Lições bíblicas CPAD –
Classe: Jovens/ 3° trimestre de 2017/ Reverberação: Subsídios EBD
TEXTO DO DIA
"Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje,
e eternamente." (Hb 13.8)
SÍNTESE
Os milagres são eventos naturais para
Deus, mas sobrenaturais para os Homens.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA - Is 53.4: O sacrifício de
Jesus, garantia da cura
TERÇA - Is 61.1: A unção sobre Jesus,
garantia dos milagres
QUARTA - Mc 16.17: A promessa de Jesus
QUINTA - Mt 10.1: Os discípulos como
instrumentos dos milagres
SEXTA - SI 77.14: O Deus que realiza
milagres
SÁBADO - Mt 19.26: Para Deus tudo é
possível
OBJETIVOS
•
DISCUTIR a respeito da invasão do sobrenatural,
milagres, em algumas igrejas;
•
MOSTRAR que o Cristianismo é um grande milagre;
•
DISSERTAR a respeito do simbolismo do milagre, sua
natureza.
INTERAÇÃO
Professor, no próximo domingo será o
encerramento do trimestre, portanto, programe-se! Desafie seus alunos! Peça que
tragam o maior número possível de parentes e amigos à Escola Dominical, independentemente
da idade, salvos ou não. Os objetivos são: congregar toda a família, apresentar
a nossa classe bíblica àqueles que não a conhece e trazer de volta os que andam
ausentes. Cuide para que os parentes visitantes sejam apresentados à igreja. Premie
os alunos mais esforçados, na medida do possível. Sugestões de brindes: caixas
de bombons que possam ser compartilhados por seu aluno com os familiares e
amigos presentes ou livros. A Escola Dominical deve ser um momento de
aprendizado e de celebração da unidade.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, promovendo trabalhos em
grupo você estará fugindo do perigo de ministrar aulas estritamente
expositivas, bem como proporcionará uma aprendizagem participativa, portanto,
mais eficaz. É interessante que os grupos sejam formados aleatoriamente,
promovendo a interação entre os que têm menos afinidade. Assim, no início da
aula, pergunte-lhes: Vocês creem em milagres? Alguém já foi beneficiado por um
milagre? Ouça uns dois ou três testemunhos e questione (de maneira sutil) a
respeito das evidências (provas) das ocorrências dos milagres relatados,
colocando-os em dúvida, pois é exatamente isso que os naturalistas (os que só
dão credibilidade às coisas demonstradas pelo método científico) fazem. Após,
explique que sua abordagem cética foi uma "encenação" para testar o
raciocínio deles.
TEXTO
BÍBLICO
Lucas
1.26,27, 29-31, 34,35, 37,38.
26
E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia,
chamada Nazaré.
27
a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José. da casa de Davi;
e o nome da virgem era Maria.
29
E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que
saudação seria esta.
30
Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante
de Deus,
31 E eis que em teu ventre conceberás,
e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o
nome de Jesus.
34
E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão?
35
E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espirito Santo, e a
virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que
de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
37
Porque para Deus nada é impossível,
38
Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim
segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O
verdadeiro Cristianismo acredita nos milagres de Deus,
pois há provas abundantes de que o Senhor intervém sobrenaturalmente na
natureza. O materialismo, porém, defende que a natureza é a única realidade existente
(Engels), sendo ela própria sua causa primeira (e não Deus), a qual funcionaria
com base em leis naturais fundamentais, porém não responde qual a origem dessas
leis, como elas foram estabelecidas, ou mesmo quem escolheu o modelo de
funcionamento da Natureza. Por tudo isso, Einstein dizia que "o mais
incompreensível do mundo é que ele seja compreensível".
l
- MILAGRE: A INVASÃO DO SOBRENATURAL
1.
Possibilidade universal.
A possibilidade universal (a ideia de
que tudo é possível) é um dos pressupostos da ciência. Para analisar a
ocorrência de um milagre, o cientista deve despir-se de qualquer conceito
quanto ao resultado de sua pesquisa, fato extremamente raro nos dias atuais. O
primeiro passo é não distinguir fato natural e sobrenatural, porque para Deus é
tudo a mesma coisa, pois Ele é a causa de tudo e, portanto, tudo lhe é normal.
2.
Evidência histórica dos milagres.
Quando os céticos criticam os milagres
bíblicos, comentam sobre as superstições dos escritores, do comprometimento das
testemunhas, das aparentes contradições dos relatos, mas a Bíblia, por si só, é
suficiente para apresentar provas cabais sobre a veracidade dos milagres
escriturísticos. Observe-se a história sobre Jesus: Todos os apóstolos, à
exceção de João, foram martirizados e nenhum deles ficou rico! Antes, foram
considerados escória do mundo. Aqueles homens, especificamente, não morreriam
por uma mentira. Isso é uma evidência fabulosa.
Outro
ponto importante, é que as narrativas dos Evangelhos são complementares e nunca
contraditórias, sempre mostrando a mesma história, contada a partir de vários
olhares, o que fortalece ainda mais a narrativa. Por fim, nos Evangelhos, são
mencionados episódios de traição, covardia, dúvida, fraqueza, desunião, inveja,
envolvendo as pessoas que formavam o ciclo de amizades de Jesus — os apóstolos.
Ora, se fosse uma mentira, os escritores caprichariam nas realizações
altruísticas deles mesmos. O que eles escreveram sobre si próprios é pífio e
vergonhoso. Ou seja, somente valeria a pena dizer as fraquezas, os próprios
erros, como o fizeram, se fosse para falar a verdade.
3.
Definição — a invasão.
O milagre não quebra nem suspende as
leis da natureza, mas simplesmente a invade. Logo em seguida, as leis naturais
absorvem o fato miraculoso, harmonizando-o com os demais acontecimentos.
Lázaro, a filha de Jairo ou o filho da viúva de Naim experimentaram uma invasão
do sobrenatural, mas logo depois seus corpos estavam novamente normais,
sujeitos à morte, como sempre. O que aconteceu foi uma intervenção, uma
invasão, que logo foi absorvida pela vida natural. Seus resultados seguem de
acordo com a lei natural.
Essa invasão de um poder de fora da
natureza é intolerável para os materialistas e até para certos cristãos, como
os deístas, que acham que Deus é um relojoeiro, que fez o mundo e deixou-o
entregue à própria sorte.
Pense!
Será que, para Deus, existe diferença
entre coisas naturais e sobrenaturais?
Ponto Importante
Na ótica humana é possível distinguir
entre natural e sobrenatural, mas para o Senhor todos os fenómenos são
naturais, por isso tudo é possível para Ele (Lc 1.37).
II
- CRISTIANISMO: A HISTÓRIA DE UM GRANDE MILAGRE
1.
O fenômeno milagroso na fé cristã.
Diferentemente do hinduísmo, budismo e
islamismo, dentre outras, como C. S. Lewis afirmava, "o Cristianismo é a
história de um grande Milagre". Sem dúvida, toda a narrativa bíblica é
envolta em milagres, a partir de Gn 1.2, quando Deus invadiu decisivamente a
"natureza". No princípio (Gn 1.1), Deus criou a natureza e depois a
invadiu frequentemente, a partir das suas palavras de ordem nos versículos
seguintes e por toda a antiga aliança.
Esse
padrão se manifestou com a mesma intensidade, ou mais até, com a vinda do
Messias. Por isso, a teologia pode ser considerada um efeito residual dos milagres,
pois eles sustentam quase tudo que se conhece sobre o caráter do Altíssimo.
2.
Encarnação — o principal milagre.
A Encarnação de Cristo foi o principal
milagre que ocorreu, sobretudo pelo que ele representa: a total desconstrução
da razão humana. Este milagre fez entrar em vigor um princípio até então
desconhecido: a capacidade do Todo-Poderoso apequenar-se, do Eterno tornar-se
temporal, do Transcendente vir a ser imanente, da Suprema Vida sujeitar-se à
morte, a fim de harmonizar-se com uma humanidade decaída, escravizada pelo
pecado. A Encarnação, portanto, é, em grande medida, uma morte. Isso faz
Lembrar que a Deus pertence o poder,., e a misericórdia.
Nunca se tinha imaginado que o
Altíssimo tomaria para si o exemplo vegetal, em que um ser perfeito, adulto,
lança toda a sua essência em uma semente que, para cumprir sua missão, precisa
primeiramente morrer. Essa pobre analogia da natureza jamais demonstrará o
extremo rebaixamento e consequente ascensão dessa invasão de Deus no fundamento
milenar da Criação, servindo apenas como ténue sombra do maior Milagre do nosso
tempo.
3.
Milagres que escravizam.
Dostóievski escreveu que Jesus, dias
antes da crucificação, não fez milagres, porque não queria escravizar os
homens. Isso não aconteceu somente na semana da crucificação, mas em toda a sua
vida terrena, pois Jesus nunca quis conquistar discípulos pelos milagres.
Há igrejas modernas que fazem o flagre
ser importante em si mesmo, por passam as celebrações divulgando-o também pela
mídia. Não entendem o simbolismo do milagre, como um referencial no
relacionamento com Deus.
A feitiçaria entende perfeitamente esse
simbolismo, por isso procura imitar feitos miraculosos de Deus para escravizar
o homem, como aconteceu com os magos egípcios, ao transformarem varas em
serpentes diante de Faraó. Eles queriam a manutenção da escravidão física e
espiritual de todos.
Pense!
Por que a grande mídia não repercute
com frequência os milagres verdadeiros do nosso tempo?
Ponto importante
Grandes milagres acontecem o tempo
todo, o problema é que alguns formadores de opinião tentam esconder "as
montanhas" de Deus apenas fechando os olhos.
Ill
- MILAGRE: O SIMBOLISMO DO PODER DE DEUS
1.
Definição.
A palavra milagre, do latim miraculam, significa "maravilhar-se",
que é o sentimento que deve envolver quem o presencia. Quando acontece um
milagre há um benefício prático imediato (a cura, o livramento, etc), porém o
mais importante é que a invasão de Deus na natureza seja encarada, sobretudo,
simbolicamente, porque seu objetivo maior é trazer uma conexão mais relevante
do que ele mesmo — o maravilhamento em Deus! Por isso, a coisa mais maravilhosa
em qualquer milagre é a ação em amor do Todo-Poderoso na vida de um mortal.
Moisés compreendeu essa circunstância
ao observar um arbusto queimar e não se consumir (Êx 3), Eliseu vislumbrou tal
sentido ao presenciar Elias subirão céu (2 Rs 2), Pedro entendeu isso na pesca
maravilhosa (Lc 5)' Paulo captou isso na visão de Damasco (At 9) e João deduziu
esse maravilhamento ao ter a visão de Jesus em Patmos e cair como morto aos
seus pés (Ap í). Observe-se que, em todos esses fatos, o simbolismo do milagre,
o que ele significou, superou em muito o milagre em si.
Por esse mesmo motivo, Jesus fez
milagres que no mundo não caberiam os livros escritos (Jo 21.25), mas os
evangelistas repetem frequentemente alguns, trazendo nuances distintas. Por
quê? Por causa daquilo que eles simbolizam. Como eles são conexões, então é
preciso entendê-los bem e assim o objetivo de conhecer a Onipotência se tornará
menos distante.
2.
O Céu tocando a Terra.
O ponto de intersecção entre a
natureza e o milagre é a causa primária de ambos: Deus. O Senhor criou as leis
fixas, regulares da vida material e, por isso, sem prévia licença, pode
invadi-la a qualquer momento, sem alterá-las. Em sua sublime perfeição, o
Senhor deixou espaço para tratar com o homem por meio dos milagres, como
aconteceu ao chegar à casa de Lázaro somente no quarto dia, para dissipar
qualquer dúvida sobre sua identidade. Aliás, Ele falou disso explicitamente aos
discípulos.
Lucas, em Atos, narra uma pequena
quantidade de milagres de Pedro e Paulo, não obstante, às vezes, ele diga que
realizaram muitos milagres, mas não os especifica. Porquê? Porque não era
importante a quantidade, mas o simbolismo deles.
3.
O milagre nosso de cada dia.
A vida de cada cristão é permeada por
pequenos milagres, diariamente. Livramentos, provisões, curas etc., afinal
"o justo viverá da fé". Via de regra, os milagres acontecem
inesperadamente, inovadoramente e de maneira perfeita.
Eles surgem subitamente e sempre
representam uma novidade em relação aos anteriores, Jesus nunca repetiu um
milagre em sua forma.
Pense!
O simbolismo dos milagres é mais
importante que o próprio milagre? Como pode ser isso?
Ponto
Importante
O milagre deve ser observado,
sobretudo, simbolicamente, porque seu objetivo maior é trazer uma conexão mais
importante que ele mesmo — o maravilfiamento.
SUBSIDIO
"[...] Quando ouvimos sobre um
evento que parece contrário às operações comuns das leis da natureza,
naturalmente levantamos a nossa guarda. Não queremos ser ludibriados e
aplicamos corretamente rígidos padrões de avaliação antes de acreditar em um
relato de qualquer coisa diferente da maneira como a natureza opera — de acordo
com padrões definidos e previsíveis.
A nossa primeira tarefa é definir
exatamente o que é um milagre, o Dr. Richard Purtill, professor de filosofia na
Universidade Western Washington define um milagre como 'um evento em que Deus
temporariamente faz uma exceção à ordem natural das coisas, para mostrar que
Ele está agindo.
Observe
que, pela sua definição, um milagre verdadeiro deve ter cinco qualificações:
Em primeiro lugar, a exceção à ordem
natural é temporária.
Em segundo lugar, o evento é uma
exceção ao curso natural dos eventos.
Em terceiro lugar, para que haja um
evento milagroso, é necessário conservar uma crença na ordem natural das
coisas,
Em quarto lugar, um milagre deve ser o
resultado do poder de Deus.
Em quinto lugar, os milagres são
sinais da ação de Deus, momentaneamente sobrepujando as operações normais da
natureza" (McDOWELL, Josh: McDOWELL, Sean. Evidências da Ressurreição, 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 134,135).
CONCLUSÃO
O milagre cria certas revelações que
só acontecem através dele, daí a sua essencialidade na vida cristã. Observe-se
o caso da transfiguração: não há palavras que produzam os efeitos de um fato
miraculoso daquela estirpe, tanto para os que o viram como para os outros que
têm conhecimento dele, pois ele abre a possibilidade de se pensar em outra
realidade existencial. Eles funcionam como uma ponte.
HORA DA REVISÃO
1. Sob o prisma da lógica, é razoável
não crer na existência de milagres?
Ter preconceito quanto à
ocorrência de milagres é uma atitude completamente condenável, haja vista que a
ideia de que tudo é possível (possibilidade universal) e um dos pressupostos da
ciência, 2 Os fenômenos miraculosos quebram as leis
da natureza?
Não, eles simplesmente as
invadem.
3. Os milagres podem ser explicados?
Não, embora fenômenos, não
se podem fazer experimentos com eles, pois não são periódicos.
4. Qual a etimologia da palavra
"milagre"?
Significa "maravilhar-se"
(do lat. miraculum).
5. Segundo a lição, "os milagres
nossos de cada dia" possuem quais características?
Ocorrem inesperadamente,
inovadoramente e de maneira perfeita.