Obs. Este artigo é um
subsídio para a lição bíblica da classe de Adultos.
“Abel, homem fiel, santo e inocente, foi morto
pelo próprio irmão por causa de sua fidelidade a Deus” (Elinaldo Renovato de Lima).
Na presente lição conheceremos um pouco sobre o caráter de Abel, demostrado
através de sua oferta e fé em Deus.
ABEL, O TIPO DE OFERTANTE DE QUEM DEUS SE
AGRADA.
1. Quem era Abel (Gn 4.2)?
O nome ‘Abel’ de um
termo hebraico (Hebel) que significa
respiração, Mas a etimologia é incerta, e outros sentidos têm sido sugeridos
como “vapor”, “fragilidade" e “filho". [1]
2. A família de Abel.
Era
o segundo filho de Adão e Eva, ‘talvez’ gêmeo de Caim (Gên. 4.1,2). Foi
instruído na adoração ao Criador e trabalhava como pastor. Seu irmão, Caim, era
agricultor. Devido a essas circunstâncias, Abel ofereceu em sacrifício um
animal, ao passo que Caim trouxe dos frutos da terra (Gên. 4.3-5).
O trecho de Hebreus
11.4 mostra que Deus agradou-se do sacrifício de Abel, mas não do de Caim.
Despertou-se lhe a inveja, e, segundo diz o texto samaritano, ele convidou Abel
para o campo, onde o matou (Gn 4.8 – NTLH). O texto hebraico disponível
silencia sobre o convite, embora registre o homicídio. Seja como for, é certo
que o ato foi premeditado.
3. A ocupação de
Abel.
Abel
era pastor de ovelhas, e Caim era agricultor. Abel foi o primeiro de muitos
pastores que encontramos na Bíblia, como Abraão, Isaque, Jacó e seus filhos,
Moisés e Davi.
“Pela fé, Abel
ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que Caim. Por meio da fé, ele
foi reconhecido como justo, no momento em que Deus aprovou as suas ofertas.
Apesar de estar morto, seu testemunho de fé ainda é eloquente (Hb 11.4 – JKA)”.
O trecho de Hebreus
11.4 elogia Abel por sua fé, do que resultou um sacrifício superior. Seu nome
figura no início da grande lista dos fiéis, tendo sido ele elogiado pelo
próprio Senhor Jesus (Mt 23.35). Presume-se que ele obedeceu a alguma ordem
específica, acerca do sacrifício, que Caim ignorou, embora isso não seja declarado
no Antigo Testamento.
1. O primeiro mártir.
Jesus
referiu-se a Abel como o primeiro mártir (Mat. 23.35), conceito esse que teve
prosseguimento na Igreja primitiva. Evidentemente, Jesus o considerava um
personagem histórico.
O
sangue de Abel é comparado com o de Cristo em Hebreus 12.24. (Veja também Mt
23.35; Jo 3.12). Em quanto Abel foi o primeiro mártir, Caim foi a primeira
pessoa a ver um ser humano morrer, e isso sob as mais terríveis circunstâncias.
Em
relação à maneira que Caim matou seu irmão, há que afirma que Caim teria
atingido Abel com uma pedra, na cabeça. Abel caiu. Para a surpresa de Caim, ali
estava Abel, imóvel. Atônito, ele acabou percebendo que tinha acabado com uma
vida humana.
2. O Simbolismo.
Abel
tornou-se um tipo de Cristo porquanto ofereceu um sacrifício cruento (Cruento
significa ‘ em que há sangue derramado), superior (Hb 9.26; 10.12). Ele
tipifica Cristo como o Messias e Servo sofredor, o Cordeiro de Deus (João 1.29;
Is 53.7). Ele testifica sobre a necessidade de um sacrifício de sangue (Hb
9.22; 11.4).
Nos Escritos dos Pais
da Igreja:
a) Crisóstomo
chamou-o de tipo do Cordeiro de Deus, gravemente injustiçado, em vista de sua
inocência.
b) Agostinho chamou-o
de “peregrino”, porquanto foi morto antes de poder residir em qualquer cidade
terrena, pelo que aguardava uma cidade celeste, onde pudesse habitar em
justiça.
c) Irineu observou
como Abel mostrou que os justos sofrem às mãos dos ímpios, e como as virtudes
dos justos são assim magnificadas (Contra Haeres. iii. 23).
Com base em Hebreus
11.4, há quem argumenta que Abel ofereceu seu sacrifício motivado pela fé, ou
seja, em resultado de uma autêntica espiritualidade, em legítima obediência a
Deus.
Quanto a Caim, esse
fator se fez ausente. Isso posto, seu sacrifício realmente não visava honrar a
Deus. Ele estava apenas cumprindo um dever, e não se estava ocupando em
adoração a Deus. E foi nisso que ele pecou. Se foi esse, realmente, o caso,
então a rejeição ao seu sacrifício não foi porque este se compunha de produtos
vegetais, mas por haver sido oferecido com uma atitude errada, com motivos
distorcidos.
O
SACERDÓCIO DE CRISTO (Hb 6.20; 9.11)
Como o Sumo Sacerdote
eterno, segundo a "ordem de Melquisedeque" (Sl 110.4), Cristo
desempenharia um sacerdócio que substituiria de modo total o de Arão,
estabelecido sob a lei de Moisés, o qual duraria para sempre, por causa da
eternidade do Sumo Sacerdote divino, e era por isso imperecível (Hb 7.22-24).
(b) O novo sacerdócio é para
sempre (Hebreus 7.15-19). Sob o sistema antigo os sacerdotes morriam; não havia
permanência; mas agora veio um sacerdote que vive para sempre.
(c) O novo sacerdócio foi
introduziu por um juramento de Deus. O Salmo 110:4 diz: “O SENHOR jurou e não
se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque.”. É obvio, Deus não jura levianamente. Nunca introduziu desta
maneira o sacerdócio comum. Isto é algo novo.
(d) O novo sacerdote não
oferece sacrifícios por si mesmo (Hebreus 7.27). O sacerdote ordinário teve
sempre que oferecer sacrifícios por seu próprio pecado antes de poder fazê-lo
pelos pecados do povo. Mas Jesus Cristo, o novo sumo sacerdote, não tem pecado
e não necessita sacrifício por si mesmo.
(e) O novo sacerdote não
precisa repetir ininterruptamente os sacrifícios (Hebreus 7.27). Oferece um
sacrifício perfeito que nunca precisa repetir-se porque abriu para sempre o
caminho à presença de Deus.
1. Jesus como sacerdote.
a)
Jesus é o sumo sacerdote cujo sacerdócio não depende de alguma genealogia, mas
sim de si mesmo e só de si.
b)
Jesus é o sumo sacerdote que vive para sempre; nunca morre.
c)
Jesus é o sumo sacerdote sem pecado e que, portanto nunca precisa oferecer
sacrifício algum por seu próprio pecado.
d)
Jesus é o sumo sacerdote que ao oferecer-se a si mesmo fez o sacrifício
perfeito. Já não se requer que todos os dias sejam feitos sacrifícios. O
sacrifício que abre o caminho a Deus foi feito uma vez para sempre.
2. A eficácia do sacerdócio
de Cristo.
a)
Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus (Hb 4.14).
Assim
como o sacerdote arônico, no Dia da Expiação, passava por entre os olhares
expectativos do povo em direção ao Santo dos Santos, assim também Jesus passou
para além da vista dos discípulos que o observavam atentamente, elevando-se e
atravessando pelos céus até adentrar o Santuário Celestial, ocupando sua
suprema transcendência e autoridade, e cumprindo plenamente sua obra expiatória
(7.26; At 1.9-11; Ef 4.10; Fp 2.9-11).
b)
Jesus, o sumo sacerdote que se compadece de nossas fraquezas (Hb 4.15).
“Pois
não temos um sumo sacerdote que não seja capaz de compadecer-se das nossas
fraquezas, mas o Sacerdote Supremo que, à nossa semelhança, foi tentado de
todas as formas, porém sem pecado algum” (Hb 4.15- JKA).
Jesus
Cristo, nosso Sumo Sacerdote, não se mantém distante nem alienado do ser humano
e de suas agruras, como ocorria com os sacerdotes judaicos e, ainda hoje,
acontece com muitos líderes espirituais.
Deus se fez carne em Cristo
e sentiu na pele as fraquezas e sofrimentos que acometem a todos nós.
Entretanto, ele jamais pecou, o que significa que obteve vitória sobre todos os
desafios da carne e do espírito. Portanto, só Jesus pode sentir o que sentimos
e oferecer a sua ajuda compassiva sempre que, pela fé, dela nos quisermos valer
(Hb 4.16).
c)
Jesus, o sumo sacerdote sem pecado (Hb 4.15).
Deus
se fez humano em Cristo e decidiu passar pelo aprendizado a que todos nós
estamos sujeitos. Suas lutas, tentações e vitórias foram reais e não alegorias
como querem explicar certos teólogos. A Bíblia não é uma obra de ficção, mas um
depoimento fiel das experiências vividas por homens de Deus, narradas pela
inspiração do Espírito Santo.
Ao contrário de Adão, que
relativizando a Palavra de Deus fracassou e caiu, Jesus permaneceu fiel
(obediente) e prevaleceu; completando (aperfeiçoando) sua humanidade filial e
podendo, assim (perfeito), ser a fonte da “eterna redenção” (Hb 6.9; 2.10;
9.12; 12.2; Rm 4.25; 10.9; Tg 2.14-26).
Continuação: