Ler o Antigo
Testamento pode ser uma atividade intimidadora. No entanto, esforçar-se para
ler e entender o Antigo Testamento produz grandes frutos em nossa vida. Nas muitas
histórias, poemas, profecias, cânticos, orações, sabedoria e instruções do
Antigo Testamento, vemos o modo como Deus se relaciona com a humanidade, tanto
com seu povo em particular quanto com as nações em geral.
I. MOTIVOS PARA LER O ANTIGO
TESTAMENTO
Aqui estão alguns pontos que você deve manter em mente ao ler o
Antigo Testamento:
1. O Antigo
Testamento é a Palavra de Deus.
Embora o Antigo
Testamento tenha sido compilado ao longo de séculos e escrito por vários
autores diferentes, ele originou-se totalmente em Deus. É a palavra dEle ao seu
povo.
O apóstolo Pedro
lembra aos crentes:
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas... nenhuma profecia da Escritura é
de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”
(2 Pe 1.19-21).
2. O Antigo
Testamento nos ajuda a entender o Novo Testamento.
O Antigo Testamento lida
com eventos e ensinos de centenas — e até milhares de anos antes de Jesus nascer.
Todos esses eventos e ensinos nos dão o contexto de tudo que aconteceu quando
Jesus nasceu e durante sua vida.
Por exemplo, entender
os sacrifícios do Antigo Testamento lança luz no que significa o sacrifício
de Jesus na cruz.
Conhecer as profecias do Antigo Testamento
sobre a vinda de um Messias nos ajuda a ver como Jesus é esse Messias (o
“Cristo”) que cumpre as promessas feitas por Deus muitos anos antes.
As leis, costumes e tradições religiosas do
Antigo Testamento nos
ajudam a ver sentido nas
interações de Jesus com os líderes religiosos de sua época.
3. A graça de Deus
para a humanidade é vista em todo o Antigo Testamento.
Ao lermos o Antigo
Testamento, começamos a entender o Deus gracioso e poderoso que criou todas as
coisas. Também entendemos a necessidade da graça de Deus ao contemplarmos a
insensatez e o pecado da humanidade. Por sua graça, Deus planejou nos salvar em
vez de destruir a humanidade. Vemos esse plano revelado nas páginas do Antigo
Testamento. Nem sempre é um relato direto do plano de Deus.
CONHEÇA MAIS, CLIQUE:
Com frequência,
devemos descobrir o plano de Deus nas histórias de pessoas que, como nós hoje,
experimentam a bondade da criação, a corrupção de uma boa criação, o terrível
poder de distorção do pecado e as tristes consequências de nossa separação de
Deus.
4. As pessoas e
histórias do Antigo Testamento servem como exemplos para os crentes hoje.
O apóstolo Paulo nos
diz que as coisas que aconteceram às pessoas no Antigo Testamento “lhes
[sobrevieram] como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são
chegados os fins dos séculos. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que
não caia” (1 Co 10.11,12).
Até as pessoas mais
cheias de fé no Antigo Testamento, como Moisés e o rei Davi, caíram em
pecado e foram disciplinados por Deus. Todavia, no Antigo Testamento
vemos como Deus continuou a redimir e restaurar seu povo mesmo depois de
pecados e tragédias terríveis.
5. O Antigo
Testamento nos ajuda a reconhecer ações de Deus. Embora não sejamos do
mundo, Jesus nos enviou ao mundo para sermos testemunhas do seu amor, graça e
sacrifício.
Enquanto estamos no
mundo, devemos reconhecer a forma como Deus se move e age no mundo, por meio de
pessoas, e às vezes de modo extraordinário sem usar pessoas. Quanto mais lemos
o Antigo Testamento, mais aprendemos a reconhecer as formas de Deus agir no
mundo.
II. GEOGRAFIA E CONTEXTO CULTURAL
O Antigo Testamento
abrange a vida de um povo durante uma longa extensão de tempo e espaço. Do
fértil Delta do Nilo no Egito, passando pelo estéril deserto da península do
Sinai, o território árido de Edom e Moabe, até às terras ao leste e oeste do
rio Jordão, a riqueza do Crescente Fértil das cidades entre os dois poderosos
rios — o Tigre e o Eufrates —, o Antigo Testamento revela a história de Deus e
seu povo de modo maravilhoso, dramático e muitas vezes triste. Ao longo de tudo
isso, porém, brilha a graça de Deus, iluminando o plano daquEle que daria uma
resposta aos maiores problemas da humanidade: o pecado e a morte.
Conhecer as culturas
em Israel e ao seu redor nos ajuda a compreender melhor o sentido das histórias
e cânticos do Antigo Testamento. Muitas práticas no Antigo Testamento parecem
estranhas. Algumas estão além do nosso entendimento. (Por exemplo, a proibição
de comer porco continua a intrigar estudiosos.) Contudo, podemos entender muitas
outras práticas observando o mundo histórico e social do Antigo Testamento.
Um exemplo importante disso
é o conceito de realeza e alianças. O mundo antigo
estava acostumado com o conceito de realeza. Em nossos dias, perdemos o sentido do que significa ter um rei: Não
entendemos plenamente o quanto era difícil
para as pessoas se relacionarem com alguém tão imponente. Pessoas comuns
não tinham contato com a realeza. Uma aliança com
frequência era a única forma de se relacionar
com realeza. Havia dois tipos principais de aliança: aliança condicional e
incondicional.
∎ Nas alianças condicionais, o rei declarava completa
autoridade sobre seu súdito. Em troca, o rei se comprometia a oferecer proteção
e provisão sob a condição de o súdito manter sua lealdade. O súdito, por outro
lado, prometia lealdade e serviço ao rei, e em troca esperava sua proteção e
favor.
∎ Existem também as alianças incondicionais.
Nessas, o
rei prometia um benefício real em favor do súdito, talvez como recompensa por
um serviço especial ao rei. O benefício poderia ser de diferentes formas; uma
forma comum era uma concessão real de terras.
Uma das principais
metáforas usadas na Bíblia para falar de Deus é a metáfora do rei. Deus é o
grande Rei, o Rei dos reis. Ele escolheu se relacionar com a humanidade com termos
que conseguimos entender. O conceito de
realeza é uma metáfora importante para entender nosso relacionamento com nosso
Criador.
No Antigo Testamento,
vemos os dois tipos de aliança entre Deus, o Rei, e seu povo.
Por exemplo, a
aliança que Deus revelou a Moisés no Monte Sinai era condicional. Nessa aliança,
Deus prometeu fazer de Israel seu povo, e Ele esperava que Israel obedecesse e mantivesse
a aliança (Êx 19.5,6).
A aliança de Deus com
Davi, porém, era incondicional. Deus prometeu preservar a descendência de Davi
sobre o trono de Israel (2 Sm 7.11) — uma promessa que se cumpre totalmente em
Jesus, o Messias, um descendente de Davi.
III.
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
O Antigo Testamento é
composto por 39 livros, divididos em quatro seções principais.
1- PENTATEUCO:
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
2- LIVROS HISTÓRICOS:
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
3- LIVROS POÉTICOS E DE
SABEDORIA:
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cantares de Salomão
4-
LIVROS PROFÉTICOS:
1- Profetas Maiores
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
2-
Profetas Menores:
Oseias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miqueias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Fonte:
Panorama da Bíblia, 2015, CPAD
Reverberação: www.sub-ebd.blogspot.com