Obs. Este artigo é um subsídio bíblico
para a lição 13 do 3°trimestre, 2016.
Atenção. PARA OS NOVOS SUBSÍDIOS DO 4°
TRIMESTRE, acesse aqui
INTRODUÇÃO
A
evangelização integral só acontecerá se a igreja anunciar o evangelho de forma
simultânea nos âmbitos local, nacional e transcultural. Este é um método
desafiador, mas bíblico, conforme vemos em Atos 1.8.
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra (At 1.8)”.
Observe
que Jesus não disse para primeiro pregar em Jerusalém, depois na Judéia, depois
em Samaria e só então ser testemunha até os confins da terra, mas mandou pregar
tanto em Jerusalém como em toda Judéia, Samaria e até os confins da terra.
Isto
fala de “simultaneidade”, do contrário o evangelho estaria ainda em Israel,
confinado entre os judeus, pois Jesus mesmo disse: "porque em verdade vos
digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho
do Homem" (Mt 10.23).
I. A EVANGELIZAÇÃO LOCAL
Os
textos de Atos 2.42-47; 4.32-53 juntos se completam e mostram o começo da
igreja de Jerusalém. Era uma igreja que se caracterizava pela comunhão, sinais
sobrenaturais, solidariedade de seus membros, testemunho da ressurreição de
Cristo, e pelo poder atuante do Espírito Santo na vida dos discípulos.
Salvar
1. Características do
evangelismo local da Igreja de Jerusalém.
a)
Intenso e dinâmico (At 2.46,47; 5.42)
b)
Ousado (At 4.19,20; 23-31)
c)
Dava ênfase ao ensino (At 2.42)
d)
Seguido pelos sinais (At 2.43)
e)
impulsionado e dirigido pelo Espírito Santo (At 4.8,31; 5.17-41; 7.55)
II. A EVANGELIZAÇÃO NACIONAL
A
ordem dada por Jesus aos discípulos momentos antes de sua ascensão - que fossem
suas testemunhas até aos confins da terra - não estava sendo cumprida pelos
crentes em Jerusalém. Apesar de contar com milhares de crentes, os quais
continuavam vivendo em Jerusalém tendo tudo em comum, a Igreja primitiva ainda
não havia tomado consciência de sua missão.
Foi
então que Deus permitiu abater sobre os discípulos a perseguição que os
dispersou para várias regiões. Filipe, por exemplo, foi para Samaria. Outros
discípulos testemunharam em outras cidades e muitos se converteram, tendo-se
iniciado a formação do poderoso núcleo do evangelho que foi a igreja em
Antioquia.
III. A EVANGELIZAÇÃO TRANSCULTURAL (Mt
28.19).
1. Termos envolvendo a
evangelização
a)
Evangelização transcultural.
Quando
falamos de evangelização transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em
cruzar qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo.
Observe que o termo “nação” de Mateus
28.19, vem do grego “ethnos”, cujo significado
é povos na sua essência étnica, envolvendo cultura, tradições.
b)
Transculturação.
A
“transculturação” significa encontrar em cada cultura os instrumentos adequados
para proclamar de forma clara, aceitável e consciente a mensagem do evangelho.
O
apóstolo Paulo é um grande exemplo de alguém que praticou a transculturação. A
vida de Paulo caracterizou-se pela transculturação. Ele era judeu para com os
judeus e gentio para com os gentios: 'E fiz-me como judeu para os judeus, para
ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da
lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como
se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de
Cristo), para ganhar os que estão sem lei' (l Co 9.20,21).
Ele
mesmo diz: 'Fiz-me como fraco para com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me
tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns' (l Co 9.22).
c)
Evangelização e Evangelismo.
Evangelização
é o anúncio da mensagem. Já a palavra Evangelismo refere-se à técnica de
comunicação da mensagem.
d)
O que é Missões Transculturais
O prefixo trans
deriva-se do latim e significa "movimento para além de",
"através de". Portanto, em linhas gerais, missão transcultural é
transpor uma cultura para levar a mensagem universal do Evangelho. A mensagem
do Evangelho não pode se restringir a uma só cultura, mas ter alcance
abrangente, em todos os quadrantes da terra, onde quer que haja uma etnia que
ainda não a tenha ouvido.
Comunicar
o Evangelho através das barreiras culturais é muito mais complicado e difícil
que evangelizar o povo de nossa própria terra. Para que o missionário
intercultural tenha êxito, precisa conhecer a dinâmica fundamental da
comunicação intercultural. S e ele aprender a superar as barreiras da
comunicação, fundamentadas nas diferenças culturais, seu trabalho será muito
mais frutífero.
Os
antropólogos definem a cultura como herança total do homem não transmitida
biologicamente. É um sistema de normas de conduta aprendidas, comuns aos
membros de uma sociedade em particular, ou o modo de vida de determinado grupo
étnico.
Os
valores que tem em comum e a forma de conduta são aceitas como normais em seu
meio. Esse conhecimento nos é transmitido desde a infância até o momento em que
morremos. Essa cultura não é estática, mas está em constante processo de
mudanças que acontecem lentamente.
Às
vezes essa cultura muda quando um missionário leva o Evangelho e o povo assimila
conhecimentos novos mudando, muitas vezes, sua maneira de vida. Com o tempo, um
número cada vez maior de pessoas adota essa nova conduta cristã, tornando-a
normal entre o povo.
2. As perseguições motivaram
o início da evangelização transcultural.
As
perseguições iniciadas em Jerusalém, depois do martírio de Estêvão, tornaram
insuportável a situação dos cristãos naquela cidade. Muitos foram dispersos,
não só pela Judéia e Samaria, mas para além da terra de Israel, indo para a
Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e Cirene (v.19; 8.1-4). De todas essas
regiões, Antioquia sobressaiu-se, tornando-se mais importante centro missionário
do primeiro século. Durante os primeiros séculos do Cristianismo ela esteve
entre os cinco maiores centros cristãos da história: Antioquia, Jerusalém,
Alexandria, Constantinopla e Roma.
3. Depois das perseguições
nasce a primeira igreja gentia.
Quando
os apóstolos souberam da existência de discípulos em Antioquia, enviaram para
lá Barnabé, incumbido de sondar a legitimidade das conversões. Tendo chegado e
visto que de fato Deus concedera sua graça aos gentios, exortou os discípulos a
permanecerem no Senhor e partiu em busca de Saulo, que estava, por aquele
tempo, em Tarso, para engajá-lo na tarefa de estruturar a nova igreja. Então,
os dois juntos se aplicaram intensamente ao ensino.
Em
Antioquia da Síria estava à primeira igreja gentia e a maior igreja missionária
depois de Jerusalém. Além dessas duas características, gentia e missionária,
Antioquia também teve o privilégio de ter o apóstolo Paulo como seu pastor (At
11.26), tornando-se a base missionária deste apóstolo.
4. A igreja de Jerusalém deu
inicio a evangelização transcultural.
Barnabé
foi enviado pela igreja de Jerusalém para ensinar aos gentios de Antioquia (At
11.26). Entendeu muito cedo o caráter universal do evangelho de Jesus. Ele e
Saulo foram os primeiros pastores de Antioquia, e no exercício de seu
ministério ultrapassaram as barreiras culturais.
O
Cristianismo é transcultural; a igreja de Jerusalém enviou o homem certo para
Antioquia. Por ser cipriota, talvez tivesse mais jeito de lidar com os gentios
(At 11.22). Esse é um exemplo de missionário enviado para ensinar numa igreja
já constituída.
IV. OS CAMPOS PARA A EVANGELIZAÇÃO
INTEGRAL
Disse Jesus: ... “ser-me-eis
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra” (At 1.8).
Com base nesse texto bíblico, podemos
identificar e situar o campo do ganhador de almas nos seguintes lugares:
-
A casa onde reside — evangelização de
familiares.
-
A rua onde mora - evangelização de vizinhos.
-
O transporte que utiliza — evangelização de
passageiros.
-
O local onde trabalha — evangelização de
companheiros.
-
A escola onde estuda - evangelização de
colegas.
-
O local onde faz suas compras — evangelização
de conhecidos.
-
O templo onde congrega — evangelização de
visitantes.
-
As visitas que faz — evangelização de
parentes, colegas.
-
O bairro onde se localiza — evangelização por
todas as ruas e casas.
-
A cidade onde se situa - evangelização visando
a atingir todos os bairros e vilas.
-
Os locais circunvizinhos - evangelização de
bairros, vilas, povoados, etc.
-
Os locais de aglomeração — evangelização nas
feiras- livres, cemitérios, praças de esportes, teatros, exposições, filas de
ônibus, metrô, praças públicas, etc.
-
Os estabelecimentos de ensino — evangelização
nas universidades, escolas, etc.
-
As casas de saúde - evangelização em
hospitais, asilos, casas de recuperação, sanatórios, etc.
-
Os locais de diversão — evangelização em
clubes, cinemas, teatros, estádios, restaurantes, etc.
-
Presídios e casas de detenção — evangelização
dos encarcerados.
-
Religiões e seitas — evangelização de
espíritas, adeptos de seitas orientais, mórmons, testemunhas-de-jeová, etc.
-
Grupos étnicos diversos — evangelização de
japoneses, coreanos, judeus, indígenas, etc.
-
Os desviados — evangelização para trazê-los de
volta à casa paterna.
-
Os grupos abastados - evangelização dessa
classe de pessoas tão carentes espiritualmente quanto os menos favorecidos.
-
Áreas carentes de nossa pátria — evangelização
de regiões carentes como: Nordeste (sertão da Bahia, Ceará, Piauí, etc.), Norte
(Amazonas, Rondônia, etc.), Sudeste (grande parte de Minas Gerais e Espírito
Santo), etc.
-
3. “CONFINS DA TERRA” PARA A
IGREJA UNIVERSAL
-Todo o mundo (Mc 16.15)
-Todas as nações (Mt 28.19)
-Toda criatura (Mc 16.15)
-Todas as gentes e raças (Mc 13.10)
-Todas as aldeias (Mt 9.35)
-Em
todo lugar (At 17.30)
-Confins
da terra (At 1.8)
V. O ESPÍRITO SANTO NA EVANGELIZAÇÃO
INTEGRAL NESTA ÚLTIMA HORA.
Em
Atos 13, vemos como a assistência do Espírito Santo é imprescindível à obra de
evangelização.
1. Escolha.
Em
Antioquia havia cinco profetas e doutores, e o Espírito de Deus escolheu o
primeiro e o último da lista: Barnabé e Saulo (vv. 1,2). Por que não o primeiro
e o segundo? Porque a chamada é um ato soberano dEle (Hb 5.4).
2. Envio.
Eles
foram também enviados pelo Espírito (vv. 3,4). A igreja apenas os despediu,
pois é Ele quem escolhe e envia (Mc 3.13,14).
3. Capacitação.
Paulo
e Barnabé manejavam bem a Palavra de Deus (vv. 16-44), eram cheios do Espírito,
de ousadia (v.46) e tinham autoridade divina para repreender os que se lhes
opunham (vv. 5-12; At 4.31).
4. Direção.
Guiados
pelo Consolador, eles faziam discípulos numa cidade e partiam para outra (vv.
46-51). Graças à direção e providência do Espírito, o Evangelho, tendo
alcançado a Europa (At 16.6-10), chegou também a América do Norte, de onde
vieram os missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, pioneiros do
Movimento Pentecostal no Brasil!
CONCLUSÃO
O
Senhor Jesus já deixou ao despor de sua igreja as ferramentas adequadas para
sua igreja evangelizar de forma integral. Por exemplo. Já recebemos a ordem de
evangelizar e discipular (Mc 16.15; Mt 28.19,20). Temos todas as peças da
armadura de Deus (Ef 6.11-18). Já temos o poder (Mc 16.16-18; Lc 10.19). Já
temos tecnologia. O que nós falta? Coragem? Desejo de obedecermos mais a
vontade do Senhor?
Outas
perguntas oportunas: Temos atuado na evangelização local (em nossa
cidade)? Temos levado o evangelho e para
outros estados de nossa federação (evangelismo nacional)? Essas são perguntas
que os pastores líderes de Setores, campos e convenções devem responder.