Lições
Bíblicas 1° Trimestre de 2018, Jovens Professor – CPAD
TÍTULO:
Seu Reino não Terá Fim
Subtítulo:
Vida e obra de Jesus seguindo o Evangelho de Mateus
Comentarista:
Natalino das Neves
Classe:
Jovens
Aula: 28/01/2018
TEXTO
DO DIA
“Então, o diabo o deixou; e, eis que
chegaram os anjos e o serviram.” (Mt 4.11)
SÍNTESE
A narrativa da tentação de Jesus
enaltece a importância do conhecimento e do uso da Palavra de Deus contra os ataques
do Inimigo.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA
– Êx 16.3-8: Os hebreus tentaram a Deus no deserto com
suas murmurações
TERÇA
– Dt 8.3: Jesus rebate a primeira tentação do Diabo
QUARTA
– Sl 91: Deus promete proteger o justo
QUINTA
– Dt 6.16: Jesus rebate a segunda tentação do Diabo
SEXTA
– Sl 24.1: Do Senhor é a terra
SÁBADO
– Mt 4.10: Jesus rebate a terceira tentação do Diabo
OBJETIVOS
1.
MOSTRAR a tentação dos hebreus no deserto;
2.
EXPLICAR a tentação do uso do Templo para exploração;
3.
CONSCIENTIZAR a respeito dos perigos do uso indevido do
poder.
Leia também:
- Lições Bíblicas de Jovens – 1° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
- Lições Bíblicas de Adultos – 1° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
- Lições Bíblicas Juvenis - – 1° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
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INTERAÇÃO
É importante que você faça,
a cada aula, um planejamento. Todo planejamento deve ter os objetivos
específicos e para que eles sejam elaborados é preciso que o professor conheça
bem as características específicas de seus alunos.
O planejamento também deve
ter três componentes essenciais do processo ensino-aprendizagem: o método, os recursos
didáticos, a avaliação e o tempo que será utilizado para cada atividade. Caso
você não saiba como elaborar um plano de aula, procure fazer uma pesquisa na
internet a respeito desse tema ou consulte algumas obras a respeito de
didática. Você vai encontrar um vasto material e diferentes modelos de plano de
aula que vão auxiliá-lo.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor (a), sugerimos que para a
aula de hoje você separe três grupos. Cada grupo ficará responsável em ler,
estudar e apresentar um dos tópicos da lição. Escolha em cada grupo um líder
para conduzir as conversas.
Cada grupo terá o tempo
estimado de 10 minutos para discutir o tópico e dez minutos para apresentá-lo
para a turma. Você deverá ser o moderador da turma e fazer as considerações
finais. O tempo sugerido/estimado serve apenas como referência, você deverá
adaptar de acordo com o tempo disponibilizado pela sua superintendência de
Escola Dominical e o número de alunos.
TEXTO
BÍBLICO
Mateus
4.1-11
1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito
ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 E, tendo jejuado quarenta dias e
quarenta noites, depois teve fome;
3 E, chegando-se a ele o tentador,
disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está
escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de
Deus.
5 Então o diabo o transportou à Cidade
Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de
Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a
teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito:
Não tentarás o Senhor, teu Deus.
8 Novamente, o transportou o diabo a um
monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se,
prostrado, me adorares.
10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te,
Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele
servirás.
11 Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram
os anjos e o serviram.
INTRODUÇÃO
As pessoas tendem a acreditar que a
tentação de Jesus foi apenas momentânea. No entanto, Ele foi tentado pelo Diabo
durante toda
a sua vida terrena.
Segundo o Evangelho de Mateus, a primeira
tentação de Jesus está relacionada com as necessidades de sustento material e
tem conexão com o povo hebreu na travessia do deserto. A última está
relacionada à idolatria. Tal tentação nos mostra o risco que corremos ao dar
lugar ao impulso de se desfrutar das glórias do mundo, em detrimento da
adoração a Deus. Precisamos estar atentos.
I
- A TENTAÇÃO DOS HEBREUS NO DESERTO
1.
A relação de Mateus 4.1-4 com a caminhada dos israelitas no deserto.
Existe uma relação direta entre a
narrativa de Mateus 4.1-11 e a narrativa da travessia dos hebreus pelo deserto,
em especial nos capítulos 6, 7 e 8 de Deuteronômio. O texto de Mateus 4.1-11
está diretamente relacionado ao livro de Deuteronômio, que narra a história dos
hebreus enquanto caminhavam no deserto rumo à Terra Prometida. A única exceção
é o Salmo 91.11,12. Conhecer as Escrituras foi fundamental para as respostas de
Jesus ao Adversário. Ele reage cada tentação citando a Palavra de Deus e extraindo
o princípio de cada passagem mencionada. É recomendado estudar a tentação de
Jesus em paralelo com os textos de Deuteronômio.
2.
A tentação de Israel no deserto durou 40 anos.
A tentação de Jesus se assemelha ao
Haggadah, um dos mais importantes textos da tradição judaica. No início da
Páscoa, judeus de todos os cantos da Terra se reúnem para lê-lo ao redor da mesa.
Ele contém a narrativa do êxodo do Egito. Uma celebração da passagem dos
israelitas da escravidão para a liberdade, passando pelo deserto.
Os hebreus saíram da escravidão do Egito,
onde abundava a injustiça, com a incumbência de criar uma sociedade justa na
terra que o Senhor os mandaria. Eles tiveram, necessariamente, de passar pelo deserto
e permanecer nele por 40 anos, porém muitos dentre o povo, diante das condições
adversas do deserto, colocaram em dúvida a proteção e o cuidado de Deus,
tentando-o por diversas vezes (Êx 16.3-8). Por isso, a maioria das pessoas que
saíram do Egito não entrou na Terra Prometida. Aprendemos que o deserto é lugar
de fome (Mt 4.2-4), porém também é lugar de provisão, aliança, purificação e encontro
com Deus (Êx 19.1-19; Os 2.14).
3.
A tentação de Jesus no deserto por 40 dias.
Os quarenta dias de jejum de Jesus
recordam os quarenta anos de
Israel no deserto. O jejum por 40 dias
não era uma inovação, pois Moisés (Êx 24.18) e Elias (1Rs 19.8) também jejuaram
este mesmo tempo. O número 40 é utilizado várias vezes na Bíblia (Gn 7,4,12; Êx
24.18; Dt 9. 9) e quando se refere a dias ou anos pode significar um período necessário
e suficiente para determinada ação.
Jesus foi desafiado, como Filho de Deus,
a fazer uso de seus atributos divinos para satisfazer suas necessidades humanas,
mas Ele rebate a tentação utilizando a Palavra de Deus. Enquanto o povo hebreu
murmura contra Deus por causa da fome, Jesus segue submisso a Deus a fim de
cumprir sua missão.
Pense!
O povo hebreu e Jesus responderam de
forma diferente diante das tentações no deserto. E você, como se comporta
quando passa pelo deserto, pelas provações?
Ponto
Importante
Conhecer as Escrituras foi fundamental
para as respostas de Jesus ao Inimigo. A Palavra de Deus é uma arma eficiente
contra as tentações.
II
– A TENTAÇÃO DO USO DO TEMPLO PARA EXPLORAÇÃO
1.
A tentação de mercantilizar a religião (Mt 4.5,6).
O local da segunda tentação é o lugar mais
alto do Templo. O pináculo demonstra a responsabilidade de estar no ponto mais
alto do poder religioso, e quem assume tal “poder” precisa ter muito cuidado,
pois também será tentado pelo Diabo para usá-lo mal. O Inimigo cita o Salmo 91,
em que Deus promete proteger o justo. No entanto, isso não quer dizer que o
cristão será beneficiado em troca de sua fidelidade. Infelizmente muitos pregam
um relacionamento mercantil com Deus. Jesus descartou esse procedimento
afirmando que os seus discípulos também passariam
por aflições (Jo 16.33).
A sociedade atual é consumista, tendo como
principais características o imediatismo, e em resposta a essa sociedade algumas
instituições religiosas oferecem uma teologia consumista.
Promessas de experiências inovadoras, com
resultados imediatistas, em maior quantidade e menor esforço. Em troca, exigem a
fidelização dos “consumidores espirituais”, além de sua passividade, cumplicidade
e submissão cega. Essa relação de poder beneficia somente algumas pessoas, que
não se interessam pelos fiéis, mas pelo sistema de poder que monopolizam.
Diferente da teologia pregada por Jesus, que privilegiava a solidariedade, a
vida em comunidade, simples e sem excesso de consumo. A mercantilização da
sociedade tem moldado práticas religiosas antiblíblicas e prestado um serviço
ao materialismo.
2.
A tentação de fazer de Deus um instrumento de ostentação.
Em uma das respostas de Jesus, Ele cita
Deuteronômio 6.16: “Não tentareis o SENHOR, vosso Deus [...]”. O texto se refere
ao episódio ocorrido em Massá (Êx 17.1-7), onde os israelitas tentaram a Deus, exigindo
que Ele provasse o seu poder providenciando água para beber. Infelizmente,
muitos ainda acham que podem determinar o que Deus deve fazer. Muitos falsos
profetas usam do
autoritarismo em supostas “visões e revelações”,
visando à manutenção dos benefícios e interesses próprios. Eles se apresentam
como pessoas com o suposto poder de manipular a ação de Deus (“tentam” a Deus).
Estes se presentam como pessoas de fé, mas na realidade se comportam como
ateus, pois agem como se Deus não existisse para julgar o seus atos
pecaminosos.
3.
As distorções que prejudicam o cristianismo.
A atuação dos falsos profetas que
querem mercantilizar a fé cristã
e a ideia erronea de “manipular a
Deus”, acabam por prejudicar o cristianismo e a pregação da Palavra de Deus.
Jesus curou e libertou muitas pessoas, mas Ele nunca tirou vantagem ou usou sua
posição de profeta para manipular as pessoas com seus discursos. Mateus 7.28,29
afirma que as multidões se maravilhavam com o seu ensino e reconheciam sua
autoridade como divina, pois não estava baseada na sua persuasão, mas no
exemplo de vida.
Pense!
Jesus privilegiava a solidariedade, o
amor ao próximo e uma vida
sem excesso de consumo.
Ponto
Importante
Jesus tinha autoridade e nunca usou de
suas qualificações em seu
benefício próprio.
III
– A TENTAÇÃO DO USO INDEVIDO DO PODER
1.
O poder dos impérios e reinos deste mundo.
A grande altura do monte e a
visualização de todos os reinos dão
a sensação de poder. O ser humano tem a
tendência de desejar o poder; a diferença é que alguns têm equilíbrio, enquanto
outros não se importam com os meios para conquistá-lo.
2.
O poder conquistado à custa da opressão e exploração do povo não provém de
Deus.
O texto dá a entender que o Diabo
domina os reinos do mundo, pois ele tem a petulância de oferecê-los a Jesus,
como se estivessem em seu poder.
Que
mundo é esse? Provavelmente, Mateus está falando do
controle da vida política, social, econômica e religiosa. Portanto, um mundo
que necessita da intervenção divina para ser justo.
O Diabo tenta negociar esse poder, mas
Jesus rejeita e o vence. Sua vitória
final é na cruz, ou seja, no
cumprimento da sua missão e com o recebimento de um corpo glorificado. O próprio
Mateus descreve que esse Jesus ressurreto recebeu o poder e a autoridade, pois é
o Criador de todas as coisas. Esse poder e autoridade são ilimitados,
pois é sobre a Terra e também sobre o
céu (Mt 28.18).
3.
O poder idolátrico dos reinos deste mundo.
Todos aqueles que aguardavam a promessa
messiânica tinham sua
atenção voltada para a cidade de Sião. Essa
atenção e centralidade estavam relacionadas com o fato de Sião ser um centro de
adoração de todos os povos e um lugar de bênçãos. Um reino com
o poder de prover as necessidades dos povos
do mundo, com certeza receberia as “glórias” desses povos. Tal poder era e é
realmente tentador. Com a tentação de Jesus também podemos aprender que mesmo
alguém que pensa no bem do próximo também pode ser tentado a receber glórias para
si. Por isso, a importância de se estar em sincronia com Deus e sua vontade.
Jesus estava totalmente comprometido em
cumprir a vontade do Pai, mesmo que fosse necessário sofrer dores, perseguição
e morrer na cruz. A cruz de Cristo deve ser o real motivo pelo qual realizamos
a obra de Deus.
Pense!
Por que muitas pessoas que iniciam seu
ministério na obra de Deus com amor e lealdade, com o aumento do “poder” e da
fama, acabam por se perderem?
Ponto
Importante
Jesus estava consciente que para cumprir
sua missão e os propósitos de Deus deveria trilhar pacientemente o caminho da
cruz e não o da glória humana.
SUBSÍDIOS
1
Depois de seu batismo e
afirmação por Deus, Jesus foi levado para o deserto pelo Espírito de Deus, e
ali jejuou por quarenta dias e noites. Há um paralelo direto com Israel, o povo
de Deus, no Antigo Testamento. Depois de eles atravessarem o mar Vermelho (batismo)
e fazerem uma aliança com Deus (afirmação da missão e identidade), os
israelitas passaram quarenta anos no deserto, onde a fé e a obediência a Deus
foram testadas (Dt 8.2). Agora, o verdadeiro Filho de Deus também tinha de
experimentar esse teste, mas, de forma distinta de Israel, Ele teria de confiar
perfeitamente no Pai e obedecer a Ele de forma plena (Hb 4.15).
Mateus e Lucas registram
três tentações específicas que Satanás apresentou a Jesus; ainda assim, nosso Salvador,
em cada caso, resistiu citando versículos de Deuteronômio (8.3;6.16,13). As
tentações de Satanás levaram os primeiros seres humanos a duvidar da Palavra de
Deus, mas Jesus firmou-se na verdade da Palavra. Em cada uma das tentações, Jesus
foi desafiado sobre a compreensão de sua missão e identidade (‘Se tu és o Filho
de Deus [...]’). Primeiro, Satanás tenta Jesus para que provesse pão para si
mesmo, mas Jesus responde citando Deuteronômio 8.3. Os israelitas no deserto
murmuraram para ter pão e, só de forma muito relutante, confiaram na Palavra de
Deus para prover o maná que necessitavam” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 81).
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que a fidelidade
a Deus deve preceder a satisfação pessoal e de bens materiais. Aprendemos
também que Deus não pode ser tentado pelo mal e seu nome não deve ser usado em
benefício próprio. Como crentes não devemos buscar a glória para nós, mas
glorificar a Deus. Precisamos estar sempre vigilantes, pois todos os cristãos
passam pelo modelo das tentações de Jesus e o caminho da vitória também é o
mesmo: conhecer a Palavra de Deus e fazer a vontade divina.
HORA
DA REVISÃO
1. Como Jesus reagiu a cada
tentação?
Ele reagiu cada tentação citando a
Palavra de Deus e extraindo o princípio de cada passagem mencionada.
2. De acordo com a lição, a
tentação de Jesus se assemelha a quê?
A tentação de Jesus se assemelha ao
Haggadah, um dos mais importantes textos da tradição judaica.
3. Quanto tempo durou a
tentação de Jesus no deserto?
A tentação de Jesus no deserto durou 40
dias.
4. O que representa a
terceira tentação?
A tentação do uso indevido do poder.
5. Segundo a lição, explique
a centralidade em Sião.
Sião era um centro de adoração de todos
os povos e um lugar de bênção.
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