Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Subsídios Lição 2: Somos Cristãos Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo? Subsídios...
“Também não oprimirás o estrangeiro;
porque vós conheceis o coração do estrangeiro, pois fostes estrangeiros na
terra do Egito.” (Êx 23.9)
SÍNTESE
Numa época em que refugiados são
perseguidos e marginalizados, a Igreja deve servir como exemplo de acolhimento
e hospitalidade.
AGENDA DE
LEITURA
SEGUNDA
– Sl 9.9: Refúgio para o oprimido
TERÇA
– Hb 11.38: Caminhando como refugiados
QUARTA
– Mt 2.13: O menino Jesus, um refugiado
QUINTA
– Lv 23.22: A lei da respiga para os estrangeiros
SEXTA
– Rm 12.13: Seguindo a hospitalidade
SÁBADO
– Hb 13.2: Não esqueça a hospitalidade
OBJETIVOS
•
EXPLICAR o conceito de refugiado;
•
CONSCIENTIZAR-SE da crise dos refugiados no Brasil e no
mundo;
•
REFLETIR a respeito da postura da Igreja em relação aos
refugiados.
INTERAÇÃO
A atual crise de
refugiados ganhou repercussão internacional em 2015, quando a imagem do corpo
do menino sírio AylanKurdi, de apenas três anos, morto à beira da praia, rodou o
mundo. Aylam viajava com a família na tentativa de fugir do conflito de seu
país. O episódio expôs uma das maiores tragédias do nosso tempo. Todavia, o
problema não é novo.
Ao longo da
história, por motivos religiosos, sociais, políticos, milhares de famílias
tiveram de abandonar seus países em busca de proteção em outras nações. O povo
israelita e até mesmo cristãos perseguidos por causa da fé em Cristo viveram
refugiados, estrangeiros pelo mundo. Logo, refletir a respeito da aludida
temática é algo premente. É crucial que a juventude cristã esteja sintonizada
com o que ocorre no mundo à sua volta, e saiba responder cristãmente sobre tal
tema.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor (a), o assunto
da lição desta semana envolve um tema atual. Lembre-se que o jovem aprecia
aulas contextualizadas, que façam sentido para a vida dele. Desse modo, no
desenvolvimento desta aula leve para discussão em sala algumas notícias e dados
estatísticos atualizados sobre a crise de refugiados no mundo todo, destacando
a relevância do problema e a importância do posicionamento cristão.
TEXTO BÍBLICO
Mateus 25.31-46
31 E quando o Filho do homem vier em
sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua
glória;
32 E todas as nações serão reunidas
diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as
ovelhas;
33 E porá as ovelhas à sua direita,
mas os bodes à esquerda.
34 Então dirá o Rei aos que estiverem
à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos
está preparado desde a fundação do mundo;
35 Porque tive fome, e destes-me de
comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci,
e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
37 Então os justos lhe responderão,
dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e
te demos de beber?
38 E quando te vimos estrangeiro, e te
hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo, ou na
prisão, e fomos ver-te?
40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em
verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a
mim o fizestes.
41 Então dirá também aos que estiverem
à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado
para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome, e não me destes
de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro, não me
recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me
visitastes.
44 Então eles também lhe responderão,
dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu,
ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?
45 Então lhes responderá, dizendo: Em
verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o
fizestes a mim.
46 E irão estes para o tormento
eterno, mas os justos para a vida eterna.
INTRODUÇÃO
Você já parou para refletir sobre as
dificuldades enfrentadas pelas pessoas refugiadas, que deixam seus países de
origem por causa de algum tipo de perseguição e saem pelo mundo à procura de um
local seguro para viverem? Pense por um momento acerca das barreiras geográficas,
físicas, culturais, sociais e linguísticas que lhes são impostas pela força irresistível
das circunstâncias, assim como a discriminação e preconceito que geralmente
sofrem em terras estranhas. É exatamente sobre esse tema que trataremos nesta
lição: os refugiados. Embora o assunto tenha ressurgido em anos recentes, em
decorrência da crise migratória que eclodiu na Europa, o problema é tão antigo
quanto a humanidade.
I – O CONCEITO DE REFUGIADOS
1.
Um breve conceito.
De acordo com a Agência da ONU para
Refugiados (ACNUR), são refugiadas as pessoas que se “encontram fora do seu
país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não
possa (ou não queira) voltar para casa”.
2.
Quem é o refugiado.
Também são assim considerados aqueles
que foram obrigados a deixar seu país devido a conflitos armados, violência
generalizada
e violação massiva dos direitos humanos.
Em outras palavras, refugiado significa muito mais que um estrangeiro, é aquele
que está em busca de proteção e segurança, tentando escapar de um perigo de sua
terra natal.
II - O POVO DE ISRAEL COMO PEREGRINO
EM TERRA ESTRANGEIRA
1.
Israel como peregrino no Egito.
Embora a crise dos refugiados seja um tema
recente, o problema é antigo. Nas Escrituras, encontramos o exemplo semelhante
dos israelitas como peregrinos em terra estrangeira. Escravos no Egito eles
trabalharam na edificação de cidades, na agricultura e em outros serviços
forçados (Êx 1.11-14). Evidentemente, o Egito não era local de refúgio, mas de
opressão e trabalho penoso. Segundo o Manual do Pentateuco (CPAD), a submissão
dos hebreus a esse tipo de trabalho tinha a intenção de “desmoralizá-los,
convencê-los de sua posição de escravos e reduzir ao máximo qualquer
possibilidade de insurreição”. Porém, quanto mais os egípcios castigavam- nos,
mais eles cresciam. A final, a graça de Deus, mesmo no sofrimento, pairava
sobre o seu povo!
2.
Refugiados pelo mundo.
A experiência dos israelitas como
forasteiros não se ateve à terra de Faraó. A descendência de Abraão viveu como
estrangeira em várias outras oportunidades ao longo de sua história (assírios –
2 Rs 17.6, babilônios – 2 Rs 25.21, gregos – Alexandria no século III a.C).
Após a diáspora de 70 d.C, quando os romanos invadiram Jerusalém e destruíram o
Templo, milhares de israelitas foram dispersos pelo mundo, vivendo exilados de
sua pátria como refugiados (Lc 21.24).
3.
Deus manda proteger o estrangeiro.
Não é de admirar, portanto, que Deus tenha
ordenado ao povo de Israel a proteção e o cuidado do estrangeiro. As exortações
bíblicas para não oprimir (Êx 23.9), permitir a colheita remanescente (lei da
respiga, Dt 24.19-22) e amar o estrangeiro (Lv 19.33,34) levam em
consideração a experiência vivenciada
pelos israelitas como peregrinos. Em um tempo em que os estrangeiros eram considerados
inimigos, Deus instrui seu povo ao acolhimento, agindo com compaixão. Isso
porque, assim como o pobre, o órfão e a viúva, o estrangeiro, nos termos aqui
mencionados, encontra-se igualmente em condição de vulnerabilidade, a depender
de proteção e amparo. Viver longe do lar e tendo de enfrentar barreiras geográficas,
culturais, sociais, linguísticas, ao tempo em que sofre discriminação e
preconceito étnico, inegavelmente é uma situação que evoca cuidados especiais.
Pense!
Colocar-se no lugar do refugiado é a
melhor maneira de compreender a sua dor e sofrimento.
Ponto Importante
Refugiado significa muito mais que um
imigrante; é o estrangeiro que está em busca de proteção e segurança, tentando
escapar de
um perigo de sua terra natal.
III – OS REFUGIADOS NA EUROPA E NO
BRASIL
1.
A atual crise de refugiados.
Devido a conflitos internos,
terrorismo,guerras civis,
perseguição religiosa eoutras
formas de perseguição, a últimadécada
tem testemunhado a maior crisede
refugiados desde a Segunda GuerraMundial.
Em várias partes do mundo,milhares
de pessoas fogem de seuspaíses em
busca de abrigo em outrasnações,
com famílias inteiras deixandoseus
lares e arriscando suas vidas emviagens
e travessias perigosas, a pé oupelos
mares. Estudo realizado pela ACNUR/ONU, em 2015, apontou um totalde 65,3 milhões de pessoas deslocadaspor guerras e conflitos até o final
daqueleano. É um verdadeiro caos
humanitário!
2.
Refugiados na Europa.
O continente europeu é uma das regiões
mais afetadas pela crise de refugiados. Isso se deve ao crescente número de migrantes
que chegam às suas fronteiras em busca de abrigo, oriundas, em sua maioria, do
Oriente Médio e da África, especialmente em decorrência do terrorismo do Estado
Islâmico. Na tentativa de atravessar o Mediterrâneo e chegar à Europa, famílias
inteiras arriscam suas vidas em viagens a bordo de embarcações clandestinas.
Muitos não completam o percurso. Outros tantos desaparecem.
3.
Refugiados no Brasil.
O Brasil também recebe refugiados do
mundo todo. Segundo estatísticas, o número total de solicitações de refúgio
aumentou mais de 2.868% entre 2010 e 2015. Entre as principais causas dos
pedidos de refúgio estão a violação de direitos humanos, perseguições
políticas, reencontro de famílias e perseguição religiosa. A grande maioria
dessas pessoas advém da África, Ásia (inclusive Oriente Médio) e do Caribe.
Jovem, você conhece ou já viu alguma pessoa refugiada em sua cidade? Qual foi a
sua reação?
Pense!
Mais da metade dos refugiados no mundo
é criança.
Ponto Importante
A última década tem testemunhado a
maior crise de refugiados
desde a Segunda Guerra Mundial.
IV – OS REFUGIADOS E A IGREJA
1.
Um problema dos últimos tempos.
As guerras e os rumores de guerras serão
sinais dos últimos dias (Mc 13.7), ocasionando em grande medida a crise dos refugiados.
Mas isso não pode nos anestesiar em face desse problema humanitário. Os eventos
escatológicos não afastam a responsabilidade do povo de Deus de dar mostras do
seu amor e justiça para com o próximo e necessitado (Sl 72.13; Pv 31.20),
enquanto aqui estiver.
2.
Amor e compaixão pelo estrangeiro.
Em o Novo Testamento, temos o exemplo
do próprio Jesus que, ainda criança, foge com seus pais para o Egito em razão
da perseguição de Herodes (Mt 2.13). O Filho de Deus encarnado, portanto, foi
um refugiado nessa terra. Cristo se importa e se compadece daqueles que se
encontram nessa condição, pois conhece o
seu sofrimento e infortúnio (Hb 2.17,18). Por esse motivo, aqueles que acolhem
o estrangeiro necessitado são dignos de honra.
3.
Oração e hospitalidade.
Além da oração, é possível promover o
acolhimento e amparo aos refugiados, colocando em prática a recomendação
bíblica da hospitalidade (Rm 12.13; Hb 13.2; 1 Tm 3.2; 1 Pe 4.9). Tal
hospitalidade faz parte do serviço cristão, e se estende aos crentes e àqueles
que estão no mundo. Sem adentrar aos aspectos que envolvem a segurança nacional
e a política migratória, que competem ao Estado, o povo do Senhor serve como
uma comunidade de refúgio e apoio às pessoas e famílias fragilizadas que sofrem
perseguição.
4.
A igreja e os refugiados.
Devemos lembrar de que muitos
refugiados são cristãos que se encontram afastados de seus países por diversos
motivos, alguns por causa da perseguição religiosa, por professarem a fé em
Cristo. Enquanto arauto da justiça, a igreja também pode agir estrategicamente
no enfretamento desse problema social, alçando sua voz profética para que o
assunto seja devidamente tratado pelo poder público, apoiando organizações
sérias que trabalham nessa causa, inclusive levantando recursos para a ajuda
humanitária.
Pense!
Seja um instrumento de refúgio para
aqueles que buscam socorro.
Ponto
Importante
A comunidade cristã
pode promover o acolhimento e o amparo aos refugiados, colocando em prática a
recomendação bíblica da hospitalidade.
Subsídio
“Serviço e
Comunhão Hebreus também apresenta um testemunho poderoso sobre a necessidade de
o cristão alcançar os outros em serviço amoroso e abnegado e responder a Deus
em adoração sincera. O fato de estar sob pressão pessoal não é desculpa para
viver uma existência autocentrada e de ingratidão.
O principal ensinamento
a respeito do serviço cristão é apresentado em uma série de exortações do
capítulo final de Hebreus. Algumas são instruções padrões a respeito da vida
cristã, necessárias em qualquer tempo e lugar, mas a maioria reflete a situação
específica
dos leitores. Essas são
exortações ao amor fraternal, à hospitalidade, ao cuidado dos prisioneiros e
dos perseguidos, ao contentamento financeiro e à estabilidade e firmeza
espiritual em
face de opiniões
distintas e de oposição (13.1-14). Tudo isso é necessário, em especial, para
uma comunidade que passa por uma situação difícil. No entanto, elas revelam a
orientação particularmente cristã de cuidar das necessidades dos outros e
buscar de forma ativa o bem deles, em vez de se absorver nos interesses
pessoais ou na autocomiseração” (ZUCK, Roy B (ed.). Teologia do Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp. 459,460).
CONCLUSÃO
A questão dos refugiados é um tema
atual e complexo. Não obstante, considerando que o Senhor é um alto refúgio
para o oprimido (Sl 9.9), a comunidade cristã deve também ser uma comunidade de
refúgio para os estrangeiros perseguidos. Sem desconsiderar os aspectos que
envolvem a segurança nacional e a política migratória, aos cristãos cabe, do
ponto de vista prático, dar acolhimento àqueles que precisam de proteção.
HORA DA REVISÃO
1. De acordo com a lição, qual o
conceito de refugiado?
Refugiadas são as pessoas
que se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de perseguição por
motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em
grupos sociais, e que não possa (ou não queira) voltar para casa.
2. Quais as principais causas da crise
de refugiados no mundo?
Conflitos internos,
terrorismo, guerras civis, perseguição religiosa e outras formas de
perseguição.
3. De onde é oriunda a grande maioria
dos refugiados na Europa?
Do Oriente Médio e da África.
4. Cite três exortações de Deus no
Antigo Testamento sobre o tratamento aos estrangeiros?
Não oprimir, permitir a
colheita remanescente e amar o estrangeiro.
5. O que a comunidade cristã pode
fazer em relação aos refugiados?
Promover o acolhimento e
amparo aos refugiados, colocando em prática a recomendação bíblica da
hospitalidade.