Classe: Jovens
Trimestre: 2° de 2017
Revista: do Professor
Data da Lição: 04/06/2017
Comentarista: César Moisés
Carvalho
TEXTO DO DIA
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho,
e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim."(Jo 14.6)
SÍNTESE
Seguir o fluxo é o comportamento normal
e corriqueiro, porém, o discípulo é convidado a tomar o caminho da justiça do
Reino.
AGENDA DE LEITURA
•
SEGUNDA - Dt 11.26-28: A bênção e a maldição
•TERÇA
- Dt 30.11-20: A vida e o bem, a morte e o mal
•QUARTA
- Sl 1.6: O caminho dos justos e o caminho dos ímpios
•QUINTA
- SI 119.29,30: O caminho da falsidade e o caminho da
verdade
•SEXTA
- Jr 21.8: O caminho da vida e o caminho da morte
•SÁBADO
- Lc 13.24: A porta estreita
OBJETIVOS
•
INTERPRETAR as metáforas apresentadas por Jesus;
•
REAFIRMAR que a "opção" é apenas em relação à porta estreita;
•
EXPERIMENTAR a realidade, da porta estreita e do caminho apertado, colocada por
Jesus.
INTERAÇÃO
O tempo atual não comporta a ideia de as coisas não darem certo.
O pensamento corrente é que servir a Deus significar blindar-se ou proteger-se
de todo e qualquer tipo de problema. Contudo, o caminho feito por Jesus Cristo
evidencia uma trajetória que nenhuma semelhança tem com a época de hoje e a
expectativa messiânica daquele tempo. Por mais que se queira romantizar, a vida
cristã implica o esforço de seguir a Cristo, tomando decisões que leva o crente
a fazer o mesmo caminho que o Salvador fez. Não apenas o caminho é apertado, mas a própria porta, que leva a
este caminho, é estreita. Portanto, caminhar com o Mestre é estar disposto a
entrar pela porta estreita. E a dificuldade não estará apenas na decisão de
entrar por esta porta, mas durará por todo o caminho, pois "larga é a
porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram
por ela". A salvação não é uma conquista particular de quem quer que seja,
pois foi conquistada na cruz por Cristo, mas a decisão de adentrar a porta da
salvação, e a permanência no "caminho que leva à vida", são de nossa
livre e espontânea vontade e, por isso mesmo, "poucos há que a
encontrem".
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Antes de realizar qualquer tipo de atividade, observe bem sua
classe e verifique se a sugestão desta orientação pedagógica se adéqua a sua
realidade, pois a intenção é facilitar o aprendizado e não causar
constrangimento.
Pergunte para a classe se alguém já teve de fazer dieta.
Privar-se daquilo que o paladar queria, mas que por uma questão de orientação
médica não podia comer. Se a pessoa quiser, peça para ela relatar o quanto foi
difícil passar por esse período. Questione se alguém, por decisão própria, e
por sentir-se cansado, acima do peso, com problema de saúde ou mesmo incomodado
com o tamanho do manequim que usava em relação ao número que passou a usar, e
que por isso fez alguma vez um regime, privando-se de fast-foods e outros
alimentos calóricos para emagrecer. Veja se, além disso, a pessoa não teve
igualmente de desenvolver hábitos saudáveis, mudando radicalmente a alimentação
e praticando atividades físicas. Se a pessoa não se sentir constrangida (e nem
provocar algum constrangimento em terceiros), e quiser relatar sua experiência,
ela servirá de parâmetro para demonstrar o quão difícil é tomar uma decisão e
nela perseverar para que os bons resultados atingidos não regridam.
TEXTO BÍBLICO
MATEUS
7.13,14
13
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que
conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14
E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há
que a encontrem.
INTRODUÇÃO
Encaminhando-se
para o final do Sermão do Monte, o Mestre agora inicia seu apelo e desafio à
escolha da justiça do Reino de Deus (M 7.13-27). Trata-se de um momento
decisivo, pois Jesus Cristo não convida as pessoas para se reunir em torno dEle
e, posteriormente, em seu nome a fim de discutir, teoricamente, o que foi
ensinado. O convite é à prática, e isso ninguém pode fazer por outro, antes é
uma decisão individual que interpela a uma ou a outra opção, sem meio-termo,
pois essa possibilidade não existe (Jo 14.6).
l - A METÁFORA DA
PORTA E DO CAMINHO
1. Uma metáfora conhecida.
Desde
os tempos do Antigo Pacto, a imagem dos dois caminhos é muito conhecida (Dt
11.26,28; 30.11-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8). Trata-se de um recurso
Linguístico apropriado para se demonstrar a impossibilidade de se andar, simultaneamente,
nos dois caminhos, ou de se pensar que possa existir um "terceiro
caminho".
O
raciocínio é simples, se o caminhante está em um não pode, automaticamente,
estar no outro. O uso do plural também é recorrente e abundante, mas de igual
forma, há caminhos do Senhor e há caminhos da perdição, isto é, existem apenas
dois tipos de caminho (Dt 8.6; 10.12; 19.9; 26.17; 28.9; 32.4; Jz 2.19; 5.6; 1
Rs 15.26; 2 Rs 17.13 etc.).
2. A metáfora da porta.
O
Mestre utilizou a metáfora da porta para dizer aos seus discípulos que Ele era
a "porta das ovelhas" (Jo 10.7) e reiterou- "Eu sou a porta; se
alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará
pastagens" (Jo 10.9). A indicação é oportuna, sobretudo, se nos Lembrarmos
da Lição passada que falou acerca de "bater" (Mt 7.7,8). Só se bate
em uma porta, e essa porta que abre passagem para outra realidade, é o próprio
Mestre e não algum conhecimento teórico de que alguns se acham proprietários
(Lc 11.52). Quem se dirige a essa "Porta", certamente encontrará a
liberdade que procura (Jo 10.9).
3. A metáfora do caminho.
Jesus
igualmente ensinou que Ele era o Caminho (Jo 14.6). O Mestre é a porta e o
caminho que conduz ao Pai. Não existe qualquer subterfúgio ou atalho, é preciso
comprometer-se em entrar por Ele, caminhar nELe e assim permanecer até o
destino final (Mt 24.13).
O
Pense!
Diante
da verdade de que só há dois caminhos, você saberia dizer em qual deles você
está?
Ponto importante
Como
porta e caminho de acesso a Deus, Jesus está à disposição de todos que quiserem
aceitá-lo, pois Ele não é propriedade de ninguém.
II - A PORTA LARGA E
O CAMINHO DA PERDIÇÃO
1. A opção pela porta
estreita.
Antes
de apresentar a porta larga e ao que conduz o caminho espaçoso, o Mestre
convida os discípulos a entrar "pela porta estreita" (v.13). Por quê?
2. Porta larga e caminho
espaçoso.
Sob
qualquer ângulo que se analisar, é muito mais fácil que, entre uma porta larga
e outra estreita e entre um caminho espaçoso e outro apertado, o caminhante
opte pelos primeiros (v.13).
O
"normal" é seguir a multidão que, pelo próprio "tamanho" da
porta e a largueza do caminho, é a maioria. No ensinamento de Jesus, tais
metáforas representavam a religiosidade oficial de Israel que, com todo o seu
legalismo, era incomparavelmente mais "fácil" de seguir que a justiça
do Reino (Mt 15,14; Lc 11.52).
3. O destino final da porta
larga e do caminho espaçoso.
Não
obstante, serem a porta larga e o caminho espaçoso mais convidativos, o destino
final de ambos é trágico, pois "conduz à perdição" (v.13). Muitos,
porém, ignorando o destino, valorizam a facilidade do trajeto. Isso porque, no
momento da peregrinação, não há necessidade alguma de renunciar a nada, e a
aceitação popular acaba falando mais alto. Todavia, ao final a perdição será
eterna (Lc 12.4-12; Mt 10.16-30).
O Pense!
Entre
uma porta estreita e outra Larga, e entre um caminho espaçoso e outro apertado,
quais são os mais fáceis de serem aceitos?
Ponto Importante
Considerando
a estimativa de vida de uma pessoa, parece ser mais "fácil "decidir
optar por ter "facilidades" nesta vida em relação a vida eterna.
Ill - A PORTA ESTREITA E O CAMINHO DA VIDA
1. A conformidade com a
porta larga e o caminho espaçoso.
O
convite só acontece em relação à porta estreita e o motivo é óbvio: o estar na vida
leva as pessoas a seguirem pelo rumo mais fácil. Neste caso, o da porta larga e
do caminho espaçoso que, visivelmente, é mais bem popular (v.13).
2. Porta estreita e caminho
apertado.
São
poucos os que decidem por entrar pela porta estreita e andar pelo caminho
apertado (v.14). Ajustiça do Reino exige renúncia. Mesmo tendo razão, abrir mão
de si em favor dos outros, amar os inimigos e não retribuir o mal, ser
rejeitado até mesmo pela família por causa da fé e assim por diante (Mt 5.20;
Lc 14.25-27,33; Jo 15.18-21; 16.1-3, etc.). Em outras palavras, abrir mão de
seguir o fluxo para tornar-se discípulo exige uma decisão radical.
3. A vida plena como destino
final dos que são discípulos.
Como
o próprio caminho e também a vida (Jo 14.6), Cristo promete vida em abundância
(Jo 10.10). Tal vida inicia-se aqui e prolonga-se até a eternidade (Jo
4.13,14). Por isso, o discípulo é informado acerca dos percalços que certamente
serão encontrados durante o trajeto. Nesse caso, não há uma negação mágica
prometida pela religiosidade retributiva, onde o certo • é feito para se obter
o bem e o errado evitado apenas para não se atrair o mal. Na perspectiva da
justiça do Reino, o bem é realizado sem que haja nenhuma expectativa de retorno
ou reciprocidade, mas sim porque a nova natureza leva-nos a agir assim (Mt
5.13-16). Só é possível viver dessa forma sob a égide do Reino (Mc 8.34-38; Lc
9.23-26).
Pense!
Embora
seja a opção mais difícil, entrar pela porta estreita e andar no caminho
apertado, é uma decisão consciente e radicai. Você já afez?
Ponto importante
O
caminho feito por Jesus Cristo - da rejeição popular e da aceitação e aprovação
divinas — é o caminho que o discípulo deve também trilhar.
SUBSÍDIO 1
Entrai peta porta estreita (7.13,14)
A imagem fica mais clara no texto original. Devemos escolher entre
dois caminhos. Um caminho é apertado ou difícil (tehtlmmene, não 'estreito'), e
a porta a que ele leva é 'estreita' (stene). Assim, poucos o escolhem. Por
outro lado, multidões fluem ao caminho que parece mais espaçoso e fácil, que
leva a uma porta larga e de fácil entrada. Aqui, como sempre, as multidões
estão erradas, pois é o caminho difícil e a porta estreita que levam à vida.
Se parece fácil, e é popular entre a multidão, é provavelmente a
escolha errada' (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Hístóríco-Cultural do Novo
Testamento, led. Rio de Janeiro: CPAD, p,33).
Dois Caminhos (7,13,14).
A ideia de dois caminhos é familiar no Antigo Testamento (Sl 1; Jr
21.8), Mas Jesus chamou a atenção para as portas. Estreita (13): a mesma
palavra do versículo 14. A tradução literal é 'apertada', O termo grego para
larga significa 'espaçosa'. O 'cristianismo do caminho largo' não levará
ninguém para o céu. Este é um pensamento solene que Jesus declarou; poucos encontrariam
o caminho que á vida (CHILDERS. Charles L; A, Etwood (Eds.)
Comentário Bíblico Beacon Mateus a Lucas. VoL6. led. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006. pp.68-69).
SUBSÍDIO 2
Dois Caminhos: O Largo e o Estreito (7.13,14).
O caminho da morte e o da vida aparecem no Antigo Testamento, na
literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na literatura cristã
primitiva (Dt 11,26-28; 30.15-20; SI 1.6; 119.29.30: Jr 21.8, 2 Enoque 30.15:
Testamento de Aser 1.3.5: 4 Esdras 71-9; Didaquê 1.1; 5.1; Normas da Comunidade
3,20,21),.
Na literatura de Gumran os dois caminhos são expostos como o
'caminho da luz' e o 'caminho das trevas', Jesus, de forma típica, apresenta as
opções diante da audiência em paralelismo antitético; uma porta para a vida ou
uma porta para a morte.
A maioria das pessoas toma o caminho fácil, o qual é desastroso.
A porta para a vida é difícil e restritiva; os verdadeiros discípulos são
minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho
da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as pessoas (ARRINGTGN, French L;
STRONSTAD. Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed, Rio
de Janeiro: CPAD, 2004, p.61).
CONCLUSÃO
A
mensagem do Mestre é clara e não permite devaneios
Linguísticos, quem quiser segui-lo o fará através da passagem por uma porta
estreita e da permanência em andar em um caminho apertado. Já em seu tempo,
relata-nos João em seu Evangelho, que "apesar de tudo, até muitos dos
principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não
serem expulsos da sinagoga" (Jo 12.42). Na verdade, informa-nos ainda o
apóstolo do amor, tais pessoas não assumiram a fé no Mestre, "porque
amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus" (J o 12.43).
HORA DA REVISÃO
1.
Muitas vezes Jesus ensinava através
de figuras de linguagem. Ele se exemplificou como várias coisas em algumas
oportunidades. Fale sobre as duas do tópico l.
A porta e o caminho.
2.
No ensinamento de Jesus, o que significava as metáforas
da porta larga e do caminho espaçoso?
No ensinamento de Jesus, tais metáforas representavam a religiosidade oficial de Israel que, com todo
o seu legalismo, era incomparavelmente mais "fácil" de seguir que a
justiça do Reino (Mt 15.14' Lc 11.52).
3.
Por que é mais fácil adentrar a porta larga
e andar no caminho espaçoso?
Porque no momento da
peregrinação, não ha necessidade alguma de renunciar a nada, e a aceitação
popular acaba falando mais alto.
4.
O convite de Jesus se dá apenas em relação à porta
estreita. Por quê?
O convite só acontece em
relação a porta estreita e o motivo é obvio: o estar na vida leva as pessoas a
seguirem pelo rumo que for mais fácil, neste caso, o da porta larga e do
caminho espaçoso que, visivelmente, é mais numeroso e bem popular (v.13).
5.
Na perspectiva do Reino, o que significam as metáforas da porta estreita e do caminho apertado?
Estar em Jesus e andar na
presença dEle.
Fonte: Lições
Bíblicas de Jovens – 2° trimestre de 2017, Revista de Professor – Reverberação:
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