Obs. Este artigo é um subsídio bíblico para a lição 10 do
3°trimestre, 2016.
Atenção. Para a continuação deste artigo, acesse aqui
INTRODUÇÃO
Veremos
o conceito de família na bíblia, apresentaremos dicas para se evangelizar o
cônjuge, além de abordarmos sobre a comunicação em família.
I. O CONCEITO DE FAMÍLIA NA BÍBLIA
1.
Família no Antigo Testamento.
Várias
palavras expressando a ideia de família aparecem na Bíblia, No Antigo
Testamento, o heb. bayith (lit., “casa”) pode significar a família que vive na
mesma casa (por exemplo, 1 Cr 13.14) e é frequentemente traduzido como “casa”
(por exemplo, Gn 18.19; Êx 1,1; Js 7.18, lembre-se do caso de Acã, encontrado é
o termo heb. Mishpaha com o significado de “parentesco” (por exemplo, Gn
24.38-41), “família” ou “clã", usualmente com uma conotação mais ampla do
que a do termo "família” que usamos (por exemplo, Gn 10.31,32).
a) A abrangência do termo família.
A
família ou casa judaica incluía não somente membros imediatos intimamente
ligados por laços de sangue ou de casamento, mas abrangia também escravos,
servos contratados, concubinas e até mesmo estrangeiros.
Abraão
circuncidou cada homem de sua casa, de Ismael até os escravos nascidos em sua
casa e aqueles que foram comprados de estrangeiros (Gn 17.23,27).
Note
como era extensa a família de Jacó, sendo 66 o número de todos os seus filhos e
netos, sem contar as esposas de seus filhos (Gn 46.5-7,26). Os filhos eram
grandemente desejados e eram muito importantes na administração familiar,
especialmente os meninos (SI 127.3-5; 128.3; Rt 4.11).
b) Posição social e papel.
Na
família do AT, o pai exercia autoridade praticamente absoluta; daí a
necessidade de, no NT, adverti-lo a não provocar a ira dos filhos (Ef 6,4; Cl
3.21). Ele simbolizava a tradição, a linhagem da família e sua esperança para o
futuro.
O
seu dever era liderar a família em adoração.
Quando
ele o fazia, a sua integridade e devoção a Deus tomavam-se um exemplo para os
seus descendentes (por exemplo, Jó 1.5); quando o pai falhava, ele era
amargamente acusado (SI 78.8; Am 2.6,7).
A
mãe também tinha grande influência nos bastidores, como no caso do conselho de
Rebeca a Jacó (Gn 27.11-17). Ela confortava seus filhos (Is 49.15; 66.13) e era
amada e respeitada por eles.
O
filho mais velho, ou primogénito, normalmente era preparado e treinado para o
futuro papel de chefe da família.
Talvez
por causa das obrigações e responsabilidades extras como líder do clã, este
recebia uma porção dobrada da herança.
c) Provérbios relação às questões
familiares.
O
livro de Provérbios está especialmente repleto destes ensinos. O efeito da
criança sobre o estado de espírito da família (10.1; 15.20; 17.25; 23.24,25); o
valor da disciplina rígida (13.24; 19.18; 22.15; 23.13,14; 29, 15,17; Hb
12.5-11); as advertências contra a desobediência aos pais (19.26; 20.20); e o
agravo da mulher rixosa (19.13; 27.15) - estes são alguns dos sábios provérbios
com relação às questões familiares.
2. Família no Novo Testamento.
O
Novo Testamento usa o gr. oikia (“casa”, “lar”, “os da casa”, por exemplo, Lc
19.9; At 10.2; 16.31; 18.8; 1 Co 1.16) e olkiakos (“membros do grupo familiar
de alguém”, Mateus 10.25,36).
a) A família e os escritores do
Novo Testamento.
Os
escritores do Novo Testamento construíram sobre os princípios e ideais para a
vida familiar estabelecidos no Antigo Testamento. Referindo-se ao relato de
Genesis, Jesus esclareceu e confirmou o conceito original de permanência na
terra do relacionamento matrimonial (Mt 19.3-6).
Embora
o termo “apegar-se-á” (Gn 2.24) sugira fortemente que esta união deveria ser
para toda a vida, Jesus não deixou dúvidas ao dizer; “Portanto, o que Deus ajuntou
não o separe o homem” (Mt 19.6).
b) A
comparação que Paulo fez em entre a família e Cristo.
Paulo
elevou o casamento ao seu nível mais alto ao comparar o marido a Cristo, e a
mulher, à igreja (Ef 5.22,23). O marido, diz o apóstolo, deve amar a sua “mulher,
como também Cristo amou a igreja”, e a mulher deve sujeitar-se ao seu marido
como a igreja deve sujeitar-se a Cristo (Ef 5.25,22-24).
O
homem como um marido amável refletindo as atitudes generosas e sacrificiais do
próprio Cristo, deve ser o “cabeça da mulher’, dando-lhe segurança e proteção.
c) Jesus e as crianças.
Jesus
também elevou as crianças a uma posição proeminente em seu plano divino quando
ensinou que elas não deveriam ser ofendidas (Mt 18.6), desprezadas (18.10) e
tampouco proibidas de irem a ele (19.14).
Paulo
reitera um princípio do Antigo Testamento ao colocar a responsabilidade
primária de treinar as crianças sobre os ombros dos pais (Ef 6.4).
d) A formação da família.
O
casamento com incrédulos é proibido para o povo de Deus, a fim de evitar que se
desviem para adorar outros deuses (Dt 7.3,4; 2 Co 6.14).
O
texto em 1 Coríntios 7 dá instruções práticas com relação ao problema do
egoísmo no casamento (vv. 1-5), diz o que fazer quando um cônjuge não é
convertido (vv. 12-16) e adverte contra o problema da lealdade dividida (vv.
32-35).
Jesus
trata da questão do divórcio Mt 19.3-11), e Paulo dá instruções relacionadas ao
casar-se de novo (1 Co 7.39,40; Rm 7.1-31.
Conselhos
práticos para esposas e mães podem ser encontrados em Tito 2.3-5 e 1 Pedro
3.1-6.
3. Princípios e bases bíblicas da
vida familiar.
O
padrão básico de Deus para o casamento está registrado em Génesis 2.18-25. Como
planejado originalmente, este relacionamento envolvia um homem e uma mulher,
uma união física (Gn 1,28) e uma nova unidade social (Gn 2.24).
A
família era construída sobre estes princípios básicos, e, por todo o AT, a
família era considerada no tratamento de Deus para com o homem. Os filhos eram
considerados dádivas e bênçãos de Deus (Gn 4.1; 33.5; SI 113.9; 127.3; 68.6).
O
pai e a mãe eram responsáveis por treiná-los (Dt 6.6-9; Pv 22.6), e o pai era
particularmente responsável por fornecer um exemplo consistente de uma vida de
temor e obediência ao Senhor. O fracasso neste aspecto traria resultados
devastadores (Êx 20.4,5; Nm 14.18), bem ilustrados na apostasia de Israel (2 Rs
17.14; 2 Cr 33.22-25; At 7.51-53).
Não
há dúvida de que os ensinos da Bíblia elevam a família e sua função a um nível
não alcançado em nenhuma outra literatura ou sociedade. Embora esta unidade
social divinamente instituída tenha falhado em muitos casos, não funcionando em
um nível correto dentro da comunidade cristã, o padrão santo de Deus para a
vida da família não está invalidado.
II. COMO AGIR PARA GANHAR O
CÔNJUGE PARA CRISTO
1. Atitudes da Esposa Crente.
Pedro
3 ensina como uma esposa deve agir a fim de ganhar para Cristo o seu marido não
salvo.
1)
Ela deve ser submissa ao marido e reconhecer a sua liderança na família (Ef
5.22).
2)
Ela deve conduzir-se de modo santo e respeitoso, com espírito manso e quieto
(vv. 2-4).
3)
Ela deve esforçar-se para ganhar o marido para Cristo, mais pelo comportamento,
do que por suas palavras.
A
esposa tem a tarefa, dada por Deus, de ajudar o marido e de submeter-se a ele
(Ef 5. 22-24). Seu dever para com o marido inclui o amor (Tt 2.4), o respeito
(Ef 5. 33; 1 Pe 3.1,2), a ajuda (Gn 2.18), a pureza (Tt 2.5; 1 Pe 3.2), a
submissão (Ef 5. 22; 1 Pe 3.5), um espírito manso e quieto (1 Pe 3.4) e o ser
uma boa mãe (Tt 2.4) e dona de casa (1 Tm 2.15; 5.14; Tt 2.5). A submissão da
mulher ao marido é vista por Deus como parte integrante da sua obediência a
Jesus, "como ao Senhor" (Ef 5. 22; 1 Tm 2.13,15).
2. Atitudes do esposo Crente.
Deus
atribuiu ao marido à responsabilidade de ser cabeça da esposa e família (Ef 5.
23-33; 6.4). Sua chefia deve ser exercida com amor, mansidão e consideração
pela esposa e família (Ef 5. 25-30; 6.4).
A
responsabilidade do marido, que Deus lhe deu, de ser "cabeça da
mulher" (Ef 5. 23) inclui:
a)
provisão para as necessidades espirituais e domésticas da família (Ef 5. 23,24;
Gn 3.16-19; 1 Tm 5.8);
b) o
amor, a proteção, a segurança e o interesse pelo bem-estar dela, da mesma
maneira que Cristo ama a Igreja (Ef 5. 25-33);
c)
honra, compreensão, apreço e consideração pela esposa (Cl 3.19; 1 Pe 3.7);
d)
lealdade e fidelidade totais na vivência conjugal Ef 5. 31; Mt 5.27,28).
e)
Coabite com sua esposa com entendimento, seja lábio em suas palavras e atitudes.
f)
Suas ações devem ser coerentes com suas palavras. Viva aquilo que você prega.
III. A COMUNICAÇÃO EM FAMÍLIA
A
comunicação familiar é a chave para a criação de uma família bem-sucedida. Dois
tipos de comunicação são vitais:
1.
Comunicação entre os pais.
Este
é um fator chave nas famílias de sucesso! Qualquer conflito de ideias entre os
pais deve ser solucionado em particular ou executado com os filhos em unidade.
2.
Comunicação com os filhos.
A
melhor forma de conhecer a mente de seu filho, ou seja, como ele ou ela se
sente, sua aprendizagem na escola e os tipos de crenças e atitudes que está
desenvolvendo é manter abertos os canais da comunicação. Você desejará fazer
isto com seu filho individualmente, bem como com toda a família.
Três
elementos principais encorajam a qualidade da comunicação:
•
Tempo disponível
•
ouvir com atenção
•
Conversar francamente
O
ajuste e o clima podem afetar o sucesso da comunicação. Reserve tempo
suficiente para uma discussão espontânea, onde a comunicação seja natural e
fluente.
Quando
eu era jovem, minha família sempre tomava café da manhã e jantava em conjunto.
Algumas lembranças mais Alegres estão relacionadas com estes momentos. Algumas
não são específicas, porém estão repletas de risadas, assuntos que fluíam e
histórias. Meu pai é um contador de histórias nato, e eu sempre adorava ouvir
as coisas excitantes que havia feito em sua vida, as histórias sobre a Segunda
Guerra Mundial e suas aventuras enquanto levava de avião os suprimentos missionários
até ao México. Aprendi muito com suas conversas sobre política, comunidade,
história de nossa família e propósitos de viagens, uma vez que minha mãe não
possuía a habilidade de contar histórias.
E
não se esqueça das lembranças familiares! Aqueles momentos especiais são
mantidos vivos por gerações quando lembrados por toda família. Os momentos de
refeição são ótimos para este tipo de entrosamento. Atualmente, as famílias
possuem agendas ocupadas, mas se puderem reservar tempo ao menos para uma refeição
diária em conjunto, vocês provarão alguns momentos fabulosos de comunicação
aberta!
Se
você é como a maioria dos pais, provavelmente passa grande parte do tempo no
carro com seus filhos, levando-os de uma atividade a outra. Estes momentos de
descontração (especialmente, se o rádio estiver desligado) proporcionam
diálogos especiais. E, quando um grupo de amigos de seus filhos está presente
no carro, é-lhe dada a chance de observar suas companhias, suas preocupações
(os assuntos sobre os quais conversam) e como seu filho interage socialmente.
Como
cristãos, estamos sempre muito ocupados com trabalho da igreja e ajudando aos
outros. Cristo nos chama para tal serviço, e esta deve ser uma importante
tarefa de nossas vidas. Entretanto, precisamos ser cuidadosos para que isto não
tome o lugar de nossos momentos familiares Deus nos confiou o cuidado e
custódia de nossos filhos, mas é nossa prioridade educá-los e treiná-los nos
caminhos do Senhor.
Ouvir
é uma das partes mais importantes da comunicação, ainda que pouco praticada.
Podemos melhorar nossa maneira de ouvir, prestando cuidadosa atenção na outra
pessoa, em silêncio e sem pressa. Se ouvimos nossos filhos sem interrompê-los,
sem pensar no que vamos responder a seguir, e sem nos precipitarmos em oferecer
conselhos ou julgá-los, estamos realmente dizendo-lhes, através de nossos atos,
que eles são importantes.
Além
de ouvir as palavras de seu filho, observe a linguagem do seu corpo. Ele se
sente confortável compartilhando seus assuntos com você, ou precisa de um
encorajamento extra? Ele aparenta mais ansiedade e temor do que declara? Seu
filho, naturalmente, estará observando a sua linguagem corporal para
certificar-se de seu interesse no que ele ou ela tem a dizer. Se você ficar
olhando para o relógio ou batendo o pé demonstrará desinteresse, e seu filho
provavelmente não desejará compartilhar seus sentimentos da próxima vez.
Ao
responder-lhe, deixe que realmente perceba seu interesse por ele. Escolha suas
palavras cuidadosamente para que soem mais ponderadas que falaciosas. Você pode
preferir iniciar uma frase como: "Estou muito-preocupada com..." ou
"Eu entendo que algumas vezes seja difícil..." ao invés de "Você
deveria..." Se você não estiver certo do que seu filho está tentando
dizer, faça perguntas ou repita o que entendeu e peça confirmações.