02/10/2016
TEXTO
DO DIA
"Ó, vinde, adoremos e
prostremo-nos! Ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou." (Sl 95.6)
SÍNTESE
O
louvor e a adoração são os atributos que o verdadeiro cristão consagra a Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Dt 6.4: O primeiro grande
mandamento
TERÇA - Jó 1.20: Adoração como
reconhecimento da soberania de Deus
QUARTA - Mt 4.10: O Senhor Deus é o único
que merece louvor e adoração
QUINTA - Sl 22.3: O louvor como instante da
manifestação da presença divina
SEXTA - Mt 21.16; O perfeito louvor
SÁBADO - 2 Cr 7.3: Adoração e louvor, o
fundamento de nossorelacionamento com Deus
Objetivos
-
APRESENTAR a busca pela adoração como algo essencial ao ser humano.
- RELACIONAR
adoração e louvor com amor e obediência.
-
DISCUTIR a respeito dos perigos que corre uma igreja quando não vive em
adoração
INTERAÇÃO
Olá professores(as), novo trimestre - expectativas renovadas,
novas oportunidades para crescimento. O tema que estudaremos está diretamente
ligado ao nosso cotidiano na Igreja. Por isso, nosso desafio é torná-lo empolgante
e contextualizado à sua realidade local. Nossas aulas não podem ser momentos de
debates teológicos inúteis, e sim, instantes de formação espiritual continuada
para esta nova geração que o Senhor levanta. Lembre-se, sua classe é de jovens,
eles estão cheios de expectativas, incertezas e projetos. Faça dos momentos na
Escola Dominical espaços de ministração mútua, abençoe a vida deles sendo um
instrumento de Deus para apontar uma vida espiritual mais profunda e viva.
Permita-se ser renovado pelas esperanças juvenis deles, afinal de contas, a
Bíblia revela que há neles uma força que vem de Deus e da sua Palavra. Que suas
aulas tornem-se, para vocês, inesquecíveis encontros de louvor e adoração ao
Pai.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
O conhecimento não pode ser visto como algo restrito ao
educador(a), seus educandos possuem um universo cultural riquíssimo e que
precisa ser valorizado durante as aulas da ED. Por isso, uma boa sugestão
didática é iniciar esta aula com a metodologia denominada Brainstorming ou "Tempestade
Mental", "Tempestade de Ideias". A execução é muito simples.
Inicie sua aula com as seguintes indagações:
"O que é louvor e adoração?";
"Existe alguma diferença entre louvar e adorar? Qual?"
Ou ainda com um pedido: "Defina em uma palavra cada um desses conceitos:
adoração e louvor." Identifique as características do que seja louvor e
adoração. Daí em diante, deixe os educandos livres para participarem, anote as
opiniões de cada um, compare as respostas, averigue se existem opiniões
conflitantes, solicite aperfeiçoamento. Por fim, use, sempre que possível, as
participações dos educandos como fio condutor para a aula a ser ministrada.
TEXTO BÍBLICO
Marcos
12.28-34
28. Aproximou-se dele um dos
escribas que os tinha ouvido disputar e, sabendo que lhes tinha respondido bem,
perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
29. E Jesus respondeu-lhe: O
primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o
único Senhor.
30. Amarás, pois, ao Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
31. E o segundo, semelhante
a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior
do que estes.
32. E o escriba lhe disse:
Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus e que não há outro
além dele;
33. e que amá-lo de todo o
coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e
amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e
sacrifícios.
34. E Jesus, vendo que havia
respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. E já
ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
INTRODUÇÃO
Adorar
e louvar são as duas faces de uma mesma moeda muito cara para nós: nosso
relacionamento com Deus. Isto é um fato: quem não adora ou louva ao Pai sequer
consegue se perceber como alvo do amor do Criador. Por isso, durante os
próximos três meses estudaremos a respeito dos fundamentos de nossa adoração e
louvor a Deus. O objetivo é aprofundar nossa relação com Deus. Muito mais que
um árido e estéril exercício de diferenciações terminológicas, nossas aulas
serão momentos reservados para, em comunidade, desenvolvermos nossa intimidade
com Deus e o amor ao próximo.
I-A SINCERA DÚVIDA DE UM ESCRIBA
1. A relação de Jesus com os
líderes religiosos de sua época.
O
contexto no qual está inserida a porção bíblica de nossa leitura em classe
demonstra bem a convivência tumultuada entre Jesus e as autoridades religiosas
de sua época. Quando de sua entrada triunfal em Jerusalém Ele foi criticado
pelos fariseus (Lc 19.38-40). Depois de expulsar os vendedores do Templo,
escribas e sacerdotes tramaram matá-lo (Mc 11.17,18). Sacerdotes, escribas e
anciãos tentaram constituir provas para uma acusação de blasfêmia indagando
sobre sua autoridade (Mc 11.27,28). Sacerdotes e fariseus quiseram prendê-lo
(Mt 21.45,46), herodianos e fariseus buscaram induzi-lo ao erro de
insubordinação contra César (Mc 12.13-17) e saduceus procuraram embaraçá-lo com
uma questão a respeito da interpretação da lei (Lc 20.27-33).
2. A dúvida do escriba.
Em
meio a tantos embates, um daqueles religiosos parece fazer uma pergunta
genuína, desprovida de segundas intenções: "Qual é o primeiro de todos os
mandamentos?" (Mc 12.28). Claro que a inquietação do doutor da lei não era
sobre a sequência dos mandamentos, isto ele como guardião da lei sabia muito
bem. O questionamento era sobre qual o maior, o mais importante, o mandamento
imprescindível. Jesus cita o Shema Judaico, isto é, a clássica declaração de
Deuteronômio 6.4-9 que se inicia com o imperativo "ouve," que no
curso da construção da sociedade judaica tornou-se uma espécie de
"declaração de fé". Todavia, a conclusão que o escriba tira das
palavras citadas por Jesus é dura para o sistema religioso tradicional, pois
como conclui o doutor da lei, amar a Deus e ao próximo como a si mesmo é mais
importante "do que todos os holocaustos e sacrifícios" (Mc 12.33).
3. A declaração de Jesus.
Diante
de uma afirmação tão radical, que colidia diretamente com a natureza do culto
sacrifical judaico, enfraquecido, mas ainda existente naquela época, Jesus,
assegura ao escriba que suas convicções o aproximam do Reino de Deus (Mc
12.34). Jesus denuncia mais uma vez aqui neste texto que adoração não tem
relação com o que possuímos, isto é, com o "capital" (financeiro,
social ou intelectual) que temos, mas com aquilo que somos. Se reconheço que
não sou nada e que Deus é incomparável, então sou adorador! Se não sou egoísta,
mas percebo o outro como meu irmão, merecedor de toda a misericórdia e amor que
necessito, estou louvando a Deus! O que faço não deve ser consequência de uma
cobiça por algo a receber, mas o resultado de um autoconhecimento básico: sou
filho amado do Pai e membro do Corpo de Cristo.
Pense
É notório que boa parte dos conflitos que
Jesus tinha com as pessoas que comandavam o mundo religioso de sua época estava
relacionada à sua visão sobre adoração e louvor.
Ponto
Importante
Ao ser indagado sobre o "maior
mandamento", Jesus não declara apenas: "Adorar a Deus!", o
Mestre preocupa-se em afastar sua resposta da pura teoria e procura
contextualizá-la associando-a diretamente ao amor a Deus e ao próximo, conceitos
muito mais acessíveis a qualquer pessoa.
II - A RESPEITO DA ADORAÇÃO INDIVIDUAL
1. Possíveis definições para
louvor e adoração?
Provisória
e precariamente, podemos descrever adoração e louvor como um estado de
consciência onde se reconhece simultaneamente a grandiosidade de Deus e a
efemeridade da condição humana.
É
a busca insaciável por mais da pessoa de Deus, sem nenhum interesse alheio a
esse fim.
É
desejo pessoal de dedicar o máximo de si a Deus e ao próximo. Partindo destas
ideias fica evidente que existem níveis e intensidades diferentes na adoração e
louvor, não necessariamente uma hierarquia ou uma escala.
2. A espontaneidade e
simplicidade na adoração.
Adoração
não pode ser mecanizada. Celebrações como "tarde de adoração",
"noite dos adoradores" podem ter um ótimo apelo midiático, mas não
possuem garantias espirituais. É possível a realização de cultos com outros
fins - políticos, econômicos, pessoais - que não a adoração. Nunca se deve
associar a adoração e o louvor a uma sequência de protocolos a serem seguidos,
e que não podem ser modificados.
A
adoração e louvor, por vezes, estão relacionados na Bíblia a situações de
fortes sentimentos, arrebatamentos, e muitas vezes surpreendentes (Dn 10.7-10;
At 22.7). Ao falar a respeito do "perfeito louvor", Jesus cita a pureza
e simplicidade das crianças (Mt 21.16). Logo, devemos entender que louvar a
Deus, ainda que seja algo feito em um contexto coletivo, é uma atitude que
devemos fazer de forma espontânea, por meio da gratidão, quebrantamento e
humilhação.
3. Adoração como acesso
individual a Deus.
Não
dá para adorar mais ou menos, "quase adorar" ou adora-se a Deus ou
não! Por isso, muitas pessoas procuram enganar a si mesmas achando que a
simples presença num contexto religioso as faz adoradoras do Pai. A verdade é
que aqueles que creem e buscam a Deus com simplicidade de coração, com certeza
o acharão (Sl 119.7). Deus, durante todo o curso da humanidade, convida-nos a
adorá-lo, reconhecê-lo como único Senhor (Sl 29.2; 150.6; Is 55.6). A Bíblia
está repleta de narrativas a respeito de pessoas que, em sua disposição pessoal
para adorar ao Senhor, foram abundantemente abençoados enquanto adoravam:
Isaías teve o pecado perdoado (Is 6.7); Moisés conversou com Deus como quem
dialoga com um amigo (Êx 33.11); Jacó teve um encontro inesquecível com Deus
(Gn 32.28) e Paulo teve toda sua visão de mundo reorientada (2 Co 12.1-10).
Pense
Adoração e louvor não são uma sequência de
protocolos a serem seguidos. Eles devem ser espontâneos e brotar de um coração
inteiramente rendido ao Pai.
Ponto Importante
Cada pessoa é única e reage de maneira
diferente ao sentir a presença de Deus nos momentos de adoração e louvor.
III -
ALGUNS DESAFIOS NA ADORAÇÃO EM COMUNIDADE
1. O cerimonialismo
legalista contemporâneo.
Normas
para se prestar um culto são necessárias, e a própria Bíblia traz essas
orientações. Entretanto, um culto que se concentra em ritos e cerimônias, sem
contemplar a atuação do Espírito Santo, tende a engessar a liberdade da
adoração e do Espírito Santo em atuar na congregação. Para algumas pessoas a
adoração está diretamente vinculada à execução de determinadas formalidades
espirituais.
2. A irreverência assumida
como elemento litúrgico.
Em
nome de uma suposta modernização, ou para usar um termo técnico, aculturação,
algumas igrejas perderam suas identidades. Já não se percebem como
manifestações históricas do Reino de Deus, são apenas meros ajuntamentos
sociais. Não há nenhum sentimento de reverência nesses locais. Para certos
grupos, ir ao shopping e ir à igreja significa a mesmíssima coisa,
literalmente. O louvor é um espetáculo de pirotecnia espiritual - às vezes nada
mais que muito choro e gritos, outras vezes apenas pulos e aplausos. Letras
repetitivas à exaustão, vazias de conteúdo bíblico e até mesmo de sentido
lógico, povoam certas igrejas. Em nome de atrair o público jovem o templo
transforma-se em um local de entretenimento.
3. O que significa realmente
adoração e louvor?
Perguntar-se
a respeito do que é adorar é um ótimo indício de que você está muito perto de
experimentar a plenitude da presença de Deus. Lembra do escriba cheio de
dúvidas (v.34)? Adoração e louvor são conceitos amplíssimos, enriquecidos pelas
vivências pessoais de cada um de nós. Muito mais importante que saber o
conceito é poder testemunhar as experiências quase indescritíveis de ter estado
na presença de Deus em amor e obediência, louvor e adoração, fragilidade e
plenitude. Não há pressa em compreender o que é adorar e louvar, temos mais
doze domingos para nos achegarmos mais a Deus, com muita humildade e temor, e
perguntarmos a Ele: podes me ajudar a viver diante de ti uma vida para teu
louvor onde tudo o que faça repercuta em adoração ao teu santo nome?
Pense
Você se sente motivado a louvar e adorar a
Deus durante as celebrações em sua igreja? De que forma você pode contribuir
para que o ambiente comunitário em que você serve a Deus torne-se um espaço de
vivências de adoração?
Ponto Importante
A moderação é uma palavra-chave na
construção das liturgias coletivas em uma comunidade. A igreja não pode tornar-se
um campo de combate de gostos e opiniões. Princípios como "cuidado com os
mais fracos" e "misericórdia" sempre devem estar presentes.
SUBSÍDIO
"ADORAR. sãhãh:
'adorar, prostrar-se, curvar-se'.Esta palavra é encontrada no hebraico moderno
no sentido de 'curvar-se' ou 'inclinar-se', mas não no sentido geral de
'adorar'. O fato de que ocorre mais de 170 vezes na Bíblia hebraica mostra algo
do seu significado cultural. Aparece pela primeira vez em Gênesis 18.2. O ato
de se curvar em homenagem é feito diante de um superior ou soberano. Davi 'se
curvou' perante Saul (1 Sm 24.8). Às vezes, é um superior social ou econômico
diante de quem a pessoa se curva, como quando Rute 'se inclinou' à terra diante
de Boaz (Rt 2.10). Num sonho, José viu os molhos dos seus irmãos
'inclinando-se' diante do seu molho (Gn 37.5,7,8). A palavra sãhãh é usada com
o termo comum para se referir a ir diante de Deus e na adoração (ou seja, adorar), como em 1
Samuel 15.25 e Jeremias 7.2. Às vezes está junto com outro verbo hebraico que
designa curvar-se fisicamente, seguido por 'adorar',como em Êxodo 34.8: 'E
Moisés ... encurvou-se ['adorou', ARA]'. Outros deuses e ídolos também são o
objeto de tal adoração mediante a ação de se prostrar diante deles (Is 2.20;
44.15.17)" (VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR., William. Dicionário
Vine. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p. 31).
CONCLUSÃO
Ao
falarmos de louvor e adoração precisamos ter a consciência de que estamos
lidando com temas absolutamente relevantes para o Reino de Deus. Neste tempo de
poucos referenciais e muitos escândalos, desenvolver um senso coletivo de
intimidade e temor a Deus será essencial para o amadurecimento de nossas
igrejas.
HORA DA REVISÃO
1. Apresente, segundo sua vivência
espiritual, uma definição para o que seja louvor e adoração.
Resposta
pessoal. Sugestão: Adoração é um desejo pessoal de dedicar o máximo de si a
Deus e às demais pessoas.
2. É possível separar louvor e adoração?
Justifique sua resposta.
Sim.
Adoração pode ser vista como uma veneração piedosa a Deus e louvor como uma
manifestação pessoal de gratidão e reconhecimento do senhorio a Deus.
3. Por
que a conclusão que o escriba chega a partir de sua conversa com Jesus merece
ser chamada de sábia resposta?
Porque
por meio desta resposta, o escriba demonstra que compreendeu que adoração e
louvor são o resultado espontâneo de um coração livre, e não de um sistema de
práticas religiosas.
4. Quais os dois perigosos extremos em que a
igreja pode cair quanto ao louvor e adoração.
Cerimonialismo
legalista e Liberalismo litúrgico.
5. Quais os riscos que surgem quando a igreja
não é um lugar de adoração e louvor?
Cultura
de irreverência, descaracterização do louvor, formalismo e esvaziamento da fé.