Leitura Bíblica: 2Sm 7.16 “...a tua casa e o teu reino serão
firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre”.
A
NATUREZA DO CONCERTO COM DAVI
1. Embora a palavra “concerto” não ocorra literalmente em 2Sm 7, é
evidente que Deus estava estabelecendo
um concerto com Davi.
Em Sl 89.3,4, por
exemplo, Deus diz: “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi:
a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de
geração em geração” (ver também Sl 89.34-36).
A promessa de que o
trono do povo de Deus seria estabelecido para sempre através da descendência de
Davi é exatamente a mesma que Deus fez a Davi em 2Sm 7 (note-se especialmente
no v. 14). Além disso, posteriormente em 2Samuel, o próprio Davi faz referência
ao “concerto eterno” que Deus fez com ele (2Sm 23.5), sem dúvida aludindo a 2Sm
7.
2. Os mesmos dois princípios que operam noutros concertos
do AT também estão em evidência aqui:
LEIA TAMBÉM:
Apenas Deus
estabelecia as promessas e os deveres do seu concerto e esperava que do lado
humano houvesse o aceite com fé obediente.
(a) Nesse concerto de Deus com Davi, Ele fez uma promessa de
cumprimento imediato, que era estabelecer o reino do filho de Davi, Salomão, o
qual edificaria uma casa para o Senhor, i.e., o templo (2Sm 7.11-13).
(b) Ao mesmo tempo, a promessa de Deus de que a casa ou
dinastia de Davi duraria para sempre sobre os israelitas estava condicionada à
fiel obediência de Davi e dos seus descendentes. Noutras palavras, esse
concerto era eterno somente no sentido de Deus ter sempre um descendente de
Davi no trono em Jerusalém, desde que os governantes de Judá permanecessem em
obediência e fidelidade a Ele.
(3) Durante os quatro séculos seguintes, a linhagem de Davi
permaneceu ininterrupta no trono de Judá. Quando, porém, os reis de Judá,
especialmente Manassés e aqueles que reinaram depois do rei Josias,
rebelaram-se continuamente contra Deus ao adorarem ídolos e desobedecerem à sua
lei, Deus, por fim, os impediu de ocuparem o trono. Permitiu que o rei
Nabucodonosor de Babilônia invadisse a terra de Judá, sitiasse a cidade de
Jerusalém e, finalmente, destruísse a cidade juntamente com seu templo (2Rs 25;
2Cr 36). Agora, o povo de Deus estava, pela primeira vez desde a escravidão no
Egito, sob o domínio de governantes estrangeiros.
II.
JESUS CRISTO EM RELAÇÃO A ESTE CONCERTO
Havia porém, um
aspecto do concerto de Deus com Davi que era incondicional — que o reino de
Davi seria por fim estabelecido para sempre.
(1) A culminância da
promessa de Deus era que da linhagem de Davi viria um descendente que seria o
Rei messiânico e eterno.
Este Rei dominaria
sobre os fiéis em Israel e sobre todas as nações (Is 9.6,7; 11.1, 10; Mq 5.2,4).
Sairia da cidade de Belém (Mq 5.2,4), e seu governo se estenderia até os
confins da terra (Zc 9.10). Ele seria chamado: “O SENHOR, Justiça Nossa” (Jr
23.5,6) e consumaria a redenção do pecado (Zc 13.1).
O cumprimento da
promessa davídica teve início com o nascimento de Jesus Cristo, anunciado pelo
anjo Gabriel a Maria, uma piedosa descendente da família de Davi (Lc 1.30-33;
cf. At 2.29-35).
2. Essa promessa foi um desdobramento do concerto feito
em Gn 3.15, que predisse a derrota de Satanás através de um descendente de Eva
(Gn 3.15 nota);
foi um prosseguimento do concerto feito com Abraão e seus descendentes.
3. O cumprimento dessa promessa abrangia a ressurreição
de Cristo dentre os mortos e sua exaltação à destra de Deus no céu (At 2.29-33), de
onde Ele agora governa como Rei dos reis e Senhor dos senhores. A primeira
missão de Cristo como o Senhor exaltado foi o derramamento do Espírito Santo
sobre o seu povo (At 1.8; 2.4, 33).
4. O régio governo de Cristo caracteriza-se por um chamamento,
dirigido a todas as pessoas, no sentido de largarem o pecado e o mundo perverso,
aceitarem Cristo como Senhor e Salvador e receberem o Espírito Santo (At
2.32-40).
5. O reino eterno de Cristo inclui:
(a)
seu atual domínio sobre o reino de Deus e sua primazia sobre a igreja,
(b)
seu futuro reino milenial sobre as nações (Ap 2.26,27; 20.4) e
(c)
seu reino eterno nos novos céus e na nova terra (Ap 21 — 22).
Reverberação: †Subsídios EBD
Autor: Saudoso DONALD C. STAMPS
Fonte: Bíblia de Estudo
Pentecostal, CPAD