Classe: Jovens
Trimestre: 2° de 2017
Revista: do Professor
Data da
Lição:
02/04/2017
Comentarista: César Moisés Carvalho
TEXTO DO DIA
"Exultai
e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas que foram antes de vós." (Mt 5.12)
SÍNTESE
As bem-aventuranças resumem perfeitamente
o estilo de vida, bem como a visão de mundo, de todos os que, nascidos de novo,
tomaram-se súditos do Reino e, por isso, veem as coisas sob a perspectiva de
Cristo.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - SI 15.1-5: O perfil do salvo
TERÇA - Lc 6. 20: A alegria do pobre
QUARTA - Lc 6. 21: A alegria do faminto
e do triste
QUINTA - Lc 6. 22: A alegria dos
desprezados
SEXTA - Lc 6. 23: A alegria da
identificação
SÁBADO - Lc 6. 24-26: A tristeza da
alegria mundana
OBJETIVOS
•
DESTACAR a bênção da humildade, do
choro e da mansidão;
•
EVIDENCIAR a felicidade dos sedentos e
famintos por justiça, por misericórdia e por pureza;
•
RESSALTAR a bem-aventurança de ser
pacificador, perseguido, caluniado e insultado.
INTERAÇÃO
Prezado professor, estamos iniciando
mais um trimestre com a graça de Deus, Nesta oportunidade, nosso tema é o
conhecido "Sermão do Monte" ou "Sermão da Montanha",
proferido pelo Senhor Jesus Cristo em Mateus 5 a 7. A despeito de esta passagem
ser muito popular, seu ensino nunca foi tão necessário quanto hoje, pois há uma
crise ética generalizada em diversas áreas da vida Neste caso, o padrão de
justiça do Reino de Deus é uma inspiração não apenas para os discípulos daquele
tempo, mas também para os de hoje, e para toda a humanidade. É bom, contudo,
lembrar que o referido Sermão não consiste de uma lista de "pode" e
"não pode", estando muito além desses aspectos.
O comentário foi escrito pelo pastor
César Moisés, que além de exercer a chefia do Setor de Educação Cristã da Casa
Publicadora das Assembleias de Deus e Lecionar na Faecad, atua como palestrante
nos eventos de Educação Cristã da Casa (Capeds, congressos e conferências) é
pedagogo, pós-graduado em Teologia pela PUC-Rio, articulista, e possui várias
obras lançadas pela CPAD.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Todos, indistintamente, procuramos a
felicidade. De uma forma ou de outra, todos buscamos ser felizes. Sabe-se,
porém, que a maneira como se dá tal busca, bem como a sua fonte, são as mais
diversas possíveis, e dependem de cada cultura, sociedade, grupo, família e
indivíduo. Nesta primeira aula, após apresentar o tema O Sermão do Monte de
forma panorâmica e distinguir a justiça do Reino, das justiças dos escribas e fariseus,
realize uma dinâmica de, no máximo oito minutos, com o propósito de contrastar
a felicidade na perspectiva do Reino em relação à felicidade na ótica
mundana. Divida o quadro em dois e
escreva de um lado "Felicidade" e, do outro,
"Infelicidade".
Questione os alunos a respeito do que
seria felicidade e o inverso. Procure dirigir as respostas para que surjam as
seguintes palavras-chaves: humilhação, choro, injustiça, perseguição, calúnia e
insulto. Por exemplo: "Quando
vocês são injustiçados, ficam felizes ou tristes?". Conforme as respostas
forem surgindo você deve anotá-las à parte. No entanto, depois de uns quatro
minutas, separe as expressões acima do lado do quadro onde estiver escrito
"Felicidade". Leia com eles a leitura bíblica em classe e explique
que ser feliz, isto é, "abençoado', na perspectiva do Reino é justamente o
contrário da visão mundana e materialista.
TEXTO BÍBLICO
Mateus 5.1-12
1 E JESUS, vendo a multidão, subiu a um
monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 E, abrindo a sua boca, os ensinava,
dizendo:
3 Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o reino dos céus;
4 Bem-aventurados os que choram, porque
eles serão consolados;
5 Bem-aventurados os mansos, porque eles
herdarão a terra;
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede
de justiça, porque eles serão fartos;
7 Bem-aventurados os misericordiosos,
porque eles alcançarão misericórdia;
8 Bem-aventurados os limpos de coração,
porque eles verão a Deus;
9 Bem-aventurados os pacificadores,
porque eles serão chamados filhos de Deus;
10 Bem-aventurados os que sofrem
perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11 Bem-aventurados sois vós, quando vos
injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha
causa.
12 Exultai e alegrai-vos, porque é
grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que
foram antes de vós.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
É impossível a qualquer pessoa, com um
mínimo de bom senso, não se surpreender com o texto conhecido como "As bem-aventuranças".
São nove versículos que destacam condições, sentimentos e valores que o mundo
de então, tal como o de hoje, rejeita, isso porque na cultura "ensimesmada",
ou "autocentrada", a simples demonstração do que significa viver sob
a perspectiva de Jesus Cristo e do seu Reino, é algo inconcebível. Durante este
trimestre teremos a oportunidade maravilhosa de estudar o "Sermão do
Monte". Uma passagem muito conhecida do Evangelho de Mateus que precisa,
urgentemente, ser estudada. A justificativa para essa necessidade é que o
ímpeto da juventude a predispõe a estar sempre em busca de uma causa ou motivo
pelo qual lutar. Tal disposição e interesse não possuem em si nada de ruim,
pois como seres humanos precisamos de um sentido para viver. O problema é
quando uma ideologia, por exemplo, torna-se a orientação fundamental da
existência de uma pessoa. Por mais justa que a referida ideologia, ela será boa
para alguns, mas nunca para todos. Já o Evangelho, conforme iremos aprender com
o estudo dos capítulos cinco, seis e sete de Mateus, é a Boa Notícia global que
Deus nos trouxe através de Jesus Cristo: "Porque Deus enviou o seu Filho
ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por
ele" (Jo 3.17).
l - A FELICIDADE DOS HUMILDES, DOS AFLITOS E DOS CALMOS
1. A bem-aventurança dos pobres de
espírito.
Antes
de pronunciar a primeira bem-aventurança, observa o evangelista Mateus, que
Jesus "vê" a multidão (v 1). O "ver" aqui não é
simplesmente enxergar ou contemplar, mas um olhar que contém compaixão e que se
importa com o outro. Uma importante observação que aparece na versão bíblica
Corrigida é que Ele, "abrindo a boca, os ensinava" (v.2). Não se
trata de uma redundância, mas um registro que evidencia uma das formas, ou
métodos, de Jesus ensinar, pois em outras ocasiões Ele o fez em silêncio (Jo
8.6,7; 13.3-17).
Em
seu ensino, o Mestre destaca, em primeiro lugar, que é bem-aventurado ou feliz,
os "pobres de espírito", isto é, os humildes, pois "deles é o
Reino dos céus" (v.3). Os pobres de espírito são aqueles que, por
reconhecerem sua dependência de Deus, não se apoiam em méritos próprios e muito
menos em alguma coisa que possuam. Justamente por isso, eles são felizes, pois
confiam integralmente em Deus e vivem para Ele. Deles então é o Reino dos céus,
uma vez que vivem, já aqui, àquilo que muitos só experimentarão no futuro: A
alegria da plena comunhão com o Senhor Deus (Jo 15.11).
2. A bem-aventurança dos que choram.
Há
vários tipos de choro e também de motivações para chorar; contudo, o Mestre
refere-se a quem chora de aflição. Tal aflição não é de ordem puramente
material, mas uma angústia por ter de enfrentar as vicissitudes de um mundo caído
sem, contudo, tornar-se perverso tanto quanto os maldosos (Mt 10.16). Longe de
ser um sinal de fraqueza, o choro do aflito traz a oportunidade de consolo: Um
consolo que, promete-nos a Palavra de Deus, será de um privilégio sem
precedentes, pois o próprio "Deus limpará de seus olhos toda lágrima"
(Ap 21.4).
3. A bem-aventurança dos mansos.
Em
tempos de disputa e de fervilhamento de grupos que se levantavam entre os
judeus para reconquistar a soberania política, afirmar que felizes são os
mansos, ou não-violentos, é um desafio. Exaltar a calma, a mansidão e a
serenidade em um contexto belicoso representava uma afronta e até mesmo uma
espécie de conformismo com a situação perante grupos radicais, como os zelotes,
por exemplo (At 5.36,37).
O
Mestre, porém, não se importa com tal pensamento e reverbera o Salmo 37.11:
"Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de
paz", A tão sonhada promessa de "posse da terra" não é uma
conquista do braço, ou da força humana, mas uma posição reverente e calma por
parte dos que creem que do "Senhor é a terra e toda a sua plenitude",
sabendo que "fiel é o que prometeu" e Ele a dará aos que nEle confiam
(SI 24.1; Hb 10.23).
Pense!
Diante
de uma realidade como a nossa, em que se valoriza a ostentação, o pedantismo e
tantas outras posturas altivas, como ser humilde, prezar o choro e demonstrara
serenidade e a calma?
Ponto Importante
Enxergar
o mundo, e também enxergar-se, pela perspectiva do Reino, requer uma
transformação da mente e do coração, destronando o nosso "eu" e
concedendo o controle e o governo de nossa vida ao Rei dos reis e Senhor dos
senhores.
II- A FELICIDADE DOS FAMINTOS E SEDENTOS DE JUSTIÇA, DOS
MISERICORDIOSOS E DOS PUROS
1.
A bem-aventurança dos famintos e sedentos de justiça.
Das
necessidades básicas, fome e sede são duas das principais. A ingestão de
alimento é algo obrigatório e dela depende a sobrevivência. Ao dizer que
"os que têm fome e sede de justiça" serão fartos ou saciados, Jesus
não destaca qualquer espécie de "justiçamento", ou seja, "punir
aplicando uma forma de suplício corporal, em especial condenar à morte", e
muito menos o ajuntamento amotinado (Lc 9.51-56).
O
Mestre refere-se a um perfil de pessoa cujo desejo, vontade e aspiração pela
justiça, tornaram-se parte de sua natureza. Essas pessoas não se comportam
assim por querer "fazer tipo". Não se trata disso. Elas sentem a dor
do próximo e não somente as suas, e tal percepção as levam a sentir "fome
e sede de justiça", não como regras impostas, mas como sentimentos
conscientes que fazem parte de sua natureza (Jr 31.33). Apesar de a satisfação
plena dessas necessidades se dar apenas no futuro, na completude do Reino de
Deus, é exequível, e recomendável, que se busque, tanto quanto possível, sua
prática aqui e agora.
2. A bem-aventurança dos
misericordiosos.
O
tema da misericórdia sucede o da justiça com um propósito muito claro: Para que
ninguém pense que ter "fome e sede de justiça" é algo que se confunde
com tornar-se 'Justiceiro". Assim, exercer ou ter misericórdia é uma
atitude benevolente (Mt 18.21-35; Ef 2.1-10). Vivendo em meio à opressão do
Império Romano, era "comum" que os judeus tivessem ressentimentos.
Tais sentimentos algumas vezes, encontravam-se entre eles mesmos. Um exemplo
que ilustra o ponto é a antipatia dos judeus por seus pares que se tornavam
publicanos (Mt 9.9-13). Enfim, em uma sociedade que cultua o revide, Jesus
ensinou justamente o contrário, dizendo que felizes são os misericordiosos,
pois eles serão tratados por Deus com a mesma benevolência com que trataram as
pessoas que lhes ofenderam (Mt 18.35).
3. A bem-aventurança dos puros.
A
sexta bem-aventurança atinge o âmago do ser humano e é um tema caro ao judeu,
tanto do mundo do Antigo Testamento quanto do Novo. Cria-se que o coração era a
sede dos desejos humanos, por isso, ao contrário da religiosidade que valoriza
meramente o exterior e a aparência, Jesus chama a atenção para o fato inegável
de que os limpos, ou puros, de coração verão a Deus. É consenso entre os
estudiosos que, neste trecho, o Mestre alude o Salmo 24,3,4.
A
pergunta do Salmo procura respondera um questionamento que ultrapassa o
cumprimento do ritual exigido pela Lei para que o sacerdote pudesse oficiar o
culto no Templo (Lv 16.1-14). Para estar no "Lugar santo", ou na
"casa santa", não bastava cumprir a pureza ritualística que poderia
ser feita de forma mecânica e exterior; antes era necessário ter as mãos puras
e um coração limpo, qualidades que apenas o Senhor verdadeiramente contempla e
conhece. Os limpos de coração, ainda que não estivessem conforme os padrões da
religiosidade oficial, veriam a Deus. Portanto, mesmo sendo esquecidos pelas
pessoas, eles são felizes.
Pense!
É possível ter "fome e sede de
justiçai não se tomar um justiceiro?
Ponto Importante
Devido aos perigos que cercam as grandes
virtudes, o Senhor Jesus faia da importância e da felicidade dos que almejam a
justiça, ao mesmo tempo em que destaca o valor da misericórdia e da pureza de
coração.
Ill - A FELICIDADE DOS PACIFICADORES, DOS PERSEGUIDOS E
DOS CALUNIADOS
1. A bem-aventurança dos pacificadores.
Em
um contexto conflitante e de golpes de Estado, exaltar a paz e dizer que os que
a promovem são felizes, visto que serão chamados "filhos de Deus", é
um desafio. Sobretudo, quando se estuda a passagem e se descobre que
"paz" aqui não é, na acepção comum, unicamente "ausência de
guerra", isto é, algo passivo. Paz significa muito mais que isso no
conceito bíblico, pois fala de algo concreto, ativo, prático e que deve ser
promovido, Os pacificadores promovem a igualdade, a inteireza e a unidade (Is
52.7 cf. Pv 6.16-19). Essa atividade recebe essa Linda promessa devido à
importância da paz para toda a sociedade. Em um ambiente que vive cheio de
intrigas e "pequenas guerras", um pacificador tem um papel
importante: Restabelecer a ordem e o equilíbrio entre as pessoas, gerando outro
tipo de lugar, transformando radicalmente o meio (Hb 12.14; Pv 26.20).
2. A bem-aventurança dos perseguidos.
Uma
vez mais o Senhor Jesus surpreende ao sublimar uma situação que, em condições
"normais", todos rejeitam. É importante perceber que o sofrimento se
dá em decorrência de a pessoa buscar fazer a vontade de Deus que é nada mais
nada menos que a justiça. Ansiar por justiça, como já dissemos, sem, contudo, tornar-se
justiceiro, sendo antes misericordioso, limpo de coração e promotor da paz, não
pode resultar em outra coisa. A perseguição vem quase que automaticamente, pois
o perseguido oferece ao mundo a oportunidade deste experimentar a paz, sem usar
as ferramentas dos que oprimem em nome dela Ur 6.13, 14; i Ts 5.3). Ser
perseguido por causa da justiça significa viver, ainda que parcialmente, a
glória do Reino, pois em um mundo onde reina a justiça segundo Deus, sem dúvida
alguma, mesmo com perseguição, é infinitamente melhor que o mundo da falsa paz.
A estes, ou seja, aos perseguidos, o Senhor pronuncia-Lhes o mesmo que
pronunciou aos pobres de espírito: Deles é o Reino dos céus.
3.
A bem-aventurança dos insultados e caluniados.
O Mestre chega ao ápice das bem-aventuranças
com uma exaltação paradoxal Felizes são os discípulos quando forem injuriados,
perseguidos e caluniados por causa dEle (w.u,i2). Jesus diz que tal sofrimento
é um privilégio, pois gerará uma grande recompensa ao mesmo tempo em que fará
com que os discípulos se equiparem, e não apenas se identifiquem, com os
profetas do Antigo Testamento Ur 37.138.28). Uma vez que todos tinham os
profetas em alta conta, dizer que tal situação os colocava no mesmo patamar era
também uma forma de afirmar sua autoridade divina, pois os profetas no Antigo
Testamento estavam a serviço de Deus e, justamente por isso, foram perseguidos.
Se os discípulos sofrem por causa de Jesus e isso os equipara aos profetas,
logo quer dizer também que eles sofrem por Deus.
O Pense!
Em
tempos de disputa, intriga e desconfiança, como ser um pacificador e promotor
da igualdade?
Ponto Importante
O
sofrimento que produz recompensa e gera equiparação, não pode ser motivado por
erros e intransigências dos discípulos do Senhor Tal ensinamento foi tão bem
apreendido, que é reverberado pelo apóstolo Pedro (l Pé 4.12-16).
V
As Bem-Aventuranças (5.1-12)
O que significa makarios? E difícil expressar em
nosso idioma a força desta palavra grega e seu conceito hebraico subjacente. A
tradução em português sagrou o termo 'bem-aventurados', Além de ser uma bênção
ou pronunciamento de bênção que o falante estende aos ouvintes que se
qualificam, é também uma declaração da realidade ou essência daqueles que
mostram a virtude mencionada no pronunciamento. 'As bem-aventuranças esboçam as
atitudes do verdadeiro discípulo, aquele que aceitou as demandas do Reino de
Deus em contraste com as atitudes do 'homem do mundo', e as apresentam como o
melhor meio de vida não apenas na sua bondade, intrínseca, também nos resultados'
(France, 1985, p.108). Nenhuma palavra em nossa língua expressa adequadamente
as nuanças do grego ou do hebraico.
'Estas beatitudes estabelecem o sentido e a substância do restante
do sermão. As questões da pobreza de espírito, choro, mansidão, justiça,
misericórdia, limpeza do coração, paz e perseguição são desenvolvidas nos
demais ensinos. Portanto temos de explorar cuidadosamente o significado de cada
bem-aventurança para Jesus, a cosmovisão hebraica e a Igreja. Devemos tomar
cuidado para distinguir estes conceitos das noções modernas que levam o mesmo
nome' (ARR1NGTON, French L.; STRONSTAD. Roger (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostaí Novo Testamento. 2,ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.34-35).
LIÇÕES-CHAVE OBTIDAS A PARTIR DO SERMÃO
DA MONTANHA
Em seu mais longo sermão registrado, Jesus começou descrevendo as características que
procurava em seus seguidores. Ele disse que Deus abençoa aqueles que apresentam
estas características em suas vidas. Cada bem-aventurança é quase uma contradição
direta da forma típica de vida da sociedade. Na última bem-aventurança, Jesus
mostra que um esforço sério para desenvolver essas características cria,
inevitavelmente, oposições. O melhor exemplo de cada característica é
encontrado em Jesus. Se nosso objetivo for tornarmo-nos como Ele, aplicar as
bem-aventuranças desafiará a maneira como vivemos a cada dia.
CONCLUSÃO
E REVISÃO
O início do Sermão do Monte,
resumido nas bem-aventuranças, evidencia a diferença da atividade magisterial
de Jesus em relação aos escribas, bem como denota a grande disparidade do
conteúdo da mensagem do Evangelho em comparação com a exigência de memorização
e o cumprimento de regras provenientes da religiosidade.
HORA
DA REVISÃO
1.
Qual a diferença entre a ideologia e o Evangelho em termos de benefício?
Por mais justa que seja a
ideologia, ela é boa para alguns, mas nunca para todos. Já o Evangelho,
conforme iremos aprender com o estudo dos capítulos cinco, seis e sete de
Mateus, é a Boa Notícia global que Deus nos trouxe através de Jesus Cristo.
2.
Explique o que Mateus quis dizer com os atos de Jesus ver a multidão e abrir a
boca para ensinar.
O "ver" não é
simplesmente enxergar ou contemplar, mas um olhar que contém compaixão e que se
importa com o outro. De igual maneira, o "abria a boca" não se trata
de urna redundância, mas um registro que evidencia uma das formas, ou métodos,
de Jesus ensinar, pois em outras ocasiões Ele o fez em silêncio Uo
8.6,7:13,3-17).
3.
O que significa ter "fome e sede de justiça"?
Não se trata de
"justiçamento", ou seja, "punir aplicando uma forma de suplício
corporal em especial condenar a morte", e muito menos o ajuntamento
amotinado (Lc 9.51-56). O Mestre refere-se a um desejo, vontade e aspiração
pela justiça, que torna-se parte da natureza da pessoa, fazendo com que esta
sinta a dor do próximo e não somente as suas, e tal percepção a leva a sentir
"fome e sede de justiça", não como regras impostas, mas como
sentimentos conscientes que fazem parte de sua natureza Ur 31.33).
4.
Há algum propósito especial para Jesus ter ensinado sobre misericórdia logo
após ter falado de justiça?
Explique. Para que ninguém
pense que ter "fome e sede de justiça" é algo que se confunde com
tornar-se "justiceiro".
5.
Equiparar o sofrimento dos discípulos ao que sucedeu aos profetas no Antigo
Testamento acabou por revelar algo da natureza de Jesus. O que é?
Uma vez que todos tinham os
profetas em alta conta, dizer que tal situação os colocava no mesmo patamar,
era também uma forma de afirmar sua deidade, pois os profetas no Antigo
Testamento estavam a serviço de Deus e, justamente por isso, foram perseguidos.