A
graça preveniente é uma doutrina arminiana essencial, que os calvinistas também
acreditam, mas os arminianos interpretam-na diferentemente. A graça preveniente
é simplesmente a graça de Deus convincente, convidativa, iluminadora e capacitadora,
que antecede a conversão e torna o arrependimento e a fé possíveis.
Os
calvinistas interpretam-na como irresistível e eficaz; a pessoa na qual esta
graça opera irá se arrepender e crer para salvação.
Os
arminianos interpretam-na como resistível; as pessoas sempre são capazes de
resistir à graça de Deus, conforme a Escritura nos adverte (At 7.51). Mas sem a
graça preveniente elas inevitável e implacavelmente resistirão à vontade de
Deus em virtude de sua escravidão ao pecado.
A
graça preveniente, conforme o termo implica, é aquela graça que
"antecede" ou prepara a alma para a entrada no estado inicial de
salvação. É a graça preparatória do Espírito Santo exercida no homem abandonado
em pecado. No que diz respeito à culpa, pode ser considerada misericórdia; em
relação à impotência, é o poder capacitador. Pode ser definida, portanto, como
a manifestação da influência divina que precede a vida regenerada plena.
A cooperação da graça preveniente
A graça
preveniente não interfere na liberdade da vontade. Ela não verga a vontade ou
torna certa a resposta da vontade. Apenas capacita a vontade a fazer a escolha
livre quer seja para cooperar quer seja para resistir à graça.
A
cooperação não contribui para a salvação, como se Deus fizesse uma parte e os
humanos a outra. Antes, a cooperação com a graça na teologia arminiana é
simplesmente a não resistência à graça. É simplesmente a decisão de permitir
que a graça faça sua obra ao renunciar a todas as tentativas de autojustificação
e autopurificação e admitindo que somente Cristo pode salvar. Todavia, Deus não
toma esta decisão pelo indivíduo; é uma decisão que os indivíduos, sob o
impulso da graça preveniente, devem tomar por si mesmos.
A SALVAÇÃO E A GRAÇA
O
arminianismo defende que a salvação é inteiramente da graça - todo movimento da
alma em direção a Deus é iniciado pela graça divina - mas os arminianos também
reconhecem que a cooperação da vontade humana é indispensável, pois, em última
instância, o agente livre decide se a graça proposta é aceita ou rejeitada.
Fonte: Teologia Arminiana - Mitos E Realidades, Roger-Olson
Adaptação de: JAS