Além da guarda do
sábado, o Adventismo do Sétimo Dia diverge dos evangélicos em outros três
assuntos de capital importância. São eles: o estado da alma após a morte, o
destino final dos ímpios e de Satanás, e a obra da expiação.
1. O Estado da Alma Após a
Morte
O Adventismo ensina
que após a morte do corpo a alma é reduzida ao estado de silêncio, de
inatividade e de inteira in-consciência, isto é, entre a morte e a
ressurreição, os mortos dormem.
Este ensino contradiz
vários textos das Escrituras, dentre os quais destacam-se Lucas 16.22-30 e
Apocalipse 6.9,10.
APROFUNDE SEU CONHECIMENTO - LEIA TAMBÉM:
O primeiro texto registra a história do rico e Lázaro
logo após a morte, e mostra que o rico, estando no inferno,
a. levantou os olhos
e viu Lázaro no seio de Abraão (v.23);
b. clamou por
misericórdia (v.24);
c. teve sede (v.24);
d. sentiu-se atormentado (v.24);
e. rogou em favor dos
seus irmãos (v.27);
f. ainda tinha seus
irmãos em lembrança (v.28);
g. persistiu em rogar
a favor dos seus entes queridos (v.30).
Já o texto de
Apocalipse 6.9,10 trata da abertura do quinto selo, quando João viu debaixo do
altar "as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de
Deus e por causa do testemunho que sustentavam".
Segundo o registro de João, elas
a. clamavam com
grande voz (v.10);
b. inquiriram o
Senhor (v.10);
c. reconheceram a
soberania do Senhor (v.10);
d. lembravam-se de
acontecimentos da Terra (v.10);
e. clamavam por
vingança divina contra os ímpios (v. 10).
As expressões dormir ou sono usadas
na Bíblia para tipificar a morte falam da indiferença dos mortos para com os
acontecimentos normais da Terra e nunca para com aquilo que faz parte do
ambiente onde estão as almas desencarnadas. Assim como o subconsciente
continua ativo enquanto o corpo dorme, a alma do homem não cessa sua atividade
quando o corpo morre.
A palavra de Cristo
na cruz ao ladrão arrependido: "Em verdade te digo que hoje estarás
comigo no Paraíso" (Lc 23.43), é uma prova da consciência da alma
imediatamente após a morte.
No momento da
transfiguração de Cristo, Moisés não estava inconsciente e silencioso enquanto
falava com Cristo sobre a sua morte iminente (Mt 17.1-6).
2. O Destino Final dos Ímpios e Satanás
Spicer, um dos mais
lidos escritores adventistas, escreve: "O ensino positivo da Sagrada
Escritura é que o pecado e os pecadores serão exterminados para não mais
existirem. Haverá de novo um Universo limpo, quando estiver terminada a grande
controvérsia entre Cristo e Satanás". É evidente que este ensino entra em
contradição com as seguintes passagens: Daniel 12.2; Mateus 25.46; João 5.29 e
Apocalipse 20.10.
Daniel 12.2 e Mateus 25.46 estão de acordo ao afirmar
que:
a. Os justos
ressuscitarão para a vida e gozo eternos;
b. Os ímpios ressuscitarão
para vergonha e horror igualmente eternos.
Aqui, "vergonha
e horror eterno" não significa destruição ou aniquilamento. Estas palavras
falam do estado de separação entre Deus e o ímpio após a sua morte. Se for
certo que o ímpio será destruído, por que então terá ele de ressuscitar e
depois ser lançado no Lago de Fogo? (Mt 25.41). Apocalipse 14.10,11 diz que os
adoradores do Anticristo serão atormentados "e a fumaça de seu tormento
sobe pelos séculos dos séculos". Isto não é aniquilamento. Quanto à
pessoa de Satanás, Apocalipse 20.10 diz que ele, o Anticristo e o Falso
Profeta, "serão atormentados no Lago de Fogo pelos séculos dos
séculos", para sempre. Isto não é aniquilamento.
3. A Doutrina da Expiação
Segundo o Adventismo do Sétimo Dia, a doutrina da
expiação é explicada partindo do seguinte raciocínio:
a. Em 1844, Cristo começou a purificação do
santuário celestial.
b. O céu é a réplica
do santuário típico sobre a Terra, com dois compartimentos: o lugar santo e o
santo dos santos.
c. No primeiro
compartimento do santuário celestial, Cristo intercedeu durante dezoito séculos
(do ano 33 ao ano 1844), em prol dos pecadores penitentes, "entretanto
seus pecados permaneciam ainda no livro de registros".
d. A expiação de
Cristo permanecera inacabada, pois havia ainda uma tarefa a ser realizada, a
saber: a remoção de pecados do santuário no céu.
e. A doutrina do
santuário levou o Adventismo do Sétimo Dia finalmente a declarar: "Nós
discordamos da opinião de que a expiação foi efetuada na cruz, conforme
geralmente se admite".
Este ensino não pode
manter-se de pé, primeiramente porque foi concebido por uma pessoa (a senhora
White) de exagerado fanatismo e de muitas visões da carne; e segundo, porque é
incoerente com o tratamento do assunto nas Escrituras.
A Bíblia ensina que:
a. A obra expiatória
de Cristo é perfeita (Hb 7.27; 10.12,14).
b. A salvação do
crente é perfeita e imediata (Jo 5.24; 8.36; Rm8.1; 1 Jo 1.7).
LEIA TAMBÉM:
Fonte:
Seitas e Heresias| Autor: Raimundo F. de Oliveira| Reverberação: Subsídios EBD