A Doutrina Da
Trindade Demonstrada No Novo
Testamento
Dentro do Novo
Testamento, o campo de testemunho e investigação
relativo à doutrina da Trindade é grandemente ampliado. Aqueles, não são
poucos, os quais declaram que não há uma prova conclusiva do modo triúno de
existência estabelecida no Antigo Testamento, a saber, à parte da influência
retroativa da revelação do Novo Testamento.
Alguns judeus piedosos
evidentemente perceberam o aspecto plural da existência divina. Tais homens quando serviram como tradutores da
LXX (Septuaginta) investigaram as Escrituras, mas pouca coisa está registrada
como segurança de que eles tiveram qualquer entendimento claro de um modo
triúno de existência do único Deus a quem eles adoravam.
A
instrução lhes foi dada para defender
vigorosamente a concepção monoteísta da Divindade. Como é verdadeiro a respeito
de todos os santos de todas as épocas, a crença deles escondia em si mesma
grandes realidades que eles não atingiram. Mesmo se o aspecto plural da
Divindade fosse divinamente apreendido por alguns, mais do que por outros, a revelação
para o mundo todo esperava ainda a plenitude dos tempos.
A
revelação do Novo Testamento não é ainda ilimitada. A menção de um nome da
Divindade ou o seu pronome correspondente é a declaração imediata de urna
distinção trinitária. Igual ao elemento da virtude moral na conduta prescrita
do cristão, o modo triúno de existência da Divindade está presente em todo
lugar e é assumido em todo o Novo Testamento.
A
esfera dos relacionamentos é tão completa que desafia a análise. Não obstante,
alguns dos aspectos mais gloriosos dessa verdade podem ser considerados
separadamente com proveito. Quatro linhas gerais de investigação se seguem, a
saber, (a) os nomes de Deus, (b) os atributos de Deus, (c) as obras de Deus e
(d) a adoração a Deus.
A
Trindade e os Nomes de Deus
A aplicação direta é feita dos nomes de Deus a cada uma das
três pessoas. Não há dúvida surgida quanto aos títulos divinos pertencentes
propriamente ao Pai. Todavia, o Filho e o Espírito tomam as mesmas designações.
O Filho é chamado Deus (Jo 1.1); o verdadeiro Deus (1Jo 5.20), o Deus bendito
(Rm 9.5), o grande Deus (Tito 2.13). Assim, também, o Espírito Santo é chamado
Deus (At 5.3-9) e Senhor (2Co 3.17).
Embora os nomes diferentes das pessoas na Trindade sejam empregados plenamente
por todo o Novo Testamento, a designação completa para Deus, conforme revelada
no novo pacto, está declarada na Grande Comissão e como parte dela:
"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Da mesma forma que o
batismo permanece como o estado iniciatório de um crente no testemunho público
de Cristo, assim, naquele princípio, o título pleno é proclamado a respeito de
Deus em cuja comunhão o candidato [ao batismo] participa.
Nesta
conexão, é significativo que a primeira aparição pública de Cristo foi a do seu
batismo, e que, embora nenhuma fórmula seja registrada corno pronunciada sobre
Cristo por João naquela ocasião, as três pessoas da Trindade estiveram
presentes e foram identificadas.
O
Pai possuía o Filho "Este é o meu Filho amado" o Filho estava
visivelmente presente; e o Espírito foi visto descendo sobre Cristo na forma de
uma pomba. Urna orientação é dada na Grande Comissão de que o batismo deveria
ser administrado no nome, não nos nomes - o único nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo. A frase em nome é uma declaração forte da unidade divina que
subsiste como Pai, Filho e Espírito. A ordenação em vista deve ser executada
pela autoridade daquele nome incomparável, mas o nome é triplo.
A
Trindade e os Atributos de Deus
É
um fato desafiador que os atributos da Trindade sejam atribuídos a cada uma das
três pessoas: a) Do Pai é dito: "De eternidade a eternidade tu és
Deus" (SI 90.2); do Filho é dito que Ele é o "Alfa e Ômega, o
princípio e o fim, o primeiro e o último", aquele que "estava no
princípio com Deus", e que "as suas origens são desde os dias da
eternidade" (Mq 5.2; Jo 1.2; Ap 1.8,17); do Espírito está escrito:
"... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo
imaculado a Deus" (Hb 9.14).
b) O
poder infinito é exercido pelas três Pessoas. Do pai é dito: "... que pelo
poder de Deus sois guardados" (IPe 1.5); do Filho - "porque o meu
poder se aperfeiçoa na fraqueza... a fim de que repouse sobre mim o poder de
Cristo" (2Co 12.9); do Espírito - sinais e maravilhas são operados
"pelo poder do Espírito de Deus" (Rm 15.19).
c)
Onisciência é atribuída a cada uma das Pessoas da Trindade: O Pai sonda o
coração" (Jr 17.10); o Filho - "eu sou aquele que esquadrinha os rins
e os corações" (Ap 2.23); o Espírito - "assim também as coisas de
Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus" (ICo 2.11).
d)
Assim, a onipresença pertence a cada Pessoa. Deus disse: "Não encho eu os
céus e a terra?" (Jr 23.24); Cristo disse: "Porque onde estiverem
dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles" (Mt 18.20); o
salmista escreveu sobre o Espírito Santo: "Para onde meu ausentarei do teu
Espírito? Ou para onde fugirei de tua face?" (SI 139.7).
e) A
santidade é o caráter de cada uma das Pessoas: Da primeira é perguntado:
"Quem não te temerá, Senhor, e não glorificará o teu nome? Pois só tu és
santo" (Ap 15.4); Cristo é o Santo - "Mas vós negastes o Santo"
(At 3.14); e o Espírito em toda parte é dito ser o Espírito Santo. Não é de se
espantar que os anjos exclamem: "Santo, santo, santo, é Jeová dos
Exércitos" (Is 6.3).
f) A
verdade é atribuída a cada Pessoa; do Pai, Cristo disse: "Aquele que
enviou é verdadeiro" (Jo 7.28); de Cristo está escrito: "Isto diz o
que é santo, o que é verdadeiro" (Ap 3.7); e do Espírito: "E o
Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade" (1Jo 5.6).
g) Igualmente, de fato, as três Pessoas são
benevolentes: do Pai é declarado: "A bondade de Deus é que te conduz ao
arrependimento" (Rm 2.4); Cristo amou a Igreja (Ef 5.25); "Teu bom
espírito" (Ne 9.20).
h) A
disposição para relacionamento é compartilhada pelas três Pessoas: O Pai e o
Filho são ditos ter comunhão com os santos: "e a nossa comunhão é com o
Pai, e com seu Filho Jesus Cristo" (Uo 1.3); e o testemunho é dado com
relação à comunhão do Espírito Santo (2Co 13.13).
A mesma igualdade poderia
ser demonstrada a respeito de cada aspecto do caráter de Deus. O que é
verdadeiro de uma pessoa é verdadeiro das outras e esta é a evidência
conclusiva de que a Divindade é uma Trindade de pessoas infinitas, todavia um
Deus.
A Trindade e a Adoração a Deus
Todas as inteligências
criadas devem prestar adoração a Deus, e essa sua adoração abrange a Divindade
triúna.
1) Pelos Anjos.
Como já foi observado, os
anjos adoram as três pessoas quando dizem: "Santo, santo, santo é o Senhor
dos Exércitos" (Is 6.3), e os "seres viventes" afirmam:
"Santo, santo, santo, Senhor Deus Todo-poderoso, que era, que é, e que há
de vir" (Ap 4.8).
2)
Pelos Santos.
Toda oração e adoração são
agora dirigidas, por instrução divina, ao Pai, em nome do Filho, e no poder
capacitador do Espírito Santo (Jo 16.23,24; Ef 6.18).
3) As Bênçãos.
Em Números 6.24-26, a bênção
invocada pelo sumo sacerdote sobre o povo é registrada como: "O Senhor te
abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha
misericórdia de ti; o Senhor levante sobre ti o seu rosto, e te dê a paz".
Em 2Coríntios 13.13 a bênção mais usada na Igreja é assim registrada: "A
graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo
sejam com todos vós". (Fonte: A doutrina da
Trindade – IBADEP/Reverberação: Subsídios EBD)