Subsídios Bíblicos: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ - Nova Edição

Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ   Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja   Subsídios Lição 2: Somos Cristãos     Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno       Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana    Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo?     Subsídios...

Lição 3 - A Santíssima Trindade: um só Deus em três Pessoas (Subsídio)

As Escrituras aplicam esse nome "Deus" ao Pai (Fp 2.11), da mesma forma ao Filho (Jo 1.1 e TJo 5.20) e ao Espírito Santo (At 5.3-4).
Aparece, na maioria das vezes, com referência à Trindade (Dt 6.4). Isso também ocorre com o nome Jeová. Com referência ao Pai sozinho (SI 110.1), ao Filho (compare Is 40.3; Mt 3.3) e ao Espírito Santo (Ez 8.1-3).
No entanto, aplica-se à Trindade (Dt 6.4 e SI 83.18). Vale lembrar que o nome "Deus", theos, no Novo Testamento grego, quando vem acompanhado do artigo definido e sem outra qualificação, é sempre uma referência ao Deus Pai.

  • Lições Bíblicas Juvenis

  • Se o Pai é o verdadeiro Deus, e da mesma forma o são também o Filho e o Espírito Santo, como fica o monoteísmo judaico-crisião?
    As Escrituras ensinam que existe um só Deus e que Deus é um só. Isso vale tanto para o Velho Testamento (Dt 6.4) como para o Novo (Mc 12.29-30). O cristianismo é religião monoteísta (1Co 8.6).
    A mesma Bíblia que ensina haver um só Deus, e que Deus é um só, ensina também que tanto o Pai, o Filho, como o Espírito Santo é Deus.
    1. Unidade composta.
    A doutrina da Trindade não contradiz o monoteísmo do Velho Testamento, pois convém salientar que a unidade de Deus, em Deuteronômio 6.4: “Ouve ó Israel o Senhor nosso Deus é o único Senhor”, é composta e não absoluta.
    A palavra hebraica para essa unidade composta é echad (lê-se "errad"), que aparece nesse versículo, a mesma usada em Gênesis 2.24, quando diz que marido e mulher são “uma só carne”.
    Já a Unidade absoluta em hebraico é yachid (lê-se "iarrid"), como encontramos em Gênesis 22.2.

    A Trindade, portanto, não é triteísmo e é erro crasso comparar a Trindade bíblica, da religião cristã, com as tríades do paganismo, como fazem as Testemunhas de Jeová e outros grupos religiosos heterodoxos, para nos criticar.
    Brahma, Vishnu e Shiva, por exemplo, na religião hindu, são três deuses e não uma trindade.

    A Bíblia ensina o monoteísmo, a Trindade, portanto é a união de três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, em uma só Divindade, sendo iguais, eternas, da mesma substância, embora distintas, sendo Deus cada uma dessas Pessoas (Mt 28.19; ICo 12.4-6; 2Co 13.13 e Ef 4.4-6).
    O Credo de Atanásio diz: "Não separamos as pessoas e nem confundimos a substância".

    2.  Resumo histórico da Santa Trindade.
    A palavra "trindade" é um termo técnico para designar um Deus em três Pessoas aplicada à Divindade no final do século 2 por Tertuliano em Contra Práxeas, II: “Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três: Pai, Filho e Espírito Santo; três, contudo,... não em substância, mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo".

    No segundo século da Era Cristã surgiram os que Tertuliano chamou de monarquianistas (do grego monarca a - "governo exercido por uma única pessoa"). Estavam divididos em dois grupos: dinânimos e modais. Os monarquianistas dinâmicos, (do grego dynamis, "força, poder"), diziam que Deus deu força e poder a Jesus, adotando-o como Filho, negando assim a divindade absoluta de Jesus e também a Trindade.
    Era o prenúncio do arianismo, que no início do quarto século negava a eternidade de Jesus, considerando Cristo um deus de segunda categoria, igual ao ensino das Testemunhas de Jeová. Essa doutrina dos dinâmicos era defendida por Teodoro de Bizãncio, Artemão e Paulo de Samosata.

    Monarquianistas modais ensinavam que as três Pessoas da Divindade se manifestavam por vários modos, daí o nome modalista. Eram defendidos por Noeto de Esmirna e Práxeas de Cartago. Ensinavam que o Pai nasceu e sofreu e que Jesus era o Pai. Por essa razão, no Ocidente, eles eram chamados de patripassianistas (do latim Pater "Pai" e passus de patrior, ''sofrer": o Pai se encarnou em Cristo e sofreu com Ele). Tertuliano disse que eles crucificaram o Pai e puseram em fuga o Espírito Santo.

    No Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi quem mais se destacou na propagação dessa heresia. Segundo essa doutrina, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são apenas três aspectos da Divindade sendo, portanto, uma mesma Pessoa.
    Sabélio usava a palavra "pessoa'' para cada Pessoa da Divindade, mas para ele essa “pessoa” tinha o sentido de máscara ou de manifestações diferentes de uma mesma pessoa divina.

    Na sua concepção o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele era Pai na Criação e na promulgação da Lei, Filho na encarnação e Espírito Santo na regeneração.
    Essa doutrina foi combatida por Tertuliano em Contra Práxeas, quando pela primeira vez esse apologista usa o termo Trinitas ("Trindade") para a Divindade e depois por Hipólito e Origines.
    O sabelianismo ganhou espaço por mais ou menos cem anos em Roma, Ásia Menor, Síria e Egito.

    Em 263, Dionísio de Alexandria enfrentou o próprio Sabélio derrotando assim esse movimento. Depois disso o cristianismo passou a repudiar essas crenças e o combate a essa heresia continuou até que ela desapareceu completamente da história.
    Depois de muitos séculos essa heresia foi trazida de volta, das profundezas do inferno, por John G. Scheppe, fundador da seita "Só Jesus", em 1913.
    Os unicistas de hoje, como o Movimento Só Jesus, a Igreja Voz da Verdade, Tabernáculo da Fé. Igreja Local Testemunhas de Jeová, dentre outros movimentos, têm suas raízes no antigo sabelianismo.
    Tanto os antigos como os modernos negam a doutrina da Santíssima Trindade e defendem a crença de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam uma só Pessoa e não três Pessoas distintas em uma só Divindade.
    O arianismo
    O outro conceito heterodoxo sobre a Divindade foi o arianismo. Fundado entre 321-325, foi a maior controvérsia da história do cristianismo. Ário pregava que o Filho era criatura (doutrina advogada ainda hoje pelas Testemunhas de Jeová) e esta inovação sacudiu o cristianismo da época.
    Foi por volta de 320 d.C. que Ário, de Alexandria, Egito, encontrou em Provérbios 8.22, no texto da Septuaginta, o seguinte: "O Senhor me criou no princípio dos seus caminhos", e assim procurava fundamentar sua doutrina, de que Jesus era criatura, negando a doutrina da Trindade.
    O imperador romano, Constantino, enviou 'mensageiros com o propósito de uma conciliação, mas foi tudo em vão, até que convocou um concílio, que aconteceu na cidade de Nicéia, em 325 dC.
    Até hoje não está claro se a "Sabedoria" de Provérbios 8.22 se refere a Cristo. Foi aplicada ao Filho por Tertuliano como um dos dois estágios da história do Logos (Contra Praxeas, VII).
    Para Justino, o Mártir, esta sabedoria divina é o Logos (Diálogo com Trifon, LXI.), mas para Irineu a Sabedoria é o Espírito Santo (Contra Heresias Livro IV. XX).
    Até hoje, muitos expositores da Bíblia não concordam em que essa sabedoria seja o Logos.
    Essa interpretação da patrística não é uniforme, além disso, é questionada por muitos expositores, ao longo da história do cristianismo e, ainda que o fosse, fala de sua eternidade, pois, do contrário, seríamos obrigados a admitir que Deus esteve sem sabedoria na eternidade passada.

    IV - A TRINDADE SANTA NÃO SÃO TRÊS DEUSES
    Deus não é três pessoas independentes ou três deuses diferentes; e também Deus não é uma pessoa que veste três máscaras diferentes ou simplesmente Se revela em três formas diferentes. O Deus das Escrituras existe simultaneamente como três pessoas distintas e iguais que são um em sua natureza e essência divina, e que vivem em perfeita igualdade e unidade.
    Os textos das Escrituras estão claro que o Pai, Filho, e Espírito Santo são três pessoas distintas.

    Funções distintas
    Embora o Pai, Filho e Espírito Santo são iguais e existem em perfeita unidade, eles costumam realizar funções distintas, e Se manifestam de maneiras diferentes.
    a) O Pai - é o Deus invisível que nenhum homem viu (João 118).
    b) O Filho - é Deus que se fez carne e a perfeita revelação do Pai (João 1.1, 14,18; 14. 9).
    c) O Espírito Santo é Deus vivendo nos Cristãos (Romanos 8.9; João 14.16-17, 23).

    Tentando entender a trindade
    1. Deus é Um. Não existem três Deuses diferentes na Trindade.
    2. Deus é Três. Existe um Deus que subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
    3. As três pessoas da Trindade são Pessoas reais e distintas.
    4. As três pessoas da Trindade são perfeitamente iguais. O Filho não é o menor do que o Pai, nem o Espírito menor que o Filho.
    5. As três pessoas da Trindade podem se manifestar de maneiras diferentes e podem exercer funções diferentes.

    Deus é um em essência, três em pessoa.
    Essa fórmula atribui duas coisas a Deus, duas coisas diferentes (embora não contraditórias). Por um lado é afirmado que Deus é um em essência. Por outro lado asseverado que Deus é três em pessoa. Poderíamos afirmar a fórmula da Trindade como segue:

    Deus é um em A; Deus é três em B.
    Ora, se A e B são contraditórios, então a fórmula chegaria perto de uma contradição. Se B fosse contrário a A, então chamaríamos B de não “A”. E, nesse caso, a fórmula diria:
    Deus é um em “A’, Deus é três em não “A”.
    Mas mesmo que fosse esse o caso (o que não é), então a fórmula não seria necessariamente contraditória. Se um ser ou assunto tivesse quatro dimensões, poderíamos dizer que o assunto era um em “A” e também possuía três não “As’”.
    “A” não pode ser “A” e não “A” ao mesmo tempo e dentro de uma mesma relação.
    Isso significa simplesmente que algo não pode ser o que é e não ser o que é, ao mesmo tempo, e dentro de uma mesma relação.
    Se tivéssemos dito que Deus era um em sua essência, e somente um em essência, e então acrescentássemos que Deus era três em essência, teríamos uma contradição de boa fé. Algo não pode ser um e muitas coisas, ao mesmo tempo e dentro da mesma relação. Portanto, se asseverássemos que Deus era três em pessoa e um em pessoa, ao mesmo tempo e dentro da mesma relação, estaríamos nos espasmos de uma contradição.
    Mas a fórmula da Trindade não assevera tais coisas. A fórmula diz que Deus é um em uma coisa (essência) e três em outra coisa (pessoas). A menos que alguém possa provar que essência e pessoa são a mesma coisa, essa fórmula não contém qualquer contradição.
    A Igreja estabeleceu uma distinção cuidadosamente traçada entre essência e pessoa, para evitar fazer uma declaração contraditória acerca de Deus.
    Se existe uma diferença real entre essência e pessoa, então a fórmula da Trindade nem é contraditória e nem é irracional. Antes, ela é lógica e bíblica.

    O Mistério da Trindade não é um motivo para sua negação.
    Alguns dizem que não podem acreditar naquilo que não conseguem entender, ou se alguma coisa não pode ser explicada, não pode ser verdade.
    Se formos aplicar a mesma lógica na Bíblia inteira, ou até mesmo à nossa própria existência, iria sobrar muito pouco para nós acreditarmos.
    Mesmo as mais simples verdades das Escrituras e da realidade humana vão além do nosso entendimento. Nós não acreditamos por que podemos entender, mas acreditamos por que é verdade – o testemunho das Sagradas Escrituras.

    V. AS TRÊS PESSOAS TEM OS MESMOS ATRIBUTOS

    Eternidade: Pai (Sl 90.12); Filho (Ap 1.8,17; Jo 1.2; Mq 5.2); Espírito Santo (Hb 9.14).
    Poder infinito: Pai (1Pe 1.5); Filho (2Co 12.9); Espírito Santo (Rm 15.19).
    Onisciência: Pai (Jr 17.10); Filho (Ap 2.23); Espírito Santo (1Co 2.11).
    Onipresença: Pai (Jr 23.24); Filho (Mt 18.20); Espírito Santo (Sl 139.7).
    Santidade: Pai (Ap 15.4); Filho (At 3.14); o Espírito é chamado de Espírito Santo, foi por isso que os anjos clamaram: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos” (Is 6.3).
    Verdade: Pai (Jo 7.28); Filho (Ap 3.17); Espírito Santo (1Jo 5.6).
    Benevolentes: Pai (Rm 2.4); Filho (Ef 5.25); Espírito Santo (Ne 9.20).
    Comunhão: Pai (1Jo 1.3); Filho (idem); Espírito Santo (2Co 13.14).
    Trindade não é: 3 deuses em 1 deus (triteísmo); o filho não é criado pelo pai (arianismo e Testemunhas de Jeová); as pessoas de Deus não são apenas manifestações (modalismo). Nenhuma pessoa sem as outras é Deus; cada pessoa com as outras é Deus.

    O Pai não é o Filho; o Filho não é o Espírito Santo e o Espírito Santo não é o Pai. Eles são co-iguais, co-eternos e co-poderosos.
    Trindade: 1. Deus é três pessoas; 2. Cada pessoa é plenamente Deus; 3. Há um só Deus” (Wayne Grudem)”.

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