O
sábado legal do Decálogo foi estabelecido para Israel se lembrar da escravidão
no Egito (Dt 5.15). Há certa analogia com o sábado cristão, o domingo, que, sem
precisar de imposição legal, passou a ser o dia de adoração cristã coletiva em
memória à ressurreição de Cristo que ocorreu num domingo (Mc 16.1-6; Lc24.1-6).
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sobre os Assembleianos a guarda do sábado
É o sábado institucional. Isso está claro em três passagens
do Novo Testamento: "No primeiro dia da semana, ajuntando os discípulos
para o partir do pão" (At 20.7). Era um domingo, "talvez 24 de abril
de 57 d.C.", segundo F. F. Bruce (apud STOTT, 1994, p. 360).
O
"partir do pão" é um termo usado para a Ceia do Senhor (At 2.42; 1 Co
10.16; 11.20-26).
Leia também:
Segundo
o autor citado, essa passagem "é a evidência inequívoca mais primitiva que
temos da prática cristã de reunir-se para a adoração nesse dia". Isso se
confirma mais adiante no Novo Testamento: "No primeiro dia da semana,
cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade,
para que se não façam as coletas quando eu chegar" (1 Co 16.2).
Temos
aqui outra prova de que o
primeiro dia da semana era o dia de culto regular. O apóstolo recomendou que nessas
reuniões se levantasse uma coleta para socorrer os irmãos pobres de Jerusalém.
O
apóstolo João e o domingo
O
apóstolo João foi arrebatado no dia do Senhor: Eu fui arrebatado em espírito, no
dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta"
(Ap 1.10).
A
expressão dia do Senhor" não é escatológica, pois a
construção grega aqui, en tê
kyriakê hêmera, se refere ao domingo.
Versões
católicas como Figueiredo, Matos Soares e a Bíblia do Peregrino empregam
"num dia de domingo" para traduzir a referida frase. Esta tradução é
aceitável porque está de acordo com o contexto bíblico e histórico.
A
palavra kyriakê significa "domingo" ainda
hoje na Grécia. O termo "domingo", literalmente quer dizer, "dia
do senhor , do latim, dominus, "senhor", e dies, "dia".
Inácio
de Antioquia usa a mesma frase grega do apóstolo João em Apocalipse, para
indicar o primeiro dia da semana:
“Aqueles
que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam
mais o sábado, mas o dia do Senhor em que a nossa vida se levantou por meio
dele e da sua morte" (Magnésios 9-1, Coleção Patrística 1, Padres
Apostólicos).
Inácio foi o terceiro
bispo de Antioquia e conheceu os apóstolos Paulo e João. Preso em 110 no
reinado de Trajano, foi levado a Roma e atirado às feras. Trata-se de alguém da
segunda geração dos apóstolos.
Ano
70-132 d.C. – Epístola de Barnabé: “Portanto, também nós guardamos o oitavo dia
(domingo) para nos alegrarmos em que também Jesus se levantou dentre os mortos
e havendo sido manifestado, ascendeu aos céus.”1
1
Epístola de Barnabé, 15. LIGHTFOOT, J. B. Los Padres Apostólicos, p. 299-301.
Libros Clie. Barcelona, Espanha.
Outra
razão que confirma essa interpretação é o fato de a Septuaginta usar uma forma
diferente para o "dia do Senhor escatológico, hêmera tou kyriou ou hêmera kyriou.
E o mesmo acontece nas cinco vezes que a frase aparece no Novo Testamento grego
(At 2.20; 1 Co 5.5; 2 Co 1.14; 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10).
Esses
documentos de irrecusável valor histórico demonstram que o domingo, o “dia
dominical”, já era adotado como o dia dos cristãos para as reuniões (Lc 24.1,
13; Jo 20.19 e 26); a Santa Ceia (At 20.7); e para as coletas na Igreja
primitiva (1 Co 16.1, 2), como também o foi nos tempos
apostólicos,
conforme lemos nos Evangelhos, nos Atos e nas Epístolas citados acima.
Foi
Deus, portanto, quem instituiu o domingo como o dia cristão, e não Constantino,
como dizem algumas pessoas mal informadas.
Constantino
(280-337 d.C.), a caminho da batalha contra Maxêncio, sobre a ponte de Mílvia,
teria visto no céu uma cruz e, sobre esta, as palavras In hoc signo vinces.
Obteve então uma vitória, razão pela qual “passou a crer” que Jesus era um Deus
mais poderoso do que todos os deuses de Roma, e proclamou o Edito de Milão (313
d.C.), que concedia liberdade ao cristianismo.
“Em
324, através de um édito imperial, ordenou que todos os soldados adorassem o
Deus supremo no primeiro dia da semana. Este era o dia em que os cristãos
celebravam a Ressurreição do seu Senhor.”2
2
Constantino I, o Grande. Enciclopédia® Microsoft® Encarta 99. © 1993-1998 Microsoft
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sobre ao Assembleianos a guarda do sábado
Os
três primeiros séculos da igreja
Os
primeiros pais da Igreja mostram que nos três primeiros séculos da história da
Igreja o domingo continuava sendo o dia de reunião dos cristãos.
Além
de Inácio de Antioquia, isso pode ser ainda visto na Epístola de Barnabé (que
não era o Barnabé citado do Novo Testamento).
Trata-se
de um documento da primeira metade do século 2, que declara: "Eis por
que celebramos como festa alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos
mortos e, depois de se manifestar, subiu aos céus" (Epístola de
Barnabé, 15.9).
Herdamos
dos dias apostólicos essa prática que foi perpetuada pelo tempo. Os preceitos
cerimoniais não desobrigam os seres humanos de cultuarem a Deus, mas estes não
precisam de rituais e nem lhes é exigido irem a Jerusalém.
Da
mesma forma, o sábado não precisa ser o sétimo dia da semana. Os adventistas do
sétimo estão equivocados quando afirmam que o imperador Constantino substituiu
o sábado pelo domingo, e sua doutrina não tem sustentação bíblica. É um erro
teológico e histórico.
Os
dez mandamentos: valores divinos para uma sociedade em constante mudança /
Esequias Soares. — Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
O
domingo na bíblia
“Eu
fui arrebatado em espírito hum dia de Domingo e ouvi por detrás de mim uma
grande voz como de trombeta”32 (Ap 1.10). [Este é o texto, ipsis litteris, da
1.ª Edição de Figueiredo, publicada em 1819.].
Quando
disserem, portanto, que a palavra domingo não está na Bíblia, responda que isso
não é verdade. Não encontramos nos originais gregos a palavra portuguesa
“domingo” (como também não encontramos: Deus, casa, livro ou sábado, mas sim as
suas correspondentes hebraicas ou gregas).
O
domingo está na expressão criada pelo apóstolo João: Kuriakh hmera (kyriake
hemera), vertida para o latim como: Domínica die, corretamente traduzida para o
português como domingo.
Os grandes
acontecimentos do cristianismo não
Se deram no sábado, mas
no domingo
1)
Jesus ressuscitou dentre os mortos no primeiro dia da semana (João 20:1; Marcos
165-11).
2)
Jesus apareceu a dez de seus discípulos no primeiro dia da semana (João
20:19).
3)
Jesus esperou uma semana, e no outro primeiro dia da semana apareceu aos onze
discípulos (João 20:26).
4)
Jesus apareceu no primeiro dia da semana a vários outros discípulos (Mateus
28:1-10; Lucas 24: 13-35; João 20:11).
5)
A promessa da vinda do Espírito Santo cumpriu-se no primeiro dia da semana, no
dia de Pentecostes, que pela lei caía no primeiro dia da semana (Levítico
23:16; Atos 2:1-13).
6)
No mesmo primeiro dia da semana foi pregado pelo apóstolo Pedro o primeiro
sermão evangélico sobre a morte e ressurreição de Jesus (Atos 2:14).
7)
Nesse primeiro dia da semana os três mil conversos foram unidos à primeira
igreja neo-testamentária (Atos 2:41).
8)
Ainda no mesmo primeiro dia da semana o rito do batismo cristão em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo foi administrado pela primeira vez (Atos 2:41).
9)
No primeiro dia da semana Jesus Cristo foi ao apóstolo João, na Ilha de Patmos,
e lhe deu a grande Revelação (Apocalipse 1:10).
Só
estes fatos já aprovam o domingo como o dia de repousa e culto dos cristãos. A
nova prática começou com a nova fé: no Cristo da nova aliança.
“ A
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da Palavra
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