Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Subsídios Lição 2: Somos Cristãos Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo? Subsídios...
Lição 3- A Santíssima Trindade: Um só Deus em três Pessoas
"Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo." (Mt 28.19)
Verdade Prática
Cremos
em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho
e o Espírito Santo iguais em substância, glória, poder e majestade.
LEITURA
DIÁRIA
- Segunda: Gn
1.1 - O nome hebraico Elohim, "Deus", é plural, e isso vislumbra a
Trindade
- Terça: Gn
1.26 - A doutrina da Trindade está implícita no Antigo Testamento desde o
princípio
- Quarta:
Fp 2.11 - A Bíblia ensina que o Pai é
Deus
- Quinta: Jo
1.1 - As Escrituras afirmam que o Filho é Deus
- Sexta: At
5.3,4 - A Palavra de Deus mostra a deidade do Espírito Santo
- Sábado: Dt
6.4: - O nome "Deus" ou "SENHOR" se aplica ao Deus Trino e
Uno
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.4-6; 2 Coríntios 13.13
1 Coríntios 12.4-6:
4
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
2
Coríntios 13.13:A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.
HINOS SUGERIDOS:
10,185, 507 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Saber que
cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai,
o Filho e o Espírito Santo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico l com os seus respectivos
subtópicos.
(I) Explicar as
construções bíblicas trinitárias;
(II) Mostrar que
Deus é trino e único;
(III) Conhecer
algumas crenças inadequadas a respeito da Trindade;
(IV) Apresentar
algumas respostas às objeções acerca da Trindade.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito de uma das mais
importantes e cruciais doutrinas do pensamento cristão, a Trindade. Não cremos
na existência de três deuses, mas em um só que subsistente em três pessoas
distintas, eternas e que criaram todas as coisas. É importante que você
procure, no decorrer da lição, enfatizar que embora não conste na Bíblia a
palavra Trindade, vamos encontrar tanto no Antigo Testamento quanto no Novo,
evidências desta relevante doutrina. Veremos na lição como o conceito de
Trindade foi formulado. Segundo Stanley Horton, "historicamente, a Igreja
formulou a doutrina da Trindade em razão do grande debate a respeito do
relacionamento entre Jesus de Nazaré e o Pai".
Que o Deus Trino e Uno abençoe sua aula
e seus alunos de modo que eles possam compreender e confessar ao mundo a fé em
um só Deus, existente em si mesmo como Pai, Filho e Espírito Santo.
Veja o vídeo desta LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A doutrina
da Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como conciliar
o monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada pessoa da
Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.
I - CONSTRUÇÕES
BÍBLICAS TRINITÁRIAS
1.
A unidade na Trindade (1Co 12.4-6).
Uma
leitura superficial dessa passagem pode levar alguém a argumentar que o texto
não diz que cada uma dessas pessoas é Deus, como costumam fazer determinados
grupos tidos como cristãos. O apóstolo Paulo se refere à Trindade usando outra
linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma só essência e substância, em
diversidade de manifestações de cada Pessoa distinta. E declara que o Espírito
é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é o mesmo. É a unidade na diversidade.
PONTO CENTRAL
Cremos em um só Deus, eternamente
subsistente em três pessoas.
2.
A bênção apostólica (2 Co 13.13).
Há
aqui certo paralelismo com a bênção final não é comum nas epístolas paulinas.
Não parece haver aqui intenção de explicar a doutrina da Trindade. Trata-se do
pronunciamento habitual do ministro de culto ao despedir os fiéis no fim das
reuniões nas primeiras décadas da história da Igreja. Se isso puder ser
confirmado, significa que os cristãos já estavam conscientes dessa realidade
divina desde muito cedo na vida da Igreja. A fonte da graça do Senhor Jesus é o
amor de Deus no Espírito Santo. É uma saudação trinitária.
3.
O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6).
Temos
aqui a diversidade de operações e funções na unidade de Deus. É Deus quem nos
chama por meio do Espírito Santo. Jesus é o nosso Senhor, a fonte de nossa fé e
esperança. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais em poder, glória e
majestade, que subsistem desde a eternidade em uma só substância indivisível,
mas manifestos na história salvífica em formas pessoais e funções distintas
(1Pe 1.2).
SÍNTESE DO TÓPICO l
Na Bíblia encontramos algumas
construções trinitárias.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã.
Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas
através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os
escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tornada como certa (Ef 1,1-14;
1Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente
como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos
três membros da Deidade.
As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca
conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala ao
Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: Tu és meu Filho
amado; em ti me tenho comprazido' (Hb 9.14). Declara que veio 'não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou' (Jo 6.38)" (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3).
II - O DEUS TRINO E UNO
1. Uma questão crucial.
A
Bíblia mostra com clareza meridiana a divindade do Filho: "e o Verbo era
Deus" (Jo 1.1). Trata-se de uma divindade plena e absoluta: "porque
nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2.9).
As
Escrituras afirmam também que o Espírito Santo é Deus: "Não sabeis vós que
sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1Co 3.16);
e é também Senhor: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17, ARA).
Como conciliar essa verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor
Jesus? (Mc 12.29,30). Tal não se trata de triteísmo, isto é, "três
deuses", pois existe um só Deus e Deus é um só (1Co 8.6; Gl 3.20). A única
explicação é a Trindade.
2. A Trindade.
A
Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is
6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito Santo num tipo de
relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de sua ascensão ao
céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica mais
contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro
e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu
ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt
12.28).
A
Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em um só
Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Cremos em um Deus
trino e uno.
CONHEÇA MAIS
Trindade
"[Do
gr. trios, três; do lat. trinitatem,
grupo de três pessoas] Doutrina bíblica segundo a qual a divindade, embora uma
em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, p.349.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Trindade
[Do
grego irias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina segundo a
qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do
Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos
atributos absolutos, metafísicos e morais.
Apesar
de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam
a doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A
palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo;
e, em sua forma latina, por Tertuliano.
O Credo Atanasiano
assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: 'Adoramos um Deus
em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a
substância" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p, 279).
Ill - AS CRENÇAS
INADEQUADAS
1. Os monarquianistas
dinâmicos.
Trata-se
de um movimento que surgiu após a metade do segundo século em torno do
monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração,
polemizou com eles, chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia, "governo exercido por um
único soberano"). Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, "poder", em grego, por ocasião do seu batismo no
rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua
ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus
e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que considerava Jesus "o
verdadeiro Deus e a vida eterna" (l Jo 5.20). Eles são os ancestrais do
arianismo.
2. Os monarquianistas
modalistas.
Esses
são assim identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes.
Para eles, Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de
Filho no seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de
Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três
faces, semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade,
Trata-se de um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas
pessoas (Mt 3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O bispo Sabélio foi o principal
expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus
herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o
seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.
3. O arianismo. É o
nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em
Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa
seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o Senhor
Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma
classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe
entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era:
"Houve tempo em que o Verbo não existia". Mas o ensino bíblico
sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é eterno (Is
9.6), pois transcende a criação:
"E
ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Cl
1.17).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Os monarquianistas dinâmicos, os
modalistas e o arianismo propagam crenças inadequadas a respeito da Trindade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Arianismo
Heresia fermentada por um presbítero do 4° século chamado Ário.
Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres
criados, Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se
a Cristo como se fora um ente divino.
Para fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o
Evangelho de João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que
Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados
no Concílio de Níceia em 325 (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário
Teológico, 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 52).
IV - RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE
1. Esclarecimento.
Os
unicistas modernos pregam que a doutrina da Trindade é uma invenção do Concílio
de Niceia, por ordem de um imperador romano pagão. Mas esses movimentos estão
equivocados, pois mais de cem anos antes Tertuliano já havia formulado a doutrina
da Trindade. Além disso, o tema do referido Concílio, o Filho, reafirma a
deidade de Jesus e a sua consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz
informação alguma sobre o Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia
tornou-se ponto de partida, ao invés de ponto de chegada. A controvérsia
prosseguiu por duas razões principais: a volta do arianismo e a indefinição
sobre o Espírito Santo.
2. A definição de
Tertuliano.
Ele
foi o neologista da Igreja que criou o termo "Trindade", na seguinte
declaração: "Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja
oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade,
colocando em sua ordem os três. Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não
em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em
aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um
poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um
só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a
diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de
"pessoas" (Mt 28.19).
3. Formulação definitiva da
Trindade.
Isso
só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de
Atanásio que combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina
do Espírito Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas
obras dos chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e
Gregório de Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de
Niceia e define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por
todas a doutrina da Santíssima Trindade.
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Na Bíblia Sagrada encontramos as
respostas às objeções acerca da Trindade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Concílio
de Niceia e de Constantinopla
Primeiro concílio ecuménico da história. Convocado pelo imperador
Constantino, em 325, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a
cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a
unidade da Igreja, os participantes do concílio redigiram uma confissão
teológica, confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em 381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do
imperador Teodócio l, com o objetivo de confirmar a unidade da igreja no
Oriente. Terminado os trabalhos, aquele segmento da cristandade livrava-se de
mais de meio século de domínio ariano" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de.
Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp. 88,89).
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente
desde o Gênesis até o Apocalipse.
PARA REFLETIR
A
respeito da Santíssima Trindade: Um só Deus em três pessoas, responda:
•
Qual a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade?
Mateus 28.19.
•
O que significa ser "unicista"?
Significa crer na doutrina unicista que nega a doutrina da Trindade.
•
O que é arianismo?
É a doutrina formulada por Ário e o movimento que ele fundou em
Alexandria, Egito. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância
do Pai.
•
Quem criou o termo Trindade no mundo Ocidental?
Tertuliano.
•
Quando e onde a formulação trinitária se definiu?
A formulação trinitária só aconteceu no Concílio de Constantinopla
em 381.
Fonte: Lições
Bíblicas de Adultos – CPAD – 3° Trimestre de 2017/ Blog: Subsídios EBD