TEXTO BÍBLICO
Efésios
2.1-10
1 E VOS vivificou,
estando vós mortos em ofensas e pecados,
2 Em que noutro
tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades
do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
3 Entre os quais
todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade
da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros
também.
4 Mas Deus, que é
riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 Estando nós ainda
mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo ( pela graça sois
salvos ),
6 E nos ressuscitou
juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 Para mostrar nos
séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para
conosco em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça
sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
9 Não vem das
obras, para que ninguém se glorie;
10 Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas.
DESTAQUE
"Pois
pela graça de Deus
vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem
de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos
esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la.” (Ef 2.8,9)
NOVAS LIÇÕES – CLIQUE E LEIA:
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Ef
2.1-4
TER........................................................Jo
2.15
QUA........................................................Gl
5.16-21
QUI.........................................................Rm
5.8
SEX............................................................Mt
5.13,14 SÁB............................................................Ef 2.10
DOM.......................................................Rm
5.1
ESTUDANDO
A BÍBLIA
Caro
professor, você tem orado petos seus alunos? Certamente eles precisam de sua
ajuda. Muitos enfrentam grandes problemas em suas casas, com seus familiares;
outros possuem problemas de ordem emocional, física e espiritual. A oração é
uma ferramenta muito importante para a professor da Escota Dominical, Por meio
dela temos a oportunidade de apresentar a nossa vida e a dos nossos alunos a
Deus. Sugiro que você, sempre ao iniciar as aulas, convoque a classe a
manifestar seus pedidos de oração para que uns orem pelos outros.
Mostre-se
atencioso e preocupado com os problemas e dilemas mais simples que eles
confidenciarem a você. Faça questão de sempre após uma boa conversa, terminar
com uma oração, a fim de incentivá-los a confiarem a Deus seus medos e
preocupações.
Paulo
escreveu aos efésios quando estava preso em Roma, por volta de 61 d.C. Essa
carta não foi escrita para responder questões problemáticas levantadas pela
igreja, mas para encorajar os santos e compartilhar "uma visão exaltada da
Igreja de Cristo". Conforme afirmou o comentarista bíblico Lawrence
Richards, nela "descobrimos nossa identidade como o corpo de Cristo, como
um templo que está sendo edificado pelo Espírito Santo, e como a família de
Deus".
O
apóstolo começa sua carta louvando a Deus pelas bênçãos recebidas, ação de graças
e oração (Ef 1.3-23); em seguida, narra a reconciliação entre judeus e gregos
(2.1-22); exorta os irmãos a manterem-se unidos (4.1-5.20), bem como a
permanecerem em Cristo e no Espírito para resistirem aos poderes do mal
(6.10-20).
A
partir de agora passaremos a refletir sobre o alcance universal da obra de
Cristo na Cruz do Calvário.
QUEM NÓS ÉRAMOS ANTES DE ESTAR EM
CRISTO?
Essa
pergunta diz respeito à nossa condição espiritual no passado, quando nós ainda
não havíamos confessado Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas.
A resposta de Paulo a esta
pergunta envolve três aspectos:
a)
Estávamos "espiritualmente mortos" (2.1). Em Adão, independente de
cor, condição social ou capacidade intelectual, todos nós fomos feitos
pecadores, e por isso, estávamos "afastados da presença gloriosa de
Deus" (Rm 3.23). Com o pecado, o ser humano morreu espiritual e
fisicamente, e teria morrido eternamente se não tivesse aceitado a provisão de
salvação oferecida pelo Pai por intermédio do seu Filho. O pecado nos tornou
inimigos de Deus.
b)
Seguíamos "o mau caminho deste mundo" (2.2). Ou seja, vivíamos com
base no pensamento mundano, hostil e descompro-metido com os valores eternos de
Deus revelados em sua Palavra (Cl 3.5-7). Éramos, nas palavras de João,
"amantes do mundo" (ijo 2.15); escravos de "argumentos sem
valor, que vêm da sabedoria humana. Essas coisas vêm dos ensinamentos de
criaturas humanas e dos espíritos que dominam o Universo" (Cl 2.8);
percorríamos as "trilhas de Satanás" ao invés de andarmos no caminho
de Deus.
c)
Vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a
nossa mente queriam (2.3).
O
apóstolo afirma que a nossa vontade era satisfazer nossa própria natureza
pecaminosa. Éramos escravos de nossa natureza e as obras que praticávamos eram
más, porque brotavam de um coração enganoso e perverso (Mc 7.21-23), que
conspira contra o que o Espírito deseja (Gl 5.16-21).
Como
podemos perceber, nosso problema não estava no lado de fora, mas nas
profundezas de nosso próprio coração. Como diz o apóstolo Paulo, éramos filhos
da ira, merecedores do justo castigo de Deus; pecadores nas mãos de um Deus
irado. Mas graças a Deus que apesar de um passado de inimizade e justa
condenação pelos pecados praticados, na Cruz do Calvário Jesus Cristo ofereceu-se
a Deus por nós, para nos salvar, oferecendo-nos seu gracioso perdão. Hoje temos
paz com Deus por meio de Jesus Cristo (Rm 5.1).
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
Entendendo
o Texto
Estando
vós mortos em ofensas e pecados1 (Ef 2.1-3). O termo "morto" é um dos
conceitos bíblicos mais espantosos e complexos.
Nós
entendemos a morte biologia e até certo ponto a perdição espiritual est
exemplificada nela. Assim como o corpo morto não pode sentir ou responder d
mundo material, também o espírito perdido não pode sentir ou responder a Deus.
Mas a morte espiritual vai além disso, implicando a corrupção. Assim como o
corpo físico si deteriora, também o espiritualmente morto se torna infestado de
todo tipo de corrupção.
Os
espiritualmente mortos andaram segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe
das potestades do ar [Satanás].
A
carne apodrecida dos espiritualmente mortos sofre e geme sob o domínio das
'inclinações da... carne' (v. 3, ARA), cujos desejos e pensamentos os perdidos
seguem cegamente. O retrato vívido mostrado por Paulo é horrível, e poderia nos
fazer recuar. Mas ele queria que nós entendêssemos que esta é a matéria-prima
da qual Deus constrói a sua igreja! Esta massa de corrupção é a que Deus
pretende usar para mostrar a sua glória e a beleza da sua santidade. Não é
agradável. Mas é importante que sejamos totalmente honestos com nós mesmos e
com Deus. Paulo fez esta descrição, e disse: 'Este era você'. Ele prosseguiu,
'Todos nós também vivemos entre eles outrora, andávamos nos desejos da nossa
carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos'. Graças a Deus isso é o
que nós éramos, e não o que somos! E graças a Deus que Ele, assim mesmo, achou
conveniente fazer com que você e eu pertencêssemos a Ele" (RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012,
pp.855,56).
SALVOS PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ
A
salvação é um presente maravilhoso de Deus à humanidade. Não é fruto da engenhosidade
dos filhos dos homens, mas do planejamento do Pai (Ef 1.4-6); não é conquistada
por esforços pessoais de homens e mulheres bem-intencionados, mas ofertada
gratuitamente pelo incalculável preço pago com o sangue de Jesus Cristo, o
Filho (Ef 1.7-12). Essa salvação é aplicada e confirmada pelo Espírito Santo, o
qual nos marcou como propriedade de Deus, sendo Ele mesmo a garantia de que
receberemos o que Deus prometeu ao seu povo (Ef 1.13,14).
Paulo
destaca que a salvação, do início ao fim, é obra de um Deus misericordioso e
amoroso (Rm 5.8; Ef 2.4,5) que vem ao nosso encontro por intermédio de seu
Filho Jesus Cristo. Se no passado estávamos mortos espiritualmente, no presente
estamos vivos em Cristo. Agora pela graça de Deus somos salvos.
Em
Efésios 2.8, o apóstolo ressalta que a graça, e não as obras, é a fonte da
nossa salvação; caso contrário nos gloriaríamos em nossas próprias obras. Pois
graça é o favor de Deus para com aqueles que nada merecem. Entretanto, como bem
afirmou o pastor Myer Pearlman: "uma dádiva precisa ser aceitada. Como é
que um homem aceita a salvação? Mediante a fé... A fé é a mão que recebe aquilo
que Deus oferece".
Como
é possível observar, a salvação não pode ser comprada nem tampouco vendida pelos
seres humanos. Ela não é uma moeda de troca, um bem negociável, mas um presente
recebido pela fé das mãos de um Deus gracioso e que deve ser cuidado por nós.
Não se esqueça:
você não é salvo porque é bom, bonito ou religioso, mas porque a graça de Deus
revelada em Jesus o salvou. Valorize isso. Testemunhe dessa salvação. Não abra
mão deste presente, é valioso demais para ser jogado na lata do lixo ou ser
apagado como se faz com algo indesejado nas redes sociais.
AUXILIO DIDATICO
Professor,
como nos tempos de Lutero, ainda hoje existem pessoas e instituições religiosas
que tentam de alguma maneira comercializar a salvação e/ou a bênção de Deus. As
indulgências do passado continuam sendo vendidas e compradas por centenas de
religiosos na atualidade. No mercado da fé surge vassoura, cimento, rosa,
tijolo, água, sabonete, lenço ungido com preços exorbitantes. Entretanto, é
preciso que você sedimente no entendimento dos alunos que nada que façamos é
capaz de tornar a salvação um direito nosso, senão a graça de Deus. Reafirme na
aula de hoje que a cura, a prosperidade e a salvação não podem ser compradas.
Elas são dádivas de Deus aos homens.
UMA VIDA DE AMOR E DE BOAS OBRAS
Se
é verdade que não fomos salvos porque praticamos boas obras, também é verdade
que somos salvos para praticar as boas obras. Pois são por elas que
demonstramos nosso amor, gratidão e serviço a Deus e aos homens. Paulo deixa
isso claro quando diz que "em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou
para que fizéssemos as boas obras que eleja havia preparados para nós"
(2.10). A prática das boas obras não é uma opção para os salvos, mas um
compromisso com o Deus que nos salvou.
Jesus,
no sermão da montanha, disse aos seus discípulos que eles deveriam ser o
"sal da terra" e a "luz do mundo" (Mt 5.13,14). Essas alegorias
revelam o compromisso que Jesus espera de seus seguidores para com o mundo.
Eles devem exercer influência positiva, contagiante e transformadora tanto
na
terra que está em estado de deterioração como no mundo marcado por profundas
trevas, por causa do pecado; devem praticar boas obras para que os homens as
vejam e glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mt 5.16). O Pai deve ser
glorificado não apenas com mensagens virtuais, mas acima de tudo com atitudes
reais na vida.
Essa
influência só será possível com um engajamento radical de nossa parte.
Precisamos tornar nossa vida um instrumento de glorificação a Deus e de serviço
ao próximo. Devemos utilizar toda nossa capacidade intelectual, criativa,
emocional e física para o Reino de Deus. Nossas relações, sejam interpessoais
ou virtuais, devem revelar Cristo. O nosso compromisso deve ser integral;
precisamos cuidar não só do próximo, mas também da terra que o Senhor nos deu
(Gn 2.15); precisamos orar e respeitar tanto as autoridades, como nossos pais (Ef
5); devemos falar a verdade na igreja, mas também na escola, no trabalho, em
casa. A nossa luz precisa brilhar em todos os lugares onde as trevas do pecado
estão a dominar.
AUXILIO TEOLÓGICO
Professor,
embora ainda hoje a Igreja Católica Apostólica Romana defenda a salvação pelas
obras, é importante reafirmarmos que fomos salvos pela graça de Deus para
praticarmos boas obras. Razão pela qual destacamos um texto do apologista
cristão Dr. Norman Geisler para reflexão em sala de aula com seus alunos:
"[...] o Catolicismo falha em não reconhecer a importante diferença entre
obras para a salvação e obras que surgem a partir da nossa salvação. Nós não
fazemos nada para obter a salvação; fazemos boas obras porque já recebemos a
salvação. Deus opera a salvação em nós por meio da sua justificação, e nós
'operamos a nossa salvação com temor e tremor' pela sua graça (cf. Fp
2.12,13)" (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol.2. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, p.237).