Obs. Este
artigo é parte do subsídio para a lição bíblica da classe de Adultos.
O homem é salvo mediante a graça de Deus, sem as obras da lei (Rm
3.24; 4.16; 5.2,15,18; Gl 2.16,21;3.2). E esta graça não autoriza o crente a
pecar, pelo contrário, liberta o homem do poder do pecado (Rm
5.20,6.1,2,11-15).
O QUE É A GRAÇA
1. Definição.
O termo graça, do original charis,
é usado cerca de cem vezes nas epístolas paulinas. Destas, vinte e quatro
aparecem apenas em Romanos (1.5,7; 3.24; 4.4; 4.16; 5.2,15, 17, 18, 20,21;
6.1,14, 15; 11.5,6; 12.3,6; 15.15; 16.20,24). Na Antiga Aliança, o termo
hebraico hesed corresponde ao sentido
do Novo Testamento. Em diversas passagens é traduzido por "favor",
"misericórdia", "bondade amorosa", ou "graça que
procede de Deus" (Êx 34.6; Ne 9.17; SI 103.8; Jn 4.2).
No contexto da doutrina da salvação, charis (graça) é o favor imerecido de Deus, mediante a qual os
homens são salvos por meio de Cristo (Ef 1.7; 2.5,8; Rm 2.24; Tito 2.14).
2. A graça na trindade.
a) O Pai é a fonte de toda graça.
Ele formulou o concerto de graça e preparou um meio pelo qual "os
pecadores banidos da presença dEle, não fossem expulsos dEle". Na
plenitude dos tempos mandou Seu Filho ao mundo para servir como mediador da
graça.
b) O Filho eterno é o canal de graça.
O único meio pelo qual a graça de Deus pode atingir o pecador é
através de nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que rejeita a graça de Deus jamais
deve se considerar como beneficiário da graça de Deus! Sua obra reconciliou
graça e justiça, como está escrito: "A misericórdia e a verdade se
encontraram; a justiça e a paz se beijaram". Salmo 85.10.
c) O Espírito Santo é o administrador da graça.
Sem a graciosa operação do Espírito Santo na conversão do pecador,
nenhum pecador seria beneficiado pela graça. O Espírito toma o que é de Cristo
e o dá ao pecador. Ele conquista o mais endurecido dos corações, e limpa a lepra
mais imunda do pecado. Ele abre os olhos cegos pelo pecado e os ouvidos
fechados por Satanás. O Espírito Santo revela a graça do Pai e aplica a graça
do Filho.
A GRAÇA E A SUA RELAÇÃO COM OUTROS TERMOS BÍBLICOS
1. Graça e justificação
(Rm 3.24; 5.18).
A graça de Deus garante gratuitamente a justificação em Cristo Jesus.
Através da morte expiatória de Cristo, a graça manifestou-se aos homens,
garantindo-lhes a justificação e a vida eterna.
2. Graça e redenção (Tt
2.11,14; Rm 3.24; Ef 1.7).
Segundo as Escrituras: "A graça de Deus se há manifestado,
trazendo salvação a todos os homens". Cristo trouxe-nos completa redenção
(1Co 1.30): comprou a todos com o seu sangue (Ap 5.9; Cl 1.14); redimiu-nos da
maldição da lei e de nossos pecados (Gl 3.13; Ef 1.7; Cl 1.14); e, por meio do
Espírito, selou-nos para o dia da redenção (Ef 4.30; Rm 8.23), segundo as
riquezas da graça (Ef 1.7,14).
3. Graça e purificação
(Tt 2.11-14b).
A graça salvadora não apenas ensina os homens a renunciarem a vil
concupiscência, a impiedade e as mazelas morais da sociedade rebelada contra
Deus, mas também capacita o crente a viver sóbria, justa e piamente no presente
século.
JACÓ ARMÍNIO E AGRAÇA DE DEUS
Em referência à Graça Divina, acredito que:
1) É uma afeição gratuita pela
qual Deus, tocado pelo amor, vai em direção a um pecador miserável e, em
primeiro lugar, dá o seu Filho, “para que todo aquele que nele crê... tenha a
vida eterna”, e, depois, Ele o justifica em Cristo Jesus e por causa dEle, o
adota, concedendo-lhe direito dos filhos, para a salvação.
2) É uma infusão (tanto no
entendimento como na vontade e afeições humanas) de todos os dons do Espírito
Santo que pertencem à regeneração e à renovação da fé, da esperança, da
caridade, etc. de tal homem, pois sem esses dons graciosos o homem não é
suficiente ou capaz de pensar, ter vontades, ou fazer qualquer coisa que seja
boa.
3) A assistência permanente
e a ajuda contínua do Espírito Santo, segundo a qual Ele age e inclina para o
bem o homem que já foi renovado, infundindo nele cogitações salutares, e
inspirando-lhe com bons desejos, levam-no, assim, a desejar tudo o que é bom; e
de acordo com o que Deus pode desejar e trabalhar em conjunto com o homem, que
o homem possa fazer o que ele quiser.
Desta maneira, atribuo à graça o início, a continuidade e a consumação
de todo o bem, de tal forma que, sem a sua influência, um homem, mesmo já
estando regenerado, não pode conceber, nem fazer bem algum, nem resistir a
qualquer tentação do mal, sem esta graça emocionante e preventiva, que coopera
com o homem.
“[...] creio eu, de acordo com as Escrituras, que muitas pessoas
resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que lhes é oferecida” [Fonte: As
Obras de Armínio. Vol. 1. 1° primeira edição: Agosto/2015 – CPAD].
***
Deus derrama sua graça, sem a qual o homem não pode entender as coisas
espirituais (1Co 2.14), ou seja, foi Deus quem tomou a iniciativa na salvação,
“do SENHOR vem à salvação” (Jn 2.9),
agindo em favor das pessoas. Graça é um favor imerecido. É por meio da graça
que Deus capacita o ser humano para que ele responda com fé ao chamado do
evangelho: “Mas, se é por graça, já não é
pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça” (Rm 11.6). Todavia,
os seres humanos, influenciados pela graça que habilita a livre escolha, são
livres para escolher: “Se alguém quiser
fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu
falo de mim mesmo” (Jo 7.17). Deus proveu a salvação para todas as pessoas,
mas essa salvação aplica-se somente àquelas que creem: “isto é, a justiça de
Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem” (Rm 3.22). [Declaração de Fé das Assembleias de Deus, pág.
113].
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