1. A origem da homilética
A
homilética propriamente dita nasceu muito cedo na história humana, embora não
como termo designativo homiletikos
(arte de pregar sermão) e homilia
(arte de falar elegantemente na oratória eclesiástica), mas como oratória pictográfica (sistema primitivo de
escrita no qual as ideias são expressas por meio de desenhos das coisas ou
figuras simbólicas).
Ela
surgiu na Mesopotâmia há mais de 3000 anos a.C., para auxiliar a necessidade
que os sacerdotes tinham de prestar contas dos recebimentos e gastos às
corporações a que pertenciam e faziam suas prédicas em defesa da existência
miraculosa dos deuses do paganismo.
O
sistema sumeriano viria a ser o protótipo (primeiro tipo ou exemplo) de outros
importantes sistemas de escrita, como o egípcio, por exemplo.
As
primeiras teorias homiléticas encontram-se nos escritos de Crisóstomo (345-407
A. D.), o mais famoso pregador da igreja primitiva. A primeira homilética foi
escrita por Agostinho, em De Doctrina Christiana. Agostinho dividiu-a em de
inveniende (como chegar ao assunto) e de proferendo (como explicar o assunto).
Na prática, esta divisão sistemática corresponde hoje às homiléticas material e
formal.
a) Como termo designativo
Entretanto,
homilética como termo designativo com suas técnicas, sistematização e adaptação
às habilidades humanas, nasceu entre os gregos com o nome de retórica. Depois
foi adaptada no mundo romano com o nome de oratória, e, finalmente, para o
mundo religioso com o nome de homilética.
• A retórica e a oratória tomaram-se
sinônimos para identificar o discurso persuasivo (profano).
• A homilética, entretanto, passou a
identificar o discurso sacro (religioso).
b) A partir dó IV Século d.C.
A
partir desta época os pregadores cristãos começaram a estruturar suas
mensagens, seguindo as técnicas da retórica grega e da oratória romana. Com
efeito, porém, desde o primeiro século da Era Cristã, esta influência
estrutural da homilética já começava a ser sentida no seio do Cristianismo. Não
é de se surpreender, portanto, que a maioria dos teólogos cristãos primitivos
compunha- se dos que aceitavam as teorias gregas e romanas, pois muitos deles
eram filósofos neoplatônicos convertidos ao Cristianismo ou estavam sob a
influência dessas ideias (conforme foi o caso de Justino Mártir, de Clemente de
Alexandria, de Orígenes, de Agostinho, de Ambrósio e muitos outros).
2. O objetivo da homilética
Persuadir
o ouvinte a concordar com o orador ou pregador.
A
Homilética orienta os pregadores na dissertação de suas prédicas e, ao mesmo
tempo, fazer que os mesmos adquiram princípios gerais corretos e despertá-los a
terem ideia dos erros e falhas que os mesmos em geral cometem.
A
Homilética, contrariando o que muitos pensam não se restringe apenas à comunicação
verbal. O homem (ou mulher) de Deus é um
instrumento que o Senhor usa para transmitir Sua vontade, por isso temos que
aprender a nos comunicar muito bem com o povo, para que seja garantida a
recepção dessa mensagem, isto é, que todos venham entender a mensagem claramente.
3. A importância da
homilética.
A
missão principal da homilética é conservar o pregador (pregador aqui tem
sentido abrangente - inclui pessoas de ambos os sexos) na rota traçada pelo
Espírito Santo. Ela ensina, onde (e como) se deve começar e terminar o sermão.
A
homilética é importante devido a seu conteúdo (a proclamação do evangelho como
característica fundamental do cristianismo autêntico), seu lugar central na
preparação do ministro evangélico e seu objeto (o bem-estar do homem, criado
por Deus).
4. homilética e a
eloquência.
O
sermão tem por finalidade convencer os ouvintes, seja no campo político,
forense, social ou religioso. Por esta razão a homilética encontra-se ligada
diretamente à eloquência.
A
eloquência é a capacidade intelectual de convencer pelas palavras. As
palavras esclarecem, orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover
as pessoas, persuadindo-as a aceitar suas ideias, é eloquente, pois a eloquência
é a capacidade de persuadir pela palavra. Fala-se de Apolo, um judeu, natural
de Alexandria, que era “... eloquente e poderoso nas Escrituras" (At
18.24b).
a) Algumas regras de
eloquência
-
Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto.
-
Conhecimento do publico ouvinte.
-
Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes.
-
Seriedade, pois o orador não é um animador de plateia.
-
Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse.
-
Utilizar uma linguagem bíblica.
-
Evitar usar o pronome EU e sim o pronome NÓS.
Conclusão
As disciplinas que mais se
aproximam da homilética são a hermenêutica e a exegese. Enquanto a hermenêutica
é a ciência, arte e técnica de interpretar corretamente a Palavra de Deus, e a
exegese a ciência, arte e técnica de expor as ideias bíblicas, a homilética é a
ciência, arte e técnica de comunicar o evangelho.
A hermenêutica interpreta um
texto bíblico à luz de seu contexto; a exegese expõe um texto bíblico à luz da
teologia bíblica; e a homilética comunica um texto bíblico à luz da pregação
bíblica.
Fonte: Revista Pregador Cristão, Acesse
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