TEXTO
DO DIA
Assim
nós, teu povo e ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em
geração cantaremos os teus louvores.
OBJETIVOS
• EXPLICAR as razões da
institucionalização da adoração em Israel
• APRESENTAR as principais
repercussões da institucionalização sobre a adoração e o louvor do povo de
Israel.
• DISCUTIR aspectos gerais da
institucionalização na Igreja contemporânea.
INTERAÇÃO
Nossa aula tem como
foco principal buscar compreender os efeitos da institucionalização da adoração
e do louvor em Israel. Apesar de aparentemente muito complexo, nosso tema pode
suscitar excelentes debates. Por isso, não perca a oportunidade de aproximar
seus educandos dessa temática atualíssima. Partindo do exemplo histórico de
Israel procure desmistificar a imagem de que toda instituição é uma máquina
burocrática e, por isso, alheia às necessidades das pessoas. Construa em sala
de aula um espaço de discussão construtivo, de modo que ao final da aula. seus
educandos percebam que apesar de institucionalizada, a Igreja é um organismo
vivo, o próprio corpo de Cristo.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
O objetivo principal
da atividade proposta a seguir é demonstrar aos membros de sua sala de aula a
necessidade mínima de organização prévia, ou porque não dizer
institucionalização para o desenvolvimento de qualquer atividade em grupo.
Inicie sua aula propondo a seus educandos que um deles vai ministrar o conteúdo
em seu lugar e que este será escolhido aleatoriamente; depois da óbvia celeuma
que vai se constituir, tome o contexto mais complexo ainda, afirme que cada um
dos presentes será responsável pela apresentação de uma parte da lição.
Provavelmente, depois de instantes de insegurança e apreensão para alguns
deles, revele que tudo não passa de um experimento.
Finalize essa ação
introdutória destacando a importância da existência de uma estrutura
institucional em sua igreja local, e especialmente, na Escola Dominical, por
meio da qual cada um dos participantes da turma pode reconhecer seu papel.
Leia também:
TEXTO BÍBLICO
Deuteronômio 12.1-7
1 Estes são os estatutos e os juízos que
tereis cuidado em fazer na terra que vos deu o SENHOR. Deus de vossos pais,
para a possuirdes todos os dias que viverdes sobre a terra.
2 Totalmente destruireis todos os lugares onde
as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre
os outeiros, e debaixo de toda árvore verde;
3 e derribareis os seus altares, e quebrareis
as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo. e abatereis as imagens
esculpidas dos seus deuses, e apagareis 0 seu nome daquele lugar.
4 Assim não fareis para com o SENHOR, vosso
Deus.
5 mas buscareis o lugar que o SENHOR, vosso
Deus. escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome e sua
habitação; e ali vireis.
6 E ali trareis os vossos holocaustos, e os
vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão. e os
vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas
vacas e das vossas ovelhas.
7 E ali comereis perante o SENHOR, vosso Deus.
e vos alegrareis em tudo em que poreis a vossa mão, vós e as vossas casas, no
que te abençoar o SENHOR, vosso Deus.
INTRODUÇÃO
Ao salvar Israel da opressão da terra do
Egito, o Senhor Deus investiu sistematicamente na reeducação espiritual do
povo. transmitindo-lhe seus estatutos e mandamentos especialmente com relação
ao louvor e a adoração Percebemos assim, a partir da saída do Egito até a
chegada em Canaã. Um esforço de Jeová em criar instituições, normas e regras
que conduzissem Israel a uma adoração genuína e livre das influências
estrangeiras Por isso. É criado todo um sistema de sacrifícios - com significados
e razões próprias É confeccionado um centro de adoração móvel, através do qual
o povo pudesse crer que a presença divina não lhes abandonara. É separada toda
uma tribo para cuidar dos elementos do culto e uma família inteira para o
oficio sacerdotal
Esta série de prescrições devocionais exigidas
de Israel deve levar-nos à reflexão a respeito da seriedade com que encaramos
nossos momentos de louvor e adoração em nossas igrejas.
I - ISRAEL UM
POVO CUJO ESTILO DE VIDA RESUME-SE EM ADORAÇÃO
1.
A pormenorização dos elementos devocionais em Israel Após a saída do povo do
Egito.
Deus tratou rapidamente de transmitira Moisés,
que retransmitiria ao povo os preceitos centrais da adoração que deveria ser
apresentada por Israel a Deus. Era necessário garantir que a influência de 430
anos no Egito não geraria prejuízos espirituais no povo (Êx 24-31)- Aquilo que
para alguns pode parecer um exagero detalhista era. na verdade, expressão do
amor zeloso de Deus por seu povo. As orientações a Moisés, que eram jurídicas,
cerimoniais, sociais e devocionais. tinham como objetivo último orientar a
descendência de Abraão na fuga do politeísmo e na dedicação a uma vida
exclusivamente voltada a Jeová.
2.
A institucionalização da adoração.
Até aquele momento histórico, os filhos de
Israel utilizavam-se das mesmas práticas tradicionais compartilhadas pelas
sociedades do oriente antigo para prestarem o seu culto a Jeová. Inicia-se
então um longo processo de aprendizagem onde o Senhor, pacientemente. vai
fundando as instituições que regulamentarão a adoração do povo de Israel. Se
antes todo tipo de oferta e sacrifício era feito aleatoriamente, segundo o
desejo de cada adorador; agora o Senhor institui o sacerdócio, e através da
corporação de homens dedicados exclusivamente a Deus. institui regras, dias,
horários e exigências para àqueles que desejam prestar-lhe um culto autêntico (Êx
281-29) A adoração deixa de ser algo episódico e isolado, e passa a
relacionar-se com tudo o que se cultiva, cria. trabalha, ou seja o louvor a
Deus conecta-se diretamente com a vida cotidiana.
3.
Tudo é do Senhor.
Uma das características fundamentais do culto
que passa a ser estabelecido no meio do povo liberto do Egito é a gratidão. As
ofertas, celebrações e rituais apontam para o grande amor de Jeová, que foi
importantíssimo no tempo da escravidão e que continuará absolutamente relevante
durante toda a história do povo.
As três grandes festas judaicas eram
festividades estabelecidas para desenvolver continuamente uma consciência grata
ao Senhor (Êx 34.22-24). Deste modo, deve-se compreender que a
institucionalização da fé judaica teve como objetivo estabelecer um conjunto de
garantias que assegurariam o desenvolvimento de uma fé saudável e equilibrada
entre o povo de Deus.
O Pense!
Se Deus não tivesse estabelecido um conjunto
mínimo de normas e cerimoniais para a organização do culto a Ele, como comportar-
se-ia aquela multidão de pessoas que caminhava no deserto no momento de adorara
Deus?
O Ponto
Importante
A institucionalização parece ser um processo
inevitável para todo agrupamento de pessoas que cresce numericamente.
II -
CRITÉRIOS. NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA A ADORAÇÃO EM ISRAEL
1.
Ofertas e sacrifícios específicos.
Aquele que desejava trazer algo como sinal de
sua adoração deveria observar uma série de exigências Se fosse um sacrifício
animal, havia animais puros e impuros (Lv 11.47). Dependendo da cerimónia o sacrifício
deveria ser feito com um animal próprio àquele momento (Nm 715-17). O ofertante
deveria ainda ter ciência de que algumas partes do animal seriam descartadas
enquanto outras seriam valorizadas (Lv 4-4-12). O animal sacrificado não
poderia ter falhas ou doenças (Dt 15.19-23). Se, ao invés de animal a oferta
fosse vegetal ou de produtos de origem vegetal, o adorador deveria ter atenção
quanto é quantidade a ser trazida e a qualidade do que era trazido (Lv 620: Nm
5.15; Dt 18.4). Essa série de requisitos exigia da aquele que iria adorar a
Deus um cuidado continuo, o que o levaria a pensar em Deus diariamente.
enquanto envolvido em seus afazeres cotidianos.
2.
Lugares especiais.
A adoração cerimonial foi concentrada em um
lugar comunitário, através do qual homens e mulheres, ricos e pobres, todos
podiam adorar ao mesmo Deus. Num contexto multipolitesta, a designação de um só
local para adoração oficial reforçava, nos corações e mentes dos israelitas,
que só havia um Deus a ser reverenciado Inicialmente este 'local* foi o
tabernáculo, o ambiente de adoração portátil que o Senhor ordenou que Moisés
construísse (Êx 25.8.9). Posteriormente este local de adoração foi
‘fixado" no Templo em Jerusalém (2 Cr 7).
3-
Pessoas separadas.
Um outro aspecto significativo da
institucionalização da adoração em Israel foi a separação de uma tribo inteira
para os serviços relativos ao louvor e adoração e mais especificamente de uma
família para o exercício do sacerdócio (Nm 3.6-10). É claro que isso era um
enorme privilégio, contudo, não se pode negar o grande sacrifício que estava
ligado a essa honraria. Os filhos de Levi não teriam parte na herança que todo
o povo receberia (Dt 10.9; 12.12; 14 27: Js 18.7). Se todo o povo vivia
impulsionado pela fé. muito mais os levitas. Basta levar em consideração que em
tempos de crise, quando a colheita era escassa, consequentemente as ofertas
também eram reduzidas e em última instância a alimentação dos levitas e
sacerdotes estava comprometida. Assim sendo, além das honras havia muitos
sacrifícios.
O Pense!
Você estaria disposto a abrir mão de todo
conforto e bem-estar pessoal para viver inteiramente para o serviço de Deus?
O Ponto
Importante
Como acabamos de estudar, a
institucionalização do judaísmo fortaleceu os vínculos sociais e enfraqueceu o
politeísmo.
III - A
INSTITUCIONALIZAÇÃO DA FÉ HOJE
1.
A inevitável institucionalização.
Assim como Israel - que cresceu
vertiginosamente no Egito - as igrejas evangélicas brasileiras multiplicaram-se
de maneira notável durante o século XX. De denominações que se reuniam em
casas, geralmente da periferia, tornaram-se em grandes instituições espalhadas
em todo o território nacional, presentes inclusive nas mídias. A partir do
momento em que as igrejas deixaram de realizar apenas atividades espirituais e
precisaram atuar civilmente - na aquisição de imóveis, contratação de pessoal,
compra de bens móveis - sua institucionalização foi algo irreversível A
natureza essencial da Igreja é espiritual, por isso mesmo, quando ela trata de
assuntos materiais deve fazer tudo com ética, lisura e justiça (Mt 22.17-21: Tt
3.1:1 Pe 2.13-15).
2.
"Na minha igreja, só quem canta e prega são os oficiais".
Infelizmente esta frase sintetiza a realidade
de muitas igrejas locais; aquilo que aparentemente é fruto de uma maior
organização e pre paro. muitas
vezes é apenas formalidade. A Bíblia deixa bem claro que através da obra de
Cristo somos todos sacerdotes da Nova Aliança (Ap 1.6: 20.6). por isso
universalmente capacitados para falar de Cristo. A beleza do pentecostalismo
sempre foi a espontaneidade da participação leiga, isto é, daqueles que, sem
uma formação especifica, mas cheios de Deus. anunciam publicamente as obras de
Jesus.
3.
Perigos contemporâneos da igreja enquanto instituição.
A relação Igreja-Estado-Sociedade Civil
torna-se perniciosa quando existe troca de favores, deixando de obedecer a
Palavra de Deus. Nesse caso, a ética cristã é ferida, priorizando mais os
homens que o Reino de Deus. Tais relações trazem escândalos e são uma das principais
causas de abandono da fé.
Algumas pessoas, erroneamente, chegam a afirmar
que a estrutura ‘igreja’ já faliu e está ultrapassada. Discordamos
absolutamente deste ponto de vista, a vida em comunidade é a essência do
Cristianismo (Jo 1722).
O Pense!
Sem dúvida alguma os ’desigrejados"não
possuem fundamento real para suas argumentações, isto porque a razão de nossa
fé é Cristo e ninguém mais.
O Ponto
Importante
A natureza espiritual e o aspecto legal são
duas faces inegáveis desse plano amoroso criado por Deus para a humanidade
denominado Igreja. Já houve um tempo, quando as instituições civis eram menos
desenvolvidas, que a Igreja não necessitava de estrutura institucional, hoje
isso não é mais possível.
SUBSÍDIO
1
O Tabernáculo
Além dos lugares sagrados onde Deus se
revelara, um lugar central de adoração passou a existir. Durante o período do
Êxodo, ele podia ser melhor descrito como uma tenda-templo, que era a estrutura
mais conveniente para o povo que estava viajando ou acampado na região de
Cades-Barneia (Nm 13.26; 14.38) A tenda-templo era conhecida como Tabernáculo.
santuário central era feito de tábuas
revestidas de ouro. apoiadas por um sistema de vigas. encaixes e pesadas bases
de prata firmadas no chão. Isso formava uma estrutura de três lados com trinta
cóvados (15m) de comprimento e quinze côvados (7m) de largura, aberta para o
céu em sua extremidade mais estreita a leste. O teto era provido por cortinas
de linho branco, bordadas com figuras de querubins, protegidas por várias
camadas de pano de saco. peles vermelhas de carneiro e peles de cabra (Êx
26.1-30). No interior, o aposento de 30 côvados (15m) era dividido em dois por
uma cortina pendurada em pilares dourados, a fim de criar o 'Santo dos Santos'
(5 x 5 x 5m) e um ‘Lugar Santo' comprido. Uma cortina do mesmo material era
pendurada sobre a entrada para impedir que olhos curiosos vissem o interior (Êx
26.31-36) (GOWER. R. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 1.ed.Rio
de Janeiro: CPAD. 2002. pp. 239. 240).
SUBSÍDIO
2
As estipulações especificas ocupam grande parte
do restante de Deuteronômio (12.1-26.15). Os propósitos são claramente para
elucidar mais o principio básico do concerto dos capítulos 5 a 11 e definir
precisamente os termos do concerto pertinentes ás relações morais,
sociais/interpessoais/inter-raciais e de culto.
A razão para o atual arranjo canônico do
material é difícil de se compreender, mas as considerações apresentadas a seguir
honram, razoavelmente bem, as exigências literárias e teológicas
A exclusividade do Senhor e a sua adoração
(12.1-16.17)- O conjunto de regulamentos expresso nesta seção começa com a
atenção a um santuário central (12.1-14). um lugar separado em contraposição
aos santuários oponentes que não só tinham de ser evitados, mas destruídos,
porque representavam a suposta propriedade da terra por soberanos oponentes
(vv. 4.5.13.14) Em relação ao santuário estão as ofertas e os sacrifícios.
Particularmente significativo é o sangue (vv. 15-28), cuja sacralidade
coloca-se em contraste radical com as noções pagãs de vida, sua fonte e seu
sustento. A vida é comum aos homens e animais; o seu meio — o sangue — é comum
a todos" (ZUCK. Roy B. Teologia do Antigo Testamento 1.ed. Rio de Janeiro
CPAD. 2009. p 95).
Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, 4° trimestre de 2016
Editora: CPAD