O
argumento Teológico conforme determina o termo, é
vazado dentro do conteúdo da Bíblia e das interpretações teológicas, para
mostrar a necessidade do uso de uma ciência com o objetivo de conduzir-nos a
Deus. O termo Teologia, segundo seus aspectos etimológicos, é composto de duas
palavras gregas: "Theos" (Deus) e "Logos" (Fala,
tratado ou expressão).
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Em outras palavras significa "ciência acerca de
Deus" ou melhor, "estudo acerca de Deus". Porém, é evidente que,
restritamente falando, quando falamos de Teologia própria, esta se ocupa
exclusivamente com o estudo das três pessoas da Divindade (Pai, Filho e
Espírito). Porém, quando o termo assume o caráter de Teologia Sistemática, seu
sentido é mais abrangente e, necessariamente, obedece regras e sistematização
ordenada, para uma melhor compreensão do significado do pensamento.
Presença do Termo
Embora não encontramos nas Escrituras
Sagradas (graficamente falando) a palavra Teologia, contudo, ela é bíblica em
seu caráter. Em Romanos 3.2 aparecem as palavras "ta logia tou Theou" (os
oráculos de Deus). Em Primeira Pedro 4.11 temos as palavras "logia Theou" (oráculos de Deus). E
em Lucas 8.21, a expressão "ton
logon tou Theou" (a Palavra de Deus).
A Natureza de
Deus
Os
atributos divinos levam-nos, com efeito, às diversas provas da existência e da
natureza divina. Não podemos elevar-nos apenas pelas forças da razão natural a
conhecer a natureza divina no que a constitui propriamente. Nós só a conhecemos
por seus efeitos e quando estes não são manifestos, temos, então, uma percepção
delineada pela fé (Hb 11.6).
Sem
dúvida, os efeitos trazem sempre alguma semelhança com a causa: é por isso que
nosso conhecimento da natureza divina é real.
Deus
não é incognoscível (que não se pode conhecer). Porque o conhecimento que temos
dele, se não é perfeito, como já tivemos ocasião de ver no argumento
ontológico, é contudo um conhecimento verdadeiro e real.
A
ciência está longe de conhecer o mundo de uma maneira perfeita e adequada; ela
tem, no entanto, a pretensão legítima de descobrir para nós, em parte, a
natureza e as suas leis. Da mesma forma, se não podemos, com os braços, abarcar
uma montanha, podemos, ao menos, pela vista, ter dela um conhecimento parcial.
O ponto de
vista divino
Do
ponto de vista divino (...) as Escrituras definem a natureza de Deus da
seguinte fornia: a) Deus é Espírito. "Deus é Espírito, e importa que os que
o adorem o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.24).
Deus
é Espírito, Eterno e Imutável, tanto em seu Ser, como em sua sabedoria, poder,
santidade, justiça, bondade, amor, retidão e verdade.
b)
Deus é Luz.
"E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e
não há nele trevas nenhumas" (1Jo 1.5).
c)
Deus é Amor.
"E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem: Deus é caridade; e
quem está em caridade está em Deus, e Deus nele" (1Jo 4.16).
Por
inferência, nas passagens de Mateus 26.64 e Marcos 14.62, Jesus diz que Deus é
Poder. Evidentemente, se faz necessário que Deus se revele a si mesmo através
de seus atributos. Por meio dos quais, somos conduzidos a uma percepção de sua
natureza. Onde, porém, isso não pode ser alcançado, Deus revela-se a si mesmo,
fazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome (Êx 6.2).
No
que tange a vida, Deus é de natureza imortal. Ele é "...O Rei dos séculos,
imortal" (ITm 1. 17). "... Aquele que tem, ele só, a
imortalidade" (ITm 6.16).
Tanto
o Antigo como o Novo Testamento aplica a Deus quantidade incontável de qualificativos,
que não podemos sistematizar ou hierarquizar como se fossem atributos
principais e secundários. Na sua natureza plena, cada um dos atributos divinos
corresponde à determinada presença de Deus perto dos homens na história deles,
e esta presença é sempre total em cada caso. Eles designam sempre um ato divino
mais do que uma forma do Ser de Deus.
Mas
além de nos determos em cada caso isolado, precisamos compreender as afirmações
escriturísticas: Deus é fiel (ICo 1.9; 10.13; 2Co 1.18), sábio (Rm 16.27),
verídico (Jo 3.33; Tt 1.2), misericordioso (Rm 2.4), justo, mesmo na sua ira
(Rm 11.22); Ele é o Deus da paz (Rm 15.33; 16.20; Fp 4.9; ITs 5.23; Hb 13.20),
da esperança (Rm 15.13), da consolação (2Co 1.3), do amor (2Co 13.11). Todos
esses atributos divinos, além daqueles que sistematicamente chamamos de
atributos naturais e morais, são inerentemente ligados à sua natureza plena do
seu Ser.
Sua
Origem
A
palavra "origem" só se aplica às coisas criadas. Ao pensarmos em
qualquer coisa que tenha origem, não estamos pensando em Deus. Deus é
auto-existente, enquanto as coisas criadas necessariamente se originaram em
algum lugar e em algum tempo. Além de Deus, não há nada auto-causado.
O
fato dê, Deus existir é tão normal que não temos no Antigo Testamento nenhuma
referência, ou pelo menos não aparece na Bíblia vestígio de especulações sobre
a origem ou o destino de Deus, embora a teologia ocupe lugar considerável nas
crenças dos povos vizinhos. Não havia especulações, sobre os antecessores de
Deus nas tábuas genealógicas. Desde que Ele aparece, já é um Deus maior e
soberano, por ser um Deus vivo (Gn 1.1).
a.
Ele é o início (não teve início). Início aqui, não se prende ao começo de uma
coisa, e, sim, à Causa primeira de tudo. Assim como a vida é uma realidade
misteriosa que apenas se pode constatar e que ninguém sonha contestar, assim
Deus é realidade que se impõe. A fé não se preocupa a procurar a origem de
Deus, e, sim, sua existência. Porque sabe que Ele existe (Hb 11.6). Porque Ele
é vivo, podemos falar dele como de um homem vivo;
mas
também, porque dele falamos como um homem vivo, não deixamos nunca de lembrar
que Ele está vivo. Porém, no que diz respeito a sua origem, as Escrituras falam
abundantemente do que se pode conhecer da sua existência e do seu caráter, seus
atributos naturais e morais, seus nomes e títulos, sua existência trina, e tudo
que tange à sua pessoa em palavras e obras. Porém, quanto à sua origem elas
permanecem em silêncio e perfeito isolamento!
b.
O que Deus é. O que quer que Deus seja, e tudo que é Deus, Ele o é em si mesmo.
Toda vida ou forma de existência está em Deus e vem de Deus, seja a forma mais
primitiva de vida consciente ou a vida altamente inteligente e autoconsciente
dum serafim ou de um outro poder angelical. Nenhuma criatura tem vida em si;
toda a vida é dom de Deus.
De
modo inverso, a vida de Deus não é dom de outrem. Se houvesse outro do qual
Deus pudesse receber o dom da vida, ou qualquer dom, esse outro é que seria de
fato Deus.
É
uma maneira elementar mais certa de pensar em Deus como Aquele que tudo contém,
que dá tudo que é dado, mas que não pode em si mesmo receber nada que Ele não
teria dado primeiro.
Admitir
que Deus necessita de algo seria admitir um Ser divino incompleto. A
necessidade é uma palavra própria à criatura e não poderá ser empregada em
relação ao Criador. Deus tem uma relação voluntária com tudo quanto criou, mas
não tem qualquer relação necessária com coisa alguma fora de si mesmo (Is 40.13;
Rm 11.35,36). O seu interesse nas suas criaturas surge do seu prazer soberano,
não porque estas criaturas possam suprir qualquer necessidade, nem aperfeiçoar
Aquele que já é perfeito em si mesmo.
Deus
não tem gradação. Sendo Deus uni Ser supremo e soberano, segue-se que não pode
ser elevado. Não há nada acima dele, nada além dele. Para a criatura, qualquer
movimento em direção a Deus é elevação, e para longe dele é queda.
Deus
mantém por si mesmo a sua posição, e não precisa permissão de ninguém. Desde
que não é possível elevar a Deus, assim também é impossível degradá-lo. Está
escrito que Ele sustenta todas as coisas pelo supremo poder de sua Palavra (Hb
1.1). Como então Ele pode ser elevado ou sustentado pelas próprias coisas que
sustenta? Seria, então, ilógico.
Mais
uma vez, Deus não precisa de defensores. Ele é o Eterno não-defendido. Quando
se faz necessário que Ele use seus exércitos angelicais, não é para se
defender, e, sim, para defender alguém. Em Apocalipse 12.7, Miguel aparece a
combater o "diabo e seus anjos" em defesa do Céu. Mas não em defesa
de Deus! As Escrituras usam muitos termos militares, a fim de comunicar-se
conosco num idioma que possamos compreender; mas certamente não foi planejado
que pensássemos no trono da Majestade como estando sitiado, com Miguel, o anjo
principal e poderoso com seus exércitos celestiais lutando em defesa do Senhor
dos Exércitos! (L'Eternel dês Armées.) Para guardar sua integridade física
(física aqui - para ser entendido pela mente natural), ou para que o seu trono
não seja usurpado. Um Deus que precisa ser defendido, só poderia nos ajudar
quando estivesse sendo ajudado. Porém isto contrariaria toda sua natureza
moral. Isto é impossível!