Quando o apóstolo Paulo
escreveu aos coríntios, observou que a irregularidade ali existente no uso dos
dons era a falta do fruto do Espírito entre os crentes, por isso intercalou
entre os capítulos 12 e 14, onde fala a respeito do uso correto dos dons, um
capítulo inteiro - o 13 - que contém ensino substancial sobre o fruto do
Espírito, que é a caridade (G15.22), o amor. Primeiro enfatizou que o uso de
qualquer dom é inútil se não houver caridade (1 Co 13.1- 3). Depois escreveu as
qualidades de caridade (1 Co 13.4-8). Com isso evidenciou que foi exatamente a
falta da manifestação do fruto do Espírito, isto é, da caridade, que trouxe
problemas no uso dos dons.
1. O
FRUTO TEM INFLUÊNCIA NO USO DOS DONS, PORQUE:
O fruto do Espírito domina o
portador do dom. A caridade é benigna, tudo espera, tudo crê, tudo suporta, não
se ensoberbece, não se porta com indecência (ou conforme trad. rev.), não se
conduz inconvenientemente (1 Co 13.4,5). O amor jamais permite que o uso do dom
venha a produzir confusão (1 Co 14.33).
Leia
também:
O fruto do Espírito também
domina os sentimentos. Importa que haja no homem controle próprio (Pv 16.32). A
Bíblia diz: "Como a cidade derribada que não tem muros, assim é o homem
que não pode conter o seu espírito'' (Pv 25.28). A caridade não é invejosa, não
se irrita, não suspeita mal, não trata com leviandade (precipitadamente) (1 Co
13.4,5).
O fruto do Espírito conserva
o portador do dom em humildade, pois a caridade não se ensoberbece (1 Co 13.4).
Um dos maiores perigos que cercam os que usam os dons é a soberba, pois quando
alguém os usa toma-se notável. “...O homem é provado pelos louvores” (Pv
27.21b). A humildade sempre dá a Jesus toda honra e glória, e nunca faz o
crente procurar o primeiro lugar para si (Mt 18.1; 19.25-28).
O fruto do Espírito impede
que os dons sejam usados por interesse próprio: "...A caridade não busca
os seus interesses..." (1 Co 13.5). Isso caracterizou Paulo no uso dos
dons (Rm 15.12; 1 Co 10.33; Fp 2.3,4). Foi nesse ponto que o Diabo procurou
tentar Jesus: transformar pedras em pães para saciar a fome. Jesus não aceitou
a insinuação de Satanás (Lc 4.1-19).
2. IMATURIDADE
ESPIRITUAL É FALTA DO FRUTO DO ESPÍRITO (1CO 3.1-3)
Foi isto que o apóstolo
reclamou em Coríntio. Escreveu: "...Não sejais meninos..." (1 Co
14.20). Em que sentido a imaturidade espiritual prejudica os dons? Paulo
respondeu aplicando no sentido espiritual a sua experiência de menino. Disse:
"Quando eu era menino, falava como menino..." (1
Co 13.11a). Um menino age rápida e impensadamente. Chora, grita e ri com a
mesma facilidade.
"...sentia como menino..." (1 Co 13.11). Um menino
deixa-se levar pelos seus sentimentos. Às vezes fica zangado, outras sente-se
importante, e sonha com grandezas. Gosta mais de doce que de comida...
"...discorria como menino..." Um menino esquece
facilmente de que maneira deve comportar-se. Às vezes se isola com seus
amiguinhos. Nem sempre quer ouvir os conselhos dos pais...
Paulo findou sua palavra
comparativa, com a solução do problema, dizendo: “...Logo que cheguei a ser
homem, deixei as coisas de menino” (1 Co 13.11). Que bênção! Isto que é
necessário na vida de cada crente! Quando o fruto do Espírito aparece na vida,
acompanhando o uso do dom, então o dom é usado com maturidade e prudência.
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Fonte: Bergstén,
Eurico, A Santa Trindade: O Pai, o Filho e Espírito Santo. Rio de Janeiro,
CPAD, 1989.