Estudo Auxiliar para a Classe de Adultos
Subsídio Para a
Lição:13
- 1°Trimestre de 2017
Comentarista: Ev. Jair Alves
Introdução
O fruto do Espírito Santo é indispensável para quem deseja produzir frutos para Jesus. Não se pode
esperar bons frutos, de um crente que não tem o fruto do Espírito Santo,
sobre o qual estudamos em Gálatas 5.22. O fruto do Espírito exibido em nossas
vidas atrairá mais pessoas a Jesus e consequentemente fará delas novos membros
da videira de Deus. Agora que já estudamos nas lições anteriores sobre cada
aspecto do “fruto do Espírito Santo”, passaremos a estudar a cerca da
frutificação na vida de quem está em Jesus (Jo 14.20;15.1-10).
I. O
CONCEITO DE FRUTO NO NOVO TESTAMENTO
O termo fruto no Novo
Testamento é a tradução do original karpos, que tanto pode significar "o
fruto", quanto "dar fruto", "frutificar" ou ser
"frutífero" (Mt 12.33; 13.23; At 14.17).
Na Bíblia, também é
empregado em sentido figurado para indicar o resultado de algo, por exemplo; o
produto do ventre e dos animais (Dt 28.11); o caráter do justo (SI 1.30; Pv
11.30); a índole do ímpio e as atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); a
mentira (Os 10.13); a santificação (Rm 6.22); a justiça (Fp 1.11), o
arrependimento (Lc 3.8) etc.
No texto de João 15,
Jesus se apresenta como a Videira Verdadeira e utiliza-se de uma simbologia já
existente no Antigo Testamento, onde a árvore representa o homem (Jz 9.7-15; SI
1.3), e a vinha, Israel (Is 5.1-7; Jr 2.21; Os 10.1).
A árvore produz fruto
segundo a sua espécie (Gn 1.11). Espécie, no original, mim, designa "especificação" ou "ordem",
portanto, a qualidade do fruto aponta para o caráter de sua árvore (Gn 1.12; Mt
7.17,18). Logo, o crente regenerado pelo Espírito Santo deve originar fruto que
reflita o caráter moral de Cristo. O fruto do Espírito desenvolve no crente um
caráter semelhante ao de Cristo, que reflete a imagem de sua pessoa e a
natureza santa de Deus.
II. CRENTES CHAMADOS PARA FRUTIFICAR
(Jo 15.1-10,16)
1. Jesus como Videira
Verdadeira (Jo 15.1).
A
videira é uma planta produtiva; uma única videira produz muitas uvas. No Antigo
Testamento, as uvas simbolizavam a fertilidade de Israel na realização da obra
de Deus na terra.
Quando
Jesus traçou sua imagem da videira sabia do que estava falando. Havia vinhas
por toda a Palestina.
É
uma planta que necessita muitos cuidados se quer obter fruta da melhor
qualidade. O solo deve estar perfeitamente limpo. Às vezes é enredado em
postes; em outros casos é deixado estender-se sobre o solo e sustentada por
paus por baixos que terminam em bifurcação.
Em
outras, até cresce de ambos os lados das portas das casas. Mas em qualquer
lugar que floresça necessita uma cuidadosa preparação do terreno. Cresce com
grande rapidez e é necessário podar a de maneira drástica. É tão luxuriosa que
os galhos se plantam a três metros e meio de distância porque cresce com muita
celeridade. Uma vinha nova não era deixada a florescer durante os três
primeiros anos. Cada ano era podava para que se desenvolvesse e conservasse a
vitalidade e a energia.
Leituras sugeridas – Clique e leia:
Quando
está amadurecida é podada em dezembro e janeiro. Dá dois tipos de ramos: uns dão frutos e os outros não. Estes últimos são eliminados sem piedade nem
consideração para que não privem à planta de nenhuma de força. A vinha nunca
produzirá a colheita que é capaz de dar se não se leva a cabo esta poda
drástica — e Jesus sabia.
Por
outro lado, a madeira da videira tem a estranha característica de não servir
absolutamente. É muito branda para algo que queira fazer com ela. Estava
estabelecido que em certas épocas do ano o povo devia levar ofertas de madeira
ao templo para os fogos dos sacrifícios nos altares. E a
Lei determinava de maneira específica que não se devia levar madeira
de
videiras. Não servia para o fogo. A única coisa que se podia fazer com a
madeira dos ramos podados era uma fogueira que a destruíra. Jesus o sabia e
isso agrega algo à imagem que desenvolve.
Jesus
diz que seus seguidores são iguais a estes ramos. Alguns são ramos formosos que
produzem fruto, como Ele. Outros são inúteis porque não produzem fruto.
2. Ramos inúteis ( Jo
15.2a).
“Toda a vara em mim,
que não dá fruto, a tira...”
As
pessoas que não dão frutos (ramos inúteis) para Deus, ou que tentam impedir os
esforços dos seguidores de Deus, serão arrancadas e desligadas do seu poder que
dá a vida.
De
maneira que podemos ser ramos inúteis de três formas?
a) Podemos nos negar
por completo a ouvir a Jesus.
b) Podemos ouvi-lo e
logo servi-lo da boca para fora sem demonstrar nossa devoção nos atos.
c) Podemos aceitá-lo
como Mestre e logo, diante das dificuldades que o caminho oferece, ou movidos
pelo desejo de fazer nossa vontade e não a sua, podemos abandoná-lo.
Não
obstante, devemos lembrar algo. Um princípio fundamental no Novo Testamento é
que a inutilidade convida ao desastre. E o ramo sem fruto se dirige para a
destruição.
Os
seguidores improdutivos são como ramos mortos e serão arrancados e lançados
fora. O Pai tira toda vara que não dá fruto. Aqueles que se tornam improdutivos
- aqueles que deixam de seguir a Cristo depois de assumir um compromisso
superficial - serão separados da videira.
3. Ramos produtivos (
Jo 15.b).
“...e limpa toda
aquela que dá fruto, para que dê mais fruto (Jo 15.2)”.
Os
ramos produtivos são os crentes sinceros que, por meio da sua viva união com
Cristo, produzem muitos frutos. A cada primavera o vinhateiro poda a videira
até os ramos principais para melhorar a sua produtividade. Os crentes sinceros,
os ramos frutíferos, serão “podados”, o que significa que Deus algumas vezes
precisará nos disciplinar para fortalecer o nosso caráter e a nossa fé.
4. Frutificando por
estar em Jesus (Jo 15.5).
Os
crentes em Jesus precisam ter uma dependência viva dele. “Estar”, para os
discípulos e para todos os crentes hoje em dia, significa tomar uma decisão
constante, em todos os momentos, de seguir a Cristo. E não devemos ser
passivos - os crentes não devem simplesmente sentar-se e “estar” até morrer. Ao
contrário, devemos ser ativos - temos muito que fazer.
5. As varas inúteis
(Jo 15.2a,6).
Três
interpretações tradicionais tentaram identificar quem seria representado por
essas varas inúteis:
a) Para alguns, esses
ramos são os crentes sinceros que perderam a sua salvação porque foram
arrancados de Cristo.
b) Para outros, estes
ramos queimados são os cristãos que irão perder as recompensas, mas não a
salvação, no dia do julgamento (1 Co 3.15). Mas isto provavelmente não é
verdade, porque Jesus estava falando de
ramos
mortos.
c) Outros, ainda,
opinam que estes ramos queimados se referem àqueles que professam ser cristãos,
e que, como Judas Iscariotes, não estão verdadeiramente salvos e, portanto, são
julgados. Judas, um discípulo de Jesus, parecia um ramo, mas não tinha
realmente fé. Consequentemente, ele foi arrancado; o seu destino foi como o de
um ramo inútil.
6. Tipos de frutos
produzidos (Jo 15.3-10).
Os
Frutos dos ramos em união com Cristo são:
1)
Nossa santificação, v.3. Compare v .3 com 13.10.
2)
Fertilidade, muito fruto, v.5.
3)
Resposta à oração, v.7. Compare Cl 3.16.
4)
O Pai glorificado, V.8. Sem o fruto pelo qual o Pai é glorificado dir-se-ia que
o Viticultor só plantou videiras estéreis!
5)
exemplo perante o mundo, v.8.
6)
A comunhão do Seu amor, v.9.
7)
Plenitude do Seu gozo, v .11.
8)
Sua íntima amizade, vv .14,16.
9)
O fruto dos lábios, Hb 13.15. O fruto de boas obras, Hb 13.16. O grande fruto:
almas, Rm 1.13. O fruto da videira são as uvas; o fruto da Videira verdadeira,
Cristo, são os cristãos, as almas salvas.
O
fruto não se limita à conquista da alma. Neste capítulo (João 15), orações atendidas,
alegria e amor são mencionados como frutos (15.7,11,12). A passagem em 2 Pedro
1.5-8 descrevem frutos adicionais, explicados como sendo qualidades do caráter
cristão.
É
relevante notarmos que um crente carnal não conseguirá produzi os frutos acima mencionados, uma vez
que, quem está na carne não pode agradar a Deus – o dono da vinha (Jo 15.1; Rm
8.8), daí a importância de ser guiado pelo Espírito Santo, a fim de que o
Espírito produza em nós o seu fruto
(Gl 5.22), e consequentemente estaremos capacitados para a produção de frutos
(Jo 15.1-10).
8. Como se pode dar
fruto?
a)
Só quando o ramo está na videira é que pode dar fruto. O ramo não é ramo por
produzir fruto, mas sim, dá fruto porque é ramo, ligado à videira.
b)
O ramo em si não pode dar fruto. Quantos estão fazendo muito sacrifício,
dispendem muitos esforços, mas sem o poder divino, não dão fruto.
c)
Somente se permanecer. Há diferença muito grande entre permanecer numa casa,
isto é, morar nela, e ir lá em visita de vez em quando.
d)
Ligado com Cristo há muito fruto, vv . 5,7,8. Quando não há comunhão com a
Videira, deve-se restabelecê-la, 1 Jo 1.7,9.
e)
Alguns crentes fecham os olhos ao fato de o ramo poder ser cortado; esquecem-se
de que o ramo cortado seca-se, perde a vida. Toda a vara em mim, que não dá
fruto, a tira, v.2. Isto foi o castigo que caiu sobre Israel, Lc 13.6-9. Judas
é outro exemplo tocante de uma vara cortada, Atos 1.16-20. Compare 1 Co 5.1-5;
1 Tm 1.20.
Continuação:
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