Falar
do Protestantismo historicamente é falar de uma grande árvore com vários
galhos. Muitos são os ramos no Protestantismo, entretanto, por questões
práticas, citaremos neste artigo apenas os principais.
1. OS VALDENSES
Surgidos antes da Reforma,
mais precisamente no final do século 12, estão os Valdenses, que existem ainda
hoje e são contados dentro do Protestantismo.
Eles
tiveram início com Pedro Valdo, um comerciante da cidade de Lyon, na Franca,
que iniciou seu movimento por volta de 1174. Valdo decidiu encomendar uma
tradução da Bíblia para a linguagem do povo e começou a pregar as Escrituras à
população mesmo sem ser sacerdote. Era contra a corrupção moral e doutrinária
na igreja. Ele também renunciou a sua atividade comercial e todos os seus bens,
os quais repartiu entre os pobres.
Os
valdenses, desde os seus primórdios, sempre defenderam o direito de
cada crente ter a Bíblia em sua própria língua, sendo esta - as Escrituras - a
fonte de toda autoridade eclesiástica para eles.
Conta-se
que os valdenses reuniam-se incialmente em casas de família ou mesmo em grutas,
de forma clandestina, devido à perseguição da Igreja Católica.
Eles
não celebravam a missa, mas, sim, a Santa Ceia, que ocorria geralmente uma vez por
ano, e negavam o culto aos santos e às suas imagens, o qual era visto por eles
como idolatria. Eles se diziam guardadores da doutrina cristã apostólica. Em
virtude de sua recusa em interromper suas pregações, eles foram excomungados
pela Igreja Católica.
Mesmo após a morte de Pedro
Valdo, em 1217, seus discípulos continuaram o movimento, passando a ser
conhecidos como valdenses. Eles foram perseguidos durante toda a Idade Média.
Quando ocorreu a Reforma Protestante, eles se juntaram totalmente ao movimento
no Sínodo de Chanforan em 1532. Desde então, boa parte dos valdenses passaram a
subscrever ao Calvinismo, embora muitos deles, tenham aderido ao Arminianismo posteriormente.
Em 1848, foi proclamando o
edito de emancipação garantindo liberdade de culto e direitos individuais para
os valdenses no Piemonte, então parte do Reino da Sardenha e depois para toda a
Itália. O crescimento populacional e busca de maior liberdade econômica e
religiosa fizeram os valdenses emigrarem em massa no final do século 19, estabelecendo
colônias no Uruguai, Argentina e Estados Unidos.
No Brasil houve um pequeno
fluxo imigratório, principalmente para o Rio Grande do Sul, unindo-se com
denominações evangélicas locais.
Em
1975, a Igreja Evangélica Valdense, então com 35 mil membros na Itália e 15 mil
no Uruguai, se uniram com a Igreja Metodista Italiana, então com 5 mil membros,
para formar a União das Igrejas Valdenses Metodistas.
Os Valdenses são o único
grupo Pré-Reforma que sobreviveu até os nossos dias.
2. OS LUTERANOS
No século 16, na Alemanha,
surgiram com Martinho Lutero os chamados Luteranos, que após algumas
divergências entre eles após a morte de seus líderes Lutero e Felipe Melanchthon, se reuniram em torno de um
pacto doutrinário, chamado de Fórmula de Concórdia, em 1577.
3. OS ANABATISTAS E OS MENONITAS
Os Anabatistas e os
Menonitas também surgiram na Alemanha no século 16, bem no início da Reforma.
Os Anabatistas se dividiam em uma ala mais radical e outra mais fiel ao
espírito da Reforma.
4. OS ANGLICANOS
Ainda no século 16, na
Inglaterra, surgiram os Anglicanos ou Episcopais (como são chamados fora do Reino Unido).
5. OS PRESBITERIANOS
E no final do século 16,
mais precisamente no ano 1572, surgiram na Escócia os Presbiterianos, que
tiveram como grande líder o reformador John Knox.
6. OS CONGREGACIONAIS
Ainda na Inglaterra, mas
desta vez no século 17, surgiriam os Congregacionais, os Batistas e os Quakers,
ambos grupos independentes (sem vínculos com o Estado) saídos de dentro do
Anglicanismo, sendo que os Batistas sofreram influência dos Anabatistas e
Menonitas.
7. O METODISMO
No século 18, surgiria o Metodismo,
liderados por John Wesley. O Avivamento Wesleyano marcou o mundo protestante no
século 18.
8. MOVIMENTO DE SANTIDADE
No
século 19, foi a vez do Movimento de Santidade, que surgiria dentro do
Metodismo e daria origem à Igreja do Nazareno.
9. MOVIMENTO DE SANTIDADE
E na virada do século 19
para o século 20, surgiria o Pentecostalismo, cujo maior representante
histórico é as Assembleias de Deus.
10. OS PARAPROTESTANTES
Há também os grupos chamados
sociologicamente de "para-protestantes", e que são, na verdade,
seitas que não são aceitas dentro do Protestantismo por não seguirem um dos
princípios básicos e fundamentais do Protestantismo: Somente as Escrituras.
Esses grupos esposam
doutrinas que se chocam frontalmente com a espinha dorsal doutrinária das
igrejas protestantes no mundo. Tratam-se do Adventismo e das Testemunhas de
Jeová, dentre outros grupos menores.
11. OS NEOPENTECOSTAIS
Há dentre eles, porém,
alguns grupos que se aproximam mais desses princípios, por isso são mais
tolerados, mas há outros que rompem claramente com eles. Estes outros de são
chamados pelos especialistas de "pseudo-pentecostais"
ou classificados como "paraprotestantes"
também, ao lado dos Adventistas e das Testemunhas de Jeová, embora tenham
estilos diferentes destes.
Conclusão
A Assembleia de Deus,
denominação com mais de 100 anos de existência, representa o Pentecostalismo
Clássico. Ela é uma igreja historicamente de linha arminiana e a maior
denominação evangélica do Brasil.
Os pentecostais e
renovacionistas em geral (batistas renovados, metodistas wesleyanos etc)
representam quase 70% dos evangélicos não apenas no Brasil, mas em todo o
mundo, sendo a maior denominação pentecostal do mundo as Assembleias de Deus.
Fonte: Jornal
Mensageiro da Paz, Outubro de 2017.
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