DESTAQUE
Porque
o que nossa natureza humana quer é contra oque o Espírito Santo quer, e o que o
Espírito quer é contra o que a natureza humana quer. Os dois são inimigos, e
por isso vocês não podem fazer o que vocês querem (Gl 5.17).
TEXTO BÍBLICO
Gálatas
5.16-26
16 Digo, porém: Andai em
Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
17 Porque a carne cobiça
contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro,
para que não façais o que quereis.
18 Mas, se sois guiados
pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19 Porque as obras da
carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza,
lascívia,
20 Idolatria, feitiçaria,
inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21 Invejas, homicídios,
bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos
declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o
reino de Deus.
22 Mas o fruto do Espírito
é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança.
23 Contra estas coisas não
há lei.
24 E os que são de Cristo
crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25 Se vivemos em Espírito,
andemos também em Espírito.
26 Não sejamos cobiçosos
de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
Leia também:
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Lc
6.43-45
TER........................................................Jo
15.16
QUA........................................................Rm
8.12,13
QUI.........................................................Ef
4.17-24
SEX............................................................Cl
3.1-3,5-11 SÁB............................................................Gl
5.16
DOM.......................................................Rm
13.13,14
ESTUDANDO
A BÍBLIA
Não
podemos nos esquecer de que os seres humanos são produto tanto da Criação como
da Queda; embora criados à imagem e semelhança de Deus, fomos deformados pelo
pecado. Depois que o pecado entrou no mundo nunca mais fomos os mesmos. Agora,
a criatura vive em conflito com o Criador, com seus semelhantes e o restante da
Criação; vive segundo sua natureza pecaminosa. Somente a ação poderosa do
Espírito Santo no interior do ser humano pecaminoso é capaz de transformá-lo em
nova criatura e conduzi-lo à liberdade plena para uma vida frutífera.
O CONFRONTO COM A NOSSA NATUREZA
Todos
nós passamos da condição de inimigos para amigos de Deus por meio da graça
revelada em Jesus Cristo no Calvário. Entretanto, apesar desta nova condição
desfrutada a partir do novo nascimento (Jo 3.3-8; Gl 3.2; 4.29), ainda que
perdoados, purificados e habitados pelo Espírito Santo, não deixamos de
hospedar, dentro de nós, uma fera chamada "carne". Tal expressão, no
capítulo cinco de Gaiatas, sobre a qual iremos refletir, não guarda nenhuma
relação com aquilo que envolve o nosso esqueleto, ou o corpo, mas sim com a
natureza pecaminosa que herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva, quando
resolveram desobedecer ao Criador (Gn 3). A partir desse raciocínio Paulo diz
que diariamente, em nós, ocorre um conflito, uma luta, uma ferrenha oposição
entre nossa velha natureza (carne) e o Espírito Santo, pelo qual recebemos essa
nova natureza por intermédio do novo nascimento (Gl 5.17).
Como
solução do conflito entre a carne e o Espírito que ocorre em nosso interior, a
Bíblia nos convida a lutar contra a carne, mas entregando totalmente o controle
da nossa vida ao Espírito Santo, a fim de que Ele, que é capaz de efetuar em
nós a verdadeira justiça que vem pela fé, nos ajude a combater efetivamente os
desejos de nossa natureza pecaminosa, a qual conspira diuturnamente contra Ele
e, conseguintemente, a nossa santidade (5. 1.16-25). Ora, o Espírito Santo não
é uma influência ou força ativa; Ele é uma pessoa divina, assim como o Pai e o
Filho. De maneira que se o Filho, na cruz, pagou o preço pelos nossos pecados
como parte do plano que o Pai nos planejou, é o Espírito Santo que aplica isso
à nossa vida quando nos submetemos a Ele.
Somente
pelo e no Espírito somos fortalecidos e podemos vencer a carne. Não abra mão de
viver uma vida cheia do Espírito Santo. Não temos nada a perder, muito pelo
contrário, com o Espírito e em sua força somos mais que vencedores.
Ande
no Espírito! mento marca uma maneira completamente diferente de vivermos, que é
permitir o Espírito de Deus dirigir nossa vida (vv.16,18). Agora, como bem
afirmou Paulo, "já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim"
(2.20). Ou seja, aqueles que andam no Espírito têm sua carne controlada,
mortificada diariamente, e neles o Espírito produz o que o apóstolo chamou de
"fruto". Na carta, o "fruto do Espírito" apresenta nove
virtudes que descrevem a atitude do cristão para com Deus, consigo mesmo e com
próximo:
1)
Atitudes relacionadas a Deus: amor, alegria, paz;
2)
Atitudes relacionadas ao próximo: paciência, delicadeza, bondade;
3)
Atitudes relacionadas com o indivíduo: fidelidade,
humildade,
domínio próprio.
AUXILIO TEOLÓGICO
Andai
em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne' (Gl 5.16-18).
O
motivo de sermos verdadeiramente livres não é o fato do nosso passado ter sido
mudado, ou o fato dos nossos sentimentos atuais terem mudado. Ainda podemos nos
sentir inadequados, inseguros, hesitantes, e com medo. Nós somos livres porque
Deus nos deu o seu Espírito Santo.
O
Espírito de Deus em nosso interior nos capacita. Liberdade não significa uma
vida sem conflitos, significa a possibilidade de viver sem experimentar
derrotas! As nossas fraquezas não precisam nos arrastar para baixo, o nosso
passado não mais nos incapacita. O Espírito Santo está ao nosso lado na guerra
contra os desejos da nossa natureza pecadora. Nós não olhamos mais para a Lei,
e lutamos. Olhamos para o Espírito Santo, confiamos nEle, e fazemos o que é
certo" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de
Janeiro: CPAD, 2012, p.848).
FRUTO DO ESPIRITO X OBRAS DA CARNE
Dando
sequência em seu argumento, Paulo fala de dois tipos de comportamentos
possíveis produzidos pelas respectivas naturezas quando assumem o controle de
nossas vidas, a saber:
1. Obras da Carne
(vv.19-21). As obras da natureza humana caída, embora
invisíveis, são conhecidas por todos: "As coisas que a natureza humana
produz são bem conhecidas" (Gl 5.19). Ainda que não exaustiva, o apóstolo
relaciona, em uma lista, quinze práticas que demonstram uma vida controlada
pêlos desejos humanos pecaminosos, conhecidas como obras da carne. Tais obras,
segundo o pastor John Stott, abrangem pelo menos quatro áreas da vida humana:
1)
área do sexo: imoralidade sexual, impureza e ações indecentes;
2)
área da religião: Adoração de ídolos, feitiçarias;
3)
área social: inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta,
desunião, divisões, invejas; e
4)
área da alimentação: bebedeiras e farras.
Paulo
deixa evidente que aqueles que escolhem viver suas vidas debaixo do domínio da
natureza pecaminosa, produzindo suas más obras, recebem uma dura advertência: [...]
não receberão o Reino de Deus" (v.21).
2. Fruto do Espírito
(vv.22,23).
A
nova natureza que recebemos com o novo nascimento marca uma maneira completamente
diferente de vivermos, que é permitir o Espírito de Deus dirigir nossa vida
(vv.16,18). Agora, como bem afirmou Paulo, "já não sou eu quem vive, mas
Cristo é quem vive em mim" (2.20). Ou seja, aqueles que andam no Espírito
têm sua carne controlada, mortificada diariamente, e neles o Espírito produz o
que o apóstolo chamou de "fruto".
Na
carta, o "fruto do Espírito" apresenta nove virtudes que descrevem a
atitude do cristão para com Deus, consigo mesmo e com próximo:
1)
Atitudes relacionadas a Deus: amor, alegria, paz;
2)
Atitudes relacionadas ao próximo: paciência, delicadeza, bondade;
3)
Atitudes relacionadas com o indivíduo: fidelidade, humildade, domínio próprio.
Aqueles
que andam no Espírito e manifestam visivelmente seu fruto, o apóstolo ratifica:
"Contra essas coisas não existe lei" (v.23).
Não
se esqueça, sua nova natureza tem sede de comunhão com Deus e de uma vida
santa. Porém, sua velha natureza anseia pelos perversos desejos pecaminosos.
AUXILIO TEOLÓGICO
A
vida pelo Espírito' (5.13-26) [...] Deus não nos libertou da Lei para que
pudéssemos nos comportar de maneira ilegal, mas para que ao confiarmos
completamente no Espírito, Ele pudesse
transformar
nosso interior. [...] A primeira lista contém quatro categorias distintas de
atos da carne. Cada uma delas é um comportamento, um ato público e não uma
característica de personalidade... Em contraste, a lista que Paulo fornece do
Fruto produzido pelo Espírito não inclui nenhum ato nem comportamento
específico! Tudo nesta lista é interior, uma qualidade de caráter. Por que
Paulo não faz estas duas listas estritamente correspondentes e contrasta as
ações devotas com as ações pecadoras, ou contrasta as características devotas
da personalidade com as pecaminosas? Quem sabe a melhor explicação é que a Lei,
que os judaizantes tanto elogiavam, lida somente com o exterior em sua
abordagem à justiça. Ela está relacionada com o que uma pessoa faz, e não com o
que a pessoa é... Na melhor hipótese, o que fazemos é apenas um reflexo do que
somos. A maneira de se produzir justiça é fazer uma mudança interior para que a
pessoa torne-se realmente amorosa e boa" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.414).
A MANIFESTAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO
O
fruto do Espírito se manifesta em nossas vidas por meio das obras. Não há como
negar que nossas atitudes falam mais alto
que
as palavras. Foi o próprio Jesus quem disse que as pessoas são conhecidas ou
reveladas pela qualidade dos frutos que produzem, pois "a árvore boa não
dá frutas ruins, assim como a árvore que não presta não dá frutas boas"
(Lc 6.43). Ou seja, assim como a mangueira não pode produzir nada diferente de
manga, igualmente o ser humano descomprometido com Deus - que rejeitou Jesus
Cristo como seu Salvador e Senhor - não pode produzir nada além de obras que
manifestam os desejos pecaminosos escondidos em seu coração.
O
fruto que o Espírito Santo produz em nós não é produzido para ser apenas
admirado ou usado como adereço, ou ainda, publicado como troféu nas redes
sociais, a fim de ser compartilhado ou curtido. Mas para ser oferecido como
alimento às pessoas carentes da graça de Deus que estão em nosso redor, pois
elas estão famintas e sedentas de amor, alegria, paz, paciência, delicadeza,
bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.
Jesus
é a videira verdadeira e nós os galhos, enquanto estivermos ligados nEle, o
Espírito Santo produzirá belos e saborosos frutos em nós (Jo 15), pois o
próprio Cristo disse "não foram vocês que me escolheram; pelo contrário,
fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca.
Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome" (Jo
15.16).
AUXILIO TEOLÓGICO
O
Relacionamento entre os Dons e o Fruto' Qual o relacionamento entre os dons e o
Fruto do Espírito? O Fruto tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo da
vida é o teste fundamental da autenticidade.
O
Fruto, em Gaiatas 5.22,23, consiste nas "nove graças que perfazem o Fruto
do Espírito - o modo de vida dos que são revestidos pelo poder do Espírito que
neles habita". Jesus disse: "Por seus frutos os conhecereis" (Mt
7.16-20); ver também Lc 6.43-45). Os aspectos do Fruto estão entrelaçados de
modo delicado nas três passagens que falam dos dons. Tanto em Gaiatas quanto
nos textos que definem os dons, as qualidades do Fruto fluem horizontalmente
entre si no ministério (1Co 13; Rm 12.9,10;Ef 4.2).
O
tema principal de Gaiatas não é a justificação pela fé, embora pareça
predominar. O fato é que o propósito da justificação pela fé é o andar no
Espírito. A mesma ênfase no andar (ou vida) no Espírito prevalece nas lições às
igrejas na Ásia Menor (Éfeso), na Acaia (Corinto) e na Itália (Roma)"
(HORTON, Stanley M. ed. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 1996, p.488).
Recapitulando
Nós
cristãos vivemos uma luta interna permanente. A carne e o Espírito lutam pelo
controle de nossa vida, a carne ao dominar o ser humano produz obras perversas.
Em contrapartida, o Espírito ao assumir o controle de nossa vida produz em nós
amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e
domínio próprio.
Devemos
assumir um compromisso diante de Deus e dos homens de sermos adolescentes
guiados peio Espírito Santo, pois assim seremos capazes de influenciar uma
geração perversa e rebelde. Somente pelo Espírito somos capazes de vencer a
carne e frutificar em toda boa obra. Jesus disse: "sem mim vocês não podem
fazer nada" (Jo 15.5). Viva pelo Espírito. Ande no Espírito.
Refletindo
1.
Como e possível vencer a natureza pecaminosa?
Somente pelo e no Espírito somos fortalecidos e vitoriosos sobre
ela.
2.
Quando o apóstolo Paulo refere-se à "carne", ele tem em mente o nosso
corpo físico?
Não. Ele tem em mente a natureza humana caída
3.
Onde e como podemos manifestar o fruto do Espírito?
O fruto do Espírito se manifesta em nossas vidas por meio de nossas obras,
palavras e ações concretas.