Classe: Jovens
Trimestre: 2° de 2017
Revista: do Professor
Data da Lição: 25/06/2017
Comentarista: César Moisés
Carvalho
TEXTO DO DIA
“Aquele, porém, que atenta bem para a
lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas
fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito." (Tg 1.25)
SÍNTESE
A justiça do Reino não é um amontoado de
regras que serve para debates, trata-se de posturas e atitudes que precisam ser
vivenciadas e praticadas.
AGENDA DE LEITURA
• SEGUNDA - Lc 6.47: Vir a Jesus e
ouvir suas palavras
• TERÇA - Lc 6.48: A atitude do
discípulo consciente
• QUARTA - Lc 6.49: A falta de lucidez
do ouvinte esquecido
• QUINTA –Tg 1.22: Cumpridores da
Palavra e não apenas ouvintes
• SEXTA -Tg 1.23,24: O perfil do
ouvinte não cumpridor da Palavra
• SÁBADO -Tg 1.25: A felicidade do
cumpridor da Palavra
OBJETIVOS
INCENTIVAR a prudência apresentada por Jesus
no primeiro exemplo;
CRITICAR a postura imprudente do segundo
exemplo;
DESAFIAR os educandos a decidir por obedecer
aos ensinamentos do Sermão do Monte.
INTERAÇÃO
O
momento mais importante de um período de aprendizado é, sem dúvida alguma,
quando o educando decide reorientar sua vida de acordo com as informações e os
saberes apreendidos. É o que se chama de práxis, ou seja, a prática instruída
pela teoria e esta modificada e readequada por aquela. Consiste em agir de
forma refletida e refletir de forma ativa. O Senhor Jesus Cristo disse aos seus
discípulos que se eles tinham entendido o que Ele ensinara com o ato de lavar
os pés de cada um deles, "bem-aventurados" seriam se praticassem (Jo
13.17).
Toda
instrução que não gera prática precisa se questionar. As pessoas entenderam o
que lhes fora transmitido?
Se
não, o professor deve perguntar a si mesmo acerca de sua didática, de sua
maneira de transmitir e lecionar. Vencida essa etapa e tendo certeza de que se
fez entender, o educador deve perscrutar a sua própria prática. O quanto
acredita, vive e age de acordo com as lições que ensina. É fato que o Evangelho
é maior que qualquer pessoa ou instituição, mas a incoerência é um excelente
"pedagogo", posto que "ensina" mais e melhor que qualquer
método. Portanto, a legitimidade, não apenas do conteúdo, mas de qualquer
mestre, está visceralmente relacionada à forma com que ele pratica e persegue
como alvo a mensagem que leciona.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Proponha
aos alunos uma reflexão acerca das placas de sinais de trânsito. Apresente, de
acordo com as suas condições, algumas placas de trânsito, e refuta com os
alunos as implicações de não se observar as principais advertências dos sinais.
Quantas pessoas se acidentam, chegando a perder a própria vida, a de sua
família e até a de outros, por conta da imprudência no trânsito. Quantas vezes
uma negligência, um atalho, ou uma "bandalha", além de ser
contravenção, em termos de tempo quase nada adianta já não levou pessoas a
perder a vida.
Obedecer
pode não evitar absolutamente uma tragédia, mas certamente minimizará suas
possibilidades de acontecer ou mesmo os efeitos de uma, caso venha a ocorrer.
Conclua dizendo que, da mesma forma, saber o conteúdo do Sermão do Monte é
importante, mas não colocá-lo em prática, como disse o próprio Mestre, é
insensatez e imprudência que têm como resultado a destruição.
TEXTO
BÍBLICO
Mateus 7.24-29
24 Todo aquele, pois, que escuta
estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que
edificou a sua casa sobre a rocha;
25 E desceu a chuva, e correram
rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava
edificada sobre a rocha.
26 E aquele que ouve estas minhas
palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua
casa sobre a areia;
27 E desceu a chuva, e correram
rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua
queda.
28 E aconteceu que, concluindo Jesus
este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina;
29 Porquanto os ensinava como tendo
autoridade; e não como os escribas.
INTRODUÇÃO
O mestre finaliza o Sermão do monte
chamando-nos a todos a que tomemos uma decisão séria diante do que ouvimos (Mt
7.24-27). Tal postura se contrasta com todos os mestres religiosos de Israel,
posto que eles mesmos não cumpriam as lições transmitidas em seus ensinamentos
(Mt 23.1-38). Agindo desta forma, Jesus evidencia claramente que não tem
interesse algum em fundar uma escola de interpretação, torna-se tema de debate
ou mesmo um rabino popular por suas diferentes leituras da Lei. Seu objetivo é
fazer com que as pessoas conheçam e vivam a verdade que pode salvá-las em
tempos de afiliação (Jo 6.60-69; 10.10). Finalmente, os últimos dois versículos
do capítulo sete são da pena de Mateus que observa e assinala a reação do povo
diante de tudo o que acabara de ouvir (vv.28,29).
I -
O HOMEM PRUDENTE QUE CONSTRUIU SUA VIDA EM UM TERRENO SEGURO
1.
A imprescindibilidade da obediência no Antigo Testamento. Diferente das divindades pagãs das
nações ao redor da Terra Prometida, o Deus de Israel nunca exigiu coisa alguma
de seu povo que não a obediência (1 Sm 15.22). Através de Jeremias, Deus revela
que até mesmo os rituais veterotestamentários nunca foram sua preocupação, e
sim a obediência (Jr 7.21-26).
2.
A relação entre obediência e bênção no Antigo Testamento.
A despeito de o pensamento corrente
afirmar que havia uma conexão automática e mecânica entre obediência e bênção
no Antigo Testamento, uma leitura mais atenta dos textos demonstra que o
próprio ato de obedecer já era algo abençoador (Lv 26.1-13; Dt 28.1-14). Isso
porque havia regras quanto ao cuidado com a terra, consigo e no relacionamento
interpessoal, só para citar algumas, e em sua observância residia a
"bênção" pessoal e comunitária (Lv 25).
3.
A escolha sensata.
Tendo em mente esse aspecto da
Antiga Aliança, é importante entender que o Mestre chega ao fim de seu sermão
apelando não para uma memorização irrefletida do que Ele dissera acerca da
justiça do Reino, mas à prática de tal justiça, pois em tal ação há segurança
existencial (v.24).
O Mestre não disse que se o
discípulo atentasse para o seu ensinamento não teria problemas, justamente o
contrário, Ele sinalizou o imprescindível fato de que aquele que o colocasse em
prática podia ser comparado ao homem prudente que construiu sua casa sobre um
fundamento seguro. A metáfora utilizada por Jesus, isto é, a construção
comparada à vida, e as intempéries exemplificadas na "chuva",
"rios" e "ventos", significando os problemas e dificuldades
comuns a todos, demonstra que a observância da justiça do Reino é, tal como na
Antiga Aliança, para o nosso próprio bem (v.25).
O
Pense!
Se a salvação não é adquirida
através dos nossos próprios méritos, então por que devemos praticar a justiça
do Reino?
Ponto
Importante
A justiça do Reino, tal como na
Antiga Aliança, é para o nosso próprio bem.
II
- O HOMEM INSENSATO QUE CONSTRUIU A SUA VIDA SOBRE UM TERRENO INSEGURO
1.
O tema da desobediência no Antigo Testamento.
Semelhantemente ao assunto da obediência, o
tema da desobediência era a tônica no Antigo Testamento (Jr 7.23-26; 25.1-11;
44.4,5). Ela era o grande conteúdo das mensagens proféticas (Jr 26.1-6).
2.
A relação entre desobediência e maldição no Antigo Testamento.
Conquanto pareça haver um resultado
automático entre desobediência e maldição, desde o pecado de Adão, tal
resultado raramente se dá em linha reta (Gn 2.16,17; 3.1-24). Entretanto, suas
consequências são inevitáveis (Gn 3.17-19; Lv 26.14-39; Dt 28.15-68) e, às
vezes, duradouras (Rm 5.12-14). Contudo, é importante lembrar-se de que, ainda
no período da Antiga Aliança, Deus "mudou" o resultado da
desobediência no que diz respeito à abrangência e implicações, ou seja, havendo
arrependimento, Deus sempre está disposto a mudar sua sentença (Êx 20.5,6 cf.
Jr 31.29,30 e Ez 18.1-32; Jn 4.10,11; 3.1-10).
3.
A escolha insana.
O quadro da última cena mostrada
pelo Mestre é a do homem insensato, ou imprudente, que devido à pressa ou mesmo
por desleixo, resolve construir sua casa sobre um terreno arenoso e movediço,
isto é, inseguro (v.26). Quando as dificuldades que acometem a todos,
indistintamente Lhe sobrevieram, sua "casa" desabou, ou seja, sua
vida, e foi "grande a sua queda" (v.27).
Da mesma forma que na Antiga
Aliança, a desobediência está relacionada à derrocada e aos efeitos danosos de
todos que decidem por tomar o caminho contrário ao que o Senhor propõe (Pv
14.12).
Pense!
A maldição mencionada no Antigo
Testamento tem alguma relação com o mero pronunciar de uma expressão como se as
palavras tivessem, por si mesmas, poder?
Ponto
Importante
A maldição é o contrário da bênção
e, resultando ou não em infortúnio, é o contrário do que Deus planejou para o
seu povo.
Ill - A RADICALIDADE DO ENSINAMENTO DE JESUS
1.
A simplicidade da doutrina de Jesus Cristo e a admiração do povo.
Enquanto a "Lei oral"
possuía 613 preceitos, e os escribas debatiam entre as várias escolas de
interpretação sobre qual deles era o mais importante, tendo sempre que se
subordinar à interpretação dada pelo fundador de tal escola, a doutrina do
Mestre era simples, direta e facilmente inteligível (v.28), levando o povo a
ficar admirado (Mc 1.27).
2.
A autoridade do Mestre.
O motivo da admiração do povo era
não apenas a simplicidade do ensinamento de Cristo, mas também o fato de Ele
não ter preocupação alguma com o que a "tradição dos anciãos" dizia,
isto é, a "Lei oral" não era divina, mas uma interpretação humana
acerca da Lei de Moisés (Mt 15,1-20). Por isso, o Mestre não tinha compromisso
algum com ela, e sim com o espírito da Lei do Senhor em si, daí porque Ele
dissera seis vezes durante o sermão: "Ouviste o que foi dito, eu, porém,
vos digo" (Mt 5.21,22, 27, 28,31-34, 38, 39, 43,44). Ele não ensinava como
os doutores da Lei de sua época, mas com a autoridade dada pelo Pai (v.2g).
3.
A radicalidade da justiça do Reino.
O Mestre coloca acertadamente, nas
mãos do próprio ouvinte, a responsabilidade e o desafio deste ouvir e proceder
conforme o que Ele acabara de ensinar. Na verdade, só pode ser discípulo dEle,
quem decide proceder conforme a justiça do Reino. Não há possibilidade alguma
de seguir o Mestre como um mero repetidor de conteúdos, pois a radicalidade da
justiça do Reino não requer nada menos que a prática e a imitação do Mestre (Mt
10.16-42; 16.24-26).
Pense!
Você acha que a salvação depende de
se entender determinada doutrina ou crerem Cristo?
Ponto
importante
A prática da justiça do Reino
significa que já somos de Cristo e estamos salvos.
SUBSIDIO
1
A Conclusão do Sermão (7,24-29)
a) Ilustração Final (7.24-27).
Aquele que ouve e
pratica é como um homem que construiu a sua casa sobre a rocha. Quando as
tempestades batem contra a casa com toda a sua fúria, ela ainda permanece firme
O termo enchente, utilizado por algumas versões, significa, literalmente, rios.
O clima da Palestina é como o do sul da Califórnia, sob muitos aspectos. Os
leitos dos rios ficam secos durante a maior parte do ano. Mas quando as chuvas
do inverno e da primavera chegam, surgem as inundações. Jesus retratou o
ouvinte descuidado corno um homem que de forma insensata construiu a sua casa
sobre a areia, e então a perdeu. As casas na Palestina são em sua maioria
construídas com pedras ou com tijolos secos ao sol. Quando as tempestades
dissolvem a argamassa, as paredes tendem a cair.
b) A Reação da Multidão (7,28-29).
Quando Jesus concluiu
o seu sermão, o povo se admirou da sua doutrina, ou melhor, do seu 'ensino'.
Ele ensinava com autoridade (29). As pessoas comuns sentiram a sua autoridade
divina, que faltava aos escribas, e a reverenciaram. “Os escribas tinham o
hábito de citar antigos mestres como apoio aos seus ensinos” (CHILDERS, Charles
L: EARLE, Ralph: SÂNNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon. Mateus a
Lucas, VoL6. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.6g).
SUBSÍDIO 2
O Epílogo do Sermão (7.28,29)
É evidente que Mateus quer
que esta seja a conclusão da primeira seção principal dos ensinos de Jesus,
porque ele encerra com as palavras: 'Concluindo Jesus este discurso (v. 28),
Cada uma das cinco principais unidades pedagógicas que Mateus apresenta tem um
desfecho narrativo semelhante (Mt 7.28; 11.1; 13.53; 19.1: 26,1), Jesus é o
novo Moisés que tem cinco apresentações principais da lei nova ou Tora, da
mesma maneira que Moisés teve cinco livros da lei no Pentateuco!...].
O que se segue é uma
observação da resposta das multidões aos ensinos de Jesus, os quais elas
reconhecem que são autorizados, ao contrário dos ensinos dos mestres da lei
(veja também Mc 1.21-27: Lc 4.31-37). Mateus está direcionando o espanto das
pessoas para as afirmações de Jesus, a fim de que Ele seja o Intérprete da nova
lei, cujas palavras serão a base de julgamento no ajuste de contas do tempo do
fim (ARRINGTON, French L: STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.62).
CONCLUSÃO
Como Mateus escreve a judeus e estes
têm Moisés como o maior dos profetas, ele mostra o Mestre, tal como Moisés,
promulgando a nova justiça do alto de um monte (Êx 31.12-32.1; Mt 5.1). O
ex-funcionário estatal conclui de forma magistral seu registro do Sermão do
Monte, mostrando o povo admirado da doutrina do Filho de Deus, em clara
substituição da forma dos escribas ensinar.
HORA DA REVISÃO
1.
O que Deus exigiu do seu povo desde o início?
Obediência.
2.
Por que a obediência, em si mesma, era "algo abençoador"?
Porque havia regras quanto
ao cuidado com a terra, consigo e no relacionamento interpessoal, só para citar
algumas, e em sua observância residia a "bênção" pessoal e
comunitária (Lv 25).
3.
Construirá "casa" sobre a rocha significava livrar-se dos problemas?
Explique. Não, A
metáfora utilizada por Jesus, isto e, a construção comparada á vida, e as
intempéries exemplificadas na "chuva", "rios" e
"ventos", significando os problemas e dificuldades comuns a todos,
demonstra que a observância da justiça do Reino ó, tal como na Antiga Aliança, para
o nosso próprio bem (v.25).
4.
Qual o significado da maldição decorrente da desobediência? Da mesma
fornia que na Antiga Aliança, a desobediência está relacionada á derrocada e
aos efeitos danosos de todos que decidem por tomar o caminho contrário ao que o
Senhor propõe (Pv 14.12).
5.
Fale sobre a simplicidade da doutrina do Mestre.
Enquanto a "Lei oral"
possuía 613 preceitos, e os escribas debatiam entre as várias escolas de
interpretação qual deles era o mais importante, tendo sempre que se subordinar
à interpretação dada pelo fundador de tal escola, a doutrina do Mestre era
simples, direta e facilmente entendível (v.28), levando o povo a ficar admirado
(Mc 1.27).
Fonte:
Lições Bíblicas de Jovens – 2° trimestre de 2017, Revista de Professor –
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