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Introdução
O décimo capítulo da Epístola aos Hebreus enfatiza
o sacrifício perfeito de Jesus Cristo, em contraste com os sacrifícios imperfeitos
que eram oferecidos sob a antiga aliança. O sacerdócio superior de nosso Senhor
pertence a uma ordem superior - na qualidade de Melquisedeque, não de Arão.
Opera com base numa aliança superior - a nova aliança - e ministra em um santuário
superior no céu. Podemos encontrar neste capítulo, alguns dos nossos
privilégios e responsabilidades diante de Deus e para com nossos irmãos em
Cristo.
I. PRIVILÉGIOS DA NOVA ALIANÇA
1. Acesso direto à Presença de Deus (Hb 10.19).
No Antigo Pacto (aliança), as pessoas comuns
do povo não podiam adentrar no santuário propriamente dito. Só chegavam até ao
pátio, que era a parte exterior do tabernáculo. Em Cristo, no entanto, homens e
mulheres salvos são “sacerdotes reais” (1Pe 2.9), e têm “ousadia para entrar no
Santuário pelo sangue de Jesus”. Este é um privilégio que só os fiéis lavados e
remidos pelo sangue de Cristo podem ter. Tais crentes não precisam de
medianeiros, guias, orixás ou gurus. Jesus é “o único mediador entre Deus e o
homem” (1Tm 2.5).
a) Jesus é o caminho vivo rumo à presencia de
Deus.
“Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é,
pela sua carne (Hb 10.20).
Entrar na presença de Deus através do véu,
quer dizer, através da carne de Jesus. Trata-se de um pensamento complicado mas
com o seguinte alcance. Diante do lugar santíssimo no tabernáculo estava o véu
que excluía e separava da presença de Deus. Para que os homens pudessem entrar
na presença de Deus esse véu teria que ter sido rasgado em dois a fim de que
essa presença pudesse revelar-se. Agora, a carne de Jesus é o que velava sua
divindade.[1]
Assim como o rasgar do véu do tabernáculo
abriu o caminho à presença de Deus, também o rasgar da carne de Cristo revelou
a grandeza total do amor de Deus. Em Jesus temos, pois, alguém que nos abre o
caminho a Deus, mostrando-nos seu amor e oferecendo a Deus um sacrifício
perfeito e uma perfeita obediência.
b) Podemos chegar com confiança ao trono da
graça.
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da
graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos
ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.16).
A epístola aos Hebreus também nos admoesta a
chegarmos “com confiança ao trono da graça”, o mesmo trono compartilhado pelo
Filho, e a mesma presença majestosa à qual Cristo entrou além do véu. A única
maneira de os sacerdotes se aproximarem da “figura” do Tabernáculo deste trono
era entrar no interior do véu.
De que maneira chegamos “com confiança” a este trono?
Pela oração e fé, o que sugere que tempo e
espaço não são barreiras na esfera celestial. O trono de Deus está onde está o
suplicante. Pelo Espírito, o Pai e o Filho estão unidos.
2. Outros privilégios da Nova Aliança.
a) Podemos crescer na fé, vencer as dúvidas e
os questionamentos e aprofundar nossa relação com Deus (Hb 10.23).
b) Podemos desfrutar do encorajamento mútuo com
outros cristãos (10.24);
c) Podemos adorar juntos (Hb 10.25).
II. RESPONSABILIDADES NA NOVA ALIANÇA (Hb 10.22-25).
1) “ Ir
a Deus com verdadeiro coração”.
Só podemos ter acesso ao Pai e ser aceitos por
Ele se tivermos um coração sincero, limpo e puro (Mt 5.8).
2) “Em inteireza de fé”.
O crente, ao buscar a presença de Deus, não
pode ter dúvida alguma de sua existência, do seu poder e de sua graça.
3) “Tendo o coração purificado da má
consciência”.
Para Deus não valem as aparências. Ele vê o
interior do homem. O salmista disse que Deus nos sonda e entende o nosso
pensamento (Sl 139.1,2). Se dermos lugar à iniquidade, Ele não nos ouvirá (Sl
65.18).
4) “O corpo lavado com água limpa”.
Certamente, o texto bíblico aqui refere-se à
purificação do crente pela Palavra, como se lê em Ef 5.26: “purificando-a com a
lavagem da água, pela Palavra”, isto em relação à Igreja.
5) Retendo firmes a confissão da esperança.
Em Hb 3.6 somos exortados a “conservar firme a
confiança e a glória da esperança até ao fim”. A confissão da esperança indica
a nossa fé nas gloriosas e infalíveis promessas de Deus, “porque fiel é o que
prometeu”.
6) Considerando uns aos outros,
estimulando-nos “à caridade e às boas obras”. O bom
relacionamento entre os crentes é condição importante para o acesso a Deus. A
caridade (amor em ação) é a marca do cristão. Boas obras são dever do salvo (Ef
2.10; Tg 4.17; 1Jo 3.17,18).
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.16)”.
7) “Não deixando a nossa congregação (Hb
10.25)”.
Aqui não se refere ao sentido físico: deixar a
igreja local para ir congregar-se em outro bairro; mas sim, que não devemos
deixar de congregar-nos, de nos reunirmos, tendo em vista a necessidade da
comunhão coletiva. Somos membros uns dos outros (Rm 12.5). É equivocada e
carnal a ideia de que alguém pode ser “crente em casa”, a menos que esteja
doente.
Quando o zelo descai e a fé vacila, o desejo
de manter comunhão com outros crentes também enfraquece. O estímulo do
versículo 24 se torna possível através da congregação. Quando os cristãos se
reúnem (congrega), eles se exortam mutuamente ao serviço frutífero e à comunhão
ininterrupta. O perigo da apostasia está emboscado[2]
na falha dos crentes em se reunirem e Se ajudarem mutuamente (Gr. parakalountes, "encorajamento
mútuo").
RESUMO DAS
MUITAS RESPOSABILIDADES DA NOVA ALIANÇA
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FIRMEZA
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Observe que
'reter firme (Hb 10.23)' significa literalmente não se desviar nem para um
lado nem para o outro', e deste modo significa estar 'firme', 'estável',
'inabalável'.
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Hb 10.23
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FÉ
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O JUSTO
VIVERÁ DA FÉ. Este
princípio fundamental, afirmado quatro vezes nas Escrituras (Hc 2.4; Rm 1.7;
Gl 3.11; Hb 10.38), governa o nosso relacionamento com Deus e nossa participação na salvação provida por Jesus
Cristo.
Ter fé
significa descansar naquilo que Cristo fez por nós no passado, mas também significa
confiar naquilo que Ele faz por nós no presente, e fará no futuro (Rm
8.12-25; Gl 3.10-13).
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Hb 10.23, 35,38
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PERSEVERNAÇA
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O livro de
Hebreus encoraja os crentes a perseverarem em sua fé e conduta cristã, também
ao enfrentarem perseguições e pressões.
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Hb 10.36
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SANTIDADE
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Um seguidor
de Cristo torna-se santo (santificado)
pela oblação do corpo de Jesus Cristo. Santidade significa ser completamente
devotado ou dedicado a Deus, consagrado para o seu uso especial, e separado
do pecado e da sua influência. A santidade vem de um desejo sincero de obedecer
a Deus e da devoção incondicional a Ele.
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Hb 10.10; 12.14
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Conclusão
Jesus veio para fazer a vontade do Pai. Essa
vontade é a nova aliança que tomou o lugar da antiga aliança. Por meio de sua
morte e ressurreição, Jesus Cristo revogou a primeira aliança e instituiu a
segunda. Os seguidores de Jesus receberam a dádiva da nova Aliança por meio do
sangue do seu santo, Filho, Jesus (veja Hb 9.12,14; 10.19,29; 12.24; 13.12,20).
Sob esta nova aliança, como vimos a cima, temos privilégios e responsabilidades
em ralação a Deus e para com nosso irmãos em Cristo Jesus. Visto que temos responsabilidades e
privilégios, através do sangue de Jesus, é essencial que todo cristão obedeça a
Deus e agrade ao Pai em todas as coisas.
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