Obs. Lições Bíblicas – CPAD – 4° trimestre de 2016 –
Classe: Jovens
TEXTO DO DIA
"Rogo-vos.
pois. irmãos, pela compaixão de Deus. que apresenteis o vosso corpo em
sacrifício vivo. santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12
1).
SÍNTESE
Deus
criou todas as coisas ordenadamente. Nada veio do caos, tudo que existe tem uma
razão de ser; assim também no culto ao Senhor necessitamos de princípios
básicos de organização.
AGENDA DE
LEITURA
SEGUNDA
- 1 Co 11.34: A necessidade de ordem no culto
TERÇA
- 1 Tm 2.8: A oração e o culto a Deus
QUARTA
- Ef 5.19:O louvor como parte de nosso culto
QUINTA
- Cl 3.16: A pregação da palavra como um momento do culto
SEXTA
- 2 Co 9.13: A administração de ofertas no culto
SÁBADO
– Cl 2.18: Cuidado com os falsos cultos
VEJA
TAMBÉM:
OBJETIVOS
• DEFINIR e problematizar o
conceito de liturgia.
• ANALISAR o problema
envolvendo a liturgia entre os coríntios.
• APRESENTAR os desafios envolvendo
a liturgia na Igreja atual
INTERAÇÃO
Carol
(a) educador (a) o tema da lição de hoje requer muita atenção devido algumas
características especificas:
1) Cuidado para não transformar sua aula numa discussão muito
técnica, desinteressante e longe da realidade de seus alunos:
2) Evite expor publicamente qualquer liderança de sua igreja
local ressalte sempre aos educandos que os fundamentos de nossa discussão são
gerais e impessoais;
3) Incentive a participação de seus alunos de modo positivo,
solicitando-os a sugestão de ações que podem tomar a liturgia de sua igreja
algo mais dinâmico e próximo à realidade da comunidade. As sugestões
organizadas podem, por exemplo, ser implementadas inicialmente nos cultos ou
atividades realizadas sobre a liderança dos jovens Que ao final de sua aula, os
corações de seus educandos estejam voltados a desenvolver estratégias para
abençoar efetivamente a igreja local superando todo tipo de exageros ou
desregramentos.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Você vai precisar de
um aparelho de reprodução de vídeos; seleção de vídeos. Apresente aos seus
alunos fragmentos de vídeos nos quais ocorram procedimentos louváveis ou
reprováveis para que depois eles possam apontar quais os erros e acertos de
cada vídeo (diante da impossibilidade de apresentação dos vídeos, que em último
caso podem ser apresentados no próprio celular do educador, crie algumas
situações através das quais os alunos possam fazer a análise sugerida). Ao
final da discussão, promova um momento de reflexão a respeito da necessidade de
organização do culto a Deus para que se evite exageros ou distorções.
TEXTO
BÍBLICO
1 Coríntios 14-26-33
26
Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem
doutrina tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação.
27
E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou. quando muito,
três, e por sua vez, e haja intérprete.
28
Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e
com Deus.
29
E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
30
Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o
primeiro.
31
Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos
aprendam e todos sejam consolados.
32
E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
33
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos
santos.
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, estudaremos questões como: existe uma liturgia ideal? Liturgia,
formalismo e fanatismo; culto à forma X culto a Deus. Estudaremos a respeito da
natureza, necessidade e lógica da liturgia, compreendida como conjunto de
procedimentos públicos que orientam o culto a Deus.
I - LITURGIA
1. O que é liturgia?
O
termo “liturgia" é derivado de um vocábulo do mundo político da Grécia
Antiga, que foi incorporado ao contexto religioso. Definia-se como liturgia o
trabalho que um cidadão exercia em beneficio da coletividade. Tal atribuição
não era percebida como um encargo, mas com uma honra. Ações como serviço
militar, responsabilidade em cargos políticos, construção de bens públicos,
todos eram concebidos como liturgia.
Quando
introduzida no campo religioso a palavra passou a designar a organização dos
elementos cúlticos com a finalidade de prestar adoração e louvor a Deus de
forma coletiva e saudável.
Em
o Novo Testamento textos como 2 Coríntios 9.12: Filipenses 2.17 e Hebreus 8.6,
utilizam o termo que é traduzido, respectivamente, como administração, serviço,
ministério Pode-se assim notar que a liturgia não tem um fim em si mesma, mas
tem como objetivo contribuir para que cada elemento do culto cumpra seu papel
principal, que é colaborar na adoração.
2. Quem precisa de
liturgia?
Se
vivemos em comunidade é natural que em determinado momento surjam as
divergências. Elas não são necessariamente fruto do pecado ou da influência de
Satanás, mas produto de nossas singularidades. Essa natureza multifacetada da
humanidade repercute no corpo de Cristo, assim como nos ministérios que
exercemos nele (Ef 411: Rm 12.6-8).
Diante
dessa condição própria da humanidade, o desenvolvimento de um conjunto de
princípios para a organização do culto é absolutamente necessário. Sem um
ordenamento mínimo qualquer organização humana toma-se caótica, até mesmo a
adoração a Deus Deste modo, por melhores que sejamos ou mais espirituais que
nos achemos, todos necessitamos de limites e sinais que nos apontem até onde
podemos ir.
3. Quais os
fundamentos de uma liturgia.
O primeiro fundamento da
liturgia é o louvor a Deus. Tudo o que acontece no culto deve exaltar e
bendizer ao Pai, logo, se algo é realizado sem tal finalidade deve ser
suprimido da devoção coletiva.
A segunda razão de ser da liturgia
é a coletividade, isto é, tudo que envolve o processo de organização do culto
deve visar o bem comum, jamais o interesse individual. Por isso, gostos e
preferências particulares precisam ser deixados de lado.
O
culto é organizado para glória de Deus e alegria de todos os adoradores (Sl
32.11; 68.3).
O terceiro elemento da liturgia
é a organização; a aplicação da liturgia deve permitir que participação no
culto seja inteligível a todos. Não há nada indiscernível ou misterioso no
culto; tudo o que acontece deve promover uma adoração racional.
II - O PROBLEMA DO
CULTO EM CORINTO
1. Corinto, uma
igreja de excessos.
A
igreja em Corinto espelhava a comunidade na qual estava inserida: cheia de
exageros e imoderação (1Co 4 8; 5,6) Não que aquela comunidade fosse apenas um
reduto de pecados - apesar deles existirem (1 Co 5.1.2; 8.12) -. mas. ao
contrário. a graça de Deus fora derramada ali de modo especial (2 Co
74:8.7:3.8,14).
Aquela
igreja transbordava em bênçãos de Deus (1 Co 1.7), esse talvez fosse o ‘bom
problema" em Corinto: havia tantos dons. bênçãos, milagres e ministérios,
que se iniciou ali um choque de atuações e serviços; enquanto alguns eram
abençoados, outros eram atribulados (1 Co 14.17). Foi algo tão sério que a
comunidade chegou a partidarizar-se em torno de algumas lideranças - as quais
por sua vez possuíam características ministeriais e carismáticas diferentes (1
Co 3.1-6). Diante desse abençoado, mas problemático, excesso de dádivas, o que
fazer?
2. A adoção de uma
liturgia para edificação coletiva.
Havia
muitos talentos entre os coríntios (1 Co 14. 26). Per isso, para o
desenvolvimento espiritual de todos, era necessário a adoção de um plano
litúrgico para que as celebrações em Corinto fossem edificantes para todos
Logo, deveria haver espaço para tudo, do louvor ao falar em línguas, passando
pela profecia e pelo discernimento de espirito. Um conceito chave, entretanto,
era a ordem, de modo que cada um, a partir de seu próprio relacionamento com
Deus e no desenvolvimento de sua adoração, deviam colaborar, individualmente,
para o estabelecimento de um bom ambiente de louvor a Deus. A desculpa de que o
momento da adoração nos conduz ao descontrole é inválida.
3. O principio do
amor na estruturação da liturgia.
Paulo
deixa bastante claro que todas as regras comunitárias, operações sobrenaturais,
normas coletivas e manifestações espirituais precisam ser mediadas pelo amor (1
Co 12.31). Nada deve ser feito por revanchismo. sentimento de humilhação do próximo,
ou narcisismo (1 Co 14.36).
Cada
cristão daquela comunidade tinha o privilégio de exercer seus dons e
ministérios, desde que levasse em conta que a existência desses era para a
glória de Deus e serviço à comunidade Sem a devida conciliação entre dons ministérios e amor. a bênção de Deus pode tornar-se inválida (1 Co 14.19,23)
Não existe culto sem a manifestação de Deus, as operações espirituais sem a
mediação do amor tornam-se puro exibicionismo e espetáculo que somente
atrapalham o culto e afastam a glória de Deus.
III - LITURGIA. FORMALISMO E EXIBICIONISMO
1. O culto a Deus X o
culto ao culto.
A
história é dinâmica, assim como o desenvolvimento do povo de Deus. Durante o
curso do desenvolvimento do plano divino sobre a terra, o Senhor vem se
utilizando de diversas estratégias para auxiliar o seu povo no louvor: orientou
a construção do tabernáculo e do Templo. Exigiu sacrifícios de animais e agora
pede sacrifícios de louvor (Hb 13.15). Se com Israel e a Igreja Primitiva as formas
de cultuar a Deus mudaram é natural que em nossas comunidades algo também se
altere, sem contudo, a essência ser perdida.
2. Formalismo.
Formalismo
é uma observância estrita a regras e formas, e isso em algumas igrejas vem se
tornando um problema no momento do culto. Em alguns lugares, o culto é tão
mecânico que sua previsibilidade engessa a adoração. Em outros casos, uma pessoa
pode até não andar realmente de acordo com os padrões de Deus, mas se ela
seguir o formalismo do culto, pode até ministrar a adoração. Isso é errado!
Pois, os adoradores verdadeiros mais do que seguir regras, seguem uma vida de
obediência a Deus. Não existe fervor nas orações, que já se tornaram vãs
repetições. A forma como o culto é apresentado é muito mais importante que o
Deus que se pretende adorar. Ir ã igreja tornou-se uma tradição.
3. O perigo da falta
de ordem.
Semelhante
a comunidade em Corinto, em várias igrejas a abundância de dons. que deveria
ser um sinal de bênção, tem se tornado motivo de tribulação. Em alguns lugares
há tanto louvor que não é possível ter pregação da Palavra já em algumas
comunidades o momento da oferta tornou-se o centro do culto, ocupando a maior
parte do tempo Como faz falta uma boa e genuína liturgia nestes lugares.
SUBSÍDIO 1
O formalismo cansa a
Deus
O
culto levítico fora instituído, a fim de que Israel adorasse a Deus de forma
verdadeira e amorosa (Lv 20.7). Os seus vários sacrifícios oferendas e oblações
deveriam ser subentendidos como figuras dos bens futuros (Hb 10.11).
Infelizmente, os israelitas passaram, com o decorrer do tempo, a adorar a
própria adoração. Acabaram por considerar o culto superior ao cultuado. E isso
trouxe-lhes consideráveis prejuízos. Haja vista o que aconteceu à serpente de
bronze (Nm 21.8; 2 Rs 18.4) Na vida dos judeus, cumprira-se o que, certa feita,
afirmou Charles Montesquieu: A maior ofensa que se pode fazer aos homens é tocar nas suas cerimônias e nos seus usos’. De tal maneira o formalismo
contagiou os judeus que, no tempo de Jeremias, passaram eles a considerar o
Templo do Senhor como mais importante que o Senhor do Templo (Jr 7.4).
Achavam
que, apesar de suas iniquidades, os sacrifícios e oblações, que pensavam eles
endereçar ao Altíssimo, ser-lhes-iam mais do que suficientes para torná-los
aceitáveis diante de Deus (Jr 3.1-15). Como estavam enganados! [...] Assim é o
cristianismo nominal’ (ANDRADE. Claudionor. de Fundamentos Bíblicos de um
Autêntico Avivamento 1.ed Rio de Janeiro: CPAD. 2004 p 128).
SUBSÍDIO 2
"O
espirito do profeta e o Espirito do Senhor. Precisamos fazer a nossa parte, a
fim de que o Espirito realize a dEle. E isso esta relacionado com a liturgia,
conjunto dos elementos que compõem o culto cristão (At 2.42-47:1 Co 1426-40: Cl
3.16). Embora seja possível liturgia sem culto, não há culto sem liturgia (Is
1.11-I7:2913: Mt 15.7-9:1 Co 11.17-22) A parte litúrgica compreende diversas
partes do culto: oração (At 12.12; 16.16); cânticos (1 Co 14.26. Cl 3.16);
leitura e exposição da Palavra de Deus (Rm 10.17: Hb 13.7); ofertas (I Co
16.1.2); manifestações e operações do Espirito Santo (I Co 14.26-32); e bênção
apostólica (2 Co 13.13; Nm 6.23-27).
Tomando
como base o livro de Atos dos Apóstolos e as Epistolas (At 2.1-4; Ef 519; Cl
316). vejamos como era o culto, nos tempos do Novo Testamento. A promessa da
efusão do Espirito (Jl 2.28) cumpriu-se no dia de Pentecostes (At 2.16-18),
quando os que estavam reunidos foram 'cheios do Espirito Santo e começaram a
falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem'
(At 2.1-4) Essa experiência pentecostal repetiu-se em outras ocasiões: At
814-20; At 917; At 10.44-48; At 19.1-7" (GILBERTO. Antonio. Teologia Sistemática
Pentecostal 1.ed Rio de Janeiro CPAD. 2008. p. 208).
CONCLUSÃO
A
importância da liturgia para o desenvolvimento da adoração a Deus é algo que
devemos continuamente reconhecer Todos somos capazes de perceber quando a
programação de um culto está mal elaborada ou simplesmente não existe: isto
porque essa irresponsabilidade afeta coletivamente o louvor que se pretende
apresentar ao Senhor Busquemos a Deus com fervor, mas sempre numa perfeita
organização.
HORA DA REVISÃO
1. Explique com suas palavras o que é liturgia.
Resposta
pessoal. (Sugestão: O conjunto de procedimentos públicos que orientam o culto a
Deus).
2. Por que a organização do culto por meio de uma liturgia se faz
tão necessária?
Para
que se evite discórdia no momento do culto a Deus, pois somos todos seres
únicos e por isso diferentes uns dos outros.
3. Quais os três fundamentos que justificam a natureza da liturgia?
Adoração,
coletividade e organização.
4. Por que a igreja em Corinto enfrentava problemas se ela era
abundante em dons e ministérios?
Porque
lhe faltava organização na administração dos dons, isto é, na liturgia.
5. Que perigos corremos quando não se adota uma liturgia básica para
cultuar a Deus?
Exageros
e excessos de um lado; manipulação, controle personalista e formalismo do
outro.
Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, 4° trimestre de 2016
Editora: CPAD