Doença: Falta ou perturbação da saúde;
moléstia, mal, enfermidade.
Os dias
que antecederão a segunda vinda de Cristo serão marcados por um sensível
aumento da iniquidade sobre o mundo. As pessoas estarão, nesse tempo, mais
propensas a certas enfermidades do espírito tais como egoísmo, perversão e
crueldade. Conforme vaticinou nosso Senhor Jesus, a maldade se multiplicará e o
"amor de muitos se esfriará". Todavia, "aquele que perseverar
até ao fim será salvo" (Mt 24.12,13).
Nesta
lição, estudaremos algumas das "doenças" que caracterizam a sociedade
desses tempos difíceis e trabalhosos, conforme nos mostra o texto em estudo.
I.
DOENÇAS NA ÁREA INTRAPESSOAL
Muitas
dessas enfermidades espirituais do homem sem Deus são internas ou
intrapessoais. Vejamos algumas das mais severas e perniciosas.
1)
Orgulho e Vaidade.
Muitos se
gabam de seus próprios atos e glorificam suas realizações com o único intuito
de impressionar as pessoas. São os adeptos do culto à personalidade (Sl 4.2;
94.11; 144.4; Jr 2.5), os presunçosos, soberbos que desejam ardentemente fama e
projeção social (Ec 1.2; Mt 23.2-7; Ef 4.17-19). Estes são os que se julgam
superiores aos outros, e desprezam os que estão abaixo de sua condição
privilegiada (Pv 11.2; 16.18; 21.4).
2)
Egoísmo e Avareza.
Essas
enfermidades caracterizam os chamados "amantes de si mesmos". Elas
fazem com que as pessoas sejam individualistas e nutram desejos irrefreáveis de
alcançar seus interesses pessoais em detrimento do respeito e amor pelo outro.
O egoísta
é ambicioso e narcisista: adora a si mesmo (2 Tm 3.2). Já o avarento,
"amante do dinheiro", é obcecado pelo lucro (Pv 21.6). Nestes últimos
dias, o materialismo tem levado as pessoas a se digladiarem pelo vil metal e,
infelizmente, as promessas de "fortuna fácil" têm atingido os
púlpitos de muitas igrejas (1 Tm 6.10). Todavia, a Palavra de Deus é incisiva:
"guardai-vos da avareza" (Lc 12.15-21; Hb 13.5).
3)
Incontinência.
Essa é a
doença que faz com que as pessoas não tenham domínio de si mesmas, isto é, não
consigam refrear seus impulsos naturais dominados pelo pecado. Isso fica claro
em Romanos 1.23-32, quando a Bíblia nos adverte enfaticamente acerca desta
condição pecaminosa. A Palavra de Deus nos admoesta a fazermos tudo com
moderação, autocontrole e disciplina (Gl 5.22; 2 Tm 1.7). Porém, muitas vezes a
incontinência leva as pessoas a rejeitarem a Deus, se entregando à
libertinagem, à prostituição e aos vícios infames.
II. DOENÇAS
NA ÁREA SOCIAL
Como
podemos depreender do texto bíblico em estudo, o pecado Original não afetou
apenas o indivíduo, mas também seus relacionamentos. Dentre as enfermidades
sociais desses tempos difíceis podemos destacar:
1)
Desobediência aos pais e ingratidão.
É de se
notar que ao longo da história, a cultura anticristã tem incentivado a
desobediência ao mandamento divino, explícito em Êxodo 20.12, que ordena aos
filhos honrar pai e mãe. Entretanto, nada se compara a insubordinação obstinada
dos filhos aos pais nesses últimos dias (Rm 1.30; 1 Tm 1.9). Lembremos que a
responsabilidade de educar os filhos não é dos avós, nem da escola e igreja,
muito menos do Estado. Esse dever é dos pais (Dt 6.6,7; Sl 127.3-5; Pv 22.6). A
ingratidão, por sua vez, é uma consequência da apostasia destes últimos tempos.
Sempre que há uma ascensão do paganismo e do pecado, os homens tendem à
ingratidão (Rm 1.21).
2)
Desamor e Crueldade.
Há por
toda parte pessoas desprovidas de "afeto natural", isto é, que não
têm afeição, amor e cuidado nem mesmo pela própria família. São pais
desafeiçoados aos filhos, e filhos que não têm a menor consideração e carinho
pelos pais (1 Tm 1.9; Ef 6.1-4). Desde o passado distante, o desamor e a
crueldade têm caminhado juntos revelando a irracionalidade e a selvageria dos
homens (Êx 1.22; 2 Rs 25.7). A Bíblia nos alerta sobre os que "respiram
crueldade" contra seus desafetos (Sl 27.12). A falta de afeição dos ímpios
faz com que até seus animais sofram (Pv 12.10 cf. Nm 22.27). Não nos enganemos!
Os "últimos dias" não serão menos violentos que os do tempo
pré-diluviano (Gn 6.5,11).
3) Dureza
de coração e Calúnia.
O perdão
e a reconciliação são atributos necessários à convivência social e religiosa.
Porém, a Palavra de Deus nos adverte que nos últimos dias, os homens
tornar-se-ão irretratáveis, "duros de coração", e incapazes de
perdoar. Nas regras de sobrevivência do mundo moderno não há espaço para a
compaixão e perdão. Jesus, em seu conhecido sermão do monte, condenou taxativamente
o rancor vingativo, e enobreceu a mansidão e a graça (Mt 5.5,9,21-26; 11.29; Mc
11.25). A calúnia, no original "diábolos", é outra doença terrível
desse século. São caluniadores aqueles que se comprazem em depreciar a honra e
a moral alheia (Tt 2.3). O difamador, diz a Bíblia, "separa os maiores
amigos" (Pv 16.28).
4)
Traição e Hipocrisia.
São
desvios de caráter próprios de certos executivos e políticos que se orgulham de
enganar seus concorrentes e descumprirem suas promessas em razão de suas
conveniências pessoais (Is 32.6; Lc 12.1; 1 Tm 4.2). Infelizmente, essas
doenças atingem todas as áreas e níveis da sociedade (Is 9.17; Mt 6.2,5,16).
Não nos esqueçamos que até no colégio apostólico houve um discípulo traidor e
hipócrita (Mt 26.47-50; Jo 12.3-6). Assim como Judas, muitos têm aparência de
piedade, mas são lobos devoradores (Mt 7.15).
5)
Aversão ao bem.
Nos
últimos dias, diz-nos a Palavra de Deus, os homens serão inimigos do bem e
negar-se-ão a praticá-lo. Desprezarão os bons e amarão os maus (Sl 14.1; Pv
28.5; 2 Tm 3.13).
Atualmente,
a indústria do entretenimento tem induzido nossas crianças a gostarem de
"heróis" de caráter explicitamente mau, seres demoníacos e monstros
malignos através de jogos eletrônicos e das histórias em quadrinhos. Contudo, o
cristão deve ser "amigo do bem" (Tt 1.8).
6) Abuso
de poder.
Diz
respeito aos homens obstinados, orgulhosos e atrevidos que abusam do poder
temporário, cultuando a própria personalidade (Ez 28.5-8; Jo 19.10,11; At
12.20-23). Aqui também estão incluídos aqueles obreiros de ministérios
independentes, que não obedecem nem prestam contas a ninguém (2 Cr 26.18-21).
Reconsideremos o exemplo do servo que espancava os conservos na ausência de seu
senhor (Mt 24.46-51). A Escritura exorta à obediência aos pastores (Hb 13.7,17;
1 Ts 5.12,13), mas ordena que o ministro presida "com cuidado" e
"governe bem" (Rm 12.8c; 1 Tm 5.17).
III.
DOENÇAS NA ÁREA RELIGIOSA
O pecado
prejudicou o relacionamento do homem consigo, com os outros e com Deus. Neste
século perverso os principais pecados contra Deus são:
1)
Blasfêmia e Irreverência.
Os
blasfemos são os que difamam a honra alheia. Há os que ultrajam a glória de
Deus (Lv 24.16; Mt 12.22-32; 15.19; Mc 3.28,29), e aqueles que difamam o
comportamento religioso do cristão e a doutrina (At 26.9-11; 1 Tm 6.1; Tg
2.6,7). Não devemos, porém, dar motivos para os ímpios blasfemarem contra o
Senhor e o Evangelho (2 Sm 12.14; 1 Tm 6.1). Os blasfemos também são
irreverentes. O termo "irreverente" significa "ímpio" ou
"sem respeito pelo sagrado". No final dos tempos os homens se
afastarão de Deus a ponto de perderem o respeito pelas coisas santas.
Lamentavelmente, a pior profanação, algumas vezes, manifesta-se na Casa de
Deus, com a falta de sinceridade e irreverência durante o culto divino (Sl
93.5; Is 56.7; Mc 11.17).
2) Apego
aos prazeres mundanos.
A Bíblia
vaticina que nos últimos dias os homens viverão em função do aprazimento deste
mundo (Lc 12.19), isto é, serão "mais amigos dos deleites do que amigos de
Deus". O estilo de vida mundano, chamado atualmente de hedonismo, prega
que o principal alvo da vida humana é a obtenção do prazer, a fim de evitar a
dor e o sofrimento (Pv 21.17; 2 Pe 2.13). Porém, a Palavra de Deus nos
assevera: "glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus" (1 Co 6.20).
CONCLUSÃO
A Bíblia,
em Efésios 6.10-18, afirma que devemos nos fortalecer no Senhor e nos revestir
de toda a armadura de Deus, a fim de que estejamos firmes contra as astutas
ciladas do Diabo e possamos resistir "no dia mau". Esse
"dia" é agora! Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos
das armas da luz (Rm 13.12).
Fonte: Lições Bíblicas Jovens e Adultos,
3º Trimestre de 2008 -CPAD