O fato de
mencionarmos a Bíblia pode surpreender muitos maçons. Afinal, a Bíblia não é
uma das "três grandes luzes da maçonaria"?
Os
juramentos não são feitos sobre uma Bíblia?
A Bíblia
não é aberta solenemente como parte de cada ritual de abertura da Loja?
E as
passagens da Bíblia não são citadas copiosamente durante o ritual, e os
próprios personagens do drama maçônico não são tirados das suas páginas?
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GUARDA-PÓS?
Durante a
primeira semana em que vim trabalhar em nosso ministério, foi-me dada uma carta
para responder de um maçom irado que leu nossos folhetos. Ele exprimiu seu
ultraje com a nossa declaração de que os maçons não creem na Bíblia. Ele disse:
"A Bíblia é aberta em todas as reuniões da Loja. Eu sempre guardo as
Bíblias em casa!"
Ele
guarda Bíblias? Infelizmente tive de rir. Era como se ele estivesse criando
ratos ou algo assim! Do resto da carta do sujeito, posso dizer que ele conhecia
muito pouco sobre a Palavra de Deus. De fato, ele sabia menos que as crianças
de cinco ou seis anos que vi em nossa escola dominical.
Pude
visualizar a estante ou a mesa onde fica a Bíblia. Ela provavelmente estava
empoeirada, e era aberta apenas para registrar os eventos importantes da
família. Provavelmente era uma Bíblia muito bonita, mas devia ter rachaduras
com a falta de uso. Em suma, era muito parecida com as Bíblias de um número
demasiadamente grande de lares cristãos.
Esse
homem parecia ter uma consideração quase supersticiosa por sua Bíblia. Era como
se fosse alho usado para repelir vampiros. Ele presumia que, se de algum modo,
em algum lugar, a Bíblia estivesse presente, tudo o mais seria cristão.
A Bíblia no altar da Loja
A Bíblia
no altar da Loja onde eu frequentava nunca era lida. Eu, como o Primeiro
Diácono (um oficial da Loja), era
proibido de abri-la depois de Malaquias. Ela tinha de ficar no Antigo Testamento.
Então, o que a Loja realmente ensina sobre a Bíblia? É a Palavra inerrante de
Deus, ou é só um guarda-pó?
Os
pensamentos das autoridades maçônicas sobre a bíblia
Os maçons
crêem que a sua instituição é baseada na Bíblia, porque aparecem temas bíblicos
diluídos. Deve-se lembrar, contudo, que a essência de uma falsificação é a sua
semelhança com o original.
Portanto,
precisamos examinar de perto as declarações dos rituais e das autoridades
maçônicas.
SAIBA MAIS
1) Albert Pike, por
exemplo, escreveu o seguinte sobre a Bíblia:
“Os
instrutores, mesmo do cristianismo, são, em geral, os que mais ignoram o
verdadeiro sentido do que ensinam. Não há livro do qual se conheça tão pouco
quanto a Bíblia. Para a maioria dos que a leram, ela é tão incompreensível
quanto o Zohar (um livro cabalístico do misticismo judaico – nota do autor)”.
Em outro
lugar, Pike denigre a Bíblia e eleva eloquentemente a "Cabala", um
sistema de misticismo semi-judaico que é considerado abominável pelos judeus
ortodoxos. Entende-se que o cabalismo é uma heresia judaica porque nega o
monoteísmo (a crença em um Deus) e ensina uma doutrina gnóstica chamada
"emanacionismo", a crença de que um Deus impossível de se conhecer
manifesta-se em dez emanações ou formas.
Pike
prefere fugir dos quatro mil anos de ortodoxia judaico-cristã:
“Só a
cabala consagra a aliança da Razão Universal e da Palavra Divina... a Bíblia,
com todas as alegorias que contém, exprime, de uma maneira incompleta e apenas
velada, a ciência religiosa dos Hebreus...
Os livros
judaicos foram escritos somente para rememorar as tradições, e foram escritos
em símbolos ininteligíveis aos profanos. O Pentateuco e os poemas proféticos
eram meramente livros elementares de doutrina, moral ou liturgia; e o
verdadeiro segredo e a filosofia tradicional era escrita apenas ao contrário,
sob um véu ainda menos transparente. Assim, nasceu uma segunda Bíblia,
desconhecida, ou pelo menos incompreendida pelos cristãos; uma coleção, dizem,
de absurdos monstruosos; um monumento, diz o adepto, onde está tudo de sublime
que a genialidade da filosofia e a da religião conseguiu formar ou imaginar...
Alguém fica cheio de admiração, ao penetrar no Santuário da Cabala, ao ver uma
doutrina tão lógica, tão simples, e ao mesmo tempo tão absoluta”.
Como
ex-cabalista, gastei muitos anos estudando a Cabala. Quando finalmente deixei a
Palavra de Deus falar com a minha vida de forma clara, ela rapidamente fez
desmoronar o castelo de cartas que construí para mim mesmo! Evidentemente Pike
despreza a Bíblia.
2)
Novamente mostrando que a Bíblia é considerada apenas um símbolo do
"Volume da Ciência Sagrada". Coil
adverte:
A opinião
maçônica prevalecente é de que a Bíblia é só um símbolo da Vontade Divina, Lei
ou Revelação, e não que seu conteúdo seja Lei Divina, inspirado ou revelado.
Portanto, nenhuma autoridade responsável defendeu que um franco-maçom tem que
acreditar na Bíblia ou em alguma parte dela.
3) Oliver
Day Street, outro erudito da Loja, diz-nos o seguinte:
Nenhuma
Loja entre nós deve ser aberta sem sua presença (da Bíblia). Mesmo assim, ela
não é mais do que um símbolo; representa a verdade divina em todas as formas...
Mas a
sombra não deve ser confundida com a substância. Não há nada de sagrado ou
santo no mero livro. É só papel ordinário... Só o que a Bíblia tipifica e
traduz é que é sagrado para nós. Qualquer outro livro tendo o mesmo significado
teria o mesmo resultado... De fato, deve-se usar o livro que para o indivíduo
em questão representa da forma mais completa a verdade divina.
Depois, o
mesmo autor declara um tanto categoricamente: Ousamos
asseverar que nem a Constituição, os Regulamentos, nem o Ritual de qualquer
Grande Loja no mundo requer a crença nos ensinos da Bíblia... (precisamos)
reconhecer francamente que a Bíblia é só um símbolo.
Aqueles
maçons cristãos que impõem a crença nos ensinos da Bíblia simplesmente
confundiram o símbolo com a própria coisa.
Essa
doutrina evidentemente está tremendamente
afastada da Bíblia. Assim como a maçonaria tem um deus genérico, tem também uma
"Bíblia" genérica. Segundo essa lógica, uma Loja composta
inteiramente de satanistas deveria reunir-se apropriadamente com uma cópia da
Bíblia Satânica no altar.
Os
mórmons deveriam reunir-se usando o Livro de Mórmon e assim por diante.
Qualquer velho "livro sagrado" deveria servir. Isso faz um picadinho
completo com a inerrância da Escritura.
A devoção
da franco-maçonaria à Bíblia é, na melhor das hipóteses, superficial; na pior,
insolente. Tal instituição não pode ser de Deus.
Autor:
William Schnoebelen Ex-Maçom do 32º grau