OBJETIVOS
•
ENSINAR que a contribuição financeira na igreja é uma questão de
fé e consciência da responsabilidade de manutenção da igreja local;
•
APRESENTAR a função do dízimo no Antigo e no Novo Testamento;
•
EXPLICAR que as ofertas são fruto da generosidade e devem ser
entregues levando em conta a gratidão por bênçãos recebidas.
INTERAÇÃO
A igreja é o Corpo de Cristo
neste mundo que aguarda o grande Dia da Vinda do Senhor para encontrá-lo nos
ares. Entretanto a igreja não é constituída somente na esfera espiritual, mas
também na esfera material. E enquanto está neste mundo, a igreja é também uma
instituição organizada sem fins econômicos. E como toda instituição, possui
seus direitos e obrigações legais a responder perante a sociedade. A igreja não
recebe ajuda financeira do governo. Por este motivo, como instituição, é
importante que os seus membros compreendam que são responsáveis pelo sustento
da obra de Deus com seus dízimos e ofertas. A igreja precisa arcar com despesas
para que funcione regularmente perante a sociedade. Aproveite a aula de hoje
para esclarecer seus alunos acerca do que a Palavra de Deus afirma a respeito
dos dízimos e ofertas e com relação à gestão financeira da igreja.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Entregue para os alunos
uma folha com duas tabelas. Na primeira tabela seus alunos deverão listar
aspectos e características da igreja como Corpo de Cristo. Sua forma de
organização, dons espirituais e cargos ministeriais, sua missão e valores
espirituais. Aproveite para mencionar aspectos da Igreja Primitiva, como era o
relacionamento entre os irmãos. Em outra tabela, peça para os seus alunos
listarem aspectos da igreja como instituição nos dias atuais, forma de
organização eclesiástica, cargos ministeriais, liturgia, cerimoniais, visão e
valores como instituição, etc. Ao final, compare com os alunos as duas tabelas
e pergunte-os se a igreja, com o passar dos anos, não se tornou mais
burocrática. Abra espaço para um diálogo com os alunos a respeito do cenário
atual que a igreja se encontra e o que pode ser feito para melhorar o trabalho
realizado pela igreja na sociedade.
TEXTO
BÍBLICO
2 Coríntios 9.6-14
6 E digo isto: Que o que semeia pouco,
pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.
7 Cada um contribua segundo propôs no
seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá
com alegria.
8 E Deus é poderoso para fazer abundar
em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência,
abundeis em toda a boa obra;
9 Conforme está escrito: Espalhou, deu
aos pobres; A sua justiça permanece para sempre.
10 Ora, aquele que dá a semente ao que
semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e
aumente os frutos da vossa justiça;
11 Para que em tudo enriqueçais para
toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus.
12 Porque a administração deste serviço,
não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas
graças, que se dão a Deus.
13 Visto como, na prova desta
administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho
de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos;
14 E pela sua oração por vós, tendo de
vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há.
INTRODUÇÃO
Dinheiro é um assunto espiritual. Saber
lidar com ele exige sabedoria, e não são poucos os filhos de Deus que têm
dificuldades na área financeira. Contribuição financeira na igreja. seja
dízimo, seja ofertas, sempre traz questionamentos, ainda mais em nossos dias.
quando vemos algumas igrejas fazendo apelos, quase que extorsivos, para que as
pessoas entreguem tudo o que têm a fim de serem abençoadas por Deus. O que a
Bíblia diz sobre o assunto? É o que veremos nesta lição. Lembre-se de que
dinheiro e finanças são assuntos espirituais, pois mostram a quem realmente
servimos: se a Deus, ou a Mamom.
I
- O QUE NOS MOVE A CONTRIBUIR
1.
Gratidão a Deus e generosidade para com sua casa.
A primeira motivação deve ser a gratidão
a Deus. Tudo o que temos veio dEle, e dEle são todas as coisas. O Salmista
disse que do Senhor é a Terra, e toda a sua plenitude (Sl 24.1), reconhecendo
que todas as coisas pertencem ao Senhor. Da mesma forma que cremos que Ele é
generoso para conosco, suprindo nossas necessidades, devemos ser gratos
demonstrando a mesma generosidade para com sua casa.
2.
Uma questão de fé.
Qualquer contribuição feita à obra do
Senhor deve ser vista como parte da adoração cristã, do culto a Deus e da
demonstração pública de fé.
De acordo com o apóstolo Paulo, devemos
contribuir com alegria, de forma proporcional ao que recebemos, e não
criticando o ato de apresentar ao altar nossas contribuições. Se não temos fé
para trazer nossos dízimos e ofertas, é melhor não trazê-los, pois o que não
fazemos por fé não deve ser feito (Rm 14 23). Por fé, queremos dizer que nos
referimos à convicção, ou seja, entregamos ofertas e dízimos porque entendemos
que Deus se agrada de atos de generosidade de seu povo para com sua obra, e
isso deve nos motivar a sempre ter um coração disposto a contribuir.
3. Consciência
da nossa responsabilidade na manutenção da igreja local.
A igreja evangélica não recebe subsídios
dos governos. A responsabilidade do sustento e manutenção do santuário é dos
santos que nela congregam. E a igreja local, como instituição, tem despesas que
precisam ser cobertas pelos dízimos e ofertas do povo de Deus. Isso torna a
igreja isenta de alianças com pessoas ou grupos que não possuem o temor a Deus.
Além disso, como membros da Igreja de
Cristo, representada pela igreja local, usufruímos do espaço do templo, das
salas de escola dominical, da iluminação e da eletricidade que são utilizadas,
dos móveis que utilizamos quando nos sentamos para assistir ao culto com
comodidade. Todas essas coisas têm um custo, e precisam ser adquiridas com
recursos financeiros trazidos para a igreja. O dinheiro que Deus destinou à
essa manutenção está no bolso dos filhos de Deus, justamente para essa
finalidade.
Uma das verdades mais claras nas
Escrituras é a lei natural da semeadura e da colheita. Essa lei nos ensina que
a semeadura é opcional, ou seja, eu semeio se quiser. Não sou obrigado a
plantar grãos na terra e esperar que com o tempo aquele grão se transforme em
uma planta que virá a produzir outros grãos. Mas essa mesma lei deixa claro que
se eu semear, colherei, e isso é obrigatório. Quem semeia colhe (Gl 6.7): Έ
digo isto: Que o que semeia pouco também ceifará; e o que semeia em abundância
em abundância também ceifará" (2 Co 9.6).
O Pense!
Contribuir financeiramente para a Casa
do Senhor é um ato de fé.
O Ponto Importante
Nossos recursos financeiros nos são
dados para suprir nossas necessidades e as da Casa do Senhor.
II
- OS DÍZIMOS
1.
No Antigo Testamento.
A palavra hebraica asar significa dizimar, e essa palavra vem de outra, que significa
dez. Os dízimos faziam parte da cultura do povo de Deus. Antes de haver a lei
de Moisés. Abraão deu o dízimo (Gn 14 20), e Jacó se comprometeu com Deus a
fazer o mesmo (Gn 28.22). Quando o povo de Israel chegou à Terra Prometida, já
sabia sobre o compromisso das ofertas e dízimos para a manutenção da obra de
Deus e dos sacerdotes e levitas. O dizimo representava literalmente um décimo
da colheita e dos animais, apurados no período de um ano (Lv 27.30-33). Esses dízimos
eram entregues para sustento dos sacerdotes e levitas, que não receberam de
Deus terras para plantar ou criar seu gado. Na prática, além de um ato de
obediência a Deus, era uma forma de equilibrar as relações entre as tribos,
pois se por um lado a tribo de Levi deveria conduzir a adoração e o culto a
Deus, por outro lado. as demais tribos deveram zelar pelo sustento daqueles
seus irmãos que haviam sido escolhidos por Deus para funções sacerdotais.
Ainda no Antigo Testamento, que faz
parte da Palavra de Deus tanto quanto o Novo Testamento, vemos que Deus
repreende seu povo por ser infiel nos dízimos. A Casa de Deus estava em situação
precária, pois os israelitas haviam desprezado a manutenção do santuário. Então
o Altíssimo diz que os dízimos deveriam ser trazidos ao santuário para que
houvesse mantimento na Casa de Deus. e essa ordem não foi revogada. E Deus
ainda diz: "I...I e depois fazei prova de mim. diz o SENHOR dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal.
que dela vos advenha a maior abastança" (Ml 3.10). Deus manda os
israelitas fazerem prova dEle se Ele não abrisse as janelas dos céus e
recompensasse os fiéis.
2.
No Novo Testamento.
O Novo Testamento menciona o dizimo
entre os judeus como uma realidade daqueles dias. Jesus fala do dizimo dos
fariseus e os critica, não por darem o dízimo, mas por acharem que por
cumprirem suas obrigações financeiras, que davam a décima parte do que tinham,
mas não exerciam a justiça e a misericórdia (Mt 23.23). Jesus não condena o
dizimo, e sim a atitude daqueles homens de manifestar uma fé formal até em seus
recursos financeiros, mas esquecer-se de serem pessoas mais humanas e
praticarem uma vida que agradasse a Deus, visto que o Senhor não é comprado por
dinheiro.
3.
Deus ama ao que dá com alegria.
É curioso saber que Deus observa o
sentimento com que nos dirigimos ao seu altar para entregar nossos dízimos. Ele
não apenas observa como também ama quem contribui com sentimento de prazer por
estar participando das coisas de Deus na esfera financeira. Isso deve nos fazer
pensar sobre a forma com que contribuímos para a Casa do Senhor. Nossos dízimos
devem ser entregues por fé, não por acharmos que estamos fazendo uma troca com
Deus. "Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescenta mais: e outros,
que retém mais do que é justo, mas é para a sua perda. A alma generosa
engordará, e o que regar também será regado" (Pv 11.24.25).
O
Pense!
Deus se importa com o valor da oferta ou
com o sentimento do coração ao entregá-la?
Ponto Importante
O prazer em contribuir, denominado
alegria, deve ser um sentimento constante para os que contribuem com seus
dízimos.
Ill
- AS OFERTAS
1.
As ofertas.
Se por um lado a tradição bíblica
apresenta os dízimos como sendo representado pela décima parte daquilo que se
tinha recebido do Senhor, por outro lado permitia que os israelitas
manifestassem sua generosidade com outros valores não limitados pelos dízimos.
Aqui entravam as ofertas. Elas não tinham um valor estipulado, como os dízimos,
mas era igualmente fruto da generosidade, e deveriam ser entregues levando em
conta a gratidão por bênçãos recebidas.
2.
Ofertas e sobras e bênçãos a receber.
A oferta que trazemos a Deus não deve
ser aquilo que temos sobrando. Jesus, ao contemplar certa vez a oferta de uma
mulher pobre, declarou aos seus discípulos que ela havia trazido ao Templo a
maior oferta de todos os que ali estavam, pois dera o que tinha, e não o que
estava sobrando, como os demais (Lc 21.14).
Há grupos que motivam seus fiéis a
contribuírem financeiramente para receberem determinadas bênçãos, condicionando
a recepção dessas bênçãos à entrega de determinados valores de ofertas. Entendemos
que isso não deve ser feito, pois a oferta não é um meio de negociar bênçãos
com Deus. As ofertas devem demonstrar nossa gratidão pelo que já recebemos, e
não uma tentativa de pressionar Deus a nos abençoar.
3.
Uma recomendação paulina.
Um ocorrido na Igreja em Corinto nos dá
orientações sobre o recolhimento de ofertas. Para que houvesse organização
quando fossem recolhidas ofertas para os santos em Jerusalém. Paulo orientou
que os crentes guardassem suas ofertas para serem entregues no primeiro dia da
semana, e que contribuíssem conforme sua prosperidade, proporcionalmente (1 Co
16.2). Contribuir conforme a sua pros- peridade nos traz a ideia de contribuir,
conforme já recebemos do próprio Deus. Se uma pessoa, com a graça de Deus,
consegue obter recursos de acordo com a sua profissão, e esses recursos são
acrescidos constantemente, suas contribuições devem seguir o mesmo patamar. Um
servo de Deus não recebe bênçãos de Deus apenas para si mesmo, mas para poder
auxiliar seus irmãos e à igreja local, onde congrega.
Pense!
Podemos impressionara Deus com nossas
ofertas e barganhar com Ele bênçãos?
Ponto Importante
Ofertar é um privilégio que temos em
contribuir proporcionalmente ao que recebemos de Deus.
SUBSÍDIO
1
‘Antes do dia de Pentecostes,
a liderança dos seguidores de Jesus estava investida nos doze discípulos que
estiveram próximos do Senhor e tinham sido escolhidos por Ele como seus
mensageiros e companheiros íntimos (Lc 6.12-18). A deserção de Judas deixou uma
lacuna em suas fileiras, a qual foi preenchida por Matias, escolhido por
sorteio (At 1.15-26).
A função exata dos Doze no
período pós-ressurreição não está claramente definida, mas suas ações indicam
que eles assumiram a responsabilidade pela pregação (2.14), pela instrução dos
novos convertidos (v. 42), pela administração de fundos (4-35), pela disciplina
(5.1-11), e pelo inicio das atividades da igreja (6.2).
A administração da igreja era
simples e informal, repousando nas mãos dos pregadores originais que haviam recebido
sua incumbência de Cristo. A administração de suprimentos para os pobres
necessitava de uma mudança no sistema organizacional da igreja. O trabalho
minucioso de distribuição do dinheiro e dos bens exigia dos apóstolos uma
grande parcela de tempo, a qual deveria ser usada para a pregação. Desse modo,
ficou patente que eles precisavam de ajuda. Em lugar de se envolverem em uma
longa discussão e em um detalhe insignificante, os apóstolos propuseram que
fosse designado um comitê para cuidar da questão (6.2.3). As qualificações dos
membros do comitê indicam que tanto a excelência espiritual quanto a
administrativa era requerida. O método de nomeação era essencialmente
democrático, pois a eleição ficava a critério da igreja como um todo"
(TENNEY. Merrill C. Tempos do Novo Testamento 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2010.
p. 214).
SUBSÍDIO
2
"Embora o Novo
Testamento não prescreva o dizimo como uma obrigação legal para os seguidores
de Cristo, ainda assim ele é ensinado no sentido de uma contribuição a ser
feita de forma sistemática, liberal, abundante e alegre (1 Co 16.2; 2 Co
9.6.7). Os cristãos devem pregar o Evangelho e praticar atos de caridade sem exigir
qualquer pagamento, porque eles próprios receberam gratuitamente do Senhor (Mt
10.7.8). Por outro lado, o principio de que o trabalhador é digno de seu
alimento foi extraído do Antigo Testa- mento e aplicado aos servos do Senhor
(Mt 10.10; Lc 10.7;1 Tm 5.17.18). Como o dízimo era praticado desde antes de
Moisés receber a lei de Deus, muitos têm argumentado que para o cristão ele
possui um padrão atemporal, ao invés de ser meramente uma parte da lei
cerimonial do Antigo Testamento que já foi cumprida. O crente do Novo
Testamento, assim como o israelita, deve reconhecer que ele é apenas um mordomo
e que Deus é o dono de tudo" (Dicionário Bíblico Wycliffe Rio de Janeiro:
CPAD. 2006. p. 573)·
CONCLUSÃO
O ato de contribuir com dízimos e
ofertas não é apenas uma demonstração de fé e de respeito para com a manutenção
da igreja à que pertencemos, mas acima de tudo, um ato de obediência a Deus e
de generosidade para com as coisas sagradas.
HORA
DA REVISÃO
1. O
que deve mover a nossa contribuição?
A gratidão a Deus, a adoração
e a consciência da responsabilidade com o sustento e a manutenção da igreja.
2.
Quem é o responsável pela manutenção da igreja local?
Os santos que nela congregam.
3.
Qual o significado da palavra dizimar?
A palavra hebraica ״asar‘'
significa dizimar, e essa palavra vem de outra, que significa dez.
4. No
Antigo Testamento os dízimos tinham qual finalidade?
Era para o sustento dos
sacerdotes e levitas, que não receberam de Deus terras para plantar ou criar
seu gado.
5. Jesus
condenou o dízimo?
Jesus não condena o dizimo, e
sim a atitude dos fariseus que manifestavam uma fé formal com seus recursos
financeiros, mas se esqueciam de serem pessoas mais humanas e praticarem uma
vida que agradasse a Deus, visto que o Senhor não é comprado por dinheiro.
Fonte: Lições Bíblicas de Jovens – 1°
trimestre de 2017
Revista: Professor
Editora: CPAD
Reverberação: †Subsídios EBD