Lições bíblicas CPAD –
Classe: Jovens/ 3° trimestre de 2017/ Reverberação: Subsídios EBD
Dia
Nacional de Missões
TEXTO DO DIA
"Porque, deixando o mandamento de
Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e
fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas." (Mc 7.8)
SÍNTESE
Muitas das crenças religiosas ditas
evangélicas do nosso tempo não mais reproduzem a cosmovisão do Reino de Deus,
por se conformarem com o sistema deste mundo.
AGENDA DE
LEITURA
SEGUNDA - Êx 7.10-12: Imitando os
sinais de Deus
TERÇA - Nm 26.61: O perigo do fogo estranho
QUARTA - Pv 22.28: Não remova os
marcos antigos
QUINTA- Ml 2.2: Bênçãos amaldiçoadas
SEXTA - Mc 7.9: Invalidando o
mandamento de Deus
SÁBADO - Ap 14.6: O Evangelho eterno
OBJETIVOS
ANALISAR
o crescimento evangélico e as crenças religiosas da
atualidade;
MOSTRAR
alguns dos males do sincretismo cultural e religioso do nosso tempo;
EXPLICAR
os perigos do adultério espiritual.
INTERAÇÃO
Professor, é possível e natural que,
com o passar dos dias, a empolgação do inicio do trimestre já tenha diminuído.
Portanto, observe se há algum aluno que tem faltado com frequência e procure
informações sobre o motivo de sua ausência. O ideal é que o professor tenha, no
mínimo, o número do telefone de seus alunos, ou mesmo outras informações que
facilitem um contato direto e ágil. Se você tem esse cuidado, parabéns! Caso
não, providencie o mais rápido possível. Quanto ao(s) ausente (s), vá em busca
dele (s)! A estratégia a ser utilizada para trazê-lo de volta à sua classe deve
levar em conta o motivo pelo qual não mais frequenta a Escola Dominical. O
professor comprometido com a obra para a qual foi vocacionado, jamais desiste
de seus alunos!
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
A estratégia da competição sadia (sem
criar rivalidade), como instrumento pedagógico, é algo bastante salutar, pois
estimula a participação da turma na aula. Lembre os alunos, entretanto, que o
mais importante não é receber o prêmio, mas participar como cristãos. Inicie,
assim, a aula distribuindo cartões de quatro cores diferentes, que equivalem a
quatro grupos (sugestão). Anuncie que cada grupo (identificado pela cor) deverá
ilustrar livremente, em cinco minutos, algo que simbolize o sincretismo
(mistura) religioso dos dias atuais. Escolha três jurados e o prêmio do grupo
vencedor: caixa de bombons (fácil de compartilhar), isso gerará uma boa expectativa
e os manterá envolvidos. Incentive a criatividade e forneça o material
necessário. Ao final, parabenize a todos e premie os vencedores.
TEXTO
BÍBLICO
Gálatas 1.6-12
6 Maravilho-me de que tão depressa
passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;
7 O qual não é outro, mas há alguns
que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo
do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja
anátema.
9 Assim, como já vo-lo dissemos, agora
de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que
já recebestes, seja anátema.
10 Porque, persuado eu agora a homens
ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos
homens, não seria servo de Cristo.
11 Mas faço-vos saber, irmãos, que o
evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens.
12 Porque não o recebi, nem aprendi de
homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Hoje, depois de dois mil anos, o
conceito original de Cristianismo foi sociologicamente perdido, pois tudo que
se faz sob o "símbolo da cruz", chama-se de Cristianismo, não sendo
feita nenhuma depuração, mas no início não foi assim. Ser cristão significava
viver como Cristo e jamais o negar, ainda que para isso tivessem de morrer! Não
se contaminariam com a cultura do mundo. Eles sempre estavam juntos, vivendo
integralmente a contracultura do evangelho. Esse foi o segredo da Igreja
Primitiva: produziu uma revolução cultural, pois quando a pessoa é transformada
por Cristo, o mundo ao seu redor é mudado. O evangelicalismo deste tempo
pós-moderno precisa voltar ao Cristianismo puro e simples.
l - CRESCIMENTO EVANGÉLICO E CRENÇAS RELIGIOSAS
1.
Século I.
O crescimento vertiginoso do Cristianismo,
no Século l, trouxe a necessidade de se fazer alguns ajustes, para acomodar
todas as vertentes étnicas culturais emergentes. Diante disso, os apóstolos se
reuniram em assembleia, na Cidade de Jerusalém, para resolver esse impasse, e
ali estabeleceram os comportamentos que deveriam ser praticados por todos (At
15.20-22).
As recomendações apostólicas eram um
extrato de amor, santidade e comunhão entre os cristãos do mundo, um ponto de
convergência comportamental Os cristãos primitivos construíram a unidade sem
negociar a verdade, pois queriam seguir juntos, com uma cosmovisão sólida e
coerente, para que crescessem consistentemente, delineando a identidade
cultural cristã. Eles conciliaram o que era aparentemente inconciliável, porque
o Espírito Santo alinhou os entendimentos.
2.
Séculos XX e XXI.
O Brasil experimentou, ao longo das
últimas décadas, um vertiginoso crescimento numérico da igreja evangélica. De
acordo com o IBGE, em 1980 algo em torno de 6,6% dos brasileiros eram
evangélicos; em 1991, o percentual passou a 9,0%; no ano 2000, subiu para 15,4%
da população e no último censo, em 2010, o índice saltou para 22,2%, um aumento
de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Talvez
hoje os evangélicos brasileiros já totalizem mais de 50 milhões de pessoas!
No
Século l, a igreja cristã cumpriu a Grande Comissão e a comissão cultural,
levando o evangelho da salvação e transformando a cultura do mundo antigo.
Hoje, entretanto, não se visualiza a existência de uma contracultura produzida
uniformemente pelas igrejas evangélicas. Prova disso é que, não obstante esse
impressionante crescimento numérico, os índices de criminalidade, prostituição
infantil, trabalho escravo, corrupção, dentre outras mazelas sociais, não têm
diminuído. Numa análise matemática, o crescimento evangélico não está fazendo
diferença na cultura nacional. Algo, então, precisa ser mudado, pois esse não é
o efeito prático do Cristianismo puro e simples.
3.
Sincretismo evangélico.
Algumas crenças religiosas evangélicas
pós-modernas são eminentemente sincréticas, ou seja, misturadas com elementos
cultuais da sociedade, notadamente dos elementos cultuais místicos dos católicos,
espíritas, dos cultos afros e até das religiões indígenas. Uma miscelânea de
ideias e conceitos antagônicos, que buscam o resultado a qualquer custo. Daí
advém a realização de novenas, o uso do sal grosso, rosa ungida, a deificação
de líderes (cujo suor pode curar), a formulação de poções feitas com dezenas de
ingredientes "mágicos", dentre inúmeras outras práticas, que indicam
que os "convertidos" permanecem prisioneiros do misticismo, embora
tenham alterado o rótulo religioso.
Pense!
No lugar em que o Cristianismo puro e
simples chega há, necessariamente, mudança cultural?
Ponto
Importante
Com a chegada do Cristianismo
verdadeiro há, sempre, uma revolução cultural, pois quando uma pessoa é
transformada por Cristo, o mundo ao seu redor é mudado.
II - OS
MALES DO SINCRETISMO CULTURAL E RELIGIOSO
1.
Pregação da cultura do mundo.
A pregação cristã deve se basear
exclusivamente nas Escrituras (Sola Scriptura), mas quando o sincretismo
religioso surge, elementos culturais e doutrinários são incorporados gerando
apostasia. Exemplo disso são pregações que ensinam e estimulam o amor ao
dinheiro e às riquezas.
Isso
caracteriza a igreja utilitarista, ou seja, se os resultados numéricos (e
financeiros) forem positivos, então o método e a doutrinação podem (e devem)
continuar. Nessa esteira, muito tem proliferado a famigerada teologia da
prosperidade, a qual coloca os bens materiais em posição de destaque na vida,
estimulando a busca deles. Inclusive, é bom lembrar que não foi Jesus quem
disse: "Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares", mas o próprio
Diabo (Mt 4.9). Todo cuidado é pouco.
2.
Humanismo secular.
Consequência indissociável do
sincretismo de certas crenças ditas evangélicas é o aparecimento do humanismo
secular, — o homem se torna o centro de todas as coisas.
O
humanismo tira a primazia de Deus e faz o homem assentar-se soberano; então,
assim, a obra de Deus se transforma em "ministério" desta ou daquela
celebridade, o púlpito da congregação se transforma em palco e o culto, em
show. Como se não bastasse, são outorgados títulos ufanistas aos líderes, tais
como apóstolo, patriarca, sumo-sacerdote, e até rei, dentre outros, de maneira
a identificá-lo acima dos demais líderes cristãos. Isso é humanismo secular e
trata-se de uma apostasia à fé cristã.
3.
Uma longa história.
A história do sincretismo do fenômeno
religioso é bastante antiga. Quando Moisés demorou a descer do monte, os
israelitas fizeram ' um bezerro de ouro "egípcio" e disseram que
aquele era o Senhor. Jeroboão l, ao criar os altares em Da e Betei, iguais ao
de Damasco, convenceu o povo que aqueles lugares seriam os substitutos do
Templo em Jerusalém. As consequências em ambos os casos foram terríveis.
Paulo,
quando escreveu aos Gálatas repreendeu-os severamente pelo sincretismo daquela
igreja. Eles estavam locando as experiências religiosas das Escrituras. Então o
apóstolo dos gentios recomendou que não citassem outro evangelho, nem que se
pregado por um anjo (Gl 1.6-8).
Qualquer "revelação" que
contrariasse a "cosmovisão judaico-cristã" deveria ser considerada
uma maldição.
Pense!
A sincretização dos rituais e
doutrinas religiosas não são importantes para trazerem mais pessoas ao
conhecimento da verdade?
Ponto
Importante
Paulo advertiu sobre o perigo do
sincretismo religioso, alertando que qualquer "revelação" que
contrariasse o Evangelho deveria ser considerada uma maldição.
Ill – O
PERIGO DO ADULTÉRIO ESPIRITUAL
1.
Tempos trabalhosos.
Uma vez consolidada a corrupção de uma
prática cristã, seja ela cultural, seja doutrinária, aos olhos do Senhor surge
um adultério espiritual, o que Deus não tolera. Abundantes são os casos, na
Bíblia, em que homens cometeram adultério espiritual e foram severamente
punidos. Podem-se citar os acontecimentos envolvendo Nadabe e Abiú, os filhos
de Eli, Uzá. Uzias, dentre outros.
Episódio
igualmente impressionante foi o de Ananias e Safira (At 5.1-7). Eles mentiram
para o apóstolo Pedro, em um ambiente de culto, o que ocasionou suas mortes
imediatamente, porque não havia apenas avareza, mas também um sentimento de
zombaria, de desprezo pelas coisas do Senhor, um adultério espiritual. Isso
acendeu o zelo de Deus. O juízo foi rápido, em cumprimento ao que está escrito:
"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará" (Gl 6.7).
2.
Subcultura.
O sincretismo evangélico tende a
produzir apenas uma subcultura do mundo, e não uma contracultura do Reino, ou
seja, as pessoas passam a viver com particularidades culturais cristãs, sem,
todavia, desprenderem-se do modo de vida dominante no mundo. Há uma conformação
aos moldes sociais (Rm 12.2), uma aceitação tácita da cultura secular. Tal fato
pode ser observado em algumas crenças religiosas do tempo atual que, por
exemplo, não enxergam pecado na prática do sexo antes do casamento, aceitam a
realização do aborto e do casamento homossexual, admitem toda forma de
sensualidade e desejo da carne.
3.
Cristianismo puro e simples.
O resultado prático de se viver o
cristianismo na sua forma original é o estabelecimento de uma contracultura
capaz
de responder efetivamente a qualquer
questionamento de ordem emocional, espiritual ou social. Está escrito que os
crentes primitivos "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão
[...] E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar" (At 2.42,47).
Pense!
As crenças religiosas não devem se
atualizar, compatibilizando-se com os avanços sociais e políticos da sociedade
contemporânea?
Ponto
Importante
As denominações evangélicas não devem,
em nome da liberdade cristã, dar ocasião ao pecado, pois sem a santificação ninguém
verá o Senhor (Hb 12.14).
SUBSIDIO 1
O verdadeiro Cristo e a
verdadeira fé bíblica estão sendo rapidamente substituídos por alternativas
doentias, oferecidas por um grupo de mestres que pertencem ao denominado
'Movimento da Fé'.
Este câncer vem sendo
alimentado por uma constante dieta que poderia ser chamada de 'cristianismo das
refeições rápidas' — belas na aparência, mas fracas em substância. Os
provedores dessa dieta cancerígena têm utilizado o poder das ondas de rádio e
televisão, bem como uma pletora de livros e fitas criteriosa e agradavelmente
embalados, a fim de atrair suas presas para o jantar. E os desavisados têm sido
chamados a amar não o Mestre, mas aquele que está na mesa do Mestre.
Durante anos venho
pregando sobre este assunto com uma urgência dramática. Em adição, lembro-me
das incontáveis horas passadas com o Dr. Walter Martin (fundador do Instituto
Cristão de Pesquisas - EUA), antes de sua morte, discutindo tal catástrofe e
suas implicações para a fé cristã histórica.
Para evitar esta crise,
precisamos mudar nossa percepção de Deus como m meio para se chegar a um fim, conhecendo
que Ele é um fim em si mesmo. Precisamos mudar duma teologia baseada em
perspectivas temporais para uma teologia alicerçada sobre verdades eternas (HANEGRAAFF,
Hank. Cristianismo em Crise. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 14,15).
SUBSIDIO 2
"O perigo é que a
cultura popular cristã por imitar os costumes da cultura dominante em estilo,
mudando somente o conteúdo. O mercado de música está transbordando com Rock,
Rap, BLue, Jazz Heavy Metal cristãos. As prateleiras das livrarias estão cheias
com "ficção cristã", desde histórias de aventuras infantis até
romances quase picantes. Parque temáticos cristãos oferecem uma alternativa à
Disney e vídeos cristãos para crianças e para pessoas que praticam exercícios
são muito vendidos. Em alguns aspectos, esse é um desenvolvimento saudável, mas
temos sempre de perguntar: Estamos criando uma genuína cultura cristã, ou
estamos apenas criando uma cultura paralela com aparência cristã? Estamos
impondo um conteúdo cristão para uma forma já existente? Pois a forma e o
estilo sempre enviam uma mensagem própria.
Quando criamos uma cultura popular
cristã, temos que ter cuidado para não simplesmente inserir o conteúdo cristão
em qualquer estilo corrente no mercado. Ao invés disso, deveríamos cultivar
alguma coisa distintamente cristã tanto no conteúdo quanto na forma. Temos de aprender
a identificar as cosmovisões expressadas em várias formas para podermos
criticá-las e produzir uma alternativa que seja realmente bíblica (COLSON,
Charles; PEARCEY, Nancy. E Agora, como Viveremos? 2.ed., Rio de Janeiro: CPAD,
2000, pp. 549,550).
CONCLUSÃO
A revolução do Cristianismo continua
em ação, porém tem-se observado a ausência de identidade com Cristo de algumas
crenças religiosas "cristãs", o que é dramático. Em qualquer tempo, o
indivíduo que se entregar ao Senhor, como fizeram os primeiros cristãos,
experimentará algo extraordinário, inigualável, e receberá uma nova vida em
Cristo (2 Co 5.17), criando ao redor de si uma contracultura transformadora.
HORA DA REVISÃO
1. O considerável aumento da população
evangélica não produziu uma contracultura eficiente, pois os indicadores ruins
continuam intocados. Por quê?
Resposta pessoal.
2. Identifique pelo menos dois
exemplos do sincretismo evangélico.
Rosa ungida e o uso do sal
grosso para rituais.
3. O que é uma igreja utilitarista?
É aquela igreja na qual, se
os resultados numéricos forem positivos, então o método e a doutrinação devem
continuar. O mais útil é o melhor.
4. O que é o adultério espiritual?
Traição ao cristianismo
genuíno, a consolidação da corrupção de uma prática cristã.
5. O que é uma subcultura do mundo?
É o resultado da mistura
cultural do cristianismo com o mundo. É o viver de uma coletividade que possui
particularidades culturais cristas, sem, todavia, se desprender do modo de vida
dominante no mundo.