Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Subsídios Lição 2: Somos Cristãos Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo? Subsídios...
Lição 6- Lidando com o Preconceito e a Discriminação
Diariamente,
feridas são abertas nos corações de milhares de pessoas por causa do preconceito,
seja o preconceito manifesto ou aquele velado. E outras tantas sofrem com o
desprezo decorrente da discriminação racial, social e religiosa. Este é o tema
da lição de hoje.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para a aula de hoje
propomos a aplicação da “dinâmica dos rótulos”. Prepare várias etiquetas
autocolantes com as frases abaixo sugeridas. As etiquetas devem ser coladas na
testa de cada aluno. O aluno não pode saber o que está escrito na própria etiqueta,
e os demais participantes também não devem contar. Depois que todos estiverem
devidamente “rotulados”, peça para que andem pela sala e interajam por 5
minutos, considerando o que está escrito na testa de cada um. Enquanto isso,
anote as reações dos alunos. Ao final do tempo, peça para todos se sentarem,
sem retirar as etiquetas. Depois, comece a indagar os participantes: O que acha
que está escrito em sua testa? Assim que ver a frase na etiqueta, indague: Era
isso que esperava que estivesse escrito? A atitude que tiveram com você foi
justa? Agora que sabe o que estava escrito, seu sentimento em relação a como
lhe trataram mudou?
Ao término, pergunte ao grupo
o que podem extrair dessa experiência? Será que é isso o que ocorre no caso de
preconceito e discriminação? Ao rotular alguém por sua condição social, etnia
ou religião acabamos agindo de acordo com este rótulo que nós mesmos colocamos?
RÓTULOS
SOU INFERIOR: IGNORE-ME!/ SOU
PREPOTENTE: TENHA MEDO! / SOU
SURDO (A): GRITE! / SOU IGNORANTE:
FALE COMO UM BOBO/
TEXTO BÍBLICO
Gênesis
1.26,27
Colossenses
3.9-11
Tiago
2.8-10
Gênesis 1.26,27:
26
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e
sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
27
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou.
Colossenses 3.9-11
9
Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os
seus feitos,
10
E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele
que o criou;
11
Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita,
servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.
Tiago
2.8-10:
8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu
próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9
Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei
como transgressores.
10
Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se
culpado de todos.
INTRODUÇÃO
Uma das maiores contribuições sociais
do cristianismo ao longo da história tem sido a doutrina bíblica da imagem de
Deus no homem (Gn 1.26). Sem ela, é impensável falar de igualdade, liberdade e
direitos humanos. O valor individual de cada ser humano, fundado no amor
indistinto de Deus por todas as pessoas, faz parte do legado da fé cristã em sua
trajetória na face da Terra. Com apoio nessa bela doutrina bíblica, ensinada e
vivenciada exemplarmente por Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, é que a
Igreja encontra
respaldo suficiente para lidar e
combater o preconceito e a discriminação em todas as formas que se apresentam.
Esse é o tema da presente lição.
I
– PRECONCEITO: CONCEITO GERAL E BÍBLICO
1.
Definição geral.
Os dicionários definem o vocábulo
preconceito como a ideia ou opinião formada antecipadamente sobre determinado
assunto. Em certo sentido, todos nós temos algum tipo de convicção prévia;
conceitos anteriores que nos levam a decidir as questões da vida. Não há nada
de errado nisso, pois trata-se de um “preconceito natural”. Por outro lado, o
preconceito negativo é aquele em que alguém faz um juízo de condenação acerca
de outrem ou de um grupo de pessoas, sem conhecimento, reflexão ou com
imparcialidade. Esse tipo de preconceito é prejudicial e perigoso,
pois leva à intolerância, à
discriminação, e até mesmo, à violência.
2.
Juízes de maus pensamentos.
Apesar de não acharmos nas Escrituras
a palavra preconceito, há várias advertências contra esse comportamento que pode
ser expresso por meio do desprezo (Rm 10.12) e pelo julgamento condenatório
dirigido pelas aparências (Jo 7.24) e sem critérios justos (Jo 8.15, 16). Tiago
chama de “juízes de maus pensamentos” aqueles que menosprezavam os menos
afortunados (Tg 2.4).
3.
O preconceito de Pedro.
Antes de receber a revelação de Deus,
Pedro agia com preconceito em relação aos gentios (At 10). No entanto ao ser
confrontado pela verdade divina, entendeu que Deus não faz acepção de pessoas
(At 10.34). Quantos agem como juízes de maus pensamentos em relação aos outros,
fazendo julgamentos morais baseados em rótulos, estereótipos e inverdades?
Devemos fazer uma profunda
avaliação de nossos corações para ver
se não estamos agindo da mesma forma. O Espírito de Deus amplia a visão
estreita do ser humano e derruba todo tipo de preconceito.
4.
Julgando com sabedoria.
A advertência do Mestre em Mateus 7.1,
“não julgueis, para que não sejais julgados,” é importante para combater o
julgamento prematuro. É necessário observar, no entanto, que o Senhor Jesus não
estabeleceu, com estas palavras, um mandamento contra qualquer tipo de
julgamento, pelo qual não possamos denunciar o erro e exortar os pecadores. O
objetivo maior da declaração é que devemos tratar os outros da maneira como
queremos ser tratados, com base na regra de ouro (Mt 7.12). Devemos procurar
avaliar a nós mesmos, e aos outros, utilizando os mesmos padrões.
Somos convidados, como servos de Deus,
a julgar com discernimento e sabedoria.
Pense!
O preconceito, seja ele étnico, social
ou cultural, nos impede de testemunhar o amor e a graça de Deus na sociedade.
Ponto
Importante
Apesar de não acharmos nas Escrituras
a palavra preconceito, há várias advertências contra esse comportamento que
pode ser expresso por meio do desprezo e pelo julgamento condenatório dirigido
pelas aparências e sem critérios justos.
II
– DISCRIMINAÇÃO RACIAL, SOCIAL E RELIGIOSA
Discriminação significa o tratamento desigual
e injusto de uma pessoa ou um grupo de pessoas em razão de classe social, cor
da pele, nacionalidade, convicções religiosas, etc. É uma conduta que desonra a
Deus e desmerece o valor do próximo. Conheça os principais tipos de discriminação:
1.
Discriminação étnica.
Consiste em qualquer distinção,
exclusão, restrição ou preferência, baseadas em raça, cor, descendência ou
origem nacional ou étnica. É uma das mais terríveis e cruéis formas de acepção
de pessoas, pois aquele que é discriminado é tratado como um ser de segunda
categoria.
Tal discriminação é errônea já que nega
o princípio extraído de Gênesis 1.26, segundo o qual todos os seres humanos são
criados à imagem de Deus. A Bíblia profere um duro golpe no racismo ao
enfatizar que, segundo a imagem daquEle que nos criou, não há grego, nem judeu,
nem bárbaro ou cita; mas Cristo é tudo, e em todos (Cl 3.11).
O pensamento de segregação étnica também
não consegue se sustentar diante da irrefutável verdade bíblica de que a graça
salvadora se estende a toda humanidade (Jo 3.16), às pessoas de todas as
nações, e tribos, e povos, e línguas (Ap 7.9).
É significativo observar que o
derramamento do Espírito Santo registrado em Atos 2 ocorreu quando pessoas de várias
nacionalidades (v.5) estavam reunidas, demonstrando que a graça divina promove
conciliação que ultrapassa as barreiras raciais.
2.
Discriminação social.
Esse tipo de discriminação provoca o
afastamento dos indivíduos em virtude da classe social a que pertencem, gerando
marginalização e segregação social. Tiago repreendeu aqueles que em reuniões
solenes davam tratamento privilegiado aos ricos, e
desonroso aos pobres, numa verdadeira
acepção de pessoas (Tg 2.6).
Jesus
é o exemplo por excelência de conduta não discriminatória. Ele confrontou as
barreiras sociais, religiosas e culturais da sua época, tratando todos com
igual dignidade e respeito, Ele via cada pessoa dotada de valor especial para
Deus, por isso aproximou-se dos marginalizados e excluídos na cultura judaica
de seu tempo. A graça do evangelho abrange aqueles que estão em um nível social
inferior, o que significa que todos têm esperança por causa da encarnação do
Verbo; por causa da descida de Deus. Quer seja rico ou pobre, todos são iguais
aos olhos de Deus! Se olharmos para o ser humano a partir da perspectiva de Jesus,
evitaremos a discriminação e exclusão social!
3.
Discriminação religiosa.
Refere-se ao tratamento diferenciado
em virtude da crença, religião ou culto praticado por determinada pessoa.
Geralmente, esse tipo de discriminação provoca intolerância, perseguição,
violência e morte, como podem atestar vários episódios da história da humanidade.
Ainda hoje, cerca de 73% da população do mundo vive em países onde as restrições
à liberdade religiosa são consideradas altas ou muito altas, em decorrência da
discriminação por motivo de crença religiosa, de acordo com pesquisa do
Christian Solidarity Worldwide.
O fato de o cristão crer que Jesus é o
único mediador entre Deus e o homem (1Tm 2.5), não serve como pretexto para agir
com intolerância e menosprezo em relação à religião alheia. O testemunho cristão
no meio social deve ser feito com cordialidade, mansidão e respeito à liberdade
religiosa daqueles que professam
crenças diferentes da nossa.
Pense!
A graça de Cristo cura as feridas do racismo
e da discriminação.
Ponto
Importante
Discriminação significa o tratamento desigual
e injusto de uma pessoa ou um grupo de pessoas em razão de classe social, cor
da pele, nacionalidade, convicções religiosas, etc.
III
– A LEI E O COMBATE À DISCRIMINAÇÃO
1.
Conheça seus direitos e deveres.
Enquanto cidadão, o cristão é
possuidor de direitos e deveres. Esse é o sentido básico da cidadania. Logo,
conhecer as noções jurídicas básicas é importante para contribuir com a defesa
de nossos direitos e garantias legais, assim como para nos conscientizar de nossas
responsabilidades, especialmente em relação ao preconceito e à discriminação.
2.
Direito à igualdade e o combate à discriminação.
Um dos principais direitos fundamentais
expressos na Constituição
Federal do Brasil é o direito à
isonomia; ou seja, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza...” (art. 5º,
caput, CF/88). Tal direito possui uma
clara herança cristã, na medida em que parte da compreensão de que todas as
pessoas são dotadas de igual valor, em clara referência ao princípio bíblico da
imagem de Deus (Gn 1.26). Por esse motivo, além do fato da discriminação, o
racismo e a injuria racial constituírem crime, conforme estabelece a legislação
do país (Código Penal Brasileiro e Lei número 7.716/89), combater a discriminação
é uma maneira de honrar essa doutrina bíblica basilar.
3.
Direito à liberdade religiosa.
A liberdade religiosa é igualmente um
direito fundamental de valor inestimável, previsto em nossa Constituição
Federal: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias” (art, 5º, VI, CF/88). Compreende, primeiramente,
o direito de crença, isto é, o direito de acreditar, não acreditar ou deixar de
acreditar em alguma coisa, assim como aderir a qualquer religião de sua
escolha, seja ela organizada ou não; assim como o direito de não professar
qualquer religião. Engloba também a liberdade de culto, consistente na
possibilidade de realizar cerimônias, liturgias, cânticos e outros atos
próprios da fé.
Pense!
A liberdade religiosa é uma das principais
garantias do ser humano.
É um direito antes dos demais direitos.
Ponto
Importante
Conhecer as noções jurídicas básicas é
importante para contribuir
com a defesa de nossos direitos e
garantias legais, assim como para nos conscientizar de nossas responsabilidades,
especialmente em relação ao preconceito e à discriminação.
SUBSÍDIO
“Tiago
2.4
Este tipo de distinção
mostra que os crentes estão sendo dirigidos por motivos errados. Tiago condenou
o seu comportamento, porque Cristo os tinha tornado um só (Gl 3.28). Por que é
errado julgar uma pessoa com base na sua situação econômica? A riqueza pode ser
um sinal de inteligência, de decisões sábias, e de trabalho árduo. Por outro
lado, ela pode querer dizer simplesmente que a pessoa teve a boa sorte de
nascer em uma família rica. Ela também pode até ser um sinal de avareza,
desonestidade e egoísmo. Quando honramos uma pessoa apenas porque ela se veste
bem, estamos considerando a aparência como algo mais importante do que o
caráter.
Outra suposição falsa que às vezes influencia
o nosso tratamento dos ricos é a interpretação equivocada do relacionamento de
Deus com a riqueza. É fácil, porém enganoso, acreditar que as riquezas são um
sinal da bênção e da aprovação de Deus. Mas Deus não
nos promete recompensas ou
riquezas terrenas; na verdade, Cristo nos convoca para que estejamos dispostos
a sofrer por Ele e desistir de tudo para nos agarrarmos à vida eterna (Mt 6.19-
21; 19.28-30; Lc 12.14-34; 1Tm 6.17-19). Teremos riquezas incalculáveis na eternidade
se formos fiéis na nossa vida atual (Lc6.35; Jo 12.23-25; Gl 6.7-10; Tt 3.4-8)”
(Comentário do Novo Testamento: Aplicação Pessoal. 1.ed. Vol. 2. Rio de
Janeiro: CPAD, p. 671).
Conclusão
A doutrina da imagem de Deus (Gn 1.26)
é essencial para conscientizar a sociedade de que todas as pessoas são
portadoras de igual valor e dignidade, independentemente da raça, condição
social ou religião. Nenhuma teoria secular fornece tão belo ensinamento. Tal
verdade é princípio elementar para a convivência pacífica e harmoniosa, e, uma
vez aplicada, produz relacionamentos comunitários sadios. Portadores dessa
verdade e imbuídos da graça de Deus, os crentes são vitais para combater o
preconceito e todo tipo de discriminação.
HORA DA REVISÃO
1. Qual a definição do vocábulo
“preconceito” segundo os dicionários?
A ideia ou opinião formada
antecipadamente sobre determinado assunto.
2. Na Bíblia, como o preconceito pode
ser expresso?
Por meio do desprezo (Rm
10.12) e pelo julgamento condenatório dirigido pelas aparências (Jo 7.24) e sem
critérios justos (Jo 8.15, 16).
3. O que é discriminação?
Tratamento desigual e injusto de uma
pessoa ou um grupo de pessoas em razão de classe social, cor da pele,
nacionalidade, convicções religiosas, etc.
4. Quais os principais tipos de
discriminação?
Discriminação racial
(étnica), social e religiosa.
5. Por que a discriminação é algo
errado?
Porque nega o princípio
extraído de Gênesis 1.26, segundo o qual todos os seres humanos são criados à
imagem de Deus.