há na descrição do Anticristo, tanto
aqui em 2 Tessalonicenses, como em 1 João e Apocalipse, um conjunto de
características que apontam para este espírito de emulação que domina o
Anticristo (v.4). Não sendo o Salvador, ele pretende em tudo parodiá-lo: Se a
vinda de Jesus é segundo o poder de Deus (Ap 19.11-16), a chegada do Anticristo
é segundo a eficácia de Satanás (v.9); se Cristo é aquEle que se chama Fiel e
Verdadeiro (Ap 19.11), o Anticristo vem firmado na operação da mentira e do
engano (v.10). Mas também é preciso lembrar que, enquanto o Reino do Senhor
estabelecer-se-á para sempre (Sl 145.13), a atuação do Anticristo será
desfeita, facilmente, pelo poder da palavra do Altíssimo e pelo esplendor de
sua vinda (v.8). O Anticristo busca incessantemente plagiar as ações do Cristo
para, uma vez confundindo os incautos, arrebanhar para si uma multidão de
alienados, opressos pelo mal.
2.
É a materialização de uma espiritualidade decadente.
Ao denunciar a perniciosidade dos
ensinos gnósticos que se multiplicavam no seio da igreja no final do primeiro
século, especialmente os difundidos por aqueles que haviam sido cristãos, e
agora apostatavam da fé (1 Jo 2.18-23), João denuncia que já opera entre eles
uma mentalidade demoníaca, uma espiritualidade diabólica, a qual o apóstolo denomina
de “espírito do anticristo” (1 Jo 4.3). A figura apontada por Paulo em 2 Tessalonicenses
seria a personificação deste modelo antideus de sociedade, que se estabelecerá
diante da vinda do Senhor. É como se, novamente numa nítida paródia de Cristo,
no Anticristo se estabelecesse a síntese de toda a malignidade que é possível o
indivíduo comportar. De fato, o Anticristo nada mais será que o ícone de uma
cosmovisão, o símbolo encarnado do espírito que se opõe a Deus.
3.
A operação do Anticristo hoje.
Aquilo que João e Paulo enfrentaram há
2.000 anos estamos enfrentando hoje. Os anticristos continuam em operação entre
nós tentando, sistematicamente, descontruir tudo o que tenha significância e
importância para Deus e seu povo na atualidade. Deste modo, os ataques
acontecem no campo da educação, das artes, da política, economia, etc. Quantas
supostas “igrejas” têm surgido, acobertando e justificando os mais absurdos
comportamentos e práticas supostamente em nome de um Evangelho contemporâneo?
Ao invés de ficarmos, pateticamente, em busca de denominar o personagem
histórico que se revelará como o Anticristo, é melhor denunciarmos as práticas
decadentes da espiritualidade anticristã que deseja, de maneira insistente, estabelecer-se
em nossa sociedade.
SUBSÍDIO
ANTICRISTO - [Do gr. anti, contra, ou
em lugar de, e christos, o ungido] Opositor por antonomásia de Cristo. Também
pode significar aquele que se coloca no lugar de Cristo. Lendo a Primeira
Epístola Universal de João, temos a impressão de que este personagem sempre
esteve presente ao longo da história do povo de Deus: ‘Filhinhos, esta é a
última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos
se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora. Saíram dentre nós,
mas não eram dos nossos; porque, se
fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que
se manifestasse que não são dos nossos. Ora, vós tendes a unção da parte do Santo,
e todos tendes conhecimento. Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade.
mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. Quem é o
mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o
anticristo, esse que nega o Pai e o Filho’ (1 Jo 18-22)” (ANDRADE, Claudionor
Corrêa. Dicionário de Escatologia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998, p.
22).
CONCLUSÃO
A reflexão sobre o Dia do Senhor e o
Anticristo para a igreja em Tessalônica tinha uma enorme importância
comunitária. Foi, provavelmente, por meio de uma heresia escatológica que se
estabeleceu naquela comunidade uma celeuma de ordem coletiva. Nunca devemos
menosprezar a relevância do ensino da Palavra, por mais desafiador e espinhoso
que seja o tema, nosso papel é pregar toda a verdade.
HORA
DA REVISÃO
1. Por que o debate a respeito dos últimos
acontecimentos da história da humanidade é um tema complexo?
Debater a respeito dos últimos acontecimentos da
história da humanidade é um enorme desafio, pois é uma questão sempre
apresentada a partir de um olhar profético, envolto por revelações, visões, e
por isso, muitas interpretações.
2. Quais as principais características do
Anticristo conforme Paulo em 2 Tessalonicenses?
Ele será um plagiador de tudo o que Cristo
realiza e uma encarnação da maldade de um tempo.
3. Por que não devemos temer o Dia do Senhor?
Porque ele será um tempo de juízo e justiça
sobre os ímpios, e não para os santos.
4. Em que medida podemos identificar, em nossa
sociedade, a operação do espírito do Anticristo?
Através de ataques em todas as áreas (sociais,
educacionais, políticas etc.) e de supostas igrejas que tentam justificar tais
práticas.
5. Qual a relevância do estudo sobre as últimas
coisas para a Igreja contemporânea?
Porque é um tema sempre atual, complexo e que
precisa ser esclarecido para evitar-se heresias.