O termo dízimo é provinda do
vocábulo hebraico hasar, o qual se
deriva a palavra que significa “dez”,
de modo que todos entendemos o dízimo como referência à décima parte de uma
renda.
Aceitando o dízimo como
princípio bíblico inquestionável e contemporâneo, nos concentramos em entender,
aqui neste espaço, a extensão da renda sobre a qual devemos dizimar.
Nossa produção de resposta à inquirição aqui em foco se faz a partir de uma abordagem de alguns princípios que devem fundamentar a vida cristã, os quais, a saber, são:
1)
FUNDAMENTO BÍBLICO
Uma teologia bíblica do
dízimo nos evidencia que essa era uma prática corrente entre vários povos, tais
como gregos, e romanos, e era aplicada como expressão da piedade religiosa.
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Não fogem a essa regra os
povos semitas, dentre os quais se encontram os patriarcas israelitas Abraão e
Jacó. Em tempos anteriores à instituição do dízimo como princípio legal, nós já
encontramos os patriarcas israelitas dando o dízimo, conforme Gênesis 14.20 e
28.22, sendo que ambos os textos mostram o dízimo sendo relacionado à ideia de
totalidade.
Na instituição da lei, o
dízimo deveria consistir de toda a produção anual de alimentos e do crescimento
dos rebanhos (Lv 27.30-34); e ainda pode-se entender de acordo com Deuteronômio
26.12-15, que o estabelecimento do "dízimo trienal" visava a prestar
conta do excedente.
Na fase de amadurecimento e releitura
da lei mosaica, vive-se no período templário, monárquico e de profetismo a
manutenção da ideia do dar o dízimo sobre todas as coisas (2Cr 31.5). No Novo
Testamento, a proposta de dar o dízimo sobre toda renda pode ser constatada, de
modo implícito, nos textos de Mateus 22.23 e Hebreus 7.2-9.
2)
FUNDAMENTO DA POSIÇÃO DE DEUS EM NOSSA VIDA
Todo cristão deve ser
consciente de que ele não paga e nem dá o dízimo ao Senhor Deus, antes, sim,
ele entrega a Deus aquilo que o pertence. Tudo o que houve, há e haverá
pertence ao Senhor (SI 24.1). Reconhecer isso significa ato de adoração
absoluta. Por conseguinte, todos os bens que até nós chegam vêm da parte de
Deus, de modo que tudo o que a Deus levamos, deve ser entendido como entrega
(ICr 29.14; Pv 3.9.10). Essas boas dádivas que nos chegam da parte de Deus não
são nossas. Somos apenas mordomos dos bens que Deus nos confia (lCo 4.1.2). Por
isso, na Nova Aliança, devemos entregar tudo ao Senhor, de maneira que ao
devolvermos ao Senhor o dízimo de tudo aquilo que obtivermos como renda, nós
ainda estamos entregando menos do que nos caberia pelo que Deus fez por nós.
3)
FUNDAMENTO DA GRATIDÃO
Se entendemos que toda boa
dádiva provém de Deus, o Pai das Luzes (Tg 1.17), logo compreendemos que do
Senhor nos chega toda a nossa provisão, bem como tudo aquilo que entendemos por
lucro (lCo 16.2), e isso nos gera a gratidão em querer devolver ao nosso Deus
ao menos a décima parte de tudo aquilo que Ele nos tem dado. As Escrituras
Sagradas deixam explícito que essa voluntariedade em entregar ao Senhor o que
lhe pertence está longe da tendência natural do homem, pois este é, em sua
herança adâmica, preso à matéria, às coisas temporais e terrenas. Somente no
momento em que o coração do homem alcança um verdadeiro avivamento é que
consegue entregar os seus dízimos fiel e abundantemente a Deus (Ne 10.37.38).
Somente um novo coração, avivado por Deus, consegue dar o dízimo de tudo com
liberdade e alegria (1Co 9.7).
Logo, tenho a convicção de
que todo cristão deve dizimar de tudo aquilo que lhe vier às mãos, pois tudo
vem de Deus e nós, em expressão de reconhecimento, submissão e gratidão,
devolvemos a Ele a décima parte dessas grandes dádivas que Ele nos confia.
A realidade bíblica de que
colhemos de modo condizente ao que semeamos por certo será uma realidade
vivenciada por aqueles que conseguem tornar essas verdades, acima mencionadas,
uma prática efetiva em suas vidas cristãs.
Adaptado dos Escritos de: PR. Juvenil dos Santos
Fonte Original: JMP – Julho de 2007
Editora: CPAD
Fonte: www.sub-ebd.blogspot.com