Deus é uma Personalidade Divina que
pode e quer se comunicar com a sua criação. A Bíblia manifesta os três atributos
absolutos de Deus nesta sua comunicação, isto é, a sua onipresença, sua
onisciência e sua onipotência.
1. Deus é Onipresente
A Bíblia fala da onipresença de Deus.
1.1. Que significa a onipresença de
Deus?
Deus
disse: "...Não encho eu os céus e a terra?..." (Jr 23.24b; SI 72.19).
O rei Salomão disse na sua inspirada oração: "...Eis que os céus e até o
céu dos céus te não poderiam conter..." (1 Rs 8.27). Isto fala da
onipresença de Deus, a qual é possível porque Ele é Espírito (Jo 4.24).
Ele
não está sujeito à matéria! Para Ele não existe espaço nem tempo. Ele se move
com a mesma facilidade que o nosso pensamento, que num momento pode estar num
lugar e no mesmo momento noutro lugar. Assim como o centro de uma
circunferência está à mesma distância de qualquer ponto da periferia, assim
também Deus está perto de qualquer ponto do Universo. A Bíblia diz a respeito
de Deus: "...Seus olhos passam por toda a terra..." (2 Cr 16.9). Não
existe, portanto um "deus nacional" ou um "deus local",
porque Ele é o Deus do Universo. Por isto está escrito: "Ele não está
longe de nenhum de nós" (At 17.27; Rm 10.6-8).
1.2. A onipresença de Deus
Não
é uma obrigação imposta a Deus, que o acompanha, queira ou não, assim como a
nossa respiração nos acompanha enquanto vivermos, Deus está onde Ele quer!
Nem
tampouco significa a sua onipresença que Ele esteja na matéria, como os
panteístas afirmam. Se Deus estivesse na matéria, ela então seria divina. Deus
é o Criador e é Senhor
sobre a sua criação. Ele habita nos céus, e Ele está onde quer.
A
onipresença também não significa que enquanto uma parte de Deus está num lugar
uma outra parte está num outro, etc. Deus é indivisível. Onde Ele estiver ali
Ele está em toda a sua plenitude.
1.3. Qual é a aplicação prática da onipresença de Deus?
a.
Deus está em todo o lugar: 'Os olhos do Senhor estão em todo o lugar..."
(Pv 15.3a), "...e está vendo todos os filhos dos homens " (SI 33.13).
Por isto não é possível alguém se esconder de Deus. ' 'Esconder-se-á alguém em esconderijos
de modo que eu não o veja?..." (Jr 23.24a; 16.17; Am 9.2,3; SI 139.7-10).
Deus vê e está presente, ainda que alguém diga: “O Senhor não nos
vê'' (Ez 9.9; Hb 4.13).
b.
Deus está presente em todo o lugar, e por isso podemos chamá-lo para ser a
nossa testemunha (Rm 1.9). A Bíblia diz:4 '...A testemunha no céu é
fiel" (SI 89.37b). No caminho do Senhor, a sua presença irá conosco (Êx
33.14,15), e na sua presença há abundância de alegria (SI 16.11).
c.
Deus está presente na hora da angústia (SI 46.1; 86.15). Por isso a angústia do
seu povo é também a angústia dele (Is 63.9). A ajuda de Deus está perto (SI
121.1-5).
d.
A onipresença de Deus explica que Ele se manifesta quando os crentes se reúnem.
"...Ele é a plenitude daquele que enche tudo em todos" (Ef 1.23 trad.
rev.) Ele habita na sua igreja (1 Co 3.16; 2 Co 6.16). "...Os retos
habitarão na sua presença*' (SI 140.13b). "...Eis que estou convosco..."
(Mt 28.20).
e.
A manifestação de Deus na vida de oração é explicada, também, quando nos
lembramos da sua onipresença. Ele está perto dos que o invocam (SI 145.18; Is
57.15). Ele sabe o que precisamos antes de pedirmos (Is 65.24).' 'Que gente há
tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as
vezes que o chamamos?" (Dt 4.7).
2. Deus é Onisciente
Nem
pensamento nem cálculo algum podem fazer-nos compreender a onisciência de Deus
(SI 139.6; Jó 11.7-9; 42.2).
2.1.
A
onisciência é um atributo que só Deus tem "...Deus conhece todas as
coisas" (1 Jo 3.20). "...
O
seu entendimento é infinito" (SI 147.5b). A sua onisciência não é
resultado de seu esforço de aprender, ou coisa com que alguém o tenha
favorecido. Não existe ninguém que tenha dado algo para aumentar o saber de
Deus (Rm 11.35; Jó41.11). Até o maior grau de sabedoria ou ciência que um homem
possa atingir, tem tudo em Deus a sua origem (1 Co 4.7).
2.2.
A
onisciência de Deus abrange todo o passado
“Não existe mistério nenhum no passado que para Deus já não
esteja revelado" (Mt 10.26; 1 Co 4.5; Lc 8.17). Até todos os pecados
ocultos "manifestam-se depois" (1 Tm 5.24). A única maneira de evitar
esta "manifestação'' é em tempo pedir reconciliação a Deus através do
sangue de Jesus (1 Jo 1.7,9).
2.3.
A onisciência de Deus abrange tudo no
presente
a.
Deus conhece tudo a respeito de todo homem. Davi disse: "...Tu conheces
bem o teu servo, ó Senhor Jeová" (2 Sm 7.20b). Deus sabe o nosso nome e a
nossa morada (Ap 2.13). Ele conhece anossa estrutura (SI 103.14) e os nossos
corações (At 15.18; Lc 16.15), pois ele os esquadrinha (1 Cr 28.9), e conhece
todos os segredos (SI 44.21). Ele conhece os nossos pensamentos (SI 139.1- 4),
e as nossas palavras (SI 139.4) e os nossos caminhos estão perante os olhos do
Senhor (Pv 5.21; Jó 34.21). Ele até conhece o número dos nossos cabelos (Mt
10.30).
Assim
Ele conhece as nossas necessidades (Mt 6.32; Lc 12.30), e tem a solução para
todos os nossos problemas.
b.
Deus também conhece tudo sobre a natureza. Sabe os nomes de todas as estrelas,
coisa que astrônomo nenhum jamais pôde conhecer (Is 40.26; SI 147.4).
Até
os passarinhos são conhecidos, e "nenhum deles está esquecido diante de
Deus" (Lc 12.6; Mt 10.29).
2.4. A onisciência de Deus abrange também o futuro
Esta parte da sua onisciência é também
chamada "piesciência" (At 2.23).
a. Deus previu desde a eternidade a
queda do homem, e providenciou no seu amor a solução para salvá-lo. Por isso
está escrito: "...O Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo'' (Ap
13.8b). Na sua presciência, Deus já viu na eternidade o seu Filho entregue para
ser crucificado (At 2.23; 1 Pe 1.18-20). Ele também viu a Igreja se levantar,
como um fruto da morte de Jesus no Gólgota (Ef 3.1-10).
Nesta previsão, Deus que também
conheceu os homens, e os predestinou para serem salvos por Jesus (Rm 8.29; Ef
1.4,5), isto é, por nenhum outro meio, mas só por Jesus (At 4.12), Ele chamou a
todos para salvação. Assim somos eleitos segundo a presciência de Deus para
obediência e aspersão do sangue de Jesus (1 Pe 1.2). Os que não aceitarem este
único meio de salvação estão, por causa da sua rejeição a Cristo, predestinados
ao julgamento e castigo. "...Mas quem não crer será condenado" (Mc
16.16b).
Porém, ainda que Deus na sua
presciência possa conhecer o futuro dos que rejeitarem o seu amor, isto não
interfere no livre arbítrio do homem. Em tudo que depender de Deus, Ele está
sempre a favor de todos os homens.
b. Deus também, na sua onisciência
prevê os acontecimentos do futuro. Profecia é uma revelação do que Deus na sua
previsão já sabia (Is 48.5).
Temos no passado muitos exemplos em que
Deus previu e revelou o que haveria de acontecer. Conforme 1 Reis 13.2, um
jovem profeta profetizou no ano 975 a.C. e aquilo se cumpriu no ano 641 (1 Rs
22.15). (Isto é, 334 anos depois.) Também em (Is 46.2-8), Isaías profetizou 712
a.C. o que se cumpriu no ano 536 a.C. (Ed 1.1.2). (Isto é, 176 anos depois.)
Vivemos na véspera de grandes
acontecimentos. Todos eles Deus tem estabelecido pelo seu próprio poder (At
1.7) e são conhecidos desde a eternidade (At 15.18). Nada acontece por acaso,
mas porque Deus assim determinou.
3. Deus é Onipotente
Para os homens que são limitados, é
difícil compreender ou calcular a onipotência de Deus (Jó 5.9; 9.10; 26.14 e
37.2).
3.1. Deus é onipotente
e tem poder ilimitado
O próprio Deus disse: "...Eu sou
Todo-poderoso..." (Gn 17.1).
"Haveria coisa alguma difícil ao
Senhor?..." (Gn 18.14a). "...Eu sou o Senhor que faço todas as
coisas..." (Is 44.24b). A Bíblia afirma: "...O poder pertence a
Deus" (SI 62.11b). Jesus chamou a seu Pai de o Poder (Mt 26.64), e disse:
"...Para Deus tudo é possível" (Mt 19.26), e "...as coisas que
são impossíveis aos homens, são possíveis para Deus" (Lc 18.27b). O
arcanjo Gabriel disse: "Para Deus nada é impossível" (Lc 1.37). Jó
falou de Deus: "Eu sei que tudo podes!..." (Jó 42.2a). A onipotência
de Deus significa que o poder dele é ilimitado.
3.2. Como se manifesta
a onipotência de Deus?
a. Deus não pode ser impedido por quem
quer que seja! (Is 14.27; 43.13; Jó 11.10; Pv 21.30; Rm 9.18).
b. As leis da natureza não podem
limitar a onipotência de Deus. Ele é soberano e "faz o que Ele quer".
(SI 115.3; 135.6). Ele está acima de todas estas leis (Na 1.3-6). Vejamos
alguns exemplos em que os milagres de Deus foram contrários às leis da
natureza: Deus fez as águas do mar ficarem como um muro (Êx 14.22), e as águas
do rio Jordão como um montão (Js 3.13). Ele fez com que o ferro do machado
flutuasse (2 Rs 6.1-6), e que o sol se detivesse no meio do céu (Js 10.13). Ele
livrou Daniel do poder dos leões (Dn 6.22,23). Mandou a tempestade (Jn 1.4) e a
fez cessar (Jn 1.15; SI 107.29 etc.).
c. Deus é poderoso para cumprir as suas
promessas (Rm 4.21), e até "...chama as coisas que não são, como se já
fossem" (Rm 4.17b). Deus, que é o Criador, tem ainda o seu poder criador
em pleno vigor. Por isto não existem limites no seu poder de operar maravilhas,
de cura, mesmo em casos sem nenhuma esperança humana.
3.3. A onipotência de
Deus opera harmoniosamente conforme a sua vontade
a. Jamais existem contradições entre a
sua natureza perfeita e o seu poder ilimitado. Deus jamais faria coisa que
fosse contrária à sua perfeita santidade. Ele que "tudo pode" (Jó
42.2), só faz o que lhe apraz (SI 115.3). "Tudo o que o Senhor quis ele o
fez..." (SI 135.6a). Por isto existem coisas que o Onipotente não pode
fazer: Ele não pode mentir (Hb 6.18; Nm 23.19; Tt 1.2); não pode negar-se a si
mesmo (2 Tm 2.13); não pode fazer injustiça (Jó 8.3; 34.12). Ele é sempre santo
em todas as suas obras (SI 145.17). Deus também não pode fazer acepção de
pessoas (Rm 2.11; 2 Cr 19.7).
b. Deus também limita a sua
onipotência, em respeitar o livre arbítrio do homem. Somente aquele que quiser,
toma de graça da água da vida (Ap 22.17b). Deus deixa ao homem a oportunidade
de livremente se humilhar diante da sua potente mão (1 Pe 5.6).
DEUS É REVELADO ATRAVÉS DOS ATRIBUTOS DA SUA DIVINDADE
Atributo é uma característica essencial
de um ser, aquilo que lhe é próprio. Os atributos de Deus são singulares e
perfeitos. Só Ele os tem de modo absoluto.
1. Deus é Vivo!
1.1. "Ele mesmo é o Deus vivo" (Jr 10.10)
A vida é uma expressão de existência,
seja terrestre ou eterna... Quem tem vida, tem condições de se comunicar com
outros que têm vida. Enquanto os "deuses" feitos por mão de homem, têm
boca mas não falam, têm olhos mas não veem, têm ouvidos mas não ouvem, têm
nariz mas não cheiram (SI 115.4-8), o nosso Deus está nos céus, faz tudo que
lhe apraz (SI 115.3).
Por isso os homens pelo Evangelho estão
convidados a se converterem dos ídolos para o Deus vivo e verdadeiro (1 Ts 1.9;
At 14.15). E os que assim fazem pertencem à Igreja do Deus vivente (2 Co 6.16).
1.2. Deus é também a
fonte da vida
Ele tem a vida em si mesmo (Jo 5.26), e
"...dá a todos a vida e a respiração e todas as coisas" (At 17.25b),
no sentido terrestre. E a todos que o conhecerem por único Deus verdadeiro, e a
Jesus Cristo a quem Ele enviou, Ele dá a vida eterna (Jo 17.3; 1 Jo5.20). E
esta vida é a luz do mundo (Jo 1.4).
2. Deus é Eterno
Mas o Senhor Deus é a verdade, Ele mesmo
é o Deus vivo e o Rei Eterno (Jr 10.10). Em Rm 16.26 lemos a respeito do
"Deus eterno". Abraão plantou um bosque em Berseba e invocou lá o
nome do Senhor, Deus eterno (Gn 21.33). Quando Moisés, despedindo-se, abençoou
as tribos de Israel, usou o nome "Deus eterno" (Dt 33.27).
2.1. Deus e a
eternidade
Eternidade é o infinito quanto ao
tempo. Deus não tem início. De eternidade a eternidade tu és Deus (SI 90.2; 1
Cr 29.10; Hc 1.12). Ele tem auto-existência, um atributo eterno de Deus. Ele
não deve a sua existência a ninguém, porque Ele é o princípio e o fim, o Alfa e
o Ômega (Ap 1.8). Ele é Jeová (nome usado 6.437 vezes) — a eterna
auto-existência do único Deus.
2.2. Deus não está
sujeito ao tempo
Para Ele, o passado, o presente e o
futuro são um eterno presente. O domínio e o poder pertencem ao único Deus,
antes dos séculos, agora, e para todo o sempre (Jd v 25). Por isto é que ''
...um dia para o Senhor é como mil anos e mil anos como um dia'' (2 Pe 3.8b).
Os anos de Deus nunca terão fim (SI 102.27): Ele é o Rei dos séculos (1 Tm
1.17).
Deus habita na eternidade (Is 57.15) e
o seu trono é desde a eternidade (SI 93.2). O eterno Deus não se cansa (Is
40.28).
Este eterno Deus é o nosso Deus!
2.3. Deus é Imortal
(1 Tm 1.17; 6.16)
É por isto que Ele pode ser eterno. Ele
permanece para sempre (SI 102.12). Os sacerdotes foram impedidos pela morte de
permanecer no seu serviço (Hb 7.23), mas Deus é para sempre. Os deuses deste
mundo tiveram o seu princípio e o seu fim, e os que ainda não findaram
findarão, mas Deus é imortal - Ele é para sempre.
3. Deus é Imutável
(SI 102.27; Ml 3.6; Tg 1.17; Hb 1.12; 6.17,18)
O
Senhor é o mesmo (Hb 13.8). Nunca pode mudar. Deus não pode melhorar, porque
sempre foi perfeito. Ele jamais pode tomar atitudes que não condizem com a sua
perfeita personalidade. Ele não pode negar a si mesmo (2 Tm 2.13).
4. Deus é Espírito
Jesus veio para revelar Deus aos
homens, e disse: "Deus é Espírito..." (Jo 4.24a). Não disse: Deus é
"um espírito", mas "Espírito". Que significa isto?
4.1. Sendo Deus Espírito
Ele não tem corpo de substância
material, um corpo com sangue, carne, Ele tem um corpo espiritual (1 Co 15.44).
Embora o corpo espiritual tenha forma, porque Jesus veio em forma de Deus (Fp
2.6), e foi a expressa imagem da sua pessoa (2 Co 4.4; Cl 1.15 e Hb 1.15), não
podemos imaginar qual seja esta forma! Embora a Bíblia fale do rosto de Deus
(Êx 33.20) e de sua boca (Nm 12.8) e de seus lábios (Is 30.27b) olhos (SI
11.4b; 18.24b), ouvidos (Is 59.1), mãos e dedos (SI 8.3-6), pés (Ez 1.7), etc.,
não devemos por isto procurar materializar a Deus e na nossa mente criar para
nós uma imagem de Deus correspondente com estas expressões, comparando-as com
um corpo humano! A Bíblia diz que nós não havemos de cuidar que a divindade seja
semelhante à forma que lhe é dada pela imaginação dos homens (At 17.29). É por
isto que Deus adverte:' 'Guardai-vos... para que não vos corrompais e vos
façais alguma escultura, semelhante de imagem, figura de macho ou de
fêmea" (Dt 4.15,16). Esta tentação provém do desejo de procurar
materializar a Deus.
Deus é Espírito e a sua natureza é
essencialmente espiritual. Ele jamais está sujeito à matéria. Nós também não
devemos procurar chegar a alguma imagem ou visão física de Deus, mas esperar
aquele grande dia quando nós o veremos como Ele é (1 Jo 3.2; 1 Co 13.12).
4.2. Deus é imenso
Imensidade é o infinito quanto ao
espaço. Assim como é impossível imaginar a forma de Deus, é também impossível
medir ou pesar ou fazer algum cálculo a respeito de Deus. Não existem números
ou expressões que possam nos fazer compreender Deus (S171.15; 40.5;
139.6,17.18). Coisa alguma pode dar uma idéia da sua grandeza (Jó 11.9; 1 Rs
8.27). Nenhum cálculo de peso pode fazer-nos compreender o seu peso de glória
(2 Co 4.17).
Deus é Espírito, e na sua imensidade,
não está sujeito ao espaço.
4.3. Deus é invisível (Rm 1.20; Cl
1.15)
Sendo Deus Espírito, a matéria não pode
vê-lo. Isto não impede que Ele esteja presente no meio do seu povo. Não somente
Noé (Gn 6.9) ou Enoque (Gn 5.24), andaram com Deus invisível. É o privilégio de
cada crente (Cl 2.6; 1 Ts 4.1),' 'porque andamos por fé, e não por vista'' (2
Co 5.7).
DEUS SE MANIFESTA ATRAVÉS DOS ATRIBUTOS DA SUA NATUREZA
Deus é infinitamente perfeito (Dt
18.13; Mt 5.48). Por isso a sua obra é perfeita (Dt 32.4), e também os seus
caminhos o são (SI 18.30). Todas as características da sua Pessoa e sua
natureza não são somente expressões de algumas atitudes que Deus demonstra ou
tem, mas constituem a própria substância, a essência da sua Divindade.
Vamos agora estudar três
características da natureza de Deus, que de modo perfeito expressam a excelsa
Pessoa do eterno Deus.
1. Deus é a verdade!
1.1. Deus é a própria verdade (Jr 10.10; Dt 32.4; SI 31.5)
Deus não somente pratica a verdade e
tem atitudes e palavras que perfeitamente condizem com a verdade, mas Ele é a
própria verdade. A verdade é a substância da sua Pessoa. Por isto Ele é chamado
"Deus verdadeiro" (1 Jo 5.20; Jo 17.3).
Esta substância, verdade, caracteriza
não somente Deus Pai, mas também Deus Filho (Jo 14.6) e Deus Espírito Santo (Jo
16.13; 1 Jo 5.6).
1.2. Deus é também a
fonte da verdade
Por isto Ele é chamado o' 'Deus da
verdade (SI 31.5). Toda a verdade que existe no Universo tem em Deus a sua
origem. As suas obras e a sua palavra são sempre verdade (SI 119.160).
"Sempre seja Deus verdadeiro" (Rm 3.4). O eterno Deus é luz perfeita
e portanto é inteiramente impossível que nele haja trevas (1 Jo 1.5), isto é,
que Deus possa negar a si mesmo (2 Tm 2.13) ou mentir (Hb 6.18).
1.3. "..A verdade
do Senhor é para sempre..." (SI 117.2b)
Assim como Deus é eterno assim são
também eternos os atributos da sua natureza. "...A sua verdade é para
sempre" (SI 146.6b), e "se estende de geração a geração" (SI
100.5).
Esta é a segurança que temos em confiar
nas suas promessas.
Deus jamais pode revogar a sua palavra(Mt
5.18; Nm23.20). "...A palavra do nosso Deus subsiste eternamente" (Is
40.8b). "Océue a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de
passar" (Mt 24.35).
1.4. Deus é fiel!
Esta qualidade, que de modo absoluto
caracteriza Deus, é uma expressão da sua verdade que Ele imutavelmente executa
sem cessar. A fidelidade de Deus nunca falha. Repetidamente a Bíblia fala desta
sua fidelidade vinculada a várias experiências e necessidades do homem.
Vejamos! Deus é fiel na sua chamada (1 Co 1.9); Ele é fiel quando o pecador vem
confessando o seu pecado (1 Jo 1.9); Ele é fiel para guardar (2 Ts 3.3). Ele é
fiel ao sermos tentados (1 Co 10.13). Ele é fiel quanto às suas promessas (Hb
10.23),, que são sim e sim (2 Co 1.18-20), Ele é também fiel quando o crente
padece (1 Pe 4.19), e a sua fidelidade chega até as mais altas nuvens (SI
36.5), isto é, quando Jesus vier! Graças a Deus por sua Verdade e por sua
fidelidade. A sua verdade é escudo e broquel (SI 91.4).
2. Deus é Santo
A Bíblia dá a Deus o nome "Santo''
(SI 99.3). Ele é chamado "...o Santo de Israel..." (SI 89.18b). Só no
livro de Isaías é este nome usado 30 vezes (Is 1.4 etc.). Deus diz:
"...Assim diz o alto, o sublime que habita na eternidade e cujo nome é
Santo..." (Is 57.15a). Realmente, "...santo e tremendo é o seu
nome" (SI 111.9c).
2.1. A santidade é uma
substância da própria natureza de Deus, e não somente uma expressão de um
procedimento santo
Deus diz: "Eu sou santo" (1
Pe 1.16; Lv 19.2; 20.7; SI 99.6,9). Ele é a fonte de toda a santidade. Assim
como a luz é caracterizada pelo seu brilho, assim também Deus, que é luz, (1 Jo
1.5), emite raios do brilho da sua santidade. A Bíblia diz que Deus é
glorificado na sua santidade (Êx 15.11). A glória de Deus são raios da sua
santidade, e nós o adoramos na beleza da sua santidade (SI 29.2; 96.8,9).
Não somente Deus Pai é santo mas também
Deus Filho (Lc 1.35; 1 Jo 2.20; Ap 3.7) e Deus Espírito Santo (Ef 4.30), o são.
Esta santidade, que é um atributo das três Pessoas da santa Trindade, foi
evidenciada quando os serafins clamaram: "...Santo, Santo, Santo é o
Senhor..., toda a terra está cheia da sua glória'' (Is 6.3b; Ap 4.8).
2.2. A santidade de
Deus em relação aos homens
a. Deus quer que os homens vivam em
íntima comunhão com Ele. Porém isto só é possível quando eles aceitam as
condições impostas por Deus. Ele diz: “...Sede santos porque eu sou santo"
(1 Pe 1.16b). Deus tem, na sua santidade, decretado leis e normas que expressam
a sua vontade, às quais os homens têm de se sujeitar e obedecer. Ele quer levar
os homens no caminho da santidade, porque Ele deseja que "...sirvamos a
Deus de modo agradável, com reverência e santo temor" (Hb 12.28b trad.
rev.)
b. Na sua santidade Deus, porém, sente
tristeza e zelo (Dt 32.4; Rm 10.2), quando a sua vontade não é respeitada pelos
homens; Deus ama a justiça e aborrece a iniquidade (Hb 1.9). Ele não pode
tolerar o pecado (Hb 1.13). Por isto "as vossas iniquidades fazem divisão
entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que vos não ouça'' (Is 59.2).
2.3. A Justiça de Deus
é uma expressão da sua santidade
A justiça é a santidade de Deus em
exercício em relação aos homens. Deus é justo (Rm 1.17; 10.3; Jo 17.25; SI
116.5; 2 Tm 4.8). Na sua justiça Ele zela pelo cumprimento das suas leis e
normas, dadas aos homens. Na sua santidade e verdade Deus não pode revogar a
sua própria palavra, nem a sentença imposta aos transgressores, porque elas são
imutáveis como Ele o é.
A justiça de Deus leva o homem que vive
em pecado ao juízo de Deus (Dt 1.17), que é a ação punitiva da justiça de Deus.
3. Deus é Amor
A Bíblia não somente diz que Deus ama
os homens (Ef 2.4; 2 Ts 2.16; 2 Co 9.7 etc.), mas que Ele é amor (1 Jo 4.8,16),
isto é, que o amor é a própria substância do eterno Deus. O seu amor é como um
rio que mana dele mesmo, que é a fonte do amor. Assim a Bíblia fala do' 'Deus
de amor'' (2 Co 13.11) e também do "amor de Deus" (2 Co 13.13).
Não somente Deus é amor. Toda Trindade
é uma expressão do amor divino. A Bíblia fala de Jesus, o Filho de Deus,
"do seu amor que excede todo o entendimento..." (Ef 3.19). Fala
também do amor do Espírito Santo (Rm 15.30).
Quando Jesus quis mostrar a
profundidade do amor de Deus para com os seus discípulos Ele disse: "...Tu
os tens amado a eles como me tens amado a mim" (Jo 17.23b). Deus é amor!
Só existe uma qualidade deste amor. Com o mesmo amor com que Deus ama seu Filho,
a quem Ele mesmo chamou "meu Filho amado" (Mt 3.17), Ele também ama
os que crêem nele. O amor de Deus não se pode medir. (Jó 5.9; 9.10; SI
139.17,18). É maior do que o amor materno (Is 49.15).
3.2. O amor de Deus
para com os pecadores
A Bíblia diz que Ele nos amou primeiro
(1 Jo 4.19). Amou- nos quando éramos pecadores (Ef 2.4; Rm 5.8). O seu amor se
expressa em querer dar o melhor para eles, e guardá-los em íntima comunhão
consigo. Ele, que aborrece o pecado (Hb 1.9), ama o pecador!
3.3. O grande preço
que o amor de Deus pagou!
Estamos agora diante da maior e mais
insondável profundidade do amor de Deus. Enquanto Deus na sua santidade não
pode tolerar o pecador que vive em pecado, e conforme a sua justiça tem de
executar o juízo, para castigá-lo, este mesmo Deus, que é essencialmente amor,
ama o pecador. Parece que estamos diante de uma inexplicável contradição,
dentro da mesma pessoa. Porém não há nada disso.
O amor de Deus está em pleno acordo com
a retidão e a justiça das exigências de castigo para o pecador. Mas no seu
muito amor com que Ele nos amou (Ef 2.4), Deus resolveu pagar o maior preço que
jamais foi pago (1 Co 6.20), e deu o seu próprio Filho, para ser o sacrifício
pelo resgate dos homens, da sua culpa. Jesus foi dado como Mediador entre a
justiça de Deus e os homens (1 Tm 2.5,6), e morreu na cruz do Calvário, pagando
a sentença que a justiça de Deus havia decretado sobre o pecador (2 Co 5.21; 1
Pe 3.18). Assim a justiça de Deus fica respeitada e executada, e, pelo amor de
Deus, os pecadores são perdoados e salvos (Jo 3.16).
3.4. A graça de Deus
(2 Co 6.1; 8.1; G12.21)
Graça significa um favor imerecido que
Deus, na sua perfeita justiça, manifestou por intermédio do sacrifício do seu
Filho (2 Tm 1.9; 2 Co 8.9), trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11). A
Bíblia diz: "por um ato de justificação de vida" (Rm 5.18), e
"...onde o pecado abundou, superabundou a graça" (Rm 5.20b). “Graças
a Deus, pois, pelo seu dom inefável” (2 Co 9.15).
3.5. A misericórdia e
a longanimidade de Deus
São expressões do seu amor. Deus é
chamado "o Pai da misericórdia" (2 Co 1.3) e a Bíblia diz que Ele é
riquíssimo em misericórdia (Ef 2.4). A misericórdia que Ele mostra, perdoando
ao pecador é pelos méritos de Jesus Cristo (Tt 3.5; 1 Pe 1.3). Pelo seu amor,
Ele se mostra longânimo (1 Pe 3.20), esperando com paciência que o pecador
aceite o seu convite (Rm 2.4).
Autor: Eurico Bergstén /
Divulgação: Subsídios EBD