Por
que o carnaval é maldito?
Não
se trata de uma festa popular, que arrebata multidões, proporcionando alegria a
tanta gente em nosso país?
Segundo
o Dicionário Aurélio, carnaval era, no mundo cristão medieval, período de
festas profanas que se iniciava, geralmente, no dia de Reis (Epifania) e se
estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns
quaresmais.
Consistia
em festejos populares e em manifestações sincréticas oriundas de ritos e
costumes pagãos, como as festas dionisíacas, as saturnais, as lupercais, e se
caracterizava pela alegria desabrida, pela eliminação da repressão e da
censura, pela liberdade de atitudes críticas e eróticas. (...)
Os
três dias imediatamente anteriores à quarta-feira de cinzas, dedicados a
diferentes sortes de diversões, folias e folguedos populares, com disfarces e máscaras; tríduo
de momo.
Aparentemente,
a origem do carnaval não passava de uma "combinação de desfiles e
enfeites" e de festas folclóricas. Mas, na realidade é uma festa que teve
origem e se desenvolveu em festas dos chamados "Ritos de Fertilidade da
Primavera Pagã", oriundos da Festa a Osíris, no Egito. Em Roma, o carnaval
teve origem nas Festas das Bacanais, em homenagem a Baco, "deus do
vinho", e na Saturnália em homenagem a Saturno, que era um deus romano.
Era considerado um dos Titãs, filho do Céu e da Terra. Diz a mitologia que
Saturno recebeu uma foice de sua mãe e matou seu pai para tomar seu lugar entre
os deuses. Foi expulso por seu filho Júpiter (Zeus) e fugiu para o Lácio, onde
fez reinar paz e abundância.
Naquelas
comemorações, era comum a prática de orgias e libertinagem sexual. Nobres e
plebeus se uniam, sem constrangimento, dando lugar a fantasias eróticas e
sexuais de toda a espécie. Bebedice e glutonaria predominavam entre os foliões.
Em
termos resumidos, essa é a origem do carnaval. Certamente, o carnaval nasceu em
meio a um ambiente de mitologia, adoração a deuses falsos, e à entrega a um
comportamento libertino e lascivo. Em nada, em sua origem, o carnaval condiz
com a postura de alguém que se diz cristão. Podemos dizer, sem exagero, que em
sua origem o carnaval é maldito.
Desde
sua origem, os meios para a realização do carnaval são duvidosos e carnais. A
natureza humana, após o pecado, tornou-se tendente ao mal, levando o homem a
praticar tudo o que não agrada a Deus.
Nas
bacanais e nas saturnálias, festas-mães do carnaval, dois elementos eram
indispensáveis: bebidas alcoólicas e desregramento moral, expresso em
licenciosidade e orgias sexuais.
Hoje,
não é diferente. Além das bebidas, do exibicionismo de sensualidade ilícita, o
carnaval incorporou o uso de drogas, consumidas em excesso.
III. NATUREZA DO CARNAVAL
Para
o fiel, que serve a Deus, tudo em sua vida deve glorificar a Deus. Diz Paulo: “Fazei tudo para a glória de Deus", 1Co
10.31.
Não
podemos vislumbrar no carnaval qualquer coisa que seja para a glória de Deus. O
carnaval é de natureza carnal, mundana e diabólica.
1. Blocos de crentes
no carnaval
É
absurdo, para não dizer trágico, que existam crentes de algumas igrejas que
formam "blocos de crentes"
para "brincar" o carnaval.
E
procuram usar argumentos racionais para justificar sua participação na festa de
Momo.
Alguns
dizem que estão lá "na avenida" ou no sambódromo para divulgar a mensagem
do Evangelho através do carnaval. E dizem que algumas pessoas aceitam Cristo,
quando veem o "bloco de crentes" passar.
Trata-se de argumento enganoso. Uma armadilha para pessoas incautas.
Na realidade, quando crentes brincam o carnaval, estão avalizando a realização
da festa da carne.
A mensagem que
passam, na verdade, é: “Podem brincar o carnaval. É salutar e
desejável. Somos crentes em Jesus e aqui estamos, irmanados com vocês. O
carnaval é lícito".
Não
podemos ver de outra forma tal atitude, à luz da Palavra de Deus.
Diz ainda Paulo:
"Porque vós, irmãos, fostes chamados
à liberdade. Não useis então da liberdade par dar ocasião à carne, mas
servi-vos uns aos outros pelo amor. Os que são de Cristo crucificaram a carne
com as suas paixões e concupiscências", Gl 5.13,24.
Imaginamos
que os argumentos de alguns "crentes carnavalescos" podem ser
até bem intencionados, mas são todos equivocados, quando confrontados com nossa
regra de fé e prática, que é a Bíblia Sagrada.
IV. RESULTADOS DO CARNAVAL
Segundo
notícias na imprensa, houve, no Brasil, o registro de 2.233 acidentes nas
rodovias brasileiras no período do carnaval de 2006, com 1.399 feridos.
Centenas
de mortes ocorreram durante a festa carnavalesca. Não se sabe o número de
jovens e adolescentes que se envolveram em brigas e agressões. Não é divulgado
o número de adolescentes estupradas.
Como o cristão não adota a máxima de Maquiavel, de que "os
fins justificam os meios", o carnaval, em todos os seus aspectos, deve ser
condenado, como festa que causa mais males do que bem, mais tristeza do que
alegria, mais pecado do que bons resultados econômicos e sociais.
Os resultados do carnaval revelam as consequências de sua natureza
profana e diabólica. Os crentes em Jesus jamais devem participar desse tipo de
festa, em que o centro é a carne.
Por: PR.
Elinaldo Renovato
Fonte:
Jornal Mensageiro da Paz, fevereiro de 2007