Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Subsídios Lição 2: Somos Cristãos Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo? Subsídios...
Lição 8 - A resposta Cristã para a Violência Urbana
“A terra, porém, estava corrompida
diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência.” (Gn 6.11)
SÍNTESE
O enfrentamento da violência urbana e
a compaixão pelas vítimas são faces da responsabilidade cristã na sociedade.
AGENDA DE
LEITURA
SEGUNDA – Ez 7.23: Cidade
cheia de violência
TERÇA
– Pv 16.29: A ação do homem violento
QUARTA
– Pv 24.1,2: Não tenha inveja de homens violentos
QUINTA
– Sl 11.5: Deus odeia quem ama a violência
SEXTA
– Na 3.1: Ai da cidade de derramamento de sangue
SÁBADO
– Is 60.18: Nunca mais haverá violência
OBJETIVOS
•
EXPLICAR a perspectiva bíblica sobre a violência;
•
ENTENDER o papel do poder público no combate à
violência urbana;
•
SABER como a Igreja pode agir diante de uma
sociedade violenta.
INTERAÇÃO
Caro (a) professor(a),
como tem sido o nível de assimilação dos seus alunos em relação as lições até
aqui estudadas? Não deixe de recapitular, em suas aulas, conceitos e definições
importantes que foram objeto de estudos em lições anteriores, pois ajuda na
assimilação do conteúdo. E como tem sido a sua vida devocional? Tens orado pela
vida de seus alunos? Aproveite a semana que antecede a lição para colocar cada um
dos seus aprendizes diante do Senhor, para que Deus os guarde e os livre diante
dessa sociedade tão violenta.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Nesta lição, utilize o
esquema abaixo para ensinar a importância do Decálogo para o estabelecimento da
ordem social. Dos Dez Mandamentos, os quatro primeiros referem-se ao relacionamento
entre Deus e o homem, e os outros seis, do homem com o próximo. O intuito dos
mandamentos era organizar a vida em comunidade, para proteger os israelitas contra
o arbítrio e a ofensa alheia.
RESUMO DO DECÁLOGO
1º Mandamento — Não terás outros
deuses diante de mim.
2º Mandamento — Não farás imagens de
escultura.
3º Mandamento — Não tomarás o nome de
Deus em vão.
4º Mandamento — Lembra-te do sábado,
para o santificar.
5º Mandamento — Honra o teu pai e a
tua mãe.
6º Mandamento — Não matarás.
7º Mandamento — Não adulterarás.
8º Mandamento — Não furtarás.
9º Mandamento — Não dirás falso
testemunho.
10º
Mandamento — Não cobiçarás.
TEXTO
BÍBLICO
LUCAS
10.30-37
30 E, respondendo
Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos
salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o
meio morto.
31 E, ocasionalmente
descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
32 E de igual modo
também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.
33 Mas um samaritano,
que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
34 E, aproximando-se,
atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua
cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
35 E, partindo no
outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida
dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar.
36 Qual, pois, destes
três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37 E ele disse: O que
usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma
maneira.
INTRODUÇÃO
Na
lição deste domingo, violência urbana é o tema a ser estudado. No sentido aqui
compreendido, o termo violência urbana alude a toda conduta humana que ofenda a
lei e a ordem pública.
I –
PERSPECTIVA BÍBLICA SOBRE A VIOLÊNCIA
1. A violência na
Bíblia.
O
primeiro episódio violento registrado nas Escrituras após a rebelião humana foi
protagonizado por Caim. Este entrou para os anais da história como o homem que
inaugurou a violência na face da terra, ao assassinar friamente seu irmão Abel
(Gn 4.1-16). Depois deste fatídico evento, e com a crescente degeneração
humana, não pararia mais a escalada da violência social, a ponto de homens
sanguinários se vangloriarem de seus feitos cruéis (Gn 4.23) e assassinos serem
cultuados como verdadeiro heróis (Gn 6.4).
2. A geração do
dilúvio.
Violência
e depravação vieram a atingir níveis alarmantes nos tempos de Noé (Gn 6.5). De acordo
com Gênesis 6.11, a terra estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se
a terra de violência. O Guia do Leitor da Bíblia explica que maldade e violência
são as duas palavras usadas para caracterizar os pecados que causaram o dilúvio
do Gênesis: “Maldade é rasah, atos
criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento
deles. Violência é hamas, atos deliberadamente
destrutivos que visam prejudicar outras pessoas”. Eis aí as características da
violência urbana.
3. Violência ao longo
da Bíblia.
As
Escrituras relatam muitos outros episódios de violência, crueldade e agressão, física
e emocional, a fim de evidenciar a condição pecaminosa do homem (Êx 2.11,12; 2 Sm
13; 1 Rs 21). Ao lermos tais passagens, devemos ter em mente que se trata de
relatos descritivos, e não prescritivos. Ou seja, descrevem fatos, mas não
prescrevem condutas!
Pense!
Por
amor à humanidade, Jesus submeteu-se à maior de todas as violências: a morte.
Ponto Importante
A
Bíblia faz questão de registrar a violência humana. A final, não é objetivo de
Deus esconder a verdade ou falsear a história da humanidade.
II – O PODER
PÚBLICO E A VIOLÊNCIA URBANA
1. “Nínives” da
atualidade.
O
Brasil é um dos países com maior índice de criminalidade do mundo, com elevada taxa
de homicídios, roubos, sequestros e outros atos criminosos. Algumas cidades se
assemelham a Nínive: há derramamento de sangue, são repletas de roubo e nunca
ficam sem presas (Na 3.1). Nesse quadro avassalador, a população vive em estado
de pânico, insegura e traumatizada com a delinquência
dominante.
Oremos pelo nosso país!
2. O Estado e a sua
função de punir o mal.
Conforme
estudamos na lição anterior, Deus delegou ao governo civil a autoridade para
castigar os malfeitores (1 Pe 2.14). Paulo diz que os magistrados são ministros
de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal (Rm 13.4). Fica claro, à luz
do texto bíblico, que somente o Estado, sob a autoridade divina, pode punir os
malvados, o que contraria qualquer ideia de revanchismo, vingança privada e o
“justiçamento” feito com as próprias mãos.
3. O papel do Poder
Público.
É
responsabilidade do poder público a promoção da segurança e o combate a todo tipo
de criminalidade, mediante a atuação conjunta e eficiente dos três poderes
governamentais. Espera-se do Legislativo a criação de leis e normas que coíbam
todo e qualquer ato de violência a fim de garantir a ordem e a paz social. O
poder Executivo, além de criar políticas públicas que busquem garantir a segurança
da população, deve manter um corpo policial preparado,
próximo
da comunidade, que saiba atuar de forma preventiva e repressiva. Enquanto isso,
o Judiciário tem o importante papel de julgar de maneira célere e punir com
justiça os homens violentos e sanguinários, evitando, com isso, a impunidade.
Pense!
“Não
vos vingueis a vós mesmos [...].” (Rm 12.19)
Ponto Importante
É
responsabilidade do poder público a promoção da segurança e o combate a todo
tipo de criminalidade.
III – A
IGREJA EM UMA SOCIEDADE VIOLENTA
1. Utilizando as
ferramentas de Deus.
Os
filhos de Deus têm condições suficientes de contribuir com o enfrentamento da
violência urbana, valendo-se das ferramentas que Deus nos disponibilizou em sua
Palavra.
Vejamos como fazer
isso:
a)
Fornecendo uma lei moral absoluta:
Para
criarmos uma boa sociedade do ponto de vista cristão, é necessário, em primeiro
lugar, um firme sentimento do que é certo e errado e uma determinação para
colocar adequadamente em ordem a vida de alguém. A violência urbana da presente
época deve-se em grande parte à desconstrução dos valores judaico-cristãos que
serviram de base para a história da humanidade. O cristianismo rejeita o
relativismo pós-moderno e fornece ao homem uma lei moral absoluta que permite
julgar entre o certo e o errado.
b)
Envolvendo-se com a comunidade local:
Na
fé cristã, palavras e ações devem caminhar juntas. Logo, o agir cristão impactante
no contexto das cidades inicia-se com o envolvimento da igreja com a
comunidade, famílias e escolas locais. A congregação de crentes não pode viver
alienada do cotidiano e dos problemas que afetam o bairro onde está instalada.
c)
Desenvolvendo projetos contra a violência:
Você
já pensou como os grupos de jovens crentes podem ajudar a desenvolver projetos
contra a violência urbana? Colocando em prática a força espiritual a que João
alude (1 Jo 2.14), é possível promover ações sociais que incentivem o
comportamento virtuoso
e
confrontem os vícios sociais que conduzem à destruição e à delinquência juvenil.
d)
Apoiando as vítimas da violência:
Por
fim, e não menos importante, é a ajuda às vítimas da violência. No exemplo de
Jesus (Lc 10.37), a atuação do Bom Samaritano não se resumiu às palavras de apoio
ao homem que fora espancado a caminho de Jericó. A Bíblia diz que ele “atou-lhe
as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal,
levou-o para uma estalagem, e cuidou dele” (v. 34). Há muitos feridos e moribundos
ainda hoje. Cuidar dessas pessoas revela a nobreza do amor de Deus derramado em
nossos corações.
Pense!
Além
de pôr em prática a dimensão do cuidado, o Bom Samaritano
garantiu
financeiramente a continuidade do tratamento da vítima.
Ponto Importante
Na
fé cristã, palavras e ações devem caminhar juntas.
SUBSÍDIO 1
“Os servos de Deus devem manifestar-se contra a violência (Jr
20.8; Hc 1.2). Eles oram pela libertação dos homens violentos (Sl 140.1,4)
sabendo que somente Deus poderá libertá-los (2 Sm 22.3,49; Sl 72.14; 86,14). Os
governantes devem eliminar a violência (Jr 22.2ss.; Ez 45.9). As cidades devem
se arrepender dela (Jn 3.8). Entretanto, sua presença na sociedade humana ainda
cria problemas em relação à doutrina da justiça divina (Ec 5,8; Hc 1.2-4).
Somente Cristo estava livre dela (Is 53.9) e ela não existirá na nova terra (Is
60.18ss.). Deve-se observar que a violência na época de Noé (Gn 6.11,13)
repetir-se-á nos últimos dias antes do segundo advento de Cristo (Mt 24.12,37)”
(Dicionário Bíblico Wyclife. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. p.2022).
“É certo que somente os cristãos têm a cosmovisão capaz de
prover soluções exequíveis para os problemas da vida comunitária. Assim,
devemos estar na vanguarda, ajudando comunidades a cuidarem de seus próprios
bairros. Seja mobilizando esforços para acabar com as pichações e limpar
terrenos desocupados, ou ativismo político para fazer votar leis que obriguem padrões
de comportamento público, deveríamos estar ajudando a restabelecer
a ordem nessas áreas menores como primeiro passo em direção aos principais
problemas sociais” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E Agora, como Viveremos.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp. 434,435).
SUBSÍDO 2
“Todas as vezes que os líderes das grandes potências, ignorando
a soberania de Deus, proclamam uma política de globalização, o mundo é mergulhado
numa guerra. Haja vista a euforia do primeiro-ministro inglês Neville de
Chamberlain às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Terminado o conflito,
constataram os estadistas que o mundo estava mais dividido do que nunca.
Assim
acontece a esta geração de estadistas. Apesar de sua retórica, o mundo nunca
teve tão dividido em aldeias e tribos. O ser humano continua o mesmo:
bairrista, selvagem, violento.
Se o romano
Petrônio estivesse aqui, vendo as cenas que neste momento comovem o mundo,
repetiria mais enfaticamente sua sentença: “O homem é o lobo do homem’.
A globalização jamais melhorará o homem, nem o arrancará de suas
estreitas fronteiras de violência e terror.
Somente o Senhor Jesus Cristo poderá transformar radicalmente o
ser humano numa nova criatura (Jo 3.3).
O que estamos fazendo enquanto o mundo arde em nosso redor? Não
nos enganemos! [...] Que ninguém pense que seremos poupados de semelhantes
provações por sermos o país do futebol e do carnaval. Deus exige que sejamos
conhecidos também como a pátria do Evangelho e da responsabilidade moral” (ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Quando os Símbolos e Mitos Caem: Ícones de riqueza,
globalização e segurança desabam em Nova Iorque. Mensageiro da Paz, CPAD: Rio
de Janeiro. Set. 2001, p. 11).
CONCLUSÃO
Ao
final desta lição, a parábola do Bom Samaritano ainda continua a nos ensinar
muito a respeito do enfretamento cristão à violência urbana de hoje. . Deus nos
chama a desempenhar esse mesmo ministério da compaixão e da misericórdia nesta
sociedade fraturada pela violência física, emocional e patrimonial.
HORA DA REVISÃO
1. De acordo com a
lição, o que é violência urbana?
Alude
a toda conduta humana que ofenda a lei e a ordem pública. Refere-se, portanto,
à criminalidade de maneira geral.
2. Por que a Bíblia
contém vários relatos de violência?
Não
é objetivo de Deus esconder a verdade ou falsear a história da humanidade com
as suas mazelas decorrentes do pecado.
3. Por que o
revanchismo, a vingança privada e o “justiçamento” feito com as próprias mãos
não são condutas apropriadas?
Porque
ica claro, à luz do texto bíblico (1 Pe 2.14; Rm 13.4), que Deus delegou ao governo
civil a autoridade para castigar os malfeitores.
4. Do ponto de vista
social, qual era o intuito dos mandamentos?
Organizar
a vida em comunidade, para proteger os israelitas contra o arbítrio e a ofensa
alheia.
5. De que modo os filhos
de Deus podem contribuir para o enfrentamento da violência urbana?
Podem
contribuir:
a)
fornecendo uma lei moral absoluta;
b)
envolvendo-se com
a
comunidade local;
c)
desenvolvendo projetos contra a violência e; apoiando as vítimas da violência.