Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD

Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo

Lição 8 - Uma Aliança Superior

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O capítulo oito da carta aos Hebreus apresenta Jesus como mediador da nova aliança (8.6-13. No versículo um, Jesus é o sumo sacerdote à direita do trono da Majestade nos céus. Ele é o ministro do santuário. No versículo seis, Jesus obteve um ministério tanto mais excelente, com base em superiores promessas (Hb 8.1,6, NAA - Nova Almeida Atualizada). Os capítulos 8 -10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro de adoração do Antigo Testamento.
É duplo o propósito do autor:

1) contrastar o serviço do sumo  sacerdote no santuário terrestre, segundo o antigo concerto, com o ministério de Cristo como sumo sacerdote no santuário celestial segundo o novo concerto; e

2) demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério de Cristo que estabeleceu o novo concerto.

I. MEDIADOR DA NOVA ALIANÇA (Hb 8.6-13)

O termo “mediador” (no original grego mesites) transmite a ideia de “alguém que fica no meio, unindo duas pessoas com mãos fortes”. Portanto, a “Nova Aliança” (um nome ainda melhor para Novo Testamento), da qual Jesus Cristo é o nosso único e suficiente mediador, é superior à “Velha Aliança” (ou Antigo Testamento), estabelecida por Deus mediante Moisés no deserto do Sinai (9.15; 12.24; Êx 24.7,8; 25.40; 1Tm 2.5).

Na Bíblia a palavra grega que sempre se usa para aliança é diatheke. Comumente uma aliança é um acordo entre duas pessoas. O acordo depende de condições que ambas as partes aceitam: se alguém romper as condições da aliança, a própria aliança fica anulada.
1. Diferentes alianças na Bíblia.

As Escrituras também nos informam que Deus estabeleceu 8 grandes alianças, com os homens.

  Ø São elas[1]:
(1) A Aliança Edênica (Gn 2.16) condiciona a vida do homem no estado de inocência.
(2) A Aliança Adâmica (Gn 3.14) condiciona a vida dos homens caídos e promete um Redentor.
(3) A Aliança Noética (Gn 9.16) estabelece um princípio: a vida na terra está sob governo humano.
(4) A Aliança Abraâmica (Gn 12.2) funda a nação de Israel e confirma, com acréscimos específicos, a promessa de redenção feita a Adão.
(5) A Aliança Mosaica (Êx 19.5) condena todos os homens, "porque todos pecaram" (Rm 3.23; 5.12).
(6) A Aliança Israelita (Dt 30.3) assegura a restauração final e a conversão de Israel.
(7) A Aliança Davídica (2Sm 7.16) estabelece a perpetuidade da família davídica (cumprida em Cristo, Mt 1.1; Lc 1.31-33; Rm 1.3) e do reino davídico sobre Israel e sobre toda a terra, que será cumprida em Cristo e por meio dele (2Sm 7.8-17; Zc 12.8; Lc 1.31 - 33; At 15.14-18; 1 Co 15.24).
(8) A Nova Aliança (Hb 8.8,) se baseia no sacrifício de Cristo e assegura a bênção eterna a todos os que creem, bênção prometida pela Aliança Abraâmica (Gl 3.13-29). É absolutamente incondicional e, pelo fato de não impor nenhuma responsabilidade ao homem, é definitiva e irreversível.
A Nova Aliança, a última das oito grandes alianças das Escrituras, é
(1) "melhor" (Hb 8.6) do que a Aliança Mosaica (Êx 19.5), não moralmente, mas quanto a sua eficácia (Hb 7.19; comp. Rm 8.3,4).

(2) Está fundamentada sobre promessas melhores (i.e., incondicionais). Na Aliança Mosaica, Deus disse: "Se (...) guardardes" (Êx 19.5); na Nova Aliança, ele não impõe condições (Hb 8.10,12).

(3) Sob a Aliança Mosaica, a obediência nascia do temor (2.2; 12.25-27); sob a Nova Aliança, ela é produto da disposição da mente e do coração (8.10),

(4) A Nova Aliança assegura a revelação pessoal do Senhor a todo crente (Hb 8. 11).

(5) Ela assegura completo perdão de pecados (Hb 8. 12; 10.17; comp. 10.3).

(6) Baseia-se numa redenção consumada (Mt 26.27,28; 1Co 11.25; Hb 9.11,12,18,23). Lembre-se de que no NT a palavra gr. diatheke é traduzida tanto por "testamento" como por "aliança".

(7) Ela assegura a perpetuidade, conversão futura e bênção de um Israel arrependido, com quem a Nova Aliança ainda será ratificada (10.9; comp. Jr 31.31-40).

2. Jesus e as oito Alianças.

A relação de Cristo com as oito Alianças é a seguinte:
(1) Quanto à Aliança Edênica, como "segundo homem" e "último Adão" (1 Co 15.45-47), Cristo toma o lugar sobre todas as coisas, lugar que o primeiro Adão perdeu (Cl 2.10; Hb 2.7-9).

(2) Ele é a Semente da mulher da Aliança Adâmica (Gn 3.15; Jo 12.31; Gl 4.4; 1Jo 3.8; Ap 20.10) e cumpriu as condições de trabalho árduo (Mc 6.3) e de obediência (Fp 2.8; Hb 5.8).

(3) Como o maior filho de Sem, nele se cumpriu de forma suprema a promessa feita a Sem na Aliança Noética (Gn 9.16; Cl 2.9).

(4) Ele é o Descendente a quem foram feitas as promessas na Aliança Abraâmica, o Filho de Abraão obediente até a morte (Gn 22.18; Gl 3.16; Fp 2.8).

(5) Ele viveu sem pecado sob a Aliança Mosaica e levou por nós a maldição dessa aliança (Gl 3.10-13).

(6) Ele viveu em obediência como um judeu na Judeia, terra da Aliança Israelita, e cumprirá suas promessas da graça (Dt 28.1-30.9).
(7) Ele é o Descendente, o Herdeiro e o Rei da Aliança Davídica (Mt 1.1; Lc 1.31-33).

(8) Seu sacrifício é o fundamento da Nova Aliança (M126.28; 1Co 11.25).

A Nova Aliança, que foi selada com o sangue de Cristo. Esta última é um legado da graça divina e entrou em vigor com a morte de Cristo (Mt 26.28; 1Pe 1.4). Todas as alianças foram de alguma forma repreensíveis por causa da fraqueza humana. Mas o pacto feito por Deus e selado com a morte de seu Filho é eterno e irrepreensível em si mesmo e em sua forma de aplicação!

3. Jesus é o mediador da nova aliança.
O autor de Hebreus afirma claramente que, agora, Jesus Cristo "é o Mediador da nova aliança" (Hb 9.15) e repete essa declaração mais adiante (Hb 12.24).

A promessa mencionada em Hebreus 8.8, da Nova Aliança cita especificamente "a casa de Israel e [...] a casa de Judá".
Qual é, então, a relação entre essa nova aliança prometida a Israel, mas experimentada hoje pela Igreja? Ou, em outras palavras, como foi possível Deus prometer essas bênçãos aos judeus, mudar o plano e concedê-las à Igreja?
Talvez a resposta possa ser encontrada no princípio de Deus que determina "primeiro do judeu" (Rm 1.16). Deus prometeu a nova aliança para seu povo, mas as bênçãos dessa aliança estão envoltas no Filho de Deus, Jesus Cristo. Ele é o Mediador da nova aliança.

Quando Jesus começou seu ministério aqui na Terra, dirigiu-se primeiramente ao próprio povo (Mt 15.24). Quando enviou seus discípulos, ordenou que ficassem somente em Israel (Mt 10:5, 6). Quando comissionou a Igreja a testemunhar, orientou-a a começar em Jerusalém (Lc 24.46-48; At 1.8). A mensagem de Pedro em Pentecostes foi dirigida somente aos judeus e aos gentios prosélitos (ver At 2.14, 22, 36).

No segundo sermão de Pedro do qual temos registro, o apóstolo afirma claramente que as boas-novas do evangelho iriam primeiro aos judeus (At 3.25, 26).

Mas a nação rejeitou a mensagem e os mensageiros. Apesar de ser verdade que milhares de indivíduos creram em Cristo e foram salvos, também é verdade que, em sua maioria, a nação rejeitou a Palavra e que seus líderes religiosos se opuseram ao ministério da Igreja. Um dos resultados foi o apedrejamento de Estêvão (At 7).

Mas o que Deus fez em resposta?
O evangelho passou de Jerusalém para a Judéia e, de lá, para a Samaria (At 8), de onde foi levado, então, para os gentios (At 10). A Igreja de hoje é constituída de judeus e de gentios regenerados que são um só corpo em Cristo (Ef 2.11-22; Gl 3.27-29). Todos os que estão "em Cristo" compartilham a nova aliança que foi comprada na cruz. Hoje, as bênçãos da nova aliança aplicam-se a indivíduos. Quando Jesus vier em glória para redimir Israel, as bênçãos da nova aliança se aplicarão a essa nação aflita. Ao ler todo o capítulo 31 de Jeremias, vemos o que Deus planejou para Israel, seu povo.

SUMO SACERDOTE À DIREITA DO TRONO DA MAJESTADE

1. Jesus assentado à direita o Pai (Hb 1.3; 8.1; Hb 10.12; 12.2)
Jesus Cristo não está apenas "assentado". O lugar onde está assentado acrescenta glória a sua pessoa e a sua obra. Ele está assentado no trono do céu à direita do Pai. Tal verdade momentosa já foi apresentada nesta epístola (Hb 1:3). Esta é a prova final de sua glória. Não pode haver maior glória que a de Jesus em sua ascensão e exaltação. Sua glória é nada menos que a glória da majestade de Deus.

2. A entronização de Jesus.
Essa entronização cumpriu a promessa do Pai para o Filho: "Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés" (SI 110.1). Além de o sumo sacerdote de Israel nunca se assentar no tabernáculo, também nunca se assentava em um trono. Somente um sacerdote na " qualidade de Melquisedeque" poderia ser entronizado, pois Melquisedeque era rei e sacerdote (Hb 7.1).

SUPERIORES PROMESSAS (Hb 8.6-13)

1. A promessa de transformação interior (v. 10).

A Lei de Moisés poderia declarar o padrão sagrado de Deus, mas não era capaz de prover o poder necessário para a obediência. Os pecadores precisam de um novo coração e de uma nova disposição interior, algo que somente a nova aliança pode oferecer.

Quando um pecador crê em Jesus Cristo, recebe em seu interior uma natureza divina (2 Pe 1.1-4) que cria um desejo de amar e obedecer a Deus. Os pecadores são inatamente odiosos e desobedientes (Tt 3.3-7); mas a nova natureza dá a cada cristão tanto o desejo quanto as forças para ter uma vida piedosa.

A Lei era exterior: os preceitos de Deus estavam escritos em tábuas de pedra. Mas, por meio da nova aliança, a Palavra de Deus pode ser escrita no coração e na mente do ser humano (2 Co 3.1-3). A graça de Deus permite uma transformação interior que torna o cristão submisso cada vez mais semelhante a Jesus Cristo (2 Co 3.18).

2. A promessa de perdão para todos (vv.11, 12).
Não há perdão sob a Lei, pois a Lei não foi dada com esse propósito. "Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3.20). A Lei não podia prometer perdão sequer a Israel, quanto mais à humanidade.

Somente por meio do sacrifício de Jesus Cristo é que o perdão pode ser oferecido a todos que o invocam. Os sacrifícios do Antigo Testamento eram uma recordação dos pecados, não uma remissão dos pecados (Hb 10.1-3, 18).

Hebreus 8.11 cita Jeremias 31.34. Refere- se ao dia em que Israel será reunida com Judá (Hb 8.8) e se regozijará no reino prometido (Jr 31.1-14). Nesse dia, não será necessário compartilhar o evangelho com outros, pois todos conhecerão o Senhor pessoalmente. Mas, até então, é tanto nosso privilégio quanto responsabilidade compartilhar a mensagem do evangelho com o mundo perdido.

O que significa a declaração de que Deus não se lembra mais de nossos pecados e iniquidades? (Hb 8.12).
A expressão "dos seus pecados jamais me lembrarei" significa "não mais os acusarei de seus pecados". Deus se lembra daquilo que fizemos, mas não nos acusa.

3. A promessa de bênção eterna (v. 13).
A antiga aliança ainda governava a nação de Israel quando esta epístola foi escrita. O templo continuava em pé, e os sacerdotes ofereciam os devidos sacrifícios. E provável que os judeus devotos pensassem que seus compatriotas cristãos eram loucos de abandonar uma "religião sólida" em troca de uma fé aparentemente intangível. O que os judeus incrédulos não percebiam era que sua "religião sólida" havia se tornado obsoleta e estava preste a desaparecer. No ano 70 d.C., a cidade de Jerusalém e o templo foram
destruídos pelos romanos, e, desde então, os judeus não têm mais templo nem sacerdócio para lhes servir (ver Os 3.4).

A nova aliança, porém, traz bênção eterna. Jesus Cristo é o "Autor da salvação eterna" (Hb 5.9) e da "eterna redenção" (Hb 9.12). A nova aliança jamais se tornará obsoleta nem desaparecerá. O termo grego traduzido por "novo" significa "inédito em qualidade" e não "cronologicamente novo". Essa nova
aliança é de tal qualidade que jamais precisará ser substituída!

Conclusão
Como vivos nos estudo de hoje, foi Jesus quem instituiu a nova aliança ou o novo testamento (ambas as ideias estão contidas na palavra grega diatheke — testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do Antigo Testamento. O novo concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto.

Não se deve concluir que a existência de uma nova aliança significa que a antiga estava errada e que a Lei não tem ministério algum hoje. As duas alianças foram dadas por Deus visando o bem das pessoas. Se Israel tivesse obedecido aos preceitos da antiga aliança, Deus os teria abençoado e estariam preparados para a vinda de seu Messias. Paulo ressalta que a antiga aliança teve sua parcela de glória (2 Co 3.7-11). Não devemos criticar nem subestimar a antiga aliança.
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[1] Para um estudo completo sobre essas alianças sugerimos que o leitor consulte a Bíblia de Estudo Scofilde, em especial a nota da página 17 – Gênese 12. A bíblia DAKE fala dessas e doutras alianças.